domingo, 30 de setembro de 2012

RELEMBRANDO GABRIELA



A novela Gabriela foi produzida em comemoração aos 10 anos da Rede Globo e os cinco de liderança nacional. A preparação teve aspecto hollywoodiano. Uma réplica de Ilhéus dos anos 20 foi construída numa área aterrada de 1200 m². As cenas da caatinga foram feitas na cidade de Marica (RJ).

Adaptação do romance de Jorge Amado, Gabriela, cravo e canela, feita por Walter George Durst com direção de Walter Avancini e Gonzaga Blota. Apresentada em 135 capítulos, de 14 de abril a 24 de outubro de 1975, às 22 horas.


A história começa em 1925, quando ocorre uma grande seca no nordeste e populações famintas abandonam o campo rumo ao sul, ou melhor, Ilhéus. É nesse contexto que surge a jovem Gabriel (Sonia Braga), órfã desde menina. Ela vai trabalhar no bar do turco Nacib (Armando Bógus), com quem inicia uma sensual história de amor.

O principal conflito da trama foi protagonizado pelo coronel Ramiro Bastos (Paulo Gracindo), chefe político da região e por Mundinho Falcão (José Wilker), exportador de cacau que chega na cidade com idéias inovadoras. O rapaz se apaixona por Jerusa (Nívea Maria), neta de seu inimigo.

O cotidiano de Ilhéus é retratado por personagens importantes como Zarolha (Dina Sfat), líder das raparigas do Bataclan, Tonico Bastos (Fulvio Stefanini), o conquistador das mulheres solteiras e casadas e Malvina (Elizabeth Savalla), a jovem corajosa que assume posições avançadas para as mulheres da época.


Além da cena clássica em que Gabriela sobe no telhado para pegar uma pipa, algumas outras marcaram a novela, como aquela em que Nacib flagra Gabriela na cama com Tonico Bastos, ou quando o coronel Guedes Mendonça (Francisco Dantas) flagra a mulher em adultério.

Grande destaque no elenco para Paulo Gracindo, Gilberto Martinho, Castro Gonzaga e Eloísa Mafalda, mas ainda estavam no elenco, Marcos Paulo, Marco Nanini, Ana Maria Magalhães, Ary Fontoura, Mário Gomes, Monah Delacy, Maria Lucia Dahl, Natália do Vale, Roberto Bonfim, Telma Reston, Pedro Parulo Rangel, Paulo César Pereio, Neila Tavares, Milton Gonçalves, Rubens de Falco e Stenio Garcia.

Foi reapresentada em compacto de 70 capítulos em duas ocasiões: de janeiro a maio de 1979 e de outubro de 1988 a fevereiro de 1989. Em junho de 1982 foi reapresentada em 12 capítulos, às 22h15.

Em 1983, Sonia Braga estrelou também o filme Gabriela, ao lado de Marcello Mastroianni, com direção de Bruno Barreto. O filme foi muito criticado, mas eu adoro, já vi várias vezes, não sei se por Sonia Braga ou pela história em si.


Agora, a Rede Globo está exibindo um remake, que é exibido às 23 horas. A escolhida para viver a protagonista foi Juliana Paes. Gosto dela, mas acho que Alice Braga se sairia melhor, tanto pela semelhança com Sonia Braga, quanto pelo talento. 




sexta-feira, 28 de setembro de 2012

FESTIVAL DO RIO

Cena de Gonzaga - De pai para filho


Começou ontem à noite a 14ª edição do Festival do Rio, com a exibição de Gonzaga – De pai para filho de Breno Silveira para convidados. O filme fala da relação conturbada entre Luiz Gonzaga, o rei do baião e seu filho Gonzaguinha. Serão exibidos 400 filmes de 60 países.

Os últimos filmes de Fernando Trueba, El artista y la modelo, Moonsrise Kingdom de Wes Anderson e Cesare deve morire dos irmãos Paolo e Viorio Taviani serão exibidos.

Estão confirmadas as presenças de Jeremy Irons, Fernando Trueba, Rolland Joffe e o português João Pedro Rodrigues, que será homenageado com uma mostra. Além dele também receberão homenagens, seu compatriota Manoel de Oliveira, John Carpenter e Alberto Cavalcanti, cada um com uma mostra respectiva.

Serão exibidas as produções que foram destaque nos últimos festivais de Cannes, Sundance, Veneza e Berlim. Em 2011, o festival atraiu cerca de 270 mil espectadores.

Wagner Moura em A buca
Premiére Brasil – Competição longas ficção
A busca de Luciano Moura
A coleção invisível de Bernard Attal
A floresta de Jonathas de Sérgio Andrade
Disparos de Juliana Reis
Dores de amores de Rafael Vieira
Éden de Bruno Safadi 
Entre vales de Phillipe Barcinski
Meu pé de laranja lima de Marcos Berntein
O gorila de José Eduardo Belmonte
O som ao redor de Kleber Mendonça Filho
Primeiro dia de um ano qualquer de Domingos de Oliveira 
Uma história de amor e fúria de Luiz Bolognesi



 Seja voluntário também!
Doe medula óssea!


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

04 ANOS SEM PAUL NEWMAN



Com 54 anos de carreira e dez indicações ao Oscar, o qual venceu em 1987, como ator coadjuvante em “A cor do dinheiro”, além de um prêmio honorário pela carreia, um ano antes, o grande ator Paul Newman foi derrotado pelo câncer de pulmão em 26 de setembro de 2008, aos 83 anos. Como herança deixou vários filmes que se tornaram clássicos.

Paul Leonard Newman nasceu em 26/01/25 em Shaker Heights, subúrbio de Cleveland (Ohio, EUA). Matriculou-se na Univerdade Yale, onde se formou em teatro e depois pelo consagrado Actors Studio. Seu desempenho na peça “Picnic” da Broadway lhe valeu um contrato com a MGM que o lançou no cinema em “O cálice sagrado” (1954), que era uma tentativa de promovê-lo como um novo Marlon Brando e foi um fracasso.


O sucesso chegou com seu filme seguinte, “Marcado pela sarjeta” (1956) num papel que seria de James Dean e principalmente com “Gata em teto de zinco quente” (1958) onde interpreta o marido de Elizabeth Taylor, que evita ter relações sexuais com ela, num subtexto homossexual que era proibido pela censura da época. Com “O mercador de almas” (1958) recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes e sedimentou a imagem que o consagraria como o anti-herói rebelde e desajustado que ele viveu em “Um de nós morrerá”, (1958), “Desafio à corrupção” (1961), “O indomado” (1963), “Cortina rasgada” (1966) de Alfred Hithcock, “Hombre” (1967), “Rebeldia indomável” (1967), “Buth Cassidy” (1969) e “Golpe de mestre” (1973).


Na segunda metade dos anos 70, suas aparições ficaram mais raras, quando se destacaram, “Inferno na torre” (1974), “Vale tudo” (1977), “Oeste selvagem” (1976), “Ausência de malícia” (1981), “A cor do dinheiro” (1986), “Blaze, o escândalo” (1989), “O início do fim” (1989), “O indomável – Assim é minha vida” (1994) e “Estrada para perdição” (2002). Seu último trabalho no cinema foi como dublador de um dos personagens de “Carros” (2006).

...

A atriz Drica Moraes fez um transplante de medula óssea em junho de 2010, com a medula de um doador desconhecido e voluntário. Quem sabe você também pode ser o salvador da vida de alguém...




segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SELO TORRE EIFFEL



O selo acima é um presente do amigo Hugo do blog Cinema - Filmes e seriados.



Diferente da maioria dos selos que são indicados pelo conteúdo do blog, este deve ser oferecido pelo visual e o estilo na hora de escrever e compara a beleza do blog à da Torre Eiffel, uma das mais belas do mundo.


Agradeço imensamente ao amigo Hugo pelo carinho e dedicarei o selo aos blogs parceiros abaixo, os quais além de achar que tem um belo visual, também adoro o conteúdo:



1. Divagações de Cronópio de Ligeia;

2. Revolta e romance de Bia Hain;

3. Cinema cem anos luz de Marcelo C,M;

4. Bússola do Terror de Léo;

5. Sublime Irrealidade de J. Bruno.







A TORRE EIFFEL

A torre Eiffel foi inaugurada em 31 de março de 1889 em Paris (França) para honrar o centenário da Revolução Francesa. Era para ser uma estrutura temporária, mas tomou-se a decisão de não desmonta-la. A torre possui 324 metros de altura e foi a estrutura mais alta do mundo até 1930, quando perdeu o posto para o Chrysler Building em Nova York. Não incluindo as torres de transmissão, é a 2ª mais alta da França, atrás apenas do Viaduto de Milau, concluído em 2004. é o monumento pago mais visitado do mundo. Milhões de pessoas sobem à torre a cada ano. Os ingressos podem ser adquiridos nas escadas ou nos elevadores do primeiro e do segundo nível.




quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMA ENTREVISTA REVELADORA


Entrevistador - Gilberto, por que de repente você resolveu aderir a essa campanha tão importante de angariar mais doadores de medula óssea?

Gilberto Carlos - Eu sempre achei admirável o ato de ajudar o próximo, inclusive com a doação de órgãos, sangue e medula, mas tudo se tornou mais urgente, pois quem precisa de um transplante de medula óssea agora sou eu.

* Mas o que você tem? Leucemia ou algum linfoma?

Não! Tenho Doença de Krabbe, uma doença genética hereditária e degenerativa rara em crianças e muito mais rara ainda em adultos. É provocada pela falta de uma enzima no sangue, a galactocerebrosidade, que provoca a desmielinização no cérebro. 

* Mas já que a doença é rara o diagnóstico não deve ter sido muito fácil...

Não. Foi muito difícil e demorado. Já me consultei com 06 neurologistas e só o quarto foi capaz de diagnosticar e mesmo assim depois de um bom tempo de outras possibilidades.

* O que eles pensaram que poderia ser?

O segundo deles sem me passar nenhum exame e só pelo exame clínico, me disse que era Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e que a única coisa que eu poderia fazer era hidroginástica para meus músculos não sofrerem tanto, já que não havia remédio e a doença era degenerativa.



* E qual foi sua reação?

Não acreditei nele, pois já que eu não tinha feito nenhum exame, ele não poderia dar o diagnóstico só por sua experiência clínica. Procurei outro neurologista, aliás neurocirurgião, que pediu que eu fizesse uma ressonância magnética do crânio e quando eu peguei o resultado, no laudo estava escrito que eu tinha Esclerose Lateral Amiotrófica. Foi com certeza, o pior dia da minha vida. Esse médico me disse que eu poderia importar um remédio da França e depois me desanimou dizendo que nem lá havia algum remédio específico para a doença. Me mandou para casa e disse que eu deveria fazer hidroginástica e fisioterapia. Não tinha nenhum conhecimento sobre essa doença e fui pesquisar na internet. Descobri coisas horríveis: que ela aos poucos paralisa todos os músculos do corpo, a pessoa para de andar, de respirar naturalmente, de comer e de falar. Fica num quarto entubado esperando a morte chegar.

* Você se contentou com esse diagnóstico?

Não. Nós nunca imaginamos que o pior pode acontecer com a gente. Que houve algum erro no aparelho que fez o exame ou que há algum outro médico mais preparado. Procurei outro neurologista. Esse mais renomado. Ele me passou uma ressonância magnética da coluna cervical e chegou à conclusão que seria Esclerose Lateral Primária, já que afetava apenas o primeiro neurônio. Também é degenerativa, mas no entanto, de progressão mais lenta que a outra.  Me diagnosticou o remédio específico pra ELA, que também serviria pra mim. Dos males o menor, mas mesmo assim ainda não estava satisfeito. Sabe quando você ainda não assimilou a ideia? Eu acordava de madrugada assustado imaginando que tudo tinha sido um pesadelo. "Não é verdade! Não é verdade!", mas depois de um tempo me dava conta que era verdade sim, pelo menos por enquanto. Depois dormia de novo e nos sonhos tudo era perfeito, como se meu inconsciente ainda não tivesse gravado essa informação.

* E como esse médico suspeitou que pudesse ser Doença de Krabbe?

Foi a providência divina. Depois de um tempo e também para avaliar a progressão da doença, ele me passou outra ressonância do crânio e o pessoal da clínica, resolveu fazer um exame que ele não tinha pedido, uma espectografia e foi a partir desse exame que os médicos começaram a suspeitar que poderia ser Krabbe. Dessa vez fiz exame da dosagem da enzima galactocerebrosidade, cuja falta provoca a doença. E o resultado foi certeiro. Não foi detectada a enzima em meu sangue.

* O que o médico te disse?

Que era "menos pior" ter Doença de Krabbe do que ELA, pois no Krabbe há a possibilidade de fazer o transplante de medula óssea e essa nova medula vai produzir a enzima e isso vai paralisar a doença. Mas como em Goiás não se faz o transplante, ele me encaminhou pro Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). A providência divina atuou novamente. Encontrei um médico maravilhoso e muito dedicado que tomou a causa para si, Dr. Charles. Convenceu o pessoal de lá a fazer o meu transplante, mandou um dossiê para o Ministério da Saúde para que o mesmo fosse autorizado e acompanha o meu caso de perto.



* Como é feito o transplante de medula óssea? 

Primeiro se encontra uma medula compatível. A possibilidade de um irmão ser compatível é de 25%, mas como eu não tenho irmãos, tenho que conseguir uma medula de um doador voluntário não aparentado. Por isso comecei essa campanha aqui no blog pedindo por doadores. Quem sabe algum leitor, seguidor, ou amigo do Gilberto Cinema pode ser compatível comigo. Seria a glória. Depois de se encontrar a medula óssea, o receptor faz quimioterapia para queimar (ou destruir) a própria medula e depois desse procedimento, pode-se receber a nova medula por via endovenosa, como se fosse uma simples transfusão de sangue. Depois de uns 15 ou 20 dias, a medula "pega" e já é capaz de produzir os glóbulos vermelhos, brancos e as plaquetas. A imunidade fica muito baixa, então deve-se tomar muito com infecções e hemorragias e o contato deve ser evitado por um certo tempo. Até que se toma novamente todas as vacinas e a vida volta ao normal. É como nascer de novo.

* Qual a probabilidade de se encontrar uma medula compatível?

A média é de 1 em 100.000, mas depende muito da herança genética. Se for mais simples pode ser 1 em 10.000, mas se for mais complicada, 1 em 1.000.000.

* Como se tornar um doador?

Basta procurar um hemocentro, colher 5 ml de sangue e preencher um cadastro com os dados pessoais. Seu exame de HLA (histocompatibilidade) será colocado num banco de medula e se for encontrado alguém que necessita do seu tipo de medula, você será convidado a fazer novos exames e decidir se quer mesmo fazer a doação.

* Como está a sua expectativa? Está muito ansioso?

Ansiedade é meu segundo nome. Não consigo controlar isso, nem tomando anti-ansiosídicos. Mas tenho fé que vai dar tudo certo. Vou encontrar uma medula 100% compatível, vou fazer o transplante, não vai haver rejeição ou infecção, vou ficar curado da doença e começar de novo.

* Mas como você está hoje em dia?

Estou bem. Claro que tem dias que fico triste, choro, faço um dramalhão e me sinto num filme do Almodóvar do início de sua carreira, tipo "Que fiz eu para merecer isso?" ou ao contrário daquela música do Paralamas do Sucesso: "Por que eu? Ah, ah! Por que eu?", fico revoltado, mas depois tudo volta ao normal. Só a espasticidade (rigidez muscular ou hipertonia) é que atrapalha um pouco, mas eu nunca deixei de trabalhar ou de fazer nada por causa disso, nem de ir a qualquer lugar que fosse.

* E como o cinema te ajuda nessas horas?

Os filmes funcionam como um anestésico que me fazem esquecer de tudo e me entregar inteiramente, como se os problemas só existissem por duas horas e depois tudo se resolvesse. É por isso que assisto tantos filmes e depois ainda leio sobre eles em revistas e blogs e escrevo para o Gilberto Cinema. Ainda arrumo tempo para passear, conversar com os amigos... 

* E as atividades no  blog vão continuar?

Com certeza. Tudo vai continuar normalmente. Só vou deixar de publicar quando não tiver acesso à internet.

* O que você mais deseja?

Que tudo dê certo e que todos possam se tornar doadores de medula óssea. Se não servir para mim, com certeza vai servir para outras pessoas, pois há mais de 1200 pessoas esperando encontrar alguém compatível.



terça-feira, 18 de setembro de 2012

14 ANOS DO CANAL BRASIL



Em 18 de setembro de 1998, às 20 horas entrou no ar o Canal Brasil, o primeiro canal de televisão totalmente dedicado à produção cinematográfica nacional. Ele nasceu como fruto de uma parceria entre a Globosat e o Grupo Consórcio Brasil, que reúne os cineastas Aníbal Massaini, Luiz Carlos Barreto, Marco Altberg, Zelito Vianna e Roberto Farias.

O primeiro filme exibido foi “Sonho sem fim” (1986) de Lauro Escorel Filho que conta a história do diretor gaúcho Eduardo Abelim, um dos pioneiros do cinema nacional. Inicialmente o acervo do canal contava com 300 longas e 70 curtas-metragens e um investimento de R$ 4 milhões.

Uma das sessões de maior audiência (apesar do horário em que é exibida) e que existe desde a estreia é o “Como era gostoso o nosso cinema” que exibe apenas pornochanchadas. O primeiro filme exibido nessa sessão foi “A penúltima donzela” com a saudosa Adriana Prieto.

Estampa da camiseta do Canal Brasil

Além de exibir os filmes nacionais, o Canal Brasil ainda os recupera. Desde a estreia já foram exibidos mais de 1200 longas metragens e recuperados mais de 500 que não possuíam fita para exibição em TV, como era o caso de “Rio Fantasia” (1957) de Watson Macedo (que estava fora de circulação há mais de duas décadas) e “São Paulo S/A” (1965) de Luís Sérgio Person, que foram recuperados em 2001 e posteriormente “A dama da zona”, A reencarnação do sexo” e “O clube das infiéis”, recuperados em 2006. O processo de recuperação utilizado é o de telecinagem que consiste na transferência das imagens da película cinematográfica para o sistema beta de vídeo, depois de rastrearem os acervos em busca da película em melhores condições.

Em 2003, o canal passou por uma crise e correu o risco de fechar, mas depois de reformulações conseguiu se recuperar e completa hoje 14 anos.

Como já disse tantas vezes aqui, sou apaixonado pelo cinema nacional e vejo de tudo. Através do Canal Brasil, conheci filmes de todas as fases do cinema nacional, desde as chanchadas aos filmes de Mazzaropi (que não suportava e agora adoro), o cinema novo, o cinema marginal, as pornochanchadas, os filmes da retomada, os da Globo Filmes... num total de quase 500 filmes assistidos. 

Nos últimos anos, começou a exibir além de filmes, vários programas de entrevistas, clipes musicais e variedades para atrair um maior número de espectadores. Vida longa a ele!


domingo, 16 de setembro de 2012

35 ANOS SEM ELVIS PRESLEY



Há 35 anos (e um mês) morreu Elvis Presley, o rei do rock and roll, depois de muito sucesso, mais de 1 bilhão de discos vendidos e apenas 42 anos de idade.

Elvis Aron Presley nasceu em Tupelo (Mississipi) em 08/01/1935. Com 10 anos comprou seu primeiro violão e nove anos depois teve uma ideia inocente que acabou mudando sua vida: no aniversário de sua mãe, resolveu presenteá-la com a gravação de duas canções: My Hapiness e That’s when your heartaches begin. Sam Phillips, dono da Sun Records gostou de sua voz e o convidou para gravar com um grupo, mas foi Tom Parker (o Coronel) quem reconheceu seu talento e como seu empresário arrumou-lhe um contrato com a RCA.

Por causa de suas roupas justas e do jeito como mexia os quadris, ficou conhecido como Elvis, the pélvis. Em 1956 assinou contrato para participar de seu primeiro filme Ama-me com ternura, que ficou famoso por sua bela música tema Love me tender. No total estrelou 31 filmes, sendo os mais conhecidos O prisioneiro do rock (1957), Balada sangrenta (1958), Em cada sonho um amor (1962), Garotas! Garotas! Garotas! (1962), Loiras, morenas e ruivas (1963) O seresteiro de Acapulco (1963), Amor a toda velocidade (Vila Las Vegas) e Viva um pouquinho, ame um pouquinho (1968), mas a maioria deles é medíocre e apenas caça-níqueis, onde eram lançadas seus maiores sucessos. As histórias não tinham a menor importância ou sentido.


Abandonou a carreira por um tempo (1958 – 1960) para serviu o exército e nessa época conheceu sua futura mulher, Priscila (que mais tarde participaria da série Corra que a polícia vem aí), com quem teve uma filha, Lisa Marie, que ficou casada por pouco tempo com Michael Jackson.

Nessa época sua carreira já estava em decadência. Elvis consumia tranqüilizantes desde a juventude e passou a abusar de drogas – para dormir, acordar, emagrecer... Seu médico particular teria lhe receitado nos últimos meses de sua vida, 1790 doses de anfetamina, 4996 de sedativos e 2019 de narcóticos. Em 16/08/1977, após algumas temporadas em hospitais e prestes a iniciar uma turnê, Elvis morreu em Memphis, vítima de hipertensão cardíaca. Alguns anos depois, seu irmão adotivo revelou que ele teria se suicidado, mas a notícia não foi confirmada.

Adoro quase todas as músicas de Elvis, especialmente Can’t help falling in love, Don’t be cruel, Love me tender, Jailhouse rock, It’s now or never, In the ghetto, Suspicious minds, A little Less Conversation, Viva Las Vegas, Memories, Don’t cry daddy, Always on my mind e My Way. E você, qual a sua preferida?



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

CÉSIO 137: 25 ANOS


O acidente com o Césio 137, que teve início em 13 de setembro de 1987 em Goiânia, foi o maior acidente radiológico do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.

A curiosidade de dois catadores de lixo e a falta de informação fizeram com que eles vasculhassem os destroços do antigo Instituto Goiana de Radiologia (também conhecido como Santa Casa de Misericórdia) e encontraram um aparelho de radioterapia abandonado. Então recolheram essa máquina com a ajuda de um carrinho de mão e levaram para a casa de um deles.

O maior interesse deles era a venda do chumbo e do metal para  os ferros-velhos da cidade. Após retirarem as peças de seu interesse, venderam o que restou para Devair, o dono de um ferro-velho que desmontou a máquina e expôs 19,26 g de césio-137 (CsCi), um pó branco parecido com sal de cozinha que brilha no escuro.

Encantado com o brilho azul, resolveu expor a peça aos familiares, amigos e a vizinhança, que pensaram se tratar de algo sobrenatural. Alguns até levaram  amostras para a casa, o que fez com que a área de risco aumentasse consideravelmente.

Leide das Neves de 6 anos foi a primeira vítima do Césio 137
Após algumas horas, as vítimas apareceram com os primeiros sintomas, como vômitos, diarreia, náusea e tontura. Dias se passaram até que se descobrisse que se tratava de uma síndrome aguda de radiação quando em 29 de setembro a esposa do dono do ferro-velho levou parte da máquina à Vigilância Sanitária.

Detectada a radiação na rua Rua 57 e imediações, um físico acionou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A primeira medida foi separar todas as roupas das pessoas expostas e lavá-las com água e sabão para descontaminação externa e depois tomaram um quelante denominado "azul da Prússia" que faria com que eles eliminassem as partículas do césio pela urina e fezes, mas isso não evitou que várias pessoas morressem, como a menina Leide das Neves, seu pai Ivo, Devair, sua esposa Gabriela e dois funcionários do ferro-velho. Posteriormente várias outras pessoas que tiveram contato com o material também morreram.

A retirada de todo o material contaminado rendeu 6000 toneladas de lixo, que rendeu 1200 caixas, 2900 tambores e 14 contêineres que estão em um aterro na cidade de Abadia de Goiás, onde deve ficar por aproximadamente 180 anos. 

Em 1996, a justiça condenou por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), três sócios e funcionários do Instituto Goiano de Radiologia  a 3 anos e 2 meses de prisão. Pena que foi substituída por prestação de serviços.

Em 1990, o diretor Roberto Pires dirigiu o filme Césio 137 - O pesadelo de Goiânia, contando essa triste história. O elenco conta com Nelson Xavier, Joana Fomm, Paulo Gorgulho e Stepan Nercessian.







E para não esquecer:



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

FILMES SOBRE SETEMBRO


Quando se fala em Setembro, as pessoas lembram logo do início da primavera, das flores, da esperança, mas esse mês infelizmente ficou marcado também pela tragédia do World Trade Center, que completou "aniversário" ontem. A amiga Ligeia deu-me uma ótima ideia, de relembrar aqui os filmes que se passam em setembro. Vamos a eles. Quem se lembrar de outros, pode sugerir:


Setembro (1987) é um dos filmes menos conhecidos de Woody Allen, onde ele homenageia Ingmar Bergman. Muitos o criticam, mas eu gostei.


Quando setembro vier (1961), comédia romântica estrelada por Rock Hudson, Sandra Dee, Gina Lollobrigida e Bobby Darin.


Munique (2005), de Steven Spielberg, sobre os eventos que se seguiram em Munique, durante as Olimpíadas de 1972.


Segredos de estado (2006), protagonizado por Juliette Binoche. O título em inglês é A few days in september. 


Setembro negro (2006), um filme canadense estrelado por Jon Voight, sobre o massacre ocorrido na montanha Meadows em Utah, em 11 de setembro de 1857 (esse dia parece não ser muito auspicioso!)


As torres gêmeas (2006), dramatização dos ataques terroristas de 11 de setembro, estrelado por Nicolas Cage.



11 de setembro (2002) reúne onze curtas-metragens que abordam diversos aspectos dos ataques terroristas, feitos por diretores como Ken Loach e Claude Lelouch. 



Vôo United 93 (2005). Este vôo foi sequestrado por terroristas que pretendiam abatê-lo junto a algum símbolo americano, mas os passageiros resolvem se rebelar.

Para aumentar o número de doadores voluntários:


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

QUANTO DURA O AMOR?



Direção: Roberto Moreira. Elenco: Sílvia Lourenço, Danni Carlos, Paulo Vilhena, Maria Clara Spinelli, Gustavo Machado, Leilah Moreno, Maria Manoella e Ailton Graça. Drama, 83 min.

Depois de "Contra todos" (2003), o diretor Roberto Moreira volta um pouco mais brando, mas nem por isso mais otimista em relação à vida, ao amor e ao tempo que dura esse sentimento tão sonhado por todos.


São três histórias de amor:

* da atriz Marina (Sílvia Lourenço) que chega do interior para tentar uma vaga na peça "Tio Vanya" e durante um show, conhece a cantora Justine (vivida pela também cantora Danni Carlos) e logo se apaixonam, mas contam com uma pedra no sapato, o ex-namorado de Justine, Nuno (Paulo Vilhena), além do preconceito e das drogas.
* da advogada Suzana (Maria Clara Spinelli, muito parecida com a atriz americana Rene Russo de Máquina Mortífera)que se apaixona pelo também advogado Gil (Gustavo Machado, esse parecendo um Marcos Palmeira mais jovem), mas como ela guarda um segredo, isso pode colocar tudo a perder.
* do escritor Jay (Fábio Herford) que precisa desesperadamente de um amor e não tem muito discernimento para separar as coisas, primeiro pensa que está apaixonado por uma garota de programa, depois por outras mulheres, sem nunca se encontrar de verdade, e o fato de não ter muitos atrativos físicos não lhe ajuda nem um pouco. 




Achei bastante interesssante a história polêmica, o clima de felicidade/infelicidade que paira no ar durante quase todo o filme e a impossibilidade das coisas acontecerem como nós queremos. O elenco está muito bem, mas tive a impressão que Danni Carlos estava dublando as canções (todas americanas, aliás).



Só que o filme tem um problema: acaba de forma abrupta, sem resolver muito bem as histórias. De repente acaba. Tinha uma pessoa do meu lado na platéia que perguntou, meio decepcionado: "Acabou?". Não vou negar que também fiquei com essa sensação. Talvez o amor não dure muito tempo, como prega o próprio filme. Só que também não precisava acabar tão rápido.




sábado, 8 de setembro de 2012

MANHÃS DE SETEMBRO

"Manhã ensolarada", quadro de Tulio Dias

Setembro chegou e com ele suas manhãs ensolaradas, logo, logo o início da primavera e muita esperança, que afinal é o que nos move.

Fui eu quem se fechou no muro e se guardou la fora
Fui eu que num esforço se guardou na indiferença.
Fui eu que numa tarde se fez tarde de tristeza
Fui eu que consegui ficar e ir embora.

E fui esquecida
Fui eu
Fui eu que em noite fria se sentia bem
E na solidão sem ter ninguém fui eu
Fui eu que em primavera só não viu as flores
e o sol
Nas manhãs de setembro.

Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar o vizinho a cantar
Nas manhãs de setembro
Nas manhãs de setembro
Nas manhãs de setembro
Nas Manhãs... 




Para não esquecer:

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

MICHAEL CLARKE DUNCAN (1957 - 2012)


Morreu nesta segunda (03/09), o ator Michael Clarke Duncan, que ficou famoso ao viver um prisioneiro com poderes sobrenaturais de À espera de um milagre (1999).

No dia 13 de julho, Michael sofreu uma parada cardíaca e foi reanimado por sua noiva. Desde então permaneceu internado. Foi informado que o ator morreu "de repente", no momento em que sua noiva deixou o quarto em que ele estava internado.


Filmes mais conhecidos do ator: 
* Sexta-feira em apuros (1995)
* Politicamente incorreto (1998)
* Armageddon (1998)
* Os estragos de sábado à noite (1998)
* À beira da loucura (1999)
* À espera de um milagre (1999)
* Meu vizinho mafioso (2000)
* Spot - Um cão da pesada (2001)
* Como cães e gatos (2001)
* O planeta dos macacos (2001)
* O escorpião rei (2002)
* Demolidor - O homem sem medo (2003)
* George - O rei da floresta 2 (voz) (2003)
* Irmão Urso (voz) (2003)
* Deu zebra (voz) (2005)
* Sin city - A cidade do pecado (2005)
* A ilha (2005)
* Escola de idiotas (2006)
* Kung fu panda (voz) (2008)
* Cães e gatos 2 (2010)
* Lanterna verde (voz) (2011)




terça-feira, 4 de setembro de 2012

BODAS DE PAPEL



Direção: André Sturn. Com: Helena Ranaldi, Dario Grandenetti, Walmor Chagas, Cleyde Yáconis, Sérgio Mamberti, Antonio Petrin, Imara Reis e Angela Dip. 102 min.

No início do filme, Nina (Helena Ranaldi) fala sobre a serendipidade, situação em que coisas boas acontecem ao acaso sem você procurar. É o que acontece com ela, que vai para a cidade de Candeias reabrir um hotel e em certa noite, um arquiteto, Miguel (Dario Grandinetti de Fale com ela) à procura de estadia, bate à sua porta e o romance entre os dois começa. A serendipidade também foi tratada no filme americando "Escrito nas estrelas" com John Cusack e Kate Beckinsale.

O elenco de apoio é formado por grandes nomes da dramaturgia nacional, como Walmor Chagas (Luz del Fuego), Cleyde Yáconis (Veneno), Sérgio Mamberti (A menina do lado), Antonio Petrin (O beijo da mulher aranha) e Imara Reis (A flor do desejo) que dão uma grandeza ao filme.


A história é simples e vai transcorrendo de uma forma contemplativa e um pouco lenta, sem muitas novidades até um acontecimento que vai mudar tudo (melhor não revelar qual é). O título do filme é interessante, as bodas de papel são comemoradas quando se completa um ano de relacionamento, mas talvez entregue o segredo do filme, já que o espectador imagina que quando se completar essa data, algo vai acontecer.

Helena Ranaldi está bem como atriz e muito bonita. É uma das falas recorrentes de Miguel que pergunta a ela se ele já falou que ela é bonita e ela responde que naquele dia não. Dario Grandinetti fala bem o português com algum sotaque. No filme seu personagem é argentino.

Bodas de papel é um filme diferente que fala de coisas normais como o amor. No início você pode estranhar um pouco o ritmo e a falta de acontecimentos extraordinários, mas a vida é assim também e no final você vai acabar gostando.

De agora em diante, todas as postagens terão um pedido por doadores de medula óssea.