sábado, 31 de agosto de 2013

SÔNIA BRAGA: EU SOU O ESTOPIM


Sempre disse que sou apresentado às músicas que ainda não conheço e certo dia depois de ouvir a música “Caso você case” de Marília Barbosa na rádio Saudade FM, um amigo me disse que Marília também é atriz e perguntou se eu conhecia a música gravada por Sonia Braga: Eu sou o estopim. Nem sabia que ela um dia cantou, mas no início da carreira, ela participou do musical “Hair” em que aparecia nua. Essa música era tema da personagem de Sonia na novela “Saramandaia”, que tem o remake exibido atualmente pela Rede Globo.


Como sou grande fã de Sonia, baixei logo a música que tem a sua cara e ilustra o furacão erótico representado por ela nos anos 70 e 80 em: “Gabriela” (1975), “Dona Flor e seus e seus maridos” (1976), “A dama do lotação” (1978), “Dancin’ days” (1979) e “Eu te amo” (1980).



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

MÃOS VAZIAS



Elenco: Leila Diniz, José Kleber, Ana Maria Magalhães, Arduíno Colassanti, Irene Stefânia, Ana Maria Mirando, Manfredo Colassanti. 89 min.

MÃOS VAZIAS de Luiz Carlos Lacerda foi o último trabalho da diva Leila Diniz e o responsável indireto pela sua morte, já que ela morreu em um acidente de avião quando voltava ao Brasil, depois da divulgação do filme na Austrália. Foi um choque em todo o Brasil a notícia de sua morte, pois ela era muito querida por todos (ou quase todos), com exceção dos falsos moralistas que ficaram chocados com sua entrevista cheia de palavrões para o jornal O PASQUIM e a exibição de sua gravidez em plena praia, mostrando o barrigão para quem quisesse ver.


É um filme pesado e lento que fala de repressão, preconceitos e da impossibilidade de se viver a dois. A personagem de Leila vai morar com seu marido numa cidade do interior e passam a ter que aturar as fofoquinhas das pessoas que moram nas cidades pequenas, que destroem vidas, como um caso homossexual que estava acontecendo entre dois homens, um deles, inclusive casado.

Dois casais se encontram (Leila Diniz e José Kleber/ Ana Maria Magalhães e Arduíno Colassanti) e em conversas constantes colocam em cheque o casamento. O assassinato de um dos personagens funciona como a própria morte do matrimônio, que eles acreditam ser algo ultrapassado.

A narração de Leila Diniz perpassa todo o filme, que quase não tem falas e apresenta um colorido vibrante, pois foi restaurado pelo Canal Brasil. É baseado em obra do escritor Lúcio Cardoso (A casa assassinada) e dirigido por Luiz Carlos Lacerda, amigo pessoal de Leila, que depois dirigiria em 1987, uma cinebiografia sobre ela: "Leila Diniz" com Louise Cardoso.

Um filme imperdível, por seu valor histórico, mas sem dúvida, difícil e não indicado a todos os públicos. (6,0)






Doe Medula Óssea...
... porque as crianças não podem lutar sozinhas contra o câncer.

domingo, 25 de agosto de 2013

A VIDA DE PLÁSTICO


Quando cursava especialização em Cinema e Educação, planejamos um curta-metragem sobre o plástico e seu impacto na vida do brasileiro. A turma preferiu fazer um filme sobre D. Loló, uma poetisa de Anápolis e o filme A vida de plástica acabou não sendo realizado. Até lembrei-me do Dicionário de Filmes Brasileiros que separa por capítulos os filmes realizados, os não finalizados ou não realizados e os que aguardam lançamento. 

Resolvi publicar aqui o roteiro do filme. Quem sabe um dia eu ainda o realize...

CENA 1 – Cenas de objetos e utensílios feitos de plásticos em vários setores da economia

NARRADOR EM OFF:
A matéria-prima do plástico é o petróleo. Utilizado em quase todos os setores da economia, tais como: construção civil, agrícola, de calçados, móveis, alimentos, têxtil, lazer, telecomunicações, eletrodomésticos, automóveis e distribuição de energia.


CENA 2 – Loja de bebês   (int/ dia)

Cenas de bebês com fraldas descartáveis são exibidas enquanto se ouve a voz do narrador em off:

NARRADOR
As fraldas descartáveis foram introduzidas no mercado americano em 1961. Só eles consomem anualmente 18 bilhões de unidades, enquanto os brasileiros consomem 400 milhões no mesmo período. É utilizada em sua fabricação a polpa de madeira. Uma árvore de porte médio precisa ser derrubada para que se produza entre 500 e 1000 fraldas descartáveis. Por ano são derrubadas 1 bilhão de árvores para este fim.

Entrevistar uma mãe que esteja comprando fralda descartável

ENTREVISTADOR
Você sempre compra fralda descartável para o seu filho?

Tem o costume de usar a fralda de tecido, mesmo que de vez em quando?

Sabe quanto tempo uma fralda descartável demora para se decompor?

De 400 a 500 anos, enquanto uma fralda de tecido se decompõe em um ano.

Você usaria uma fralda dessas?

NARRADOR EM OFF
Apenas 30% das famílias brasileiras utilizam fralda descartável. Mesmo assim, 17 milhões de fraldas são despejadas por dia nos aterros sanitários, poluindo assim o ambiente e contaminando as águas do subsolo. Uma criança usa pelo menos 5 mil unidades até os dois anos.

Entrevistar uma pessoa que usa fraldas de tecido em seu filho

ENTREVISTADOR
Seu filho tem alergias ou assaduras com frequência?

Você gasta muita água para lavar as fraldas?

Em sua opinião, o que é mais prejudicial ao meio ambiente, as fraldas descartáveis ou as de tecido?

 
CENA 3 – SUPERMERCADO

São exibidas cenas de um supermercado lotado. A câmera passeia pelas prateleiras mostrando a quantidade de rótulos de plásticos e os clientes saindo abarrotados de sacolas plásticas.

NARRADOR EM OFF
A sacola plástica é utilizada para transportar pequenas quantidades de mercadorias. Foram introduzidas no mercado em 1970 e se tornaram muito populares, especialmente devido a sua distribuição gratuita nos supermercados e lojas. Anualmente circulam no mundo de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas.

Entrevistar alguém que está carregando uma sacola plástica

ENTREVISTADOR
O que você faz com a sacola depois que chega em casa?

Já pensou em trazer uma sacola de pano de casa ou exigir uma sacola retornável no supermercado?

As sacolas plásticas que você utiliza rasgam com muita frequencia?

Alguma vez suas compras já caíram no chão?

NARRADOR EM OFF
Menos de 1% dos sacos plásticos é reciclado.
É mais caro reciclar do que produzir um saco novo.
Alguns países já proibiram os sacos plásticos, como: China, Bangladesh, Canadá, Índia e Singapura.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CINEBRASILTV: HÁ 9 ANOS NO AR



Todo mundo conhece o Canal Brasil que é da Globosat e está presente em quase todas as operadoras, mas poucos conhecem o Cinebrasiltv, um canal de produção independente que está no ar desde 2004, mas que não estava disponível nas grandes operadoras e nem tinha o aval da Globo.

Em julho de 2004 eu era assinante da Revista de cinema e numa de suas páginas vi a propaganda do canal e fiquei muito curioso. Escrevi uma carta para eles e acabei me tornado amigo da diretora do canal, Tereza Trautman, realizadora dos filmes Os homens que eu tive (1973) e Sonhos de menina moça (1987). Em 2005, ela ministrou uma palestra no Festcine (Festival de Cinema de Goiânia) sobre a produção independente, que eu tive o prazer de assistir e conversar com ela. Uma pessoa adorável! A carta que eu escrevi, aliás ficou disponível no site por vários anos.

Ênio Gonçalves e Luiz Fernando Ianelli em O menino e o vento

No canal assisti a dezenas de filme, como os do cineasta Carlos Hugo Christensen (O menino e o vento, Viagem aos seios de Duília, Amor para três, A intrusa, Meus amores no Rio, Crônica da cidade amada, Anjos e demônios, Uma pantera em minha cama, A mulher do desejo, Enígma para demônios, A morte transparente)

Em certa época, o canal passou por maus bocados e correu o risco de fechar devido à diminuição do número de assinantes, mas nunca desistiu. Ficou por muitos anos exibindo os mesmos filmes, sem estréias, mas eu sempre tive esperanças que isso um dia iria mudar.

E acabou mudando. Com a nova lei da tv paga, todas as operadoras se viram “obrigadas” a incluir em seus line-ups, canais de produção nacional e o Cinebrasiltv está entre eles. Até a Sky (que sempre foi entusiasta do Canal Brasil) passou a contar com o canal desde o início desse ano. Agora já são mais de 6 milhões de assinantes e com o aumento desse número, a programação também melhorou.

Fiquei um tempo sem sintonizar o canal e levei um susto quando vi que a imagem tinha melhorado substancialmente, bem como o som e a programação, além da pontualidade britânica para o início dos programas e o site atrativo.

Cena do média-metragem Depois da chuva


Desde esse dia já vi os filmes Lua Cambará – Nas escadarias do palácio, De mãos dadas, Dias amargos e estou  no aguardo da exibição de Depois da chuva, A terceira morte de Joaquim Bolívar, A saga do guerreiro alumioso...


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

UM POUCO DE ATENÇÃO

Gilberto Carlos



Carla tinha 15 anos, era uma adolescente como outra qualquer, com todos os seus hormônios borbulhando de vontade de namorar e aproveitar a vida.

Seu pai, Inácio, não concordava com todo esse assanhamento e achava que a filha ainda era uma menina.

Todas as noites era o mesmo drama. Ela querendo sair com os amigos e seu pai não deixando nunca.

_ E aí, velho, vai dá pra me liberar pra eu sair com a galera, essa noite?
_ Que palavreado é esse Carla? Não está mais freqüentando a escola?
_ Tô, mas acho aquilo uma chatura. Eu sei mais que todos os professores juntos.
_ Quem te disse isso?
_ A galera.
_ Quem é galera?
_ Uns colegas da escola.
_ Eles disseram que você é inteligente pra te comprar. Pra atrair você pra gang deles.
_ Me respeita, velho. Nós não temos uma gang não. Só queremos aproveitar a vida.
_ Não me chame de velho! Cadê o respeito? A galera pegou emprestado?
_ Por que você não quer encarar a realidade? Seu espelho quebrou? A idade chega pra todo mundo, querendo você ou não.
_ Eu posso não ser mais um rapazinho, mas não precisa ficar me jogando isso na cara o tempo todo.
_ Desculpa aí, foi mal.
_ Não ainda pedir desculpas. O arrependimento tem que vir do fundo do coração e acho que esse não é o seu caso.
_ Tá querendo insinuar que eu não gosto de você?
_ Eu tenho minhas dúvidas.
_ Já sou uma moça e tenho que largar a barra de sua calça. Não posso ficar debaixo de suas asas o tempo todo. O mundo é uma selva, a gente tem que estar preparado pra tudo. Você não vai viver para sempre.


_ Porque você não me chama de senhor, como todo filho respeitador?
_ Senhor tá lá no céu. Ninguém aqui embaixo merece ser chamado assim.
O silêncio pairou na sala por alguns segundos.
_ E aí, vai me liberar? - perguntou ela.
_ Você fala como se fosse uma prisioneira.
_ Não sou, mas me sinto como tal, numa prisão de luxo, feito aquelas dos políticos.
_ Eu não quero que você fique presa aqui, mas também não quero que você saia com aquela turma barra pesada.
_ Nenhum deles é barra pesada.
_ Ah, não? Então porque usam aquelas roupas e tem tantas tatuagens espalhadas pelo corpo?
_ Aquilo é um estilo devida.
_ Um estilo meio alternativo pro meu gosto.
_ Você está sendo preconceituoso, fazendo um julgamento precipitado sem antes conhecê-los melhor.
_ Não conheço e nem faço questão de conhecer.
_ Viu, por isso que é difícil conversar com você, que não cede um triz. Não procura me compreender.
_ Então empatamos. Você também não procura entender as razões de eu te querer sempre perto de mim.
_ Eu sei essas razões. Depois que mamãe morreu naquele maldito acidente, você está sobrecarregado com essas funções de pai e mãe.
_ Você não faria o mesmo? Quero apenas ter proteger, pois eu tenho muito medo de te perder.
_ Você não vai me perder. A mamãe morreu, mas eu ainda estou viva e como vivente eu necessito ver as coisas, conhecer lugares, eu preciso ser feliz.
_ Filha, você vai fazer tudo isso, mas não precisa tanta pressa. O mundo não vai acabar amanhã.
_ Quem te garante?
_ Então o problema é esse? Você tem medo de morrer sem ter aproveitado o máximo que podia.
Os olhos de Carla encheram-se de lágrimas.
_ E não foi isso que aconteceu com a mamãe?
_ Me abraça, filha. Sei que nessa idade vocês precisam muito de atenção.
_ Mais do que qualquer outra coisa.
_ Aquilo que aconteceu com a sua mãe foi uma fatalidade. Não vai acontecer com você. Não precisa ir com tanta sede ao pote. Você tem a vida inteira pela frente.
_ O tempo passa depressa. Quando menos se espera já não há mais tempo... pra nada.
_ Eu já estou do meio pro fim, como dizia minha avó, porém você tem todo o tempo do mundo. Pode errar e tentar de novo, quantas vezes for necessário.
Carla abaixou a cabeça e ficou calada.
_ Ainda quer sair?
_ Hoje, acho que não. Vou pensar um pouco na minha vida.
_ Ta parecendo uma velha, falando desse jeito. Você vai sair sim, mas comigo. Vamos ao cinema, há um filme brasileiro ótimo sendo exibido.
_ Você compra pipoca pra mim?
_ É claro.



  

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

MADONNA: 55 ANOS


Madonna completa hoje 55 anos de muitas loucuras, mas principalmente de muito sucesso. Já foi casada com o ator Sean Penn (que a agredia) e depois com o diretor Guy Ritchie que a dirigiu no muito criticado (mas que eu adoro) “Destino Insólito”. Também namorou o modelo brasileiro Jesus Luz.

Nasceu Madonna Louise Veronica Ciccone, em Bay City, no dia 16 de agosto de 1958. Foi conclamada como A Rainha do Pop e apelidada de Material Girl, depois do sucesso de sua música homônima. Com mais de 300 milhões de álbuns e singles vendidos, Madonna é a cantora que mais vendeu álbuns e singles na história da música mundial. Ela é também a segunda cantora mais vendida dos Estados Unidos, com 64 milhões vendidos, perdendo apenas para Barbra Streisand.


Iniciou a carreira como cantora de grande sucesso. São vários os seus hits: Holiday, Like a Virgin, Papa Don't Preach, Like a Prayer, Vogue, Frozen, Don’t cry for me Argentina, American Pie, Music, Hung Up, 4 Minutes e dezenas de outros. Tenho dúvida de qual música dela que mais gosto. Talvez goste de todas.

Com o sucesso como cantora vieram as propostas para atuar como atriz, que ela atendeu prontamente, mas nunca foi considerada uma grande atriz e participou de alguns fiascos. Estreou no cinema em 1980, no drama erótico “Um certo sacrifício” e assinando como Madonna Ciccone. Em seguida um de seus melhores filmes “Procura-se Susan desesperadamente” ao lado de Rosanna Arquette que foi reprisado centenas de vezes na Sessão da Tarde e fez com que eu me tornasse seu fã. “Surpresa em Changai” também foi fracasso, mas o escrachado “Quem é essa garota?” também é muito querido do público.

Em 1990 participou da adaptação dos quadrinhos “Dick Tracy” de Warren Beatty e no ano seguinte o único Woody Allen de sua carreira (que aliás é um dos filmes menos conhecidos do diretor) “Neblina e Sombras”.


Já o SBT exibia no Cinema em Casa a comédia “Uma equipe muito especial” que ainda tinha no elenco Tom Hanks e Geena Davis. Gosto muito do suspense erótico “Corpo em evidência”, mas este também foi malhado pela crítica. Fez também participações especiais em “Sem Fôlego” (de Paul Auster e Wayne Wang), “Garota 6” (de Spike Lee), e “Grande Hotel”, antes de estrelar o musical “Evita” de Alan Parker ao lado de Antonio Banderas e os também malfadados “Sobrou pra você” e “Destino Insólito” que foram suas últimas participações como protagonista. Em seguida fez um pequeno papel em “007 – Um novo dia para morrer” e dublou uma personagem em “Arthur e os Minimoys”. Nem preciso dizer que adoro todos os filmes, mesmo os mais criticados.


Em 2008 estreou como diretora em “Sábios e sujos” e em 2011 completou “W.E.”. Vida longa à rainha do pop, seja como cantora, atriz, produtora ou diretora.



terça-feira, 13 de agosto de 2013

ANTES DO PÔR DO SOL


Sempre ando de bicicleta na hora do pôr do sol e não resisto em tirar algumas fotos, pois acho a cena muito bonita. Acho que sou um fotógrafo frustrado...















E além disso...

domingo, 11 de agosto de 2013

A "ERA" EMBRAFILME

Othon Bastos e Isabel Ribeiro em São Bernardo

A história da Embrafilme (Empresa Brasileira de filmes S/A) pode ser divida em três fases distintas:

A primeira fase vai de 1969, quando foi fundada até 1994. entre 1970 – 1973 a empresa de economia mista (sendo a União seu acionista majoritário) produziu 83 filmes de longa metragem. Os maiores sucesso dessa fase foram “São Bernardo”, “Toda nudez será castigada”, Iracema – Uma transa amazônica, O amuleto de Ogum e Lição de amor.

Betty Faria e Fábio Jr. em Bye Bye Brasil

A segunda fase vai de 1974 a 1985, com início sob a direção do cineasta Roberto Farias. O primeiro filmes comercializado nessa fase foi “Sagarana – O duelo de Paulo Thiago (baseado na obra de Graciliano Ramos), mas o maior sucesso (não só desse período, mas de toda a história do cinema brasileiro), foi “Dona Flor e seus dois maridos” (1976) com quase 11 milhões de espectadores. Em seguida vieram “Tudo bem” (1978), “Bye bye Brasil” (1979), “Pixote – A lei do mais fraco” (1980). Em 1980 foi produzido o maior fracasso da empresa, o insuportável “A idade da Terra” de Glauber Rocha que custou 1 milhão de dólares e não rendeu quase nada. Em seguida  vieram os sucessos (inclusive no exterior) de Eles não usam black-tie (1981), Inocência (1983), Memórias do cárcere (1984), A hora da estrela (1985).


A última fase vai de 1986 a 1991 e é marcada pelo esvaziamento político e econômico, apesar dos sucessos significantes de “A marvada carne” (1986), Cidade oculta (1986), Anjos da noite (1987), Sonho de verão (1990) e Lua de cristal (1990).

Em 1º de janeiro de 1990, Fernando Collor de Mello assume a presidência e resolve acabar com a Embrafilme, pois achava que ela era inútil e só servia para gastar o dinheiro público. Essa atitude impensada quase “matou” o cinema brasileiro. Alguns dizem que ele faz isso devido a uma figuração em um filme do cinema novo, o qual ele não gostou, mas essa lenda nunca foi provada e provavelmente é falsa. A empresa agonizou até 1992, quando finalmente acabou.


Muitos criticam a empresa de favorecimentos políticos e de nepotismo com o financiamento de certos filmes e outros não, mas apesar disso, manteve vivo o cinema brasileiro por mais de duas décadas. Teve o ponto negativo de ter acostumado mal alguns cineastas e produtores que como não tinham que devolver o dinheiro investido em seus filmes, não se preocupavam em conquistar o público e produziam filmes para eles mesmos que se tornavam fracassos de bilheteria.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

FESTIVAL DO MINUTO: EM BRIGA DE MARIDO E MULHER SE METE A COLHER



O Festival do Minuto, hoje permanente e online, criado por Marcelo Masagão, em 1991, oferece a algumas empresas o MinutoAd, um modelo diferenciado de investimento. A empresa ou instituição patrocinadora do concurso propõe o desafio de se criar um vídeo, de até 60 segundos, sobre uma ideia ligada a marca da empresa ou instituição. As melhores ideias e contribuições receberão prêmios em dinheiro ou, por vezes, em produtos e serviços.

Foi com esse intuito que Instituto Avon, responsável pelo investi- mento social da Avon e que em 2013 completa dez anos, resolveu lançar o tema Em Briga de Marido e Mulher se Mete a Colher para encorajar e estimular tanto a denúncia quanto a não aceitação da violência. 



A violência doméstica não escolhe lugar. Ela é parte da vida de mulheres com ou sem estudo, com mais ou menos dinheiro, que trabalham fora ou só dentro de casa. Geralmente é invisível e, quando fica evidente, a maioria das pessoas prefere não ver e não se meter. Por que ficamos todos em silêncio? Bater, xingar a mulher, obrigá-la a fazer sexo sem vontade -- tudo isso é violência. E o curioso é que, sem se dar conta, a própria sociedade constrói a cultura da violência contra essa mulher com atos, gestos, discursos, atitudes, educação.

O concurso visa colocar em pauta a causa da violência doméstica e suas formas de prevenção. Uma das raízes desse projeto é que a violência doméstica vem dos valores de diferenciação dos homens e das mulheres, arraigados na sociedade.


Faça um vídeo de até 1 minuto sobre o tema:

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER SE METE A COLHER

As inscrições vão até dia 15 de setembro.


PREMIAÇÃO MELHOR VÍDEO


1º colocado: R$ 5.000,00
2º colocado: R$ 3.000,00

Voto popular: R$ 2.000,00

Fonte:





segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CABRA MARCADO PARA MORRER



Direção:Eduardo Coutinho. Com: Elizabeth Teixeira. Documentário. 119 min.



Em 1964, o movimento latifundiário estava dando os primeiros passos no Brasil, quando o diretor Eduardo Coutinho (Jogo de cena) decidiu contar a história de Elizabeth Teixeira, viúva do camponês João Pedro Teixeira que foi assassinado por dois policiais da ordem dos latifundiários do nordeste em 1962.



Os personagens seriam interpretados pelos próprios camponeses, incluindo Elizabeth, seus 11 filhos e João Mariano que interpretava João Pedro. Em 31 de março de 1964, depois de 35 dias de filmagem em Sapé (PB), local em que os fatos ocorreram, a produção teve que ser interrompida, com apenas 40% do roteiro filmado devido ao golpe militar de 64. Parte do material foi recolhido, só sobrando oito fotografias de cena e o que já tinha sido enviado para revelação.

Dezessete anos depois, em 1981, com a abertura política, Coutinho resolveu retomar as filmagens e sair em busca de Elizabeth e de seus filhos numa verdadeira odisseia.

Elizabeth fugiu da Paraíba para São Rafael no Rio Grande do Norte, com medo de ser também assassinada, passou a ser conhecida como Marta e deixou seus filhos com seu pai e seus irmãos, alguns bem pequenos. É lá que Coutinho reencontra Elizabeth e exibe as cenas filmadas em 64 para o povo que assiste emocionado e relembra aquele tempo de sofrimento.


Manchetes de jornal da época são intercaladas com os depoimentos de Elizabeth sobre sua família e o assassinato do marido. Um a um os personagens vão aparecendo e revelando o que fizeram nos quase vinte anos que separam o início da produção com 1981.

Elizabeth é humilde e comunicativa e é fácil se solidarizar com sua luta e seu sofrimento, a dor da perda do marido e a separação dos filhos. A quem não conhece a história, o título "Cabra marcado para morrer" passa a impressão de ser um simples filme de cangaceiros, como tantos que foram feitos nos anos 50 e 60, mas é um filme que se assiste com grande interesse e revolta por essa fase nebulosa pela qual passou o Brasil, chamada ditadura militar. É a História do Brasil na veia, mesmo que em alguns momentos não seja tão agradável acompanhar ou relembrar.

Se tivesse sido concluído em 1964 como ficção, como era o plano de Coutinho, talvez não tivesse sido um registro cinematográfico tão importante quanto se vê neste documentário de quase duas horas de duração, mas que em nenhum momento é chato ou cansativo. Imprescindível!


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ROCK HUDSON



Nenhum dos grandes astros de Hollywood provocou tamanha comoção com sua morte (acontecida em 02/10/1985, vítima de AIDS) quanto Rock Hudson, parte dessa comoção por ele ter sido o primeiro astro a assumir a doença e também sua homossexualidade, poucos dias antes de falecer. Era o ator mais popular da Universal, mas o boato de que era gay ameaçava seu sucesso, então seu agente casou-o com sua secretária Phyllis Gates em 1955. O casamento durou três anos, quando Phyllis pediu o divórcio por incompatibilidade de gênios.


Rock nasceu Roy Harold Scherer Jr. em Chicado, Illinois em 17/11/1925, adotando em seguida o sobrenome do padrasto, Fitzgerald. Depois do início no teatro, seu agente lhe conseguiu um contrato de sete anos e trocou seu nome para Rock (a solidez dos rechedos) Hudson (a força do Rio Hudson).

Foi parceiro de Doris Day em três comédias maliciosas: “Confidências à meia-noite” (1959), “Volta meu amor” (1961) e “Não me mandem flores” (1964). Ainda foi galã de Gina Lollobrigida, Claudia Cardinalle, Leslie Caron, Julie Andrews, Elizabeth Taylor e Mia Farrow. Sua última aparição foi no seriado “Dinastia” (1985).

Doe Medula Óssea: