domingo, 27 de janeiro de 2013

ERA UMA VEZ A CHANCHADA

Grande Otelo e Oscarito em De pernas pro ar


A chanchada foi um gênero cinematográfico de grande aceitação popular que dominou o cinema brasileiro nos anos 30, 40 e principalmente 50. enfrentava os filmes americanos que faziam muito sucesso desde aquela época.

Foi muito criticada, pois se achava que ela não tinha nada a dizer e isso vem da origem do nome cianciata, que significa um discurso sem sentido, uma coisa vulgar, um argumento falso. Em espanhol chanchada significa “porcaria”, mas isso não era verdade, sempre havia algo por trás daquelas histórias ingênuas e algo maliciosas.

No início, serviam para divulgar as marchinhas carnavalescas e vários filmes traziam a palavra carnaval no próprio nome, como “Alô, alô, carnaval” (35), “Carnaval no fogo (49), Carnaval Atlântida (53) e Carnaval em Marte (55). Com o decorrer do tempo, as histórias ficaram mais complexas com a introdução de novas situações dramáticas, abandonando um pouco seu lado teatral e radiofônico.


Cena de Aviso aos Navegantes

A maior produtora de chanchada foi a Atlântida, fundada em 1941 pelos irmãos José Carlos Burle e Paulo Burle que produziu sucessos como “Não adianta chorar”, “Esse mundo é um pandeiro”, “E o mundo se diverte”, “Carnaval no fogo”, “Aviso aos navegantes”, “Nem Sansão nem Dalila”, “Matar ou correr” e “O homem do Sputinik”. Em 1962, com o começo da derrocada do gênero, a empresa fechou as portas, só realizando em seguida algumas co-produções. Em 1975, Carlos Manga, um dos astros do gênero, dirigiu um documentário sobre o estúdio: Assim era a Atlântida.


José Lewgoy

Foram vários os astros e estrelas daquele período, com destaque, como Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Eliane, Anselmo Duarte, José Lewgoy, Zezé Macedo, Cyll Farney e Fada Santoro.

As produções eram baratas e tinham retorno garantido de público que lotava os cinemas, mas no começo da década de 60, a fórmula já estava desgastada e o gênero começava a dar seus últimos suspiros, depois de quase três décadas de sucesso.

Em 1989, o escritor Sérgio Augusto lançou pela Companhia das Letras, o livro “O mundo é um pandeiro” que conta a história do gênero e é uma das fontes mais consultadas quando se fala em chanchada.


No início também tinha um pouco de preconceito, mas isso passou e agora adoro as chanchadas. Acho que é impossível gostar de cinema brasileiro e ignorar algum gênero específico. Se ainda não conhece (o que é bem improvável), passe a conhecer também.

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6 comentários:

  1. Dos atores que citou um que marcou bastante minha infância foi Grande Otelo...ele era mesmo uma figura, muito talentoso. Um abraço!

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  2. Engano, as novelas da globo é uma chanchada só.
    observe.
    Beijos!!

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  3. Confesso que como fã de cinema brasileiro, tenho pouco conhecimento das chanchadas. Sempre as produções clássicas da Vera Cruz e o Cinema Novo adiante me atrairam mais, mas pretendo um dia incorrer por essas produções.

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  4. Vi várias chanchadas com Oscarito no ano passado, e até o trama "A Dupla do Barulho". Gostei demais de "Nem Sansão, nem Dalila".
    Abraços!

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  5. Amo esse período. Aviso aos Navegantes é mágico......inesquecível.

    Bela homenagem.

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  6. Parabéns pelo ótimo post Gilberto! Esse assunto realmente é muito interessante e pouco abordado atualmente! Gosto muito das chanchadas nacionais! O primeiro que assisti foi DEPOIS EU CONTO com Dercy Gonçalves. Hoje possuo alguns títulos, porém bem menos do que eu gostaria já que os mesmos são muito difíceis de encontrar!

    Grande Abraço!

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