sábado, 30 de junho de 2012

FILMES ASSISTIDOS EM JUNHO


Scarlett Johansson e Hugh Jackman em Scoop - O grande furo

1.     A noite das fêmeas – Ensaio Geral **
2.     Sedução ou Qualquer coisa a respeito do amor ****
3.     Gaiola da morte **
4.     Não se pode viver sem amor *** ½
5.     As doze estrelas **
6.     Viúva rica, solteira não fica ***
7.     Estamira **
8.     Melinda e Melinda **
9.     Os Muppets ***
10.   A cor do dinheiro ***
11.   Amanhã nunca mais ***
12.   De repente, Califórnia ***
13.   Impulsividade ***
14.   Scoop – O grande furo ***
15.   Promiscuidade – Os pivetes de Kátia **
16.   Era uma vez no Oeste ****
17.   Proezas de Satanás na Vila de Leva e Traz *
18.   Broadway Danny Rose **
19.   História do mundo – Parte 1 **
20.   Amores expressos ***
21.   E aí... comeu? ***
22.   Garapa **
23.   A lula e a baleia ***
24.   Não sei como ela consegue *** ½
25.   Guerra é guerra ***
26.   Adivinhe quem vem para jantar ****
27.   A família da noiva ** 1/2


Claudia Cardinale em Era uma vez no Oeste

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DOE MEDULA ÓSSEA



Sei que o Gilberto Cinema não é um blog sobre saúde, mas esse é um assunto que gosto muito e sempre procuro falar sobre ele aqui. O filósofo Arthur Schopenhauer (1788 - 1860) já dizia que 9/10 de nossa felicidade depende de nossa saúde. Com ela tudo se torna fonte de deleite, mas sem ela nenhum bem exterior é fruível (nem mesmo o cinema completo eu).

O assunto escolhido para hoje é a doação de medula óssea que muitos desconhecem como é feito o procedimento e pensam que pode ser arriscado para sua saúde, pois confundem medula óssea com medula espinhal e acham que a medula será extraída de sua coluna vertebral e que isso pode impossibilitá-las depois. O que não é verdade.

A medula espinhal é formada de tecido nervoso que ocupa o espaço dentro da coluna vertebral e tem a função de transmitir os impulsos nervosos a partir do cérebro para todo o corpo. Já a medula óssea é um tecido líquido gelatinoso que ocupa o interior de todos os nossos ossos e é mais conhecida como tutano. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.


Para se tornar doar de medula óssea basta ter entre 18 e 55 anos de idade e estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante. Para se cadastrar como doador voluntário, basta se cadastrar nos hemocentros. Depois de feito o cadastro do doador, é retirada uma pequena quantidade de sangue (5 ml). O sangue será tipificado por exame de histocompatibilidade (HLA), que é um teste de laboratório para identificar as características genéticas que podem influenciar no transplante. O tipo de HLA será incluído num cadastro. Os dados serão cruzados com os dos pacientes que precisam de transplante de medula óssea constantemente. Se for detectada a compatibilidade, o doador será consultado para confirmar se deseja realizar a doação.

A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, dura em média duas horas e requer internação por um mínimo de 24 horas. São realizadas múltiplas punções com agulhas nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Nos três primeiros dias pode haver certo desconforto no local das punções de leve a moderado, mas isso pode ser amenizado com analgésicos.

E esse simples ato de amor, pode salvar vidas. Em 2000 existiam apenas 12 mil inscritos no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e apenas 10% dos doadores eram brasileiros. Agora há 1,6 milhão de doadores e esse percentual subiu para 70%. O Brasil tornou-se o 3º maior banco do mundo, ficando atrás apenas dos registros dos Estados Unidos (5 milhões) e Alemanha (3 milhões). Esse aumento substancial se deveu aos investimentos e campanhas de sensibilização do Ministério da Saúde junto a população e também à televisão.


Carolina Dieckmann em Laços de Família

Em 2000 foi ao ar a novela Laços de família de Manoel Carlos e como a personagem de Carolina Dieckmann tinha leucemia e precisava de um transplante de medula óssea, o público passou a conhecer mais sobre o procedimento e se cadastrar como doador. Posteriormente outros casos de famosos também sensibilizaram a população, como o da atriz Drica Moraes que teve leucemia e o de Reinaldo Gianecchini que teve Linfoma Não-Hodking e fez um auto-transplante.

O transplante é um tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia mielóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia linfóide aguda e linfoma Hodking e linforma não-Hodking, anemia aplástica grave, mielodisplasia, mieloma múltiplo, adrenoleucodistrofia, doença de Krabbe e em alguns casos de Esclerose múltipla e várias outras doenças consideradas raras.

 Se esse post influenciar uma pessoa a se tornar doador de medula óssea já foi útil, mas tomara que sirva para influenciar a muitos e que todas as pessoas que precisam de transplante encontrem um doador compatível.






sábado, 23 de junho de 2012

RUÍDOS DA FÉ




Tradição: é a transmissão de práticas ou de valores espirituais de geração em geração, o conjunto das crenças de um povo, algo que é seguido conservadoramente e com respeito através das gerações.



É a tradição e a fé que movem os carreiros da cidade de Damolândia (aliás, a minha cidade) que partem hoje de carro de boi rumo a cidade de Trindade (GO), percorrendo mais de 70 km para louvar ao Divino Pai Eterno. Eles fazem isso há décadas e essa tradição vem sendo passada de pai para filho. 

Nesses tempos modernos em que quase ninguém anda mais a pé e os carros e motos dominam as ruas, parece uma coisa ultrapassada fazer o percurso entre uma cidade e outra de carro de boi. Mas não é isso que pensam os dezenas de carreiros que fazem isso com grande prazer e anseiam o ano todo pela chegada dessa data. Confesso que nunca tive coragem de ir com eles, não sei se aguentaria. Vou à festa apenas no último dia (nesse ano vai ser em 01/07).

O cineasta goiano Angelo Lima dirigiu um curta documental sobre essa tradição damolandense. Acompanhem:




quinta-feira, 21 de junho de 2012

GILBERTO CINEMA: 3 ANOS!


O Ursinho Pooh vem trazer o bolo para a festa...


O Blog Gilberto Cinema está completando hoje 03 anos de existência. Não me lembro exatamente porque tive a ideia de criar um blog, talvez incentivado por uma amiga da pós-graduação que tinha um e me disse que era muito boa a experiência, apesar de dar um trabalho imenso. Juntou-se a isso o meu amor pelo cinema e a vontade de ser crítico de cinema.

Não vou negar que ter um blog dá mesmo muito trabalho. É como um filho que nos cobra atenção constante. Há a necessidade de alimentá-lo permanentemente com novas postagens, buscando pautas que possam ser interessantes para o leitor e comentando nos blogs dos amigos para que eles possam retribuir a visita e o comentário.

O crescimento dos visitantes foi vertiginoso. No aniversário de um ano, o blog estava com 16.000 visitas. Quando completou dois, tinha mais de 164.000 e hoje quando completa três anos, está com mais de 575.000! Um blogueiro famoso me disse que os números não são importantes, mas eu acredito que são, pois são eles que determinam se algo está fazendo sucesso ou não, seja ele um blog, um filme em cartaz nos cinemas ou um programa de televisão.

Na oportunidade gostaria de agradecer aos amigos mais freqüentes, como Bia Hain, Ligeia, Léo do Bússola do Terror, Antonio Nahud, Hugo, Jurandir (Faroeste), Paulo Nery, Janice Adja, Jefferson C. Vendrame, Maxwell Soares, J. Bruno, Suzane Weck, Marcelo C. M., Lê, M., Celo Silva, Renato Cinema, Alan Raspante, Felipe Rocha, Curiosidades, Mateus Leite... Obrigado a vocês. Continuem por aqui. Agradeço também àqueles que visitam, mas não comenta (porque?) e aos outros que encontram o Gilberto Cinema pelo google, os sites de referência ou outros mecanismos de pesquisa.

E vamos rumo ao 4º ano. 

... mas não vai sobrar nada desse bolo

terça-feira, 19 de junho de 2012

JOHNNY VAI À GUERRA



“Existe alguém que está contando com você
Pra lutar em seu lugar
Já que nessa guerra não é ele que vai morrer.”
                                      (Renato Russo)

Direção: Dalton Trumbo. Com: Timothy Bottons, Donald Sutherland e Jason Robards. 106 min.

Johnny vai à guerra foi o único filme dirigido por Dalton Trumbo, que foi perseguido pelo MacCarthismo e fez roteiros para vários filmes com pseudônimo. Este também tem roteiro seu a partir de um romance de sua autoria. Joe (Timothy Bottons) tem uma namorada, com quem tem a primeira noite de amor antes de ser enviado à 1ª guerra mundial. Já no front é ferido em uma explosão e tem que ser internado em um hospital militar, quando se dá conta que a explosão fez com que ele perdesse os braços, as pernas e o rosto (boca, nariz, olhos, ouvidos), não pode ouvir, não pode falar, escrever ou gesticular e mesmo assim quer e precisa se comunicar com os outros, pois seu cérebro continua funcionando perfeitamente, apesar dos médicos duvidarem. Mas como se comunicar?


As cenas no quarto do hospital são em preto e branco, para dar um ar mais desolador e sem esperanças, já as lembranças e delírios (sonhos) são coloridas. Joe relembra o amor por sua namorada, sua mãe, os amigos, um passeio com o pai e a estima que este tinha por uma vara de pescar e pela guerra, pois achava que morrer pela pátria era enobrecedor para qualquer pessoa, o que talvez tenha influenciado o filho a lutar na guerra.

Johnny vai à guerra é um filme difícil e triste, pelo tema e também pela falta de perspectivas, pois o espectador desde o início tem a impressão de que aquela história não vai terminar bem, mas não como negar sua originalidade na forma como Trumbo escolheu para denunciar o absurdo de todas as guerras e a falta de sentido em se lutar com outras pessoas sem nem saber o porque. Os soldados morrem ou ficam deformados enquanto a “pátria” e os políticos enriquecem. Um letreiro ao final mostra que desde 1914 (até 1971) já morreram 80 milhões de pessoas nas guerras, enquanto outros 150 milhões foram feridos ou desapareceram.

Donald Sutherland

Há um alento de esperança quando chega ao hospital uma enfermeira que consegue gostar de Joe e a compreendê-lo. A comunicação parece possível quando ela “escreve” com os dedos em seu peito e ele começa a se comunicar por código morse. Mas nem tudo é tão simples. A questão não é só entender e sim compreender e ajudar a superar os traumas.

Trumbo não fez com esse filme apenas um manifesto contra a guerra, fez também uma parábola sobre a incomunicabilidade do ser humano. As pessoas estão tão próximas umas das outras, mas não conseguem se entender, não querem ouvir o que o outro tem a dizer e quando ouvem não podem ajudar ou não querem. Em um diálogo, Joe desabafa: “Se eu tivesse braços, me mataria, se eu tivesse pernas, fugiria; se eu pudesse falar eu gritaria para as pessoas, mas elas não me ouviriam, nem Deus ouviria, pois Ele não existe mais.” (7,5)


domingo, 17 de junho de 2012

MORRE CARLOS REICHENBACH



Morreu na tarde da última quinta-feira (14/06), data em que completou 67 anos, o cineasta Carlos Reichenbach, diretor de clássicos do cinema brasileiro como Lílian M: Relatório confidencial (1975) e Filme demência (1986).


Edward Freund e Célia Olga Benvenutti em Lilian M. - Relatório confidencial

Reichenbach teve uma carreira bem diversificada. Foi diretor, diretor de fotografia (Orgia, ou o homem que deu cria (1970) e S.O.S. Sex shop – Como salvar meu casamento (1984)), ator (O bandido da luz vermelha - 1968), produtor (Alma corsária – 1993) e compositor (Puta solidão – 2001).

Ênio Gonçalves em Filme demência

Recebeu em 1986 em Gramado o Kikito de melhor diretor por Filme demência e o candango de melhor filme no Festival de Brasília por Alma Corsária em 1993.

Carolina Ferraz e Bertrand Duarte em Alma Corsária

Nos anos 80, foi tema de mostra retrospectiva em Roterdã, Holanda. Na edição desse ano, o festival exibiu uma cópia restaurada de Lílian M. – Relatório confidencial.

Sócio da produtora Dezenove Som e Imagem, apresentava desde 2004 a sessão do Comodoro no Cine Sesc que exibia mensalmente filmes raros, nunca exibidos no país.

Teve uma parada cardíaca em sua casa. Deixa mulher, três filhos e uma neta.


Para quem quer conhecer mais sobre sua carreira, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançou em 2005 na Coleção Aplauso, o livro Carlos Reichenbach - O cinema como razão de viver. Na época, eu comprei o livro a R$ 9,00. 


FILMOGRAFIA COMO DIRETOR
(os filmes marcados com * são os assistidos por mim)

1.                 Falsa Loura (2007) *
2.                 Bens Confiscados (2004) *
3.                 Garotas do ABC (2003) *
4.                 Equilíbrio e Graça (2002)
5.                 Dois Córregos - Verdades Submersas no Tempo (1999) *
6.                 Olhar e Sensação (1994)
7.                 Alma Corsária (1993) *
8.                 City Life (1990) (segmento "Desordem em Progresso")
9.                 Anjos do Arrabalde (1987) *
10.            Filme Demência (1986) *
11.            Extremos do Prazer (1984)
12.            Amor, Palavra Prostituta (1982)
13.            As Safadas (1982) (segmento "Rainha do Fliperama") *
14.            O Império do Desejo (1981) *
15.     O Paraíso Proibido (1980) 
16.            Sede de Amar (1979)
17.            A Ilha dos Prazeres Proibidos (1979) *
18.            Lilian M.: Relatório Confidencial (1975) *
19.            Corrida em Busca do Amor (1972)
20.            Audácia – A fúria dos desejos (1970) (segmentos "Prólogo" and "Badaladíssima dos Trópicos X Os Picaretas do Sexo, A")
21.     As Libertinas (1968) (segmento "Alice")
22.     Esta Rua Tão Augusta (C.M.) (1968)

Vanessa Alves em Anjos do Arrabalde

quinta-feira, 14 de junho de 2012

AS COMÉDIAS


Charles Chaplin em Tempos modernos
O cinema já começou provocando gargalhadas no público com o filme O regador regado (1895) dos Irmãos Lumiere em que um jardineiro rega o jardim e não percebe que um menino pisou na mangueira, quando ele olha pela ponta, o menino tira o pé e a água esguicha em seu rosto. Foi o princípio da comédia pastelão que dominou o cinema nas duas primeiras décadas do século passado. Eram tortas na cara, corridas malucas, carros explodindo, homens despencando de árvores, as trapalhadas de O gordo e o magro, a elegância de Max Linder.


A partir de Charles Chaplin, a comédia tornou-se menos maluca e ganhou adeptos entre os intelectuais. Seu estilo misturava melodrama e humor, sempre de forma soberba, como em Tempos modernos (1936).


Cena de A felicidade não se compra

Nos anos 30 tiveram início as comédias sofisticadas cujos maiores representantes foram Ernst Lubitsch e Frank Capra. Lubitsch fazia filmes cujo humor residia nas palavras e nas situações criadas, como A viúva alegre (1934) e O diabo disse não (1943). Já Capra fazia filmes em que tentava preservar os valores familiares como O galante Mr. Deeds (1936) e A felicidade não se compra.

Cena de Meu tio

Jacques Tati surgiu na França para tomar o legado de Buster Keaton, fazendo uma crítica radical da modernidade, mostrando o sujeito que conserva a humanidade num mundo alienado, a partir de Meu tio (1958).


Oscarito e Grande Otelo em Aviso aos navegantes

No Brasil fizeram muito sucesso as comédias da Atlântida em que pela primeira vez o cinema brasileiro podia ser rotulado como popular. No gênero fizeram Grande Otelo, Oscarito, Zé Trindade, Dercy Gonçalves, Zezé Macedo, Ankito e vários outros, em filmes como Carnaval Atlântida (1952), Aviso aos navegantes, O barbeiro que se vira (1957), Cala a boca Etelvina (1959)...


Cena de Jecão - Um fofoqueiro no céu

Como esquecer de Mazaroppi, um dos maiores ícones do nosso cinema, que dedicou sua vida a fazer o público rir, vivendo sempre a variante de seu personagem mais famoso, o Jeca Tatu, em Chico Fumaça, Jeca contra o capeta, Jecão – Um fofoqueiro no céu?


Cena de Os saltimbancos trapalhões

E os Trapalhões, o quarteto mais famoso do cinema tupiniquim, em filmes que agradavam a família inteira: Os saltimbancos trapalhões, Os trapalhões no reino da fantasia, A filha dos trapalhões, Os trapalhões e a árvore da juventude...


Steve Martin em Cliente morto não paga

No cinema americano, a comédia prosseguiu com Jerry Lewis (O professor Aloprado), Mel Brooks (História do mundo – Parte 1), Woody Allen (Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar), Blake Edwards (A pantera cor-de-rosa), Eddie Murphy (Trocando as bolas), Jim Abrahams, David e Jerry Zucker (Apertem os cintos, o piloto sumiu), Bill Murray (Os caça-fantasmas), Steve Martin (Cliente morto não paga), Chevy Chase (Férias frustradas), Gene Wilder (A dama de vermelho), Adam Sandler (O paizão), Martin Lawrence (Vovó zona), os irmãos Wayans (Todo mundo em pânico) e tantos outros.


FILMES PARA RIR:
Quanto mais quente melhor

Tootsie

Victor ou Victoria

A Gaiola das loucas

´Noivo neurótico, noiva nervosa

Deu a louca no mundo

A marvada carne

Como se fosse a primeira vez

Cena de Os Deuses devem estar loucos 2


terça-feira, 12 de junho de 2012

O AMOR NO CINEMA

Deborah Kerr e Cary Grant em Tarde demais para esquecer


No dia dos namorados é interessante relembrar alguns dos grandes romances do cinema que emocionaram e continuam emocionando várias gerações.

Sempre ficou evidenciado que são só as mulheres que gostam de filmes românticos, pois alguns homens acham que seria uma forma de fraqueza evidenciar seus sentimentos, mas isso é uma bobagem, pois já que todos tem sentimentos, consequentemente os sentem. Sensível não é o fraco e sim o que sente (demais). Os homens também gostam de filmes que falam sobre o amor, apesar de não assumirem isso.

Prefiro aqueles que tem final feliz, mas alguns só conseguiram se tornar inesquecíveis pela impossibilidade desses romances acontecerem ou de perdurarem pelo tempo, então eu gosto desses também.

É o que aconteceu com “Love Story – Uma história de amor (1970), o amor interrompido pela doença terminal, que é o mesmo caso de “Tudo por amor” (1992), com a estrela em ascensão (na época) Julia Roberts.

As duas pessoas traídas por seus cônjuges, que se amam mas não querem ser como eles e não concretizam o romance em “Amor à flor da pele”.



O amor que nem a morte consegue destruir em “Ghost – Do outro lado da vida”.

Os dois judeus ortodoxos que encontram dificuldades para viver seu amor na preconceituosa e conservadora comunidade israelense no drama “Pecado da carne”.


A prostituta apaixonada por um homem rico no ultra-reprisado, mas nem por isso menor, “Uma linda mulher”.

A inocência de Macaulay Culkin e Anna Chlumsky, apaixonados em “Meu primeiro amor” ou My girl, como a bela música título.

Os complicados relacionamentos amorosos tratados nos filmes de Arnaldo Jabor, “Eu te amo” e “Eu sei que vou te amar”, com música título também belíssimas.

O amor de Scarlet O’Hara por Rett Butler, atrapalhado pela guerra no clássico “E o vento levou”.

A guerra (sempre ela) impedindo Humphrey Bogart e Ingrid Bergman de se amarem em “Casablanca” ao som de As time goes bye.

O encontro no Empire State Building que não acontece em “Tarde demais para esquecer”.

A esposa desesperada que não consegue mais despertar o interesse do marido no belo e censurado “Gata em teto de zinco quente”.

Além de “Quanto mais quente melhor”, “Morango e chocolate”, Traídos pelo desejo”, “Maluca paixão”, “Uma rua chamada pecado”, “Como se fosse a primeira vez”, “Amores possíveis”, “Pequeno dicionário amoroso” e centenas de outros, pois esse é um tema muito explorado e consequentemente adorado pelo público.



domingo, 10 de junho de 2012

BLADE RUNNER - O CAÇADOR DE ANDRÓIDES



BLADE RUNNER – O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (Blade Runner). EUA, 1982, Direção: Ridley Scott. Com: Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young, Daryl Hannah, Edward James Olmos, Joanna Cassidy e Brion James. 117 min.

Em 1982, o cineasta Ridley Scott dirigiu um de seus filmes mais famosos, o clássico da ficção científica, Blade Runner – O caçador de andróides. Todo o elenco ficou famoso: Harrison Ford (os 04 filmes da série Indiana Jones), Rutger Hauer (A morte pede carona), Sean Young (Duna), Daryl Hannah (Splash – Uma sereia em minha vida), Edward James Olmos ( Amazônia em chamas).

O filme se passa na Los Angeles de 2019, quando a Tyrell Corporation criou andróides idênticos aos humanos, que são utilizados como escravos fora da Terra, na colonização de outros planetas. Após a revolta de uma equipe de combate, os andróides são declarados ilegais na Terra sob pena de morte. Então são designadas brigadas de policiais – os Blade Runner – para detectar esses andróides. Deckard (Harrison Ford) é um desses policiais encarregado de destruir seis desses andróides, mas acaba se apaixonando por uma delas.


O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, a exemplo do que acontece no filme, quando Eldon Tyrell, o dono da Tyrell Corporation atua como Deus na criação de outros seres. Humano é aquilo que é relacionado ou próprio do homem.

Os replicantes são escravos que servem apenas para colonizar outros planetas e apesar de serem semelhantes aos humanos, pertencem a uma classe inferior, por isso resolvem se rebelar. Os policiais são a classe alta e representam o bem, enquanto os replicantes são os pobres e escravos e representam o mal, como os meliantes da vida real que precisam ser afastados da sociedade ou até mesmo aqueles que incomodam por serem diferentes dos demais.

Blade Runner mostra uma realidade aterrorizante, de medo e desconfiança, onde os replicantes estão infiltrados entre os humanos e são detectados por meio de uma máquina. Chove quase o tempo inteiro naquelas belas paisagens meio futurísticas e ao mesmo tempo retro.
Roy (Rutger Hauer) se revolta contra seu criador Tyrell e vai tirar satisfação quanto à finitude da vida dos replicantes, que vivem apenas quatro anos para não chegarem ao ponto de desenvolverem sentimentos, como acontece com Rachael (Sean Young). A conversa entre os dois representa um desejo de todo ser humano de poder conversar com Deus e questioná-lo sobre o porque da finitude de seus dias e pedir mais tempo, mas como Tyrell não atende à súplica de Roy, este mata seu criador depois de dar-lhe um beijo, o que lembra um pouco o beijo que Judas deu em Cristo antes de traí-lo.

Roy lembra Cristo quando enfia um prego em suas mãos, como na crucificação, pouco antes de salvar Deckard da morte no alto de um prédio. À beira da morte, Roy relembra os grandes momentos de sua vida, como se toda ela passasse pelos seus olhos e debaixo de uma chuva torrencial, diz que tudo vai se perder no tempo, como lágrimas na chuva. Isso representa o medo de todo ser humano de morrer e ser esquecido, de não ter feito tudo o que gostaria ou de ter feito tudo errado e ainda a dúvida sobre a vida eterna. Quando ele finalmente morre, uma pomba voa para o céu, como se representasse sua alma saindo de seu corpo e deixa a dúvida se os replicantes também possuem alma.

A inevitabilidade da morte é mostrada mais uma vez, quando Deckard lembra-se do que Roy disse sobre Rachael, quando os dois estão se preparando para fugir:
_ É uma pena que ela não vai viver. Mas quem vai?

Os replicantes vivem apenas quatro anos e sabem quando vão morrer, enquanto nós humanos vivemos muito mais tempo que isso, mas não sabemos quando será nosso fim, nem como.

Esse final mais pessimista está na versão do diretor de 1992, já que na primeira versão havia um final feliz exigido pelo estúdio, além da narração em off de Harrison Ford que não existe aqui.