quinta-feira, 31 de maio de 2012

O PASSAR DO TEMPO



A semana já está no fim. O mês também está no fim. Aliás, o semestre também está quase acabando. Às vezes tenho a impressão de que o tempo está passando muito depressa. Agora, mais do que antes, mesmo sabendo que o tempo sempre passou e sempre passará na mesma velocidade. Talvez a correria do dia a dia é que deixe essa impressão. O excesso de compromissos e afazeres não nos deixa tempo para pensar no tempo que temos, que tivemos ou que teremos.

 Se tivéssemos mais tempo, poderíamos avaliar se estamos fazendo o melhor possível, ou tudo que é possível para viver melhor ou aproveitar melhor a vida.

Nossos empregos – Será que é nisso que gostaríamos de trabalhar toda a vida, ou só fazemos por causa do dinheiro que recebemos?


Nossos amores – Será que são o bastante para nos preencherem completamente ou só uma parte de nosso imenso coração?

Nossas famílias – Estamos presentes em todas as horas em que precisam de nós e conseguimos dedicar a amor quanto recebemos?

Nossos amigos – Damos toda a atenção que merecem, ouvindo quando eles precisam falar, ou falando quando eles querem apenas ouvir?


Nossos erros – Estamos fazendo de tudo para corrigi-los e aprendendo com eles?

Nossos planos – Fazemos planos para o futuro ou apenas nos conformamos com situação vigente?

Não sei. Só tenho certeza que estou fazendo o meu melhor, mesmo que às vezes dê tudo errado. Mas isso é só uma questão de tempo. Depois tudo pode dar certo!


terça-feira, 29 de maio de 2012

O REI LEÃO SOB UMA VISÃO RELIGIOSA



O Rei Leão conta a história de Simba e seu pai Mufasa, que o treina para substituí-lo em seu reinado, quando este morrer. No caminho dos dois está o invejoso irmão de Mufasa, Scar que quer a coroa para si, então arma um plano para matar seu irmão. O plano dá certo e Simba sentindo-se culpado pela morte do pai, foge e todos pensam que ele está morto. Scar então assume o trono até que Simba se dê conta de que os seus precisam ser salvos e vai ao socorro deles para recuperar o que é seu de direito.

Mufasa é como se fosse Deus treinando seu filho para substituí-lo e assumir o seu reino, mas é atrapalhado por seu irmão invejoso que é como o mal encarnado para atrapalhar os seus planos e tirar Simba do caminho certo. O cemitério de elefantes, onde desde o início Mufasa proíbe Simba de ir, funciona como a maçã do jardim do Éden, quando Deus proibiu Adão e Eva de comerem, mas eles ficaram tentados e Adão foi convencido por Eva. Aqui não é a amada de Simba, a culpada e sim o tio maldoso, Scar.


O Rei Leão lembra muito a peça “Hamlet” de Willian Shakespeare, onde o irmão do rei o mata para roubar seu trono, mas depois o filho é avisado em sonho pelo pai, o que também acontece aqui, quando Mufasa conta para seu filho tudo o que aconteceu e o lembra da necessidade de fazer alguma coisa. Novamente aqui a semelhança com Cristo, pois Simba percebe que o seu reino e seus amigos e família estão em perigo e atua como o salvador deles.


O mito das estrelas: Mufasa explica para Simba que as estrelas representam os reis que já morreram e continuam lá em cima olhando por aqueles que ficaram na Terra e que quando ele morrer também vai ser assim.

Fala também do ciclo da vida: nascimento, crescimento e morte e a aceitação de cada uma dessas etapas. Da importância dos amigos para ajudar a vencer os obstáculos, bem como da família que é o alicerce de tudo. Da continuação dos pais através dos filhos, pois estes continuam vivendo em seus filhos, seu sangue, sua carne, bem como a educação que lhe deram, seu modo de vida. E que às vezes nos esquecemos do caminho e acabamos nos perdendo, daí a necessidade de lembrar sempre de quem somos, pois apesar de mudarmos, continuamos sendo a mesma pessoa e é isso que Mufasa relembra a Simba: “Lembre-se de quem você é!”

Como na vida real, às vezes o mal parece ser mais forte que o bem, já que vence muitas batalhas, é traiçoeiro, falso, mas no fim o bem sempre prevalece, por isso é melhor estar do lado do bem.


O REI LEÃO (The Lion King). EUA, 1994. Direção: Roger Allers, Rob Minkoff. Elenco (vozes): Matthew Broderick, Jonathan Taylor Thomas, Jeremy Irons, James Earl Jones, Whoopi Goldberg, Moira Kelly, Nathan Lane, Rowan Atkinson, Cheech Marin. 88 min.


domingo, 27 de maio de 2012

FLAGRA (E SEUS ASTROS)



FLAGRA
Rita Lee/ Roberto de Carvalho

No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz.

Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino

Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que flagra!
Que flagra!
Que flagra,




Um pouco sobre os atores citados na música de Rita Lee, que foi também abertura da novela Final Feliz (1982):


DEBORAH KERR
Atriz britânica nascida em 1921 e falecida em 2007. Enquanto seu primeiro filme, Contrabando (1940) era editado, ela já fazia sucesso com seu filme seguinte, Major Bárbara (1941). O sucesso que fez na Grã-Bretanha com Narciso Negro (1947), abriu-lhe as portas de Hollywood, onde se especializou em papéis elegantes. Desses, a governanta de O rei e eu (1956) é lembrada com carinho. Mas fez muito sucesso também com A um passo da eternidade (1953), Tarde demais para esquecer para esquecer (1957), Vidas separadas (1958) e Bom dia tristeza (1958), que vi um dia desses. Em 1985 Deborah recebeu um Oscar honorário, depois de ter sido indicada por seis vezes.


GREGORY PECK
Representou homens íntegros e dignos, por isso causou espanto no público quando viveu um bandido em Duelo ao sol (1947). Tornou-se astro com seu primeiro filme, Dias de Glória (1944). O sucesso prosseguiu com As chaves do reino (1945). Recebeu o Oscar por O sol é para todos (1962). Em seguida participou de A Profecia (1976), Os meninos do Brasil (1978) e Cabo do medo, que era refilmagem do filme homônimo que ele fez em 1962.


MAE WEST
Uma deusa do sexo, com corpo sensual e sagacidade na fala. Mal estreou no cinema aos 40 anos em Noite após noite (1932). Foi presa pela obscenidade de seus filmes, mas isso não a impediu de continuar. Participou de Uma loira para três (1933), Não sou um anjo (1933) e Riquezas da sua avó (1940). Atuava esporadicamente e fez apenas 13 filmes em 46 anos de carreira, sendo o último, A grande estrela (1978), baseado em uma peça de sua autoria, porém seu “reinado” aconteceu mesmo na década de 30.


RODOLFO VALENTINO
Trabalhou em clubes noturnos, musicais e espetáculos de dança antes de fazer pontas em Hollywood. Seu primeiro longa foi My official wife (1914), mas trabalhou com freqüência até que Os quatro cavaleiros do apocalipse (1921) e O sheik (1921) o transformaram na fantasia das mulheres do mundo todo. Participou de Sangue e areia (1922), Cobra (1925) e O filho do Sheik (1926). Sua vida pessoal era tão tórrida quanto suas interpretações. Não era um grande ator e talvez ultrapassado se tivesse vivido mais tempo. Morreu de peritonite (inflamação do peritônio, que é uma membrana que reveste a cavidade abdominal) em 1926, aos 29 anos e no auge da popularidade.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O MARTÍRIO DO STRESS


Michael Douglas em Um dia de fúria


Muitos falam de saúde e o que deve ser feito para se alcançar este estágio tão desejado. Mas para falar de saúde é preciso falar antes da doença e do sofrimento, de como se desenvolvem e de ações que podem ser tomadas para evitá-los ou curá-los.

O mundo em que vivemos atualmente é bem propício ao desenvolvimento do estresse: a correria do dia-a-dia, preocupações constantes com trabalho, estudos, família e a falta de tempo para a realização de atividades de lazer que possam renovar as energias para a continuação da batalha no dia seguinte.

O termo estresse foi introduzido no meio científico pelo endocrinologista Hans Selye, a partir de pesquisas com ratazanas no início da década de 30. Originalmente tinha o significado de fricção, ou desgaste provocado por fricção de um corpo em relação aos demais. Ultimamente está mais relacionado à fadiga, cansaço e tensão.

O estresse tem a função de preservar a integridade do organismo, uma vez que avisa o cérebro sobre uma situação de perigo e a necessidade de uma tomada de decisão de forma rápida. Mas não são só as ameaças que ativam o estresse em nós. Os desafios e as conquistas diárias são feitos às suas custas. Ele não é desencadeado apenas por pressões externas.

Quando o estresse começa, a homeostase* é perturbada. Ocorrem respostas do organismo que visam recuperar o equilíbrio e fornecer meios de defesa para enfrentamento das causas que provocam esse desajuste. Essa é a primeira fase do processo de estresse: Reação de Alarme. Quando o perigo persiste, passa-se para a fase seguinte que é o Estágio de Resistência, em que o organismo se adapta ao agente estressor, pois manter a fase de alarme poderia levá-lo à exaustão. Caso a pessoa não obtenha sucesso na retirada ou eliminação do estressor entra em jogo a terceira fase: Estágio de Esgotamento, que surge quando o agente estressor permanece por um longo período e esgota a energia de adaptação, causando danos ao organismo.

O estresse nem sempre é nocivo ao indivíduo. Selye acreditava que ele se dividia em eustresse, quando sua intensidade era breve ou positiva e em distresse quando ele estava relacionado a sentimentos negativos como derrota, medo, angústia e insegurança. Essa foi a definição mais disseminada, já que as pessoas sempre ligam erroneamente o estresse a algo negativo e ruim em suas vidas.

_____________
 * Homeostase é o estado de equilíbrio do organismo.


Robert DeNiro e Billy Cristal em Máfia no divã


Bruce Willis e Matthew Perry em Meu vizinho mafioso

Seth Rogen em O segurança fora de controle

Lázaro Ramos em Amanhã nunca mais


quarta-feira, 23 de maio de 2012

OS CÓDIGOS DO AMOR

Gilberto Carlos


Queria poder te entender completamente
Saber o que pensa e o que sente
Descobrir os teus desejos mais íntimos
Estar presente neles
e poder realizá-los todos.

Você também seria capaz de realizar meus desejos?
De se entregar totalmente
e de sentir-se satisfeito
Apenas com todo o meu amor?

Gostaria de saber que pensas em mim
Tanto quanto eu penso em você
E que queremos as mesmas coisas
Apesar de sermos tão diferentes.

No fundo não consigo te entender
O que dizes não é o bastante.
Eu sou feito de palavras
Nem sei se são as palavras certas
Mas elas são proferidas
Mesmo que não sejam as suas preferidas
E você nem isso.

Quem sabe um dia você aprenda a se explicar
Ou eu aprenda a te entender...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

KATHLEEN TURNER - A MULHER FATAL



A mãe assassina de Mamãe é de morte, a mulher fatal de Corpos ardentes, a aventureira de Tudo por uma esmeralda ou a prostituta de Crimes de paixão? Qual a melhor personagem de Kathleen Turner? Difícil escolher, mas em todas, ela demonstrou seu ar fatal, seu corpo escultural, forte e sexy.

Nascida em Springfield (a terra dos Simpsons) em 19/06/1954, filha de um diplomata, ela apaixonou-se por teatro quando morou em Londres. Estudou na Central School Speech and Drama, mas teve que retornar a Springfield quando o pai morreu em 1973. Depois de se formar na Universidade de Maryland, atuou em algumas peças de teatro e chegou a trabalhar como garçonete antes de conseguir papéis na televisão.

Em Corpos ardentes
Foi reprovada em seu primeiro teste em Hollywood para fazer Garotas duras na queda (1981), mas foi aprovada pelo diretor Lawrence Kasdan para viver a loira, sexy e inescrupulosa de Corpos ardentes (1981), que acabou se tornando um cult dos anos 80. Ficou fazendo teatro por oito meses antes de ter uma nova chance na comédia O médico erótico (1983), ao lado de Steve Martin e como a mulher reprimida que vira prostituta todas as noites em Crimes de paixão (1984). Mas só se tornou popular quando encarnou a heroína de Tudo por uma esmeralda (1984), que rendeu mais de 100 milhões de dólares de dólares e lhe deu um Globo de ouro. O par romântico com Michael Douglas deu tão certo que no ano seguinte (e por exigência contratual) participou da continuação deste, A jóia do Nilo (1985), que não obteve o mesmo sucesso e posteriormente na comédia de humor negro A guerra dos Roses (1989).

Com Michael Douglas em Tudo por uma esmeralda
Em 1985 viveu uma assassina mafiosa em A honra do poderoso Prizzi (1985) e substituiu Debra Winger em Peggy Sue – Seu passado a espera (1986), pelo qual foi indicada ao Oscar de melhor atriz e recebeu muitos elogios. Voltou a trabalhar com Lawrence Kasdan em O turista acidental (1988), vivendo a ex-mulher do autor de livros sobre viagens, que tem medo de viajar (Willian Hurt, seu parceiro em Corpos ardentes). Em seguida dublou a insinuante Jessica Rabbit em Uma cilada para Roger Rabbit (1988).

Com James Woods e As virgens suicidas
Nos anos 90, o sucesso diminuiu um pouco, ma ainda estrelou o hilário Mamãe é de morte (1994) de John Walters, onde vivia uma mãe psicótica que matava qualquer um que atrapalhasse a harmonia de sua família. Atuou também na estréia de Sofia Coppola como diretora, o belo As virgens suicidas (1999). Claro que isso não a impediu de atuar em bombas como Bebês geniais (1999) e O príncipe do Central Park (2000).


Na década seguinte atuou em poucos filmes, já que sofre de uma doença grave: artrite reumática que lhe causa dores terríveis e os remédios a fizeram engordar e perder o tipo, por isso passou a viver megeras e bruxas. Hoje sobrevive fazendo peças teatrais na Broadway, aprendendo a conviver com a dor. Seus últimos filmes foram Marley e Eu (2008) e A família perfeita (2011), além de 10 episódios da série Californication (2009).

 Dedico esse post à amiga Ligeia, que como eu também adora a Kathleen Turner e a todos os outros que como nós também compartilham esse “amor”.


sábado, 19 de maio de 2012

PERDEMOS DONNA SUMMER



Morreu na quinta-feira passada (17/05) a Rainha da Disco Music, Donna Summer. A cantora tinha 63 anos e vivia na Flórida.

Donna Summer sofria de câncer no pulmão e seu estado de saúde não estava tão ruim. Sua maior preocupação era terminar seu último disco.  

LaDonna Adrian Gaynes lançou seu primeiro disco com o nome de Donna Gaynes em 1971. Em seguida casou-se com o ator austríaco Helmuth Sommer, então mudou o sobrenome e o alterou para Summer (Verão), tornando-se então Donna Summer.

Venceu cinco Grammys incluindo de melhor performance vocal feminina em rock e melhor gravação dance, e seis prêmios American Music Awards. Foi apelidada de Rainha da Disco Music e chegou a zombar desse título em seu último disco com a música The Queen is black.


Em 1978, participou do filme Até que enfim é sexta-feira. E suas músicas estão presentes em 116 títiulos, entre filmes, episódios de séries de Tv e novelas americanas.

Suas músicas mais famosas são Last Dance e She works hard for the money, mas a minha preferida sempre foi Breakaway, que era tema da novela Despedida de Solteiro (1992). Por coincidência na quinta-feira tinha ouvido essa música na Saudade Fm, baixei e fiquei ouvindo várias vezes. Só algumas horas depois é que fui saber de sua morte. Uma grande perda por sinal.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENTREVISTA COM GILBERTO CARLOS - PARTE 2




·       Qual seu cinema preferido?
Não tenho cinema preferido. Tudo é uma questão de oportunidade ou tempo, já que não tem cinema em minha cidade, quando vou a Goiânia ou a São Paulo, vejo tudo que posso. Já fui a muitos cinemas de rua, quando eles ainda eram mais comuns. Adorei as salas do Shopping Bougainville. Tão chique, me sentia quase um estranho no ninho. Na entrada uma televisão sempre exibia o adorável Gata em teto de zinco quente. Mas também vi muitos filmes no Araguaia Shopping e no Flamboyant.

·        Tem ideia de quantos filmes já assistiu?
 Influenciado por Rubens Ewald Filho, também tenho o costume de anotar todos os filmes que assisto. É bom para ter um controle e tirar a dúvida se vi algum filme cujo enredo se perder em minhas lembranças, já que não dá pra lembrar de cada detalhe. Até hoje já assisti 4.498, só contando os longas metragens.


·        Você prefere o cinema clássico ou o atual?
Como disse, comecei com o cinema atual, já que os filmes clássicos sempre eram exibidos durante a madrugada e eu não agüentava esperar para vê-los. Hoje nem isso, os clássicos ou cults como são chamados atualmente ficaram relegados aos canais por assinatura como TCM ou Telecine Cult. Adorava ver esses canais quando era assinante da Sky, ma hoje faço downloads pela internet desses filmes clássicos. Não tenho preferências, intercalo entre os atuais e os mais antigos, os coloridos e os em preto e branco, os legendados e os dublados, os nacionais e os estrangeiros.


·        Qual o seu gênero favorito e de qual menos gosta?
Amo os dramas, os melodramas (quanto mais dramático melhor) e as comédias românticas. Como blogueiro acabo vendo de tudo. Até alguns gêneros que não gosto muito. Estou meio cansado de algumas comédias escatológicas, dos filmes de ação descerebrados e dos terrores explícitos demais, quase todos iguais. Nunca tive muito acesso aos faroestes, nem nunca gostei do Cinema Novo Brasileiro. Mas nunca tive nenhum preconceito. Já vi muitos filmes eróticos e até pornográficos e cheguei a gostar de vários deles.


·        O que você acha do cinema brasileiro? Será que um dia ele terá condições de competir com o cinema americano ou mesmo de se tornar uma indústria?
Como todos aqui já sabem, sou um verdadeiro apaixonado por cinema brasileiro. Vejo todos os filmes nacionais que consigo encontrar. Gosto das pornochanchadas, do cinema marginal, das chanchadas, dos filmes da Embrafilme, da retomada, dos filmes da Globo Filmes e até dos filmes da Boca do lixo de São Paulo, inclusive os pornôs. Infelizmente nosso cinema não tem tantos investimentos quanto o ianque, para investir na produção. Pode ser que um dia possamos competir de igual pra igual, mas não isso não deve acontecer tão brevemente. E essas leis de incentivo ainda deixam os cineastas dependentes do dinheiro público, pois se o filme der prejuízo eles não perdem nada. Nos anos 70 era totalmente diferente, os diretores investiam seu próprio dinheiro e não havia desperdício. Os filmes tinham que fazer sucesso com o público. Eu também sou a favor do cinema popular.


·        Com que freqüência você assiste filmes?
Antes assistia um filme por dia, mas como o tempo foi “encurtando”, acabo vendo mais nos finais de semana, pelo menos uns cinco. Podia até ser mais, mas há tantas outras coisas para fazer: conversar com os amigos, passear, andar de bicicleta, viver... e no intervalo disso tudo: ver um bom filme!


terça-feira, 15 de maio de 2012

ENTREVISTA COM GILBERTO CARLOS



Nunca fui entrevistado, já que não sou tão famoso assim, aliás, não sou nem um pouco, por isso revolvi eu mesmo me entrevistar. Talvez seja um pouco insano, mas é uma forma de matar esse meu desejo e ainda me sentir Vip ou Pop, aliás Superpop.

·        Como começou a sua paixão por cinema?
Começou aos 15 anos, quando eu estudava durante a noite e como não tinha emprego fixo, sempre assistia aos filmes da Sessão da Tarde, Cinema em casa, Cine Trash, Tela Quente, Inter cine e tudo o mais que estivesse exibindo filmes na Tv aberta. Tv por assinatura e videocassete ainda eram um sonho e o DVD nem existia.

·        Qual faculdade você cursou?
Fiz Gestão de Recursos Humanos na Faculdade Estácio de Sá de Goiás, mas minha vontade sempre foi estudar cinema. Então quando me formei, fui direto fazer o curso de especialização em Cinema e Educação do IFITEG (Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás). Era unir o útil ao agradável, pois além de ensinar cinema ainda instruíam a como utiliza-lo na educação, que é a área em que trabalho há 13 anos. Foi um período muito proveitoso. Conheci gente tão apaixonada por cinema quanto eu, críticos de cinema, professores, blogueiros,  assistentes sociais, bibliotecários... Fiquei amigo de todos, mas infelizmente, não mantemos muito contato atualmente.


·        Quais seus filmes preferidos?
Que pergunta difícil! Acho que Central do Brasil, Titanic, Sete noivas para sete irmãos, E o vento levou, Cantando na chuva, Grease – Nos tempos da brilhantina, Os pássaros, Festim diabólico, Sonata de Outono, Gata em teto de zinco quente,  Tarde demais, Através de um espelho, Gabriela, A dama do lotação. Mas sou muito de fases. Quando vejo um filme muito bom, quero logo incluí-lo na lista dos melhores. Há pouco tempo me encantei com Rebecca – A mulher inesquecível, Bonequinha de luxo e A vida secreta das palavras.


·        E quanto aos astros e estrelas?
São tantos: Montgomery Clift, Elizabeth Taylor, Marilyn Monroe, Sonia Braga, Meryl Streep, Cher, Adam Sandler, Winona Ryder, Adriana Preito, Sandra Brea, Helena Ramos, David Cardoso, Carlo Mossy, James Dean, Marlon Brando, Audrey Hepburn, Jason Statham, Alice Braga, Whoopi Goldberg e até Sylvester Stallone.

·        E os diretores de cinema?
Ingmar Bergman, Alfred Hitchcock, Walter Salles, Akira Kurosawa, Woody Allen, Carlos Reichenbach, Clint Eastwood, Pedro Almodovar, Tim Burton...

·        O Festival de Cannes se aproxima. Já participou de algum festival de cinema? Qual a impressão que teve sobre ele?
Não faço a mínima idéia de como deve ser o Festival de Cannes, de Veneza, de Berlim, do Rio, ou mesmo a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Já participei de duas edições do Festival de Cinema de Goiânia. Em 2005 e 2009. fiquei extasiado pela primeira vez. Era um outro mundo. E eu participando de tudo aquilo, mesmo que como espectador.


·        Chegou a conhecer gente famosa nesses festivais?
Na edição de 2005, assisti uma palestra com a adorável Teresa Trautman e Rubens Ewald Filho estava na plateia. Claro que não podia deixar de ser tiete. Disse que tinha quase todos os seus livros e adorava suas críticas. Conheci também Marcos Bernstein (roteirista de Central do Brasil) e o diretor goiano Iberê Cavalcanti. Em 2009, conheci Marco Ricca que lançava seu filme Cabeça a prêmio; o diretor Sergio Bianchi, que é tão acessível que chegou a se sentar nos degraus da escada para conversar com os fãs; a atriz Darlene Glória; o autor do Dicionário de Filmes brasileiros, Antonio Leão da Silva Neto, que é enorme; o ator goiano Guido Campos Correia e Claudia Ohana, que só cheguei a ver de longe.

Continua...

domingo, 13 de maio de 2012

AS MÃES NO CINEMA


Vanessa Gerbelli em As mães de Chico Xavier


No dia das mães, todas as homenagens feitas são poucas, pois ninguém nesse mundo é capaz de nos amar como nossas mães. Só elas são capazes de fazer qualquer coisa por nós, até dar suas próprias vidas.

São diversos os filmes que falam desse importante papel que elas desempenham por toda a sua vida. Vejamos alguns deles:


MÃE É MÃE (EUA, 1996)
Albert Brooks, abalado por seu segundo divórcio, vai passar uns dias na casa de sua mãe, há anos viúva (Debbie Reynolds). Muita análise psicológica em torno de uma conturbada relação entre mãe e filho. Foi também o retorno de Debbie ao cinema depois de vários anos de ausência.

MÃE CORAGEM (Itália, 1989)
 Durante a 2ª guerra mundial, mãe e filha são estupradas por soldados marroquinos e tentam sobreviver a uma Itália devastada. Era o retorno de Sophia Loren no remake do filme Duas mulheres (1961) de Vitorio De Sica, que deu a Sophia o Oscar de melhor atriz.

MÃES EM LUTA (Irlanda, 1995)
 Vinte e um presos são detidos como criminosos comuns e fazem greve de fome para serem reconhecidos como criminosos políticos. Suas mães unem-se para exigir uma ação concreta do governo britânico.


MARCAS DO DESTINO (EUA, 1985)
 A luta de uma mãe (Cher) para criar o filho (Eric Stoltz) que tem uma doença rara que deforma o rosto e inicia um romance com uma menina cega. Belíssimo!


MAMÃE NÃO QUER QUE EU CASE (EUA, 1991)
Policial de Chicago (John Candy) solteirão e dominado pela mãe (Maureen O’Hara) apaixona-se pela tímida filha do dono de uma funerária. A mãe como o próprio título diz, não quer que ele case de forma alguma. Macaulay Culkin faz uma ponta.



MAMÃEZINHA QUERIDA (EUA, 1981)
 Atriz de Hollywood (Faye Dunaway) mantém relacionamento conflituoso com a filha adotiva (Diana Scarwid). Adaptação do livro de Chistina Crowford, filha de Joan Crowford em que ela retrata os maus tratos que teria recebido na infância. Chocante para os fãs de Joan.



MAMÃE É DE MORTE (EUA, 1994)
Mãe de família torna-se serial killer, já que tem o hábito de resolver seus problemas de forma rápida e violenta, eliminando todos que atravessam seu caminho. Hilário filme estrelado por Kathleen Turner.

MAMÃE FAZ 100 ANOS (Espanha, 1980)
O centésimo aniversário da matriarca (Geraldine Chaplin) reúne uma estranha família num casarão espanhol. Grande filme de Carlos, continuação de Ana e os lobos (1972).


JOGUE A MAMÃE DO TREM (EUA, 1987)
Professor irritado com a ex-mulher (Danny DeVito) e aluno com mãe megera (Billy Cristal) fazem um pacto: cada um deve eliminar o desafeto do outro. Paródia hilária de Pacto Sinistro de Hithcock.

LEMBRANÇAS DE HOLLYWOOD (EUA, 1990)
Por exigência dos estúdios, atriz de segunda (Meryl Streep) volta a morar com mãe (Shirley MacLaine), atriz de meia idade, famosa e alcoólatra. As duas passam a limpo suas vidas no meio de muitas farpas.


SONATA DE OUTONO (Suécia, 1978)
O filme de Bergman que eu mais gosto. Depois da morte do companheiro, famosa concertista de piano (Ingrid Bergman) decide visitar a filha que não vê há mais de sete anos (Liv Ullmann). O jogo da verdade e amargura ao qual as duas se entregam, faz vir a tona velhos rancores e amarguras.


MINHA MÃE É UMA SEREIA (EUA, 1990)
Adorava ver e rever esse filme na Sessão da Tarde da Globo. Cher vive a mãe de Winona Ryder e Christina Ricci que tem que se conformar em ficar mudando sempre de cidade, até que a mãe encontra um homem sério (Bob Hoskins).

MÃE E FILHA (Rússia, 1997)
Um filho cuida de sua mãe que adoeceu. Os dois passeiam pelo campo, ele lê poemas e cartões postais no filme que revelou o diretor Aleksandr Sokuvok.

MÃE POR ACASO (EUA, 1939)
Funcionária de loja é confundida com a mãe de um bebê abandonado na porta de um orfanato. Grande interpretação de Ginger Rogers.


MINHA MÃE GOSTA DE MULHER (Espanha, 2002)
Uma famosa pianista, mãe de três filhos, se apaixona por uma jovem emigrante ilegal tcheca. A notícia provoca uma reação confusa em uma das filhas, que tenta separa-las.

MAMMA ROMA (Ilália, 1962)
Prostituta (Anna Magnani) que agora tem uma banca na feira, tem problemas quando o filho de 16 anos vai morar com ela e se envolve na vida de crimes. Segundo longa de Píer Paolo Pasolini.

AS MÃES DE CHICO XAVIER (Brasil, 2011)
Este filme encerrou as comemorações dos 100 anos de nascimento de Chico Xavier. Nelson Xavier revive o papel do médium. É a história de duas mães que perdem seus filhos e tem que lidar com a dor da perda e uma terceira que pensa em abortar. Cartas psicografadas as ajudarão.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

ISABELLE HUPPERT É MADAME BOVARY



Claude Chabrol dirigiu Madame Bovary  em 1991 para os cinemas, mas o filme tem uma cara de telefilme, não pela produção ou pelo elenco que são bastante requintados, mas pela imagem, que não parece película e sim viteotape.

O filme é baseado no livro homônimo do francês Gustave Flaubert (1821 – 1880) que foi um dos marcos iniciais do romantismo literário e é uma das mais fiéis versões do livro. Há outras de 1933, 1937, 1947, 1949, 1964, 1975, 2000 e outra prevista para 2013.

Madame Bovary (Isabelle Huppert que fez vários filmes de Claude Chabrol) está entediada com seu chato marido médico e passa o tempo se enamorando com um estudante de direito e com um rico fazendeiro que lhe nega ajuda quando ela precisa, além de contrair dívidas que levam a um inevitável fim.

O elenco masculino é todo feio, inclusive os amantes de Madame Bovary. Claro que o coração (ou o desejo) não vê essas coisas.

O filme tem quase 140 minutos, mas não chega a cansar em momento algum e isso é muito bom, já que o cinema francês tem alguns filmes bem entediantes.




A carreira de Isabelle Huppert é longa, contando com 105 títulos entre filmes e trabalhos para a Televisão. Começou a atuar em 1971. 

Seus filmes mais conhecidos são:
* Corações loucos (1974)
* As herdeiras (1980)
* Salve-se quem puder (1980)
* O portal do paraíso (1980) que foi um estrondoso fracasso.
* A dama das camélias (1981)
* A mulher do meu melhor amigo (1983)
* Uma janela suspeita (1987)
* Um assunto de mulheres (1988)
* Madame Bovary (1991)
* Depois do amor (1992)
* Mulheres diabólicas (1995)
* Afinidades eletivas (1996)
* A professora de piano (2001)
* 8 mulheres (2002)
* Huckabees – A vida é uma comédia (2004)
* A comédia do poder (2006)
* Minha terra África (2009)