terça-feira, 26 de março de 2019

DOMINGOS OLIVEIRA IN MEMORIAM



O ator, autor e diretor Domingos Oliveira morreu por volta das 14h do sábado passado (23) no Rio de Janeiro, aos 82 anos. Segundo informações da família, o artista estava em sua casa, no Leblon, quando se sentiu mal e não resistiu.

Domingos se consagrou com filmes como "Todas as mulheres do mundo" e "BR, 716", em quase 60 anos de carreira no teatro, na televisão e no cinema. Apesar de doente na última década – sofria de Mal de Parkinson – e com dificuldades para andar, o artista nunca parou de produzir.

Diversos amigos, familiares e artistas, como Maitê Proença e Caio Blat, participam da cerimônia. A atriz Fernanda Montenegro fez um discurso emocionante sobre a vida de Domingos Oliveira, segundo a GloboNews.

Domingos nasceu no Rio de Janeiro em 28 de setembro de 1936. Entrou para a Globo em 1963, para fazer a programação da emissora que estrearia dois anos depois. Integrou a equipe de autores de séries de sucesso nos anos 1970.

Nome seminal da história do cinema, teatro e televisão brasileira, Domingos Oliveira até pensou em enveredar pela Engenharia Elétrica, na qual se formou. No entanto, logo após fazer um curso com um diretor da escola americana de teatro Actor's Studio, sua vida seguiu o caminho da arte – caminho que já havia começado a ser trilhado na escola quando, aos 12 anos, interpretou um cardeal português na peça "A ceia dos cardeais", de Júlio Dantas.

Leila Diniz e Paulo José em Todas as mulheres do mundo

Depois de 1966, Domingos Oliveira sai da Globo para se dedicar ao cinema. Na época, dirigiu aquele que, para muitos, é o grande filme de sua carreira: "Todas as mulheres do mundo" (1967), produção que recebeu 12 prêmios no Festival de Brasília e estrelada por Leila Diniz e Paulo José.

Em seguida, dirigiu os filmes "Edu, coração de ouro" (1968), "As duas faces da moeda" (1969), "É Simonal" (1970) e "A culpa" (1971). Este último recebeu a Estatueta Dama del Paraguas por sua fotografia, no Festival de Barcelona, em 1972.

Em 1990, fez um remake para a televisão de seu filme "Todas as mulheres do mundo". A princípio, a produção seria uma minissérie. Porém, acabou sendo transmitida como um especial. No elenco estavam Pedro Cardoso e Fernanda Torres, nos papéis que haviam sido vividos no cinema por Leila Diniz e Paulo José, em 1967.

Domingos chegou a fazer um outro remake de filme, "As duas faces da moeda", que seria exibido no Teletema. O programa, porém, não chegou a ser transmitido.

Em 1992, Domingos de Oliveira atuou na minissérie "As noivas de Copacabana", escrita por Dias Gomes. No ano seguinte, escreveu a minissérie "Contos de verão", da qual também participou como ator, interpretando o personagem Jonas. Em 1994, foi o responsável pelo argumento da novela "74.5 - Uma onda no ar", uma produção independente da TV Plus, exibida pela TV Manchete.

Dois anos depois, Domingos assumiu a direção do Teatro do Planetário, onde colocou em cartaz diversas peças escritas ou dirigidas por ele. "Amores", espetáculo que marcou o início dessa fase, recebeu o Prêmio Shell de melhor texto de 1996.

"Todo mundo tem problemas (sexuais)", peça escrita com o psicanalista Alberto Goldin que estreou no final de 2000, foi sua 14ª montagem na direção do Teatro do Planetário e a 44ª peça de sua carreira.

Em 1998, após 20 anos sem produções no cinema, Domingos Oliveira dirigiu o filme "Amores", baseado em sua peça homônima.

O filme – que contou com a colaboração de Maria Mariana, Priscilla Rozenbaum, Clarice Niskier, Angèle Fróes, Márcia Derraik e Eva Mariani – recebeu os prêmios da crítica, do público e especial do júri no Festival de Gramado daquele ano.

Pela peça "Separações", Domingos Oliveira foi indicado, em 2000, ao Prêmio Shell nas categorias autor, diretor e ator. O texto seria adaptado para o cinema em 2003. Em 2008, entrou em cartaz sua peça "Confissões das mulheres de 30".

A montagem foi inspirada no grande sucesso "Confissões de Adolescente", peça de 1992 dirigida por Domingos Oliveira e escrita por sua filha, Maria Mariana. Em 2010, o dramaturgo reestreou sua peça autobiográfica "Do fundo do lago escuro", desta vez participando como ator em um papel feminino, o de sua própria avó.

Em junho de 2001, depois de sete anos afastado dos trabalhos em televisão, participou do programa Brava Gente, transmitido pela Globo. Ao lado de Camila Amado, atuou no episódio "Boca de lixo", escrito por Jackie Vellego e dirigido por Teresa Lampreia.
Em 2005, lançou mais dois filmes: "Carreiras", com Priscila Rozenbaum, e "Feminices", com Priscilla Rozenbaum, Dedina Bernadelli, Clarice Niskier e Cacá Mourthé.

Em 2008, assinou o roteiro e a direção da versão para o cinema de sua peça "Todo mundo tem problemas (sexuais)". Dois anos depois, Domingos lançou o livro "Minha vida no teatro".

Em seguida ainda dirigiu quatro filmes, sendo o último lançado BR 716. Fiquei emocionado quando viajei ao Rio de Janeiro e fiquei hospedado na Rua Barata Ribeiro e lembrei dele e do filme.

Com Sophie Charlote em BR 716

FILMOGRAFIA COMPLETA
(Como sempre, os que estão sublinhados e em negrito 
são os que assisti)

2016 - BR 716 
 2014 - Infância 
 2012 - Paixão e Acaso 
 2008 - Juventude
 2007 - Confissões de Mulheres de 30 (TV Movie) 
 2005 - Carreiras 
 2004 - Feminices 
 2002 - Separações 
 1998 - Amores 
 1981 - Amizade Colorida (TV Series) (1 episode) 
Das Dificuldades de Ser Homem (1981) ... (as Domingos Oliveira)
 1979 - Teu Tua 
 1977 - Vida Vida 
 1977 - A Ordem Natural das Coisas (TV Movie) 
 1975 - As Deliciosas Traições do Amor (segments "Mais de Cem", "O Olhar") 
 1974 - A Cartomante (TV Movie) 
 1973 - O Capote (TV Movie) 
 1971 - A Culpa 
 1970 - É Simonal 


domingo, 3 de março de 2019

OS "GANHADORES" DO FRAMBOESA DE OURO 2019

Will Ferrell e John C. Reilly em Holmes e Watson


Em meio à temporada de premiações, chegou a hora de coroar os que não foram tão bem assim no “Framboesa de Ouro 2019”! Como uma espécie de “Oscar às avessas”, a premiação homenageou no sábado antes do Oscar aqueles que se destacaram negativamente no ano anterior! Só tem o pior entre os piores, de acordo com os organizadores do prêmio! E adivinhem quem está no meio dos vencedores? Donald Trump!

O presidente dos Estados Unidos levou dois prêmios nas categorias “Pior Ator” e “Pior Conjunto” pela presença nos documentários “Death of a Nation” e “Fahrenheit 11/9”. Infelizmente, o político não compareceu à cerimônia para pegar seus troféus. Uma pena!

Entre os filmes, a comédia “Holmes & Watson”, que foi protagonizada por Will Ferrell e John C. Reilly, também teve destaque e levou pra casa quatro troféus! A produção foi eleita a campeã nas categorias “Pior Filme”, “Pior Remake, Cópia ou Sequência”, “Pior Ator Coadjuvante” e “Pior Diretor”.

Quem também não conseguiu se livrar de receber um dos troféus da premiação foi o filme “50 Tons de Liberdade”. O último longa da amada franquia de Anastasia Steele e Christian Grey ficou com o prêmio de “Pior Roteiro”, que foi escrito por Niall Leonard, baseado no livro de E.L. James.

Confira a lista completa: 
Pior Filme
Holmes e Watson 

Pior Atriz
Melissa McCarthy – Crimes em Happytime 

Pior Ator
Donald Trump (como ele mesmo) – Death of a Nation e Fahrenheit 11/9 

Pior Atriz Coadjuvante
Kellyanne Conway (como ela mesma) – Fahrenheit 11/9

Pior Ator Coadjuvante
John C. Reilly – Holmes & Watson 

Pior Combinação
 ‘Donald Trump e a sua mesquinharia que se perpetua’ – Death of a Nation e Fahrenheit 11/9 

Pior Remake, Cópia ou Sequência
Holmes e Watson 

Pior Direção
Ethan Cohen – Holmes & Watson 

Pior Roteiro
Cinquenta Tons de Liberdade – Niall Leonard, baseado no livro de E.L. James