sábado, 19 de janeiro de 2013

OS INQUILINOS



Direção: Sérgio Bianchi. Com: Marat Descartes, Ana Carbatti,Umberto Magnani, Caio Blat, Cássia Kiss, Fernando Alves Pinto, Ana Lúcia Torre, Ailton Graça, Sidney Santiago, Pascoal da Conceição, Leona Cavalli, Zezeh Barbosa, Cláudia Mello. 103 min.


O polêmico Sérgio Bianchi retornou com esse tratado sobre a violência urbana. Uma família tranqüila e feliz vê sua tranquilidade ameaçada quando uma vizinha aluga sua casa para três rapazes arruaceiros que dormem durante e dia e fazem baderna à noite, atrapalhando o sono dos vizinhos. Aparentemente usam de ações escusas para sobreviver. Como eles moram na periferia, que fica perto de uma favela, o medo é constante, principalmente depois que uma menina de 8 anos foi estuprada e assassinada nos arredores.

Valter (Marat Descartes) trabalha durante o dia numa fábrica de empacotamento de maçãs e estuda durante à noite, enquanto sua mulher, Iara (Ana Carbatti) cuida dos filhos e da casa. Eles são os maiores afetados pelos inquilinos inconvenientes, já que estão mais próximos deles.

Iara fica intrigada e talvez um pouco atraída por aqueles homens rústicos, o que causa ciúmes no marido, mas nada fica muito claro e se há segundas intenções, elas não são reveladas.



O interessante é que os papéis principais são vividos por atores menos conhecidos, enquanto os papéis menores são interpretados por atores famosos, como Cássia Kiss (que vive uma professora de Português) Fernando Alves Pinto (um professor de Matemática), Ana Lúcia Torre (a diretora da escola noturna), Caio Blat (um colega de Valter), Ailton Graça (um amigo de Valter), Leona Cavalli e Zezeh Barbosa (amigas de Iara).


Esse é o sétimo filme de Sérgio Bianchi, que eu acho muito interessante e contestador, pois ele mostra sem rodeios a maldade humana, o que as pessoas são capazes de fazer para conseguir o que querem ou tirar proveito em cima do próximo, como fez em seu penúltimo filme, "Quanto vale ou é por quilo?", onde pessoas dirigentes de ONGs e supostamente assistencialistas só estavam interessadas em auto-promoção e tirar proveito próprio. Só que ele voltou um pouco mais brando. Não que a violência não seja um tema polêmico, claro que é. Com certeza é um dos maiores problemas que a humanidade enfrenta e enfrentará, já que é sério e parece não ter fim, como o próprio filme denuncia. Só que isso já foi mostrado várias outras vezes, inclusive e principalmente pelo cinema brasileiro. Mas apesar disso, achei o filme muito interessante por mostrar que estamos todos de mãos atadas para enfrentar esse problema. Como o trecho da música do Legião Urbana: "Os assassinos estão livres, nós não estamos", já que estamos presos em nossas casas com medo de sair e encontrar com eles, ou que eles venham até nós.



5 comentários:

  1. Antes de tudo, Gilberto. Gostei mesmo da montagem. Ver você nos porta retrato dessa beldade é de matar qualquer um de inveja. Inquilos, Gilberto, parece-me um bom filme. Tentarei vê-lo. Obrigado peladica. No mais um abraço, irmão.

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  2. Que xique.!!!
    Acho que por motivo de verbas.
    Beijos!!

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  3. Gosto dos filmes de Bianchi, um diretor que sempre trabalha com temas polêmicos.

    Este é um interessante longa sobre uma triste realidade nas periferias das cidades grandes, no caso do longa da periferia de SP.

    Já comentei no blog sobre este filme e citei a ótima interpretação de Marat Descartes, ator que vi na peça de teatro "Ligações Perigosas" onde interpretava Valmont (papel de John Malkovich no cinema) e roubava a cena da protagonista que era vivida pela Maria Fernanda Cândido.

    Abraço

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  4. Olha, ainda não assisti esse filme, mas me parece interessante. Vou procurar.

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  5. Acho interessante sua capacidade de despertar minha curiosidade sobre filmes brasileiros. Esse parece mostrar a realidade de como as pessoas se sentem inseguras hoje em dia. Um abraço!

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