Direção: Sérgio Bianchi. Com: Marat Descartes, Ana Carbatti,Umberto Magnani, Caio Blat, Cássia Kiss,
Fernando Alves Pinto, Ana Lúcia Torre, Ailton Graça, Sidney Santiago, Pascoal
da Conceição, Leona Cavalli, Zezeh Barbosa, Cláudia Mello. 103 min.
O polêmico Sérgio Bianchi retornou
com esse tratado sobre a violência urbana. Uma família tranqüila e feliz vê sua
tranquilidade ameaçada quando uma vizinha aluga sua casa para três rapazes
arruaceiros que dormem durante e dia e fazem baderna à noite, atrapalhando o
sono dos vizinhos. Aparentemente usam de ações escusas para sobreviver. Como
eles moram na periferia, que fica perto de uma favela, o medo é constante,
principalmente depois que uma menina de 8 anos foi estuprada e assassinada nos
arredores.
Valter (Marat Descartes) trabalha durante o dia numa fábrica de empacotamento
de maçãs e estuda durante à noite, enquanto sua mulher, Iara (Ana Carbatti)
cuida dos filhos e da casa. Eles são os maiores afetados pelos inquilinos
inconvenientes, já que estão mais próximos deles.
Iara fica intrigada e talvez um pouco atraída por aqueles homens rústicos, o
que causa ciúmes no marido, mas nada fica muito claro e se há segundas
intenções, elas não são reveladas.
O interessante é que os papéis
principais são vividos por atores menos conhecidos, enquanto os papéis menores
são interpretados por atores famosos, como Cássia Kiss (que vive uma professora
de Português) Fernando Alves Pinto (um professor de Matemática), Ana Lúcia
Torre (a diretora da escola noturna), Caio Blat (um colega de Valter), Ailton
Graça (um amigo de Valter), Leona Cavalli e Zezeh Barbosa (amigas de Iara).
Esse é o sétimo filme de Sérgio
Bianchi, que eu acho muito interessante e contestador, pois ele mostra sem
rodeios a maldade humana, o que as pessoas são capazes de fazer para conseguir
o que querem ou tirar proveito em cima do próximo, como fez em seu penúltimo
filme, "Quanto vale ou é por quilo?", onde pessoas dirigentes de ONGs
e supostamente assistencialistas só estavam interessadas em auto-promoção e
tirar proveito próprio. Só que ele voltou um pouco mais brando. Não que a
violência não seja um tema polêmico, claro que é. Com certeza é um dos maiores
problemas que a humanidade enfrenta e enfrentará, já que é sério e parece não
ter fim, como o próprio filme denuncia. Só que isso já foi mostrado várias
outras vezes, inclusive e principalmente pelo cinema brasileiro. Mas apesar disso,
achei o filme muito interessante por mostrar que estamos todos de mãos atadas
para enfrentar esse problema. Como o trecho da música do Legião Urbana:
"Os assassinos estão livres, nós não estamos", já que estamos presos
em nossas casas com medo de sair e encontrar com eles, ou que eles venham até
nós.
Antes de tudo, Gilberto. Gostei mesmo da montagem. Ver você nos porta retrato dessa beldade é de matar qualquer um de inveja. Inquilos, Gilberto, parece-me um bom filme. Tentarei vê-lo. Obrigado peladica. No mais um abraço, irmão.
ResponderExcluirQue xique.!!!
ResponderExcluirAcho que por motivo de verbas.
Beijos!!
Gosto dos filmes de Bianchi, um diretor que sempre trabalha com temas polêmicos.
ResponderExcluirEste é um interessante longa sobre uma triste realidade nas periferias das cidades grandes, no caso do longa da periferia de SP.
Já comentei no blog sobre este filme e citei a ótima interpretação de Marat Descartes, ator que vi na peça de teatro "Ligações Perigosas" onde interpretava Valmont (papel de John Malkovich no cinema) e roubava a cena da protagonista que era vivida pela Maria Fernanda Cândido.
Abraço
Olha, ainda não assisti esse filme, mas me parece interessante. Vou procurar.
ResponderExcluirAcho interessante sua capacidade de despertar minha curiosidade sobre filmes brasileiros. Esse parece mostrar a realidade de como as pessoas se sentem inseguras hoje em dia. Um abraço!
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