Já está disponível no Philos – canal on demand da Globosat – o documentário “1942 – O Brasil e sua guerra quase desconhecida”, de João Barone. O material, dividido em quatro episódios, é baseado no livro homônimo do artista. Entre imagens de arquivo e diversas entrevistas, Barone vai mostrar ao público como foi a participação do Brasil nesta guerra, que teve fim há 70 anos.
Ao longo
de 2015, o mundo celebrou os 70 anos do término do conflito mais sangrento da
História: a Segunda Guerra Mundial. Apesar de pouco difundida, a participação
brasileira na guerra foi importante para o desenvolvimento do país. Para
abordar o tema, o Philos lança em outubro a série 1942 – O Brasil e sua
guerra quase desconhecida, com direção de João Barone, escritor e baterista
dos Paralamas do Sucesso. Interessado no assunto, Barone passou décadas
dedicado à pesquisa do Brasil daqueles tempos, além de percorrer os mesmos
cenários desbravados pelas tropas nacionais em combate na Itália para escrever
o livro que inspirou a série, lançado em 2013. Dividida em quatro episódios, a
segunda produção criada especialmente para o serviço devideo on demand da
Globosat vai mostrar cenas gravadas na Itália, além de imagens de arquivo e
entrevistas com personalidades, historiadores, jornalistas e ex-combatentes. “O
desafio de fazer a série a partir do livro foi manter sua linha mestra de
jornalismo histórico e tirar este tema do arcabouço onde ficou guardado por
décadas”, conta Barone.
Pracinhas – apelido dado aos soldados da Força Expedicionária Brasileira
– durante a Segunda Guerra Mundial, Antônio Inham, Alberto Arioli, João
Moreira, Juventino da Silva, Osias Machado da Silva, Amerino Raposo Filho e
Newton La Scaleia contam suas experiências sobre a convocação para a guerra e
os combates que participaram. Barone registrou vários momentos e cerimônias na
Itália em honra aos soldados brasileiros, em especial, pelas três grandes
vitórias da FEB em Monte Castello, Montese e Fornovo di Taro. “Acompanhei o
retorno pela primeira vez desde o fim da guerra destes pracinhas com mais de 90
anos. Foi emocionante entrevistá-los e presenciar as homenagens que receberam
da população local”, lembra Barone.
O programa ainda traz entrevistas com os jornalistas e escritores Pedro
Bial, Arthur Dapieve, William Waack, Marcelo Monteiro, o renomado escritor Luiz
Fernando Veríssimo, o humorista Marcelo Madureira, o diplomata Jorge Carlos
Ribeiro, o imortal da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi, o cantor e
compositor Jorge Mautner, o professor do Instituto de Estudos Estratégicos da
UFF Vágner Camilos Alves, o diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da
Marinha Armando de Senna Bittencourt e o historiador militar Durval Lourenço
Pereira. “Para compor o programa, convidei pessoas conhecidas que se interessam
pelo tema, outras que foram testemunhas e vivenciaram aqueles tempos, mais além
dos ex-combatentes. Jorge Carlos Ribeiro (pai de Bi Ribeiro, companheiro de
Barone nos Paralamas do Sucesso) estava morando em Berlim em 1940 com os pais,
quando o Brasil rompeu com a Alemanha e a família teve de voltar”, lembra
Barone. “Já Bial é filho de judeus convertidos que fugiram do Holocausto.
William Wack foi correspondente de guerra em conflitos recentes e escreveu As
duas faces da glória, sobre os soldados da FEB”, completa.
A série é dividida em quatro episódios que contam de forma cronológica a
participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Tal como no livro homônimo,
Barone recria o contexto da época e derruba alguns mitos, revela curiosidades e
casos surpreendentes, sempre permeados por depoimentos dos ex-combatentes e
personalidades que de alguma forma vivenciaram a guerra, como testemunhas da
época ou por conta do legado e das marcas que o conflito deixou. O programa
conta também com uma cuidadosa pesquisa de imagens de arquivo que entrega algumas
surpresas: filmagens do encontro entre Vargas e Roosevelt em Natal (RN), cenas
do submarino italiano que fez o primeiro ataque em nossos mares e do seu
comandante, nascido em São Paulo, além de uma inédita filmagem colorida dos
aviadores brasileiros do esquadrão Senta a Pua, em ação na Itália.
O primeiro episódio, Os ventos da guerra chegam ao Brasil, recria
o contexto histórico e o flerte do governo Vargas com o fascismo antes da
decisão de apoiar os Estados Unidos, em 1942. O segundo episódio,Em nome da
Pátria, mostra os preparativos do Brasil para participar da guerra. O
terceiro,Sangue em combate, conta as experiências dos brasileiros sob
fogo, em campo de batalha. O último capítulo,Vitória, paz e esquecimento
aborda as grandes vitórias da FEB nos momentos finais da guerra, o retorno para
casa e o posterior esquecimento da participação brasileira no conflito.
Barone e a Segunda Guerra
O
interesse de Barone pela história da Segunda Guerra vem desde a infância. O
fato de seu pai, João de Lavor Reis e Silva, ter sido um dos 25 mil pracinhas
da Força Expedicionária Brasileira (FEB), aguçou sua curiosidade sobre o
conflito: “queria saber mais sobre aquela experiência radical que ele vivenciou
e que não costumava recontar, assim como os desdobramentos da guerra na
História nacional. Ao longo dos anos, pude comprovar que todos que tomam
conhecimento desta história do nosso país e de nossa gente, não deixam de se
surpreender e mesmo de se emocionar”.
Barone já produziu e participou de vários documentários e programas
sobre a Segunda Guerra:Um brasileiro no Dia D (2006) e O caminho dos
heróis (2014). Escreveu crônicas e dois livros sobre o tema, sendo o
primeiro intituladoA minha segunda guerra (2009). Homônimo à série,
1942: O Brasil e sua guerra quase desconhecida (2013), leva o leitor aos
tempos em que o Brasil declarou guerra ao Eixo, para assim compreender os fatos
e suas consequências, compondo um quadro abrangente sobre tudo que diz respeito
ao envolvimento e participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Quanto à
nova série: “Ainda existe muita coisa interessante para se explorar acerca do
Brasil na Segunda Guerra, mas estou certo de que esta nova série vai quebrar um
paradigma, vai tirar este tema definitivamente do gueto em que esteve escondido
do grande público. Nossa História merece”, afirma entusiasmado.
Sobre o Philos
Criado pela Globosat, o Philos não é
um canal tradicional. Com um vasto acervo que reúne os melhores documentários e
espetáculos inesquecíveis, Philos está disponível no modelo desubscription
video on demand (SVOD), em que o espectador escolhe o momento e o conteúdo
que deseja assistir, quantas vezes quiser, por meio de uma assinatura. Com
produções de altíssima qualidade, Philos reúne documentários sobre arte,
ciência, história, atualidades, música, povos e culturas; debates e
entrevistas; e espetáculos de dança e música – tudo em alta definição (HD).
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