José
Abelardo Barbosa de Medeiros, mais
conhecido como Chacrinha nasceu em Surubim,
nordeste de Pernambuco, em 30 de setembro de 1917.
Em 1956 estreou
na televisão com o programa Rancho Alegre,
na TV Tupi, na qual começou a fazer também
a Discoteca do
Chacrinha. Em seguida foi para a TV Rio e, em 1967,
foi contratado pela Rede Globo. Chegou a
fazer dois programas semanais: Buzina do Chacrinha (no
qual apresentava calouros, distribuía abacaxis e perguntava "-Vai para o
trono, ou não vai?") e Discoteca do Chacrinha. Cinco anos
depois voltou para a Tupi. Em 1978 transferiu-se para
a TV Bandeirantes e,
em 1982, retornou à Globo, onde ocorreu a fusão
de seus dois programas num só, o Cassino do Chacrinha,
que fez grande sucesso nas tardes de sábado.
Ele dizia
que na televisão nada se cria, tudo se copia e se tornou o rei dos bordões. Os
mais populares foram: "Teresinha!", "Vocês querem
bacalhau?", "Eu vim para confundir, não para
explicar!" e "Quem não se comunica, se
trumbica!".
Os jurados
ajudavam a criar o clima de farsa, no qual se destacaram Carlos Imperial, Aracy de Almeida, Rogéria, Elke Maravilha e Pedro de Lara, dentre muitos outros. Outro
elemento para o sucesso dos programas para TV eram as chacretes-
dançarinas profissionais de palco, que faziam coreografias para acompanhar as
músicas e animar o programa. No início eram conhecidas como as "vitaminas
do Chacrinha". Além da coreografia ensaiada, as dançarinas recebiam nomes
exóticos e chamativos como Rita Cadillac, Índia Amazonense, Fátima Boa Viagem,
Suely Pingo de Ouro, Fernanda Terremoto, Cristina Azul, entre outras.
Com Elke Maravilha |
Desde
a década de 1970 era chamado de Velho
Guerreiro, conforme homenagem feita a ele por Gilberto Gil que
assim se referiu a Chacrinha numa conhecida letra de canção que compôs chamada
"Aquele Abraço".
Quanto ao
cinema brasileiro, apareceu em filmes dos anos 1960 e 1970, geralmente
interpretando ele mesmo. No filme Na Onda do Iê-iê-iê,
de 1966, ele encena seu programa de calouros
"A Hora da Buzina", exibido na TV Excelsior. Pariticipou ainda de Três
colegas de batina (1962), 007 ½ no Carnaval (1966), Carnaval barra limpa
(1967), Balada da página três (1968), Pobre príncipe encantado (1969), Como
vai, vai bem? (1969), Pais quadrados... Filhos avançados (1970), Amor em quatro
tempos (1970), Paixão de um homem (1972), Já não se faz amor como antigamente
(1972), Aventuras de um Paraíba (1982) e Leila Diniz (1987).
Anualmente,
lançava em seu programa uma marchinha para o Carnaval. Conhecido como Velho
Guerreiro, em 1987 foi homenageado pela Escola de Samba carioca Império Serrano com
o enredo "Com a boca no mundo - Quem não se comunica se trumbica",
foi a única vez que desfilou numa escola de samba, surgiu no último carro
alegórico, que reproduzia o cenário de seu programa, rodeado de chacretes,
de Russo (1931-2017;
seu assistente de palco) e Elke Maravilha (1945-2016). Em outubro
de 1987 recebeu, dos professores Annita
Gorodicht e Paulo Alonso, o título de "doutor honoris causa"
da Faculdade da Cidade, no Rio. Seu aniversário de 70 anos foi comemorado em
setembro de 1987 com um jantar oferecido em sua homenagem pelo então Presidente da
República, José Sarney.
Durante o
ano de 1988, já doente, foi substituído em alguns
programas por Paulo Silvino. Ao
voltar à cena, no mês de junho, comandou a atração com João Kléber, até que pudesse se sentir forte
novamente.
Chacrinha
faleceu no dia 30 de junho de 1988,
às 23h30, de infarto do miocárdio e insuficiência
respiratória (tinha câncer no pulmão) aos 70 anos. Foi sepultado no dia
seguinte.
O último
programa Cassino do Chacrinha foi
ao ar em 2 de julho de 1988.
No dia 08/11 estreou nos cinemas a sua biografia, estrelada por Stepan Nercessian que já tinha protagonizado o musical que também era dirigido por Andrucha Waddington.
Stepan Nercessian |
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