terça-feira, 27 de novembro de 2012

O ESPECTADOR DESATENTO



Lendo o texto de Jonathan Crary sobre a visão que se desprende, cabe analisar também o nível de atenção do espectador do cinema atual. O texto já previa que a atenção era um problema moderno. E realmente o é. Com a modernidade vieram diversas coisas para tirar a atenção do espectador: celulares, tablets, mp3, 4, 5...

É comum encontrar no cinema, pessoas falando nos celulares, mandando mensagens de texto, conversando coisas banais, dormindo e consequentemente roncando. Coisas que tiram a atenção de quem foi ali para ver um bom e se abstrair por duas horas. Eu sei que alguns filmes são chatos (ou não o filme inteiro, mas alguns momentos) e que a gente acaba “voando” em alguns momentos, pois imagina que não vai perder nada de importante nesse tempinho, mas isso não quer dizer que deve incomodar as outras pessoas, só porque não está prestando atenção no filme. Se quiser conversar ou fazer todas essas coisas que algumas pessoas fazem no cinema, é só ficar na praça de alimentação dos shoppings, ou melhor: em casa.


Um cinema de Londres encontrou uma solução interessante para calar as pessoas que conversam ou atendem o celular durante a projeção. Pessoas fantasiadas de ninja calam as pessoas que não se comportam durante a sessão. São voluntários que fazem isso para não papar entrada no cinema. Alguma rede podia tentar isso aqui no Brasil também...

Depois quando essas pessoas são interrogadas sobre o filme que viram não conseguem lembrar nem o nome, quanto mais detalhes importantes da trama. Mas isso acontece em todos os lugares, até em casa, quando vão ver filmes em DVD, com a vantagem de que lá podem parar o filme quando quiserem e não quiserem prestar atenção, pelo menos não vão incomodar ninguém.

Mas por que a atenção se tornou algo tão efêmero? Será que alguns pensam que dentre tantas coisas para pensar, nada merece nossa atenção por tanto tempo? E olha que nas salas de aula também é assim, mas isso é uma outra história...

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7 comentários:

  1. Oi, Gilberto. Te devo desculpas pela minha ausência aqui por esses dias, não foi por negligência, acredite, estou em uma fase digamos, "interiormente complicada", rs, e também estou sem emprego... :(
    essas coisas me tiram a inspiração, fico meio que sem foco para outras coisas, até nem tenho postado no meu blog de Edgar Allan Poe. Mas enfim, isso passa. Está, passando :).

    Sobre o post, olha, vc tocou num ponto muito interessante: a falta de atenção das pessoas, principalmente dos mais jovens, e quando é no cinema fico horrorizada, e muito brava, rs..
    Eu tenho muita historia de "inconveniências" e chatices no cinema, por isso passei a ir nas sessões da meia noite, é muito diferente.

    Muito obrigada pela sua constante presença lá no Divagações, apesar de eu estar em débito com você. Isso demonstra que você não bloga no esquema de trocas.

    Um abração, Gilberto.

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  2. Isto é um ato terrorista. É engraçado para que ver de longe.
    Eles poderiam abordar de outra forma.
    Com a violência que vivemos no Brasil, alguém acabaria morto.
    Não concordo com isto.
    beijos!!!

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  3. A dificuldade em focar a atenção em apenas uma coisa de cada vez realmente está aumentando muito nos jovens. Como você bem citou, a quantidade de aparelhos disponíveis é enorme e as novas gerações estão se acostumando a fazer tudo ao mesmo tempo, mesmo que seja malfeito.

    Nas salas de cinema a situação piora não só pela falta de atenção, mas pela falta de educação e porque a maioria dos jovens vê o local como uma extensão da praça de alimentação, onde acreditam que podem conversar a vontade.

    Hoje assisto muito mais filmes em casa do que no cinema, que além destes inconvenientes, ainda tem preços muitos caros aqui em SP.

    Abraço

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  4. Quando eu fui ver O Espetacular Homem Aranha, fui assistir no Cine Vitoria em Porto Alegre. No meio da sessão, um cara atendeu o telefone, se levantou, mas em vez de sair da sala para atender, foi para um canto falar em voz alta no telefone. As pessoas começaram a chiar, mas mesmo assim ele insistia em continuar falando em voz alta e achando que mesmo ficando num canto da sala iria adiantar alguma coisa.
    Quando se esta assistindo um filme no cinema, tem que se desligar do mundo lá fora, se não para que vc foi gastar dinheiro para entrar la dentro? Amadureçam e tenham mais respeito com relação aos outros que amam o cinema.

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  5. Gilberto, tais quais na sala de aula (não querendo comparar o grau de interesse em um e outro), o que falta, na minha opinião, é educação. Achei fantástico um dia em que fui assistir Harry Pother, um casal com duas crianças entre 5 e 8 anos num comportamento exemplar (de acordo com a idade, claro). Com certeza serão adultos que saberão o momento de conversar e mexer em celular e o momento de silenciar e prestar atenção aos detalhes. Mas como irão aprender, se os pais nem querem saber de acompanhar os filhos ao cinema? Respeitar o direito do outro assistir em silêncio é primordial. Um abraço!

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  6. Ola meu caro amigo,excelente abordares este assunto,pois até acho que já tornou-se cronico nos dias atuais.È impressionante a falta de educação e falta de respeito de muitassss pessoas em lugares publicos.E uma das coisas que mais me incomodam è estar em algum evento onde alguém se apresenta cantando ou declamando com todo seu vigor e plenitude e,a platéia em peso conversando sem parar.Isto aconteceu a semana passada quando fui ao lançamento do DVD de um querido amigo.Tive vontade de brigar com todos.....Bem desejo-te uma boa noite e fica com meu maior abraço.SU.

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  7. Olá, Gilberto. Fico doente quando vejo isso no cinema. Na verdade fico assim em qualquer lugar onde se faz necessário o silêncio. Tudo isso é questão de educação. Um abraço,irmão.

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