Pensei em uma postagem especial para o dia de hoje, o dia dos namorados, mas depois cheguei à conclusão que além de cinema, nunca falei de outra coisa aqui que não fosse amor. As músicas são de amor, os poemas são de amor e os filmes também são de amor, porque metade de mim é cinema e a outra metade, amor.
Li um poema tão bonito de Oswaldo Montenegro, que acabei criticando há poucos dias por sua estreia como diretor de cinema com Léo e Bia. Mais uma prova que ele é melhor como cantor e compositor...
METADE
Oswaldo Montenegro
Que
a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque
metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio…
Que a música que eu ouço ao longe,
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste…
Que
a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que
as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque
metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E
que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que
o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque
metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que
não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E
que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E
que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E
que a minha loucura seja perdoada.
Porque
metade de mim é amor,
e a outra metade…
feliz dia dos namorados meu amigo.
ResponderExcluirOla querido amigo,adorei tua visitinha.Que lindo presente nos destes no dia dos namorados nos brindando com este belo poema de Oswaldo Montenegro. Meu muito carinhoso abraço.SU
ResponderExcluirOi, Gilberto. Lindo esse poema de Oswaldo Montenegro. Lindo demais. Não sei se conhece o de Ferreira Gullar, "Traduzir-se", muito parecido, há até uma contenda entre os dois. O dia dos namorados para mim não significa nada além de comércio, até porque, eu não tenho namorado, rs.
ResponderExcluirSenti falta daqui. Estou de volta dentro do possível.
um abração.
Ah, Gilberto, esse é um dos poemas que mais me encantam...há uma gravação com música ao fundo onde ele declama esse poema que particularmente, me traduz muito bem. Gostei do que disse e realmente é o que se percebe por aqui: filmes e amor combinam muito bem contigo. Um abraço!
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