Antes o tempo não acabava |
Começa hoje o Festival de Brasília.
A seleção buscou dar vez à
pluralidade, tanto a de discurso – com filmes de forte debate político e
experimentação estética – quanto a de regiões – foram selecionados filmes de
seis Estados diferentes, além de um do DF, “Malícia”, de Jimi Figueiredo.
Outros destaques são “Deserto”,
de Guilherme Weber, estrelado por Lima Duarte, que trata de uma trupe de
artistas idosos que vaga pelo sertão; e “O Último Trago”, ficção sobre a luta
contra a repressão ao longo da história, dirigido por um coletivo de cineastas
cearenses que já está em sua quarta produção.
Os filmes foram selecionados
entre 134 inscritos de todo o país. Contemplando produções que vão do Rio
Grande do Sul ao Amazonas, o festival inova também nesta edição ao dar destaque
a coproduções internacionais. “De fato, ampliando as fronteiras do interesse
dos realizadores brasileiros, os filmes da competição nos levarão de Cuba a
Miami”, adianta o curador do festival, Eduardo Valente.
Dois filmes selecionados foram
produzidos deste modo: “A Cidade Onde Envelheço”, gravado em parte em Portugal,
retratando a busca da protagonista por suas origens lusitanas; e “Vinte Anos”,
coprodução com a Costa Rica capitaneada por Alice de Andrade, filha do cineasta
Joaquim Pedro de Andrade, de “Macunaíma” (1969).
“Vinte Anos” é um documentário –
foram selecionados apenas dois nesta edição – que trata da vida de três casais
ao longo de duas décadas da história cubana. O outro é “Martírio”, de Vincent
Carelli, que registrou durante 20 anos o extermínio de indígenas da nação
Guarani Kaiowá.
Entre os filmes selecionados,
estão ainda “Antes o Tempo Não Acabava’, que retrata o preconceito – o próprio
e o social – de um indígena que se muda para a metrópole; o suspense “Elon Não
Acreditava na Morte”, sobre um homem que se aproxima da loucura com a morte da
esposa; e “Rifle”, sobre uma resistência de pequenos agricultores ao
latifúndio.
Em 2015, o vencedor do Festival de Brasília foi o filme
pernambucano Big Jato, de Cláudio Assis.
Os nove longas-metragens que concorrerão ao troféu Candango em 2016 no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Os nove longas-metragens que concorrerão ao troféu Candango em 2016 no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
- A cidade onde envelheço, de Marilia Rocha, 99min, 2016, MG (foto)
- Antes o tempo não acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, 85min, 2016, AM
- Deserto, de Guilherme Weber, 100min, 2016, RJ
- Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr., 75min, 2016, MG
- Malícia, de Jimi Figueiredo, 87min, 2016, DF
- Martírio, de Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita, 160min, 2016, PE
- O último trago, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, 98min, 2016, CE
- Rifle, de Davi Pretto, 85min, 2016, RS
- Vinte anos, de Alice de Andrade, 80min, 2016, RJ
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