terça-feira, 20 de setembro de 2016

FILMES CONCORRENTES NO FESTIVAL DE BRASÍLIA

Antes o tempo não acabava

Começa hoje o Festival de Brasília.

A seleção buscou dar vez à pluralidade, tanto a de discurso – com filmes de forte debate político e experimentação estética – quanto a de regiões – foram selecionados filmes de seis Estados diferentes, além de um do DF, “Malícia”, de Jimi Figueiredo.

Outros destaques são “Deserto”, de Guilherme Weber, estrelado por Lima Duarte, que trata de uma trupe de artistas idosos que vaga pelo sertão; e “O Último Trago”, ficção sobre a luta contra a repressão ao longo da história, dirigido por um coletivo de cineastas cearenses que já está em sua quarta produção.

Os filmes foram selecionados entre 134 inscritos de todo o país. Contemplando produções que vão do Rio Grande do Sul ao Amazonas, o festival inova também nesta edição ao dar destaque a coproduções internacionais. “De fato, ampliando as fronteiras do interesse dos realizadores brasileiros, os filmes da competição nos levarão de Cuba a Miami”, adianta o curador do festival, Eduardo Valente.

Dois filmes selecionados foram produzidos deste modo: “A Cidade Onde Envelheço”, gravado em parte em Portugal, retratando a busca da protagonista por suas origens lusitanas; e “Vinte Anos”, coprodução com a Costa Rica capitaneada por Alice de Andrade, filha do cineasta Joaquim Pedro de Andrade, de “Macunaíma” (1969).

“Vinte Anos” é um documentário – foram selecionados apenas dois nesta edição – que trata da vida de três casais ao longo de duas décadas da história cubana. O outro é “Martírio”, de Vincent Carelli, que registrou durante 20 anos o extermínio de indígenas da nação Guarani Kaiowá.

Entre os filmes selecionados, estão ainda “Antes o Tempo Não Acabava’, que retrata o preconceito – o próprio e o social – de um indígena que se muda para a metrópole; o suspense “Elon Não Acreditava na Morte”, sobre um homem que se aproxima da loucura com a morte da esposa; e “Rifle”, sobre uma resistência de pequenos agricultores ao latifúndio.


Em 2015, o vencedor do Festival de Brasília foi o filme pernambucano Big Jato, de Cláudio Assis.

Os nove longas-metragens que concorrerão ao troféu Candango em 2016 no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

- A cidade onde envelheço, de Marilia Rocha, 99min, 2016, MG (foto)
- Antes o tempo não acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, 85min, 2016, AM
- Deserto, de Guilherme Weber, 100min, 2016, RJ
- Elon não acredita na morte, de Ricardo Alves Jr., 75min, 2016, MG
- Malícia, de Jimi Figueiredo, 87min, 2016, DF
- Martírio, de Vincent Carelli, em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tita, 160min, 2016, PE
- O último trago, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti, 98min, 2016, CE
- Rifle, de Davi Pretto, 85min, 2016, RS
- Vinte anos, de Alice de Andrade, 80min, 2016, RJ

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