sexta-feira, 1 de abril de 2011

AS PORNOCHANCHADAS MAIS FAMOSAS



Apesar da enorme quantidade de lançamentos e do sucesso obtido pelas pornochanchadas, podemos perceber que alguns desses filmes são especialmente lembrados em entrevistas, rodas sociais e com frequência surgem em reprises na televisão, talvez justamente como consequência dessa popularidade. Entre esses, está uma das obras mais presentes na memória do público das pornochanchadas, que é um filme de 1978, de José Miziara: O Bem Dotado – O Homem de Itu – que conta a história bem-humorada de Lírio (Nuno Leal Maia), um rapaz desajeitado que faz grande sucesso com as mulheres, quando estas descobrem que sua anatomia faz jus à fama da cidade, Itu, conhecida pela lenda de que tudo que é de lá é muito grande.




Histórias que Nossas Babás Não Contavam (Aníbal Massaini, 1979), é mais um filme de bastante repercussão. Trata-se de uma paródia bem-humorada da história da Branca de neve e os sete anões, e nele encontramos a personagem Clara das Neves (Adele Fátima, uma das mulatas de Sargentelli) sofrendo nas mãos de sua madrasta (Meiry Vieira) que manda matá-la, mas o caçador (o comediante Costinha) não tem coragem de fazer isso, e a deixa ir. Perdida na floresta, Clara é encontrada pelos sete anões, e seis deles apaixonam-se por ela, o que causa ciúmes no sétimo, que é gay e se sente abandonado. Depois de um tempo, Clara é encontrada por seu verdadeiro amor, o príncipe encantado (Denys Derkian) e a história tem seu “final feliz”. Vemos que buscar temas e histórias já conhecidas do público e “apimentá-las” para que correspondam à expectativa do frequentador das pornochanchadas é um recurso recorrente.




Na pornochanchada há uma constante situação: a mulher é tratada como mero objeto de desejo dos homens - tanto dos personagens, quanto dos espectadores, e em Mulher Objeto, o último e considerado por alguns autores como um dos melhores filmes de Sílvio de Abreu, não é diferente. Nele encontraremos uma história que traz complexidades psicológicas a serem resolvidas, pois irá tratar da insatisfação e recusa da protagonista, Regina, em relacionar-se com o marido, levando o casal a uma crise.

Em Mulher objeto, Sílvio de Abreu, sem se afastar de todas as características da pornochanchada e focalizando a nudez frontal com cenas bastante ousadas, dá certo acabamento às cenas, resultando numa qualidade que o diferencia. Todas as cenas são bastante refinadas e em nenhum momento há o apelo vulgar. Apesar de ser roteirista, os diálogos aqui não são de Silvio de Abreu. O argumento é de Alberto Salvá (A menina do lado) e o roteiro é de Jayme Cardoso. Na escolha da protagonista esse filme traz uma curiosidade, pois Helena Ramos, em seu melhor papel, não foi a primeira escolha do diretor, que pensou antes em Sonia Braga, Vera Fischer, Bruna Lombardi e Sandra Bréa, mas todas recusaram. Em nenhum momento ele queria dar o papel a Helena, pois ela tinha feito alguns filmes ruins, tinha o nome relacionado só à pornochanchadas e ele queria elevar o nível do gênero. Só aceitou quando percebeu que ela tinha muita garra e era capaz de interpretar qualquer papel, pois sabia da responsabilidade, já que se tratava de um filme mais pretensioso e por isso dedicou-se integralmente.

O filme foi exibido no Festival de Cannes e vendido para vários países. No Brasil conseguiu 2.031.520 espectadores, além do reconhecimento da crítica – o que surpreende, pois até então o gênero recebia ou sua reprovação ou seu silêncio. Depois dele, Silvio de Abreu não dirigiu mais nada e passou a se dedicar somente às novelas, também com grande êxito.

Podemos destacar nessa lista também, três filmes da primeira fase da pornochanchada, que contam com um erotismo mais recatado:



A SUPERFÊMEA (1973), um dos primeiros filmes estrelados por Vera Fischer, que estampava o cartaz do filme numa cena de nudez que não mostrava nada substancial. É a história de um laboratório de produtos farmacêuticos que deseja lançar no Brasil a pílula anticoncepcional masculina, mas como o público-alvo se mostra resistente, eles decidem investir no lançamento de uma mulher-mito, a Super-fêmea (Vera Fischer) para atingir seus objetivos.




A VIÚVA VIRGEM (1972), um dos grandes sucessos do gênero, com mais de 2,5 milhões de público e protagonizado pela saudosa Adriana Prieto que vive o papel-título, uma mulher que ficou viúva na noite de núpcias, o que provoca um alvoroço quando ela se muda para o Rio de Janeiro e os seus vizinhos descobrem o ocorrido. O elenco conta ainda com Jardel Filho, Carlos Imperial, Darlene Glória, Henriqueta Brieba e Meiry Vieira.




AINDA AGARRO ESTA VIZINHA (1974), também protagonizado por Adriana Prieto e dirigido por Pedro Carlos Rovai. Traça um painel de típicos moradores de um prédio em Copacabana, como Tatá , um jovem desiludido (Cecil Thiré), Teresa (Adriana Prieto), uma jovem pura que vem do interior para morar no apartamento em frente ao de Tatá e sua tia Olga (Lola Brah) que pretende entregá-la a um agenciador. O elenco conta ainda com Wilza Carla, Sérgio Hingst, Nídia de Paula, Hugo Bidet, Fregolente e Meiry Vieira. Totalmente filmado nos estúdios da Cinédia, com a mesma equipe de “A viúva virgem”.


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7 comentários:

  1. Alguns destes q vc citou, eu vi. "As Histórias q Nossas Babás não Contavam" é memorável, hilariante mesmo!

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  2. Não tem brasileiro da época, mesmo que não fosse assim tão amante de cinema, que não dispensasse um tempinho para ver esses filmes eróticos (que de eróticos nada tinham). Os cartazes enlouqueciam a quem passasse pelas portas dos cinemas, os induzindo a uma entradinha para conferir.

    Assisti a quase todos ou, se eu prestar bem a atenção, vi todos. Era um rato de cinema e nada perdia. Além disso, estava na minha fase áurea da idade, onde os hormônios saiam até pela planta dos pés, e não perdia a oportunidade de ver tantas deusas semi nuas.

    Porém vou me ousar e citar títulos, já que tudo o que Vera Fisher fazia, tinha sabor especial.
    Mas minha melhor época foi depois do ano 1980, onde a nudez e a ousadia se abrilhantaram com mais vigor.

    E foi desta época que analisei e passei a dar muito valor aos filmes de Claudio Cunha, como; Profissão; mulher/81, O Gosto do Pecado/80, Oh! Rebuceteio/84 (este com cenas de sexo explicito).

    Porém, mesmo antes da abertura para os filmes mais fortes, ele já nos dava bons filmes como; O Clube dos Infiéis/75, Sábado Alucinante/79 e Amada Amante/78. Todos ótimos e diferenciados.

    Cito o Cunha como diretor, isto porque ele atuou em muitas películas, e porque seus filmes eram com historias bem organizadas, filmes feitos com algum requinte, bem dirigidos e sempre com muito boas e até surpreendentes atuações.

    Havia sempre neles algo de positivo e real, além de serem historia que relatavam um cotidiano da vida e com a qual sempre nos identificávamos.

    Se estes filmes forem vistos hoje e forem observadas as diferenças para outras corriqueiras produções, pode-se fácil ser notadas as nuances positivas destes filmes, que considero fitas muito boas, bem feitas e muito bem orquestradas.

    Fato que não tira mérito de outros bons diretores como o Silvio de Abreu em Mulher Mulher, o Barreto em Dona Flor e Seus Dois Maridos/75 entre alguns demais.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  3. Jurandir, nem me fale. Também vi todos esses filmes, tanto os da pornochanchada quanto vários de sexo explícito e eu também os adoro.

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    1. Realmente. Os bons filmes de pornochanchadas deixam saudades. Rsrsrsr. Era uma loucura na época. . . .quando certos lançamentos esam esperados !!!!

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  4. Sou viciadão em porno dos anos 80, ja baixei muita coisa pela net, mas queria mesmo comprar umas revistas em quadrinho e fotonovela, alguém sabe me dizer alguma loja que possa encontrar? e-mail: ra.faell@live.com

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  5. como faço para baixar alguns filmes da época? os filmes seriam troca troca do prazer ; corpo devasso e rapazes da calçada

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  6. Faltou o filme "Um Pistoleiro Chamado Papaco" de 1986.

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