Direção: Priscilla Brasil. Documentário, 51 min.
O que poderia acontecer se mais de 4 milhões de católicos se encontrassem com
40 mil gays? É a pergunta que tenta responder esse documentário de
média-metragem produzido em 2006, durante o Círio de Nazaré que acontece todos
os anos no mês de outubro em Belém do Pará. Só que no mesmo dia do Círio também
acontece a festa da Chiquita onde milhares de gays se reúnem. Eles esperam a
procissão passar para começar sua festa, mas mesma assim a polêmica está
armada. E a situação só piorou quando o IPHAN em 2004 fez o registro da festa
da Chiquita como parte do Círio de Nazaré, o que irritou padres e fiéis.
Fé e pecado se misturam aos olhos dos mais fanáticos que se acham superiores. O
filme alterna depoimentos das duas partes, para que se conheça os dois lados da
moeda. Os gays só parecem querer se divertir, sem nenhum sacrilégio ou
desrespeito à imagem de Nossa Senhora de Nazaré, enquanto alguns católicos não
vêem dessa forma. A mais preconceituosa e intolerante é uma velhinha que diz
que o pecado do gay é maior do que o de um assassino por ele saber o que está
fazendo, enquanto o assassino poderia agir por impulso ou de cabeça quente. O
depoimento de um padre não é muito diferente.
No meio de toda essa polêmica, os participantes acabam tentando traçar um
painel sobre ser gay e as possíveis causas e consequências disso frente ao
preconceito da maioria. Há alguns depoimentos animadores de pessoas simples que
expõe o direito que cada um tem de ser o que é.
O filme que foi feito sem patrocínio abre com a música "A filha da
Chiquita Bacana" de Caetano Veloso e se encerra com "Chiquita
Bacana" de Carmem Miranda que eu não sabia que era tema desse filme, mas
que não saiu da minha cabeça desde que li sobre o filme pela primeira vez.
Chiquita Bacana da Carmen Miranda?
ResponderExcluirHá grande engano nisso. Chiquita Bacana foi um lançamento de Emilinha Borba.
Carmem Miranda também gravou essa música, que fez muito sucesso.
ResponderExcluirChiquita Bacana lá da Martinica se veste com a casca de banana nanica ... Quando foi lançada, Carmen Miranda já havia morrido.
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