Max Schreck em Nosferatu |
O dicionário define o horror como uma intensa reação de repulsa e medo e o medo como um sentimento de inquietação ante a vivência de uma ameaça real ou imaginária. E é isso que move o público a ver os filmes de terror: a vontade de sentir medo ou repulsa, mas tendo a certeza de que aquilo não é real.
Os primeiros monstros do cinema nasceram no expressionismo alemão em filmes que pareciam pesadelos, inclusive no fato de não fazerem muito sentido. Surgiram Homunculus, Cesar, Golem, Nosferatu, Mefistófeles, Orlac, os criminosos do museu de cera e M, o vampiro de Dusseldorf.
Boris Karloff em Frankenstein |
Com o nazismo, o terror emigrou para os Estados Unidos já na década de 30. Nesse período destacou-se Frankenstein (1931) de James Whale, com Boris Karloff na famosa máscara de testa enorme e dois eletrodos no pescoço.
Antes disso, os vampiros assustaram muita gente, ainda no cinema mudo, com Nosferatu (1922) de F. W. Murnau, uma adaptação de Drácula de Bram Stoker, onde o príncipe das trevas era interpretado por Max Schreck, que fez tão bem seu papel que muitos acreditam até hoje que ele era mesmo um vampiro. A primeira versão mais fiel ao romance foi do americano Tod Browning (1931), com o húngaro Bela Lugosi. Em 1958, Christopher Lee assumiu o papel em O vampiro da noite, a melhor das versões produzidas pelo estúdio Hammer, onde Vincent Price também fez grande sucesso com O abominável Dr. Phibes e dezenas de outros personagens.
O fantasma da ópera também foi adaptado várias vezes, mas nenhuma tão fiel ao romance de Gaston Leroux como o filme estrelado por Lon Chaney em 1925. O mesmo Chaney também personificou O corcunda de Notre Darme de Victor Hugo. Os dois foram seus personagens mais famosos, ainda no cinema mudo.
A múmia também é um personagem muito marcante nos filmes de terror. As múmias mais famosas do cinema foram interpretadas por Boris Karloff em A múmia (1932) e Christopher Lee na refilmagem de 1959. Elas deram origem aos zumbis, que apareceram inicialmente em O gabinete do Dr. Caligari (1919), mas com mais clareza pelas mãos do diretor George A. Romero a partir de A noite dos mortos vivos (1968). Romero se especializou no gênero e dirigiu nos anos seguintes, Zombie - O despertar dos mortos (1979), Dia dos mortos (1985), Terra dos mortos (2005), Diário dos mortos (2007) e A ilha dos mortos (2009).
Roman Polanski aterrorizou o mundo com O bebê de Rosemary (1968), onde uma mulher (Mia Farrow) acredita estar grávida do demônio. Depois o diretor fez todo mundo rir com A dança dos vampiros (1968).
O escritor Edgar Allan Poe fez muito sucesso com seus livros e posteriormente com as adaptações para o cinema de Coração delator (1928), Crimes na Rua Morgue (1932), O gato preto (1934), A queda da casa de Usher (1960), O poço e o pêndulo (1961), Enterro prematuro (1962), Muralhas do pavor (1962), O corvo (1963), O castelo assombrado (1963) e tantos outros.
Cena de A queda da Casa de Usher |
O escritor Edgar Allan Poe fez muito sucesso com seus livros e posteriormente com as adaptações para o cinema de Coração delator (1928), Crimes na Rua Morgue (1932), O gato preto (1934), A queda da casa de Usher (1960), O poço e o pêndulo (1961), Enterro prematuro (1962), Muralhas do pavor (1962), O corvo (1963), O castelo assombrado (1963) e tantos outros.
Lon Chaney em O Fantasma da ópera |
Vincent Price em O abominável Dr. Phibes |
Lon Chaney em O corcunda de Notre Dame |
Gostei da matéria, muito curiosa ;)
ResponderExcluirhttp://cinelupinha.blogspot.com/
MARAVILHOSO POST!!!
ResponderExcluirNosferatu me assusta até hoje!
ResponderExcluirGilberto, tenho uma surpresa pra vc lá no blog... a nossa musa
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Ótimo post! Tem pessoas que não gostam de filmes de terror. Porém, muitos personagens famosos do cinema foram feitos na arte do terror!!
ResponderExcluirPreciso dizer que A M E I esse post? Você uniu duas das minhas paixões: literatura e cinema, e uma paixão secundária: filmes de terror e suspense, desde que de boa qualidade. Os clássicos então, nem se fala. Não tenho nem o que dizer dos filmes e atores citados aqui. Todos assustadoramente excelentes! Quanto à minha maior paixão literária, Edgar Allan Poe, alguns dos diretores, como Federico Fellini, respeitaram sua obra nas adaptações que realizaram, só Roger Corman que, na maioria dos filmes sobre contos de Poe que dirigiu, não se preocupou em manter ao menos a essência dos personagens, coisa de extrema importância nas obras do autor. Quem não conhece os contos acha que o que está nos filmes é o que Poe escreveu. Lamentável. Os filmes valem mais pelo ator, Vincent Price, do que pela proposta. Mas eu sou muito suspeita para falar... rs.
ResponderExcluirMuito bom, Gilberto. Como sempre.
Obrigado Rafael, Luiz Santiago, M., Antonio Nahud e Felipe. Os filmes de terror clássicos são mesmo imperdíveis.
ResponderExcluirE obrigado Ligeia, você sempre tão atenciosa. Essa matéria é dedicada a você que foi quem me deu a ideia, lembra? Tinha escrito sem citar o Edgar Allan Poe, mas lembrei-me de você e do Roderick que são tão fãs da literatura dele e resolvi complementar. Abraços e continue dando ideias para pauta.
Muita gentileza sua, Gilberto. Te egradeço muito. Tem gente que não gosta de sugestões de posts. Já vi aqui na blogosfera gente reclamando de susgestões de posts e dizendo: por que não postam no seu próprio blog? Muitas vezes a pessoa sugere um post porque o blog é voltado para um tema em particular e porque o dono ou dona desse blog tem um talento especial para desenvolver certos temas e também conhecimento do assunto. Eu teria isso como um elogio, uma valorização, um reconhecimento da minha capacidade. Mas, enfim, fazer o que, não é? Só acho que não precisa de grosseria.
ResponderExcluirUm abraço e, mais uma vez, muito obrigada.
Meu gênero predileto de filmes é o terror. Mas eu nunca senti medo . Se eu sentisse medo, eu não viria, ora(rs). E minha preferência é pelos filmes de Corman, baseados em Poe; depois os da Hammer e da Amicus, em especial os de Drácula, com Christopher Lee.
ResponderExcluirO terror pós "O Exorcista" eu não gosto, salvo algumas exceções.
Me desculpem, mas não gostei dos "O Bebê de Rosemary" e o "Nosferatu", do Klaus Kinsky: lentos, cansativos...
O filme do Dr. Phibes foi feito na American International Pictures e não na Hammer.
Ao todo foram oito adaptações que Corman fez de Poe, vc viu todas, Gilberto? Se viu, o q achou?
Vc tem preferência por algum ator de terror?