Zezé Motta |
Hoje é o Dia da Consciência
Negra. Muitos não sabem, mas o Brasil é atualmente o segundo país do mundo em
população negra, superado apenas pela Nigéria e a frente da Etiópia, do Congo e
da África do Sul.
Favela dos meus amores (1935) de Humberto
Mauro foi o primeiro filme brasileiro a tratar do assunto, mas mesmo assim a
maioria dos atores é branca ou morena clara. O filme foi censurado por mostrar
muitos pobres e consequentemente negros. Que absurdo! Como se isso devesse ser
escondido.
Ruth de Souza |
O ébrio (1945) de Gilda de Abreu também
trazia três personagens negros, mas todos estereotipados em papéis de
empregados ingênuos e inverossímeis de tão bondosos.
Léa Garcia |
As chanchadas sempre trouxeram vários
personagens negros, mas a maioria também de forma estereotipada. Em O caçula do
barulho (1949), um comediante branco se recusa a seduzir uma criada negra
e gorda porque a acha parecida com um chimpanzé. Em E o mundo se diverte
(1949), um negro atende o telefone e uma mulher pede que ele se descreva e ele
diz que é loiro, bonito e de olhos azuis. A dupla do barulho (1953) mostra o
problema racial nitidamente. Nele, uma dupla de comediantes (um branco e um
negro), o negro sente-se preterido, abandona tudo e
torna-se alcoólatra.
Milton Gonçalves |
Mas antes disso, Também somos irmãos
(1949), já tinha tratado do assunto. São dois irmãos negros, um advogado e
outro marginal e esse segundo sente na pele o preconceito racial por não ter a
mesma posição do irmão. Rio zona norte (1957) e Bahia de todos os santos
(1960), influenciados pelo neorealismo italiano também tratavam de personagens
marginais.
Grande Otelo |
Pode-se destacar também Sinhá Moça (1953),
Barravento (1960), Ganga zumba (1964), Compasso de espera (1964), Um é pouco,
dois é bom (1970), O amuleto de Ogum (1974), Xica da Silva (1976), As aventuras
amorosas de um padeiro (1976), Tenda dos milagres (1977), A deusa negra (1979),
Na boca do mundo (1979), A longa noite de prazer (1984), Chico rei (1985),
A negação do Brasil, Atabaque Nzinga, As filhas do vento (2005), Vamos fazer um
brinde (2011),
Taís Araújo |
Mussum |
O livro O negro no cinema brasileiro de
ficção de João Carlos Rodrigues, trata especificamente do assunto.
Lázaro Ramos |
Doe Medula Óssea
Bela mensagem....Mussum marcou minha geração.
ResponderExcluirabraços
Análise muito pertinente, Gilberto! O preconceito mostrado em "A Dupla do Barulho" e "Também somos irmãos" é bastante incomum para a época, mas é tocante.
ResponderExcluirAbraços!