Direção: Carlos Bolado. Com: Digo
Luna, Alice Braga, Maria Dealves (Alves), Ângela Coréia e Chica Xavier. 113
min.
Em um dado momento de “Só Deus sabe”
uma personagem diz: “Isso aqui está parecendo uma novela mexicana”. Claro que
isso pode ter sido uma brincadeira, já que se trata de uma co-produção
México/Brasil, mas é esse o espírito do filme: o de uma novela mexicana, com
suas choradeiras e conseqüentes tragédias.
Dolores (Alice Braga) tem um caso com
um homem casado e durante uma balada, tem o carro roubado e perde o passaporte
que é encontrado por Damián (Diego Luna). Este consegue se envolver com
Dolores, mas esconde que está com seu passaporte, pois sabe que quando ela
descobrir não vai perdoa-lo.
A história começa no México, depois
passa pelos Estados Unidos e termina no Brasil, no que é basicamente um filme
de estrada. Pelo menos a língua de cada país é preservada e quando eles chegam
no Brasil, os personagens falam português e não espanhol ou inglês como acontece
na maioria dos filmes americanos filmado aqui, claro que é uma co-produção,
então os dois países tem o direito de intervir.
O roteiro é muito fraco e não foge de
nenhum estereótipo. Dolores volta para o Brasil e depois que sua avó morre, ela
consequentemente descobre que ela tinha ligações com o candomblé, então começa
a investigar mais sobre o assunto com Duda (Maria Alves de “O seqüestro”, que
agora depois de tantos anos de carreira, passa a assinar como Maria Dealves) e
a mãe de santo vivida por Chica Xavier. Isso não é nenhuma novidade, já que os
estrangeiros pensam que todos os brasileiros frequentam o terreiro ou são
adeptos do candomblé. Pensamento introjetado por filmes como “Feitiço do Rio”,
“Sabor da paixão” e tantos outros que sempre mostraram esse lado excêntrico do
Brasil. E “Só Deus sabe” não tenta nem um pouco mudar esse pensamento.
Além disso, há uma gravidez
inesperada, a inevitável dúvida sobre o aborto, uma mãe fútil e um câncer que
ameaça estragar a felicidade de todo mundo e traz mais dramas e lágrimas.
O casal central é simpático e
protagoniza cenas calientes de sexo. Alice Braga fala bem o espanhol e Diego
Luna (E sua mãe também) arrisca só algumas palavras em português. Ela teve
mais sorte que ele na carreira internacional. Depois deste, participou de “Eu
sou a lenda” com Will Smith, “12 horas até o amanhecer”, com Brendan Fraser e
“Território restrito” com Harrison Ford e está em cartaz com Elysium. É sobrinha de Sonia Braga e filha de
Ana Maria Braga, que participou de “O beijo da mulher aranha” e agora assina como
Ana Braga no filme de Marco Ricca, CABEÇA A PRÊMIO.
Realmente a trama parece uma indigesta novela mexicana.
ResponderExcluirAbraço
Viiixiii... com esse enredo à la drama de novela mexicana, passo longe! hahaha Fico imaginando onde descobre tantos filmes! Um abraço!
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