O diretor Guto
Parente, tem uma carreira bem peculiar de cinema autoral. Anteriormente dirigiu
Estrada para Ythaca (2010), Os monstros (2011) e No lugar errado (2011), além
de vários curtas. Guto dirige geralmente em parceria com Pedro Diógenes, Luiz
Pretti e Ricardo Pretti.
Seus filmes não são
para todos os gostos e merecem um espectador mais atento. Alguns são até um
pouco chatos e requerem certa paciência, mas fiquei espantado com seu novo
filme, Doce Amianto (2013) que é de uma singeleza impressionante, as vezes
mistura sonho com realidade ou até histórias contadas pelos personagens.
Amianto (interpretada pelo co-diretor do filme, Uirá dos Reis) vive isolada
num mundo de fantasia habitado por seus delírios de incontida esperança, onde
sua ingenuidade e sua melancolia convivem de mãos dadas. Após sentir-se
abandonada por seu amor (O Rapaz), Amianto encontra abrigo na presença de sua
amiga morta, Blanche, que a protegerá contra suas dores – ao menos até onde
possa.
Seu universo interior choca-se com a realidade de um mundo que não a aceita, um mundo ao qual ela não pertence e invariavelmente ela torna a debruçar-se sobre seus delírios jocosos, misturando realidade e fantasia. Com a ajuda de sua Fada Madrinha, Amianto recolhe forças para continuar existindo na esperança de ser feliz algum dia.
Uirá dos Reis escreveu o roteiro em homenagem a um amigo que morreu. No filme esse amigo morto vira uma fada madrinha, que às vezes atrapalha mais do que ajuda.
No final há uma cena de sexo bem hardcore (mas não explícita) que pode chocar alguns espectadores, mas eu já vi piores...
Confira!
Esta para mim entre os melhores filmes brasileiros do ano passado.
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