Othon Bastos e Isabel Ribeiro em São Bernardo |
A história da Embrafilme (Empresa
Brasileira de filmes S/A) pode ser divida em três fases distintas:
A primeira fase vai de 1969, quando
foi fundada até 1994. entre 1970 – 1973 a empresa de economia mista (sendo a União
seu acionista majoritário) produziu 83 filmes de longa metragem. Os maiores
sucesso dessa fase foram “São Bernardo”, “Toda nudez será castigada”, Iracema –
Uma transa amazônica, O amuleto de Ogum e Lição de amor.
Betty Faria e Fábio Jr. em Bye Bye Brasil |
A segunda fase vai de 1974 a 1985, com início sob
a direção do cineasta Roberto Farias. O primeiro filmes comercializado nessa
fase foi “Sagarana – O duelo de Paulo Thiago (baseado na obra de Graciliano
Ramos), mas o maior sucesso (não só desse período, mas de toda a história do
cinema brasileiro), foi “Dona Flor e seus dois maridos” (1976) com quase 11
milhões de espectadores. Em seguida vieram “Tudo bem” (1978), “Bye bye Brasil”
(1979), “Pixote – A lei do mais fraco” (1980). Em 1980 foi produzido o maior
fracasso da empresa, o insuportável “A idade da Terra” de Glauber Rocha que
custou 1 milhão de dólares e não rendeu quase nada. Em seguida vieram os sucessos (inclusive no exterior) de
Eles não usam black-tie (1981), Inocência (1983), Memórias do cárcere (1984), A
hora da estrela (1985).
A última fase vai de 1986 a 1991 e é marcada pelo
esvaziamento político e econômico, apesar dos sucessos significantes de “A
marvada carne” (1986), Cidade oculta (1986), Anjos da noite (1987), Sonho de
verão (1990) e Lua de cristal (1990).
Em 1º de janeiro de 1990, Fernando
Collor de Mello assume a presidência e resolve acabar com a Embrafilme, pois
achava que ela era inútil e só servia para gastar o dinheiro público. Essa
atitude impensada quase “matou” o cinema brasileiro. Alguns dizem que ele faz
isso devido a uma figuração em um filme do cinema novo, o qual ele não gostou,
mas essa lenda nunca foi provada e provavelmente é falsa. A empresa agonizou
até 1992, quando finalmente acabou.
Muitos criticam a empresa de
favorecimentos políticos e de nepotismo com o financiamento de certos filmes e
outros não, mas apesar disso, manteve vivo o cinema brasileiro por mais de duas
décadas. Teve o ponto negativo de ter acostumado mal alguns cineastas e
produtores que como não tinham que devolver o dinheiro investido em seus
filmes, não se preocupavam em conquistar o público e produziam filmes para eles
mesmos que se tornavam fracassos de bilheteria.
A era Collor foi um período negro em todos os sentidos.
ResponderExcluirO pensamento do Collor era que o cinema deveria ser financiado por empresas privadas, sem dinheiro do governo, o que não era tão errado. O problema era o caos financeiro que o país passava, que vinha do governo Sarney e que se agravou no seu desastrado governo.
ResponderExcluirInfelizmente a Embrafilme na época financiava apenas poucos cineastas. Como exemplo, José Mojica Marins não conseguia financiamento desde os anos setenta, sendo obrigado a fazer filmes pornôs para continuar na ativa.
Abraço