domingo, 11 de agosto de 2013

A "ERA" EMBRAFILME

Othon Bastos e Isabel Ribeiro em São Bernardo

A história da Embrafilme (Empresa Brasileira de filmes S/A) pode ser divida em três fases distintas:

A primeira fase vai de 1969, quando foi fundada até 1994. entre 1970 – 1973 a empresa de economia mista (sendo a União seu acionista majoritário) produziu 83 filmes de longa metragem. Os maiores sucesso dessa fase foram “São Bernardo”, “Toda nudez será castigada”, Iracema – Uma transa amazônica, O amuleto de Ogum e Lição de amor.

Betty Faria e Fábio Jr. em Bye Bye Brasil

A segunda fase vai de 1974 a 1985, com início sob a direção do cineasta Roberto Farias. O primeiro filmes comercializado nessa fase foi “Sagarana – O duelo de Paulo Thiago (baseado na obra de Graciliano Ramos), mas o maior sucesso (não só desse período, mas de toda a história do cinema brasileiro), foi “Dona Flor e seus dois maridos” (1976) com quase 11 milhões de espectadores. Em seguida vieram “Tudo bem” (1978), “Bye bye Brasil” (1979), “Pixote – A lei do mais fraco” (1980). Em 1980 foi produzido o maior fracasso da empresa, o insuportável “A idade da Terra” de Glauber Rocha que custou 1 milhão de dólares e não rendeu quase nada. Em seguida  vieram os sucessos (inclusive no exterior) de Eles não usam black-tie (1981), Inocência (1983), Memórias do cárcere (1984), A hora da estrela (1985).


A última fase vai de 1986 a 1991 e é marcada pelo esvaziamento político e econômico, apesar dos sucessos significantes de “A marvada carne” (1986), Cidade oculta (1986), Anjos da noite (1987), Sonho de verão (1990) e Lua de cristal (1990).

Em 1º de janeiro de 1990, Fernando Collor de Mello assume a presidência e resolve acabar com a Embrafilme, pois achava que ela era inútil e só servia para gastar o dinheiro público. Essa atitude impensada quase “matou” o cinema brasileiro. Alguns dizem que ele faz isso devido a uma figuração em um filme do cinema novo, o qual ele não gostou, mas essa lenda nunca foi provada e provavelmente é falsa. A empresa agonizou até 1992, quando finalmente acabou.


Muitos criticam a empresa de favorecimentos políticos e de nepotismo com o financiamento de certos filmes e outros não, mas apesar disso, manteve vivo o cinema brasileiro por mais de duas décadas. Teve o ponto negativo de ter acostumado mal alguns cineastas e produtores que como não tinham que devolver o dinheiro investido em seus filmes, não se preocupavam em conquistar o público e produziam filmes para eles mesmos que se tornavam fracassos de bilheteria.


2 comentários:

  1. A era Collor foi um período negro em todos os sentidos.

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  2. O pensamento do Collor era que o cinema deveria ser financiado por empresas privadas, sem dinheiro do governo, o que não era tão errado. O problema era o caos financeiro que o país passava, que vinha do governo Sarney e que se agravou no seu desastrado governo.

    Infelizmente a Embrafilme na época financiava apenas poucos cineastas. Como exemplo, José Mojica Marins não conseguia financiamento desde os anos setenta, sendo obrigado a fazer filmes pornôs para continuar na ativa.

    Abraço

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