No dia 31 de março de 1964 foi instaurada no país
uma das mais sangrentas ditaduras da América Latina, que durou 21 anos. Nesse período, os
generais Castello Branco, Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e João
Batista Figueiredo estiveram à frente de um governo marcado por exílios
forçados, atos institucionais, o fechamento do Congresso Nacional, o
cerceamento das liberdades individuais, censura à imprensa e sessões de tortura.
Era um tempo de turbulências na política e na
economia: a inflação acumulada em um ano chegou a 80% e as riquezas do país
estavam encolhendo. Havia também uma falta de gêneros de primeira necessidade,
como o açúcar, bem como a distribuição precária de energia e de água.
Havia o temor de que Jango (João Goulart) desse
um golpe de esquerda e esse temor só aumentou depois do comício de 13 de março,
no Rio de Janeiro, quando o presidente prometeu fazer as reformas de base,
contando com o apoio de movimentos sociais dispostos a impor essas mudanças na
lei.
Parte da população foi para a rua contra o
governo de João Goulart, com o incentivo de políticos de oposição. A primeira
Marcha da Família com Deus pela Liberdade aconteceu no Centro de São Paulo, no
dia 19 de março de 1964, e contou com cerca de 400 mil pessoas. Todos temiam
mudanças que aproximassem o país de um regime comunista, mas muitos que estavam
lá não imaginavam o que aconteceria em seguida: um golpe de Estado, sucedido
por uma ditadura militar, que duraria 21 anos.
O general Olímpio Mourão Filho tomou frente do movimento
contra Jango e liderou uma tropa partindo de Juiz de Fora.
No dia 31 de março de 1964, o presidente João
Goulart acordou no Palácio Laranjeiras e logo soube da movimentação das tropas
que vinham de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro. Lá, ele recebeu
visitas e informações que foram fundamentais para as decisões tomadas ao longo
do dia.
Um documento assinado por vários generais dizia o
seguinte: “Se Goulart decretasse a ilegalidade do Comando Geral dos
Trabalhadores e prendesse os comunistas, as Forças Armadas iriam apoiá-lo”.
No fim da noite, Goulart ficou sabendo que o
comandante das tropas de São Paulo também apoiava o golpe e percebeu que era
uma ação conjunta das Forças Armadas com o apoio dos empresários, de amplos
setores da classe média, dos meios de comunicação, do poder legislativo e dos
governadores de estado.
No dia 1º de abril, Goulart foi a Brasília e, de
lá, seguiu para Porto Alegre em busca de apoio. Enquanto Jango voava, o
presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, abriu o caminho para os golpistas.
Houve uma operação militar de um golpe, mas também um golpe do poder
legislativo.
Em 11 de abril, o general Humberto Castelo Branco
foi eleito pelo Congresso Nacional e assumiu a Presidência da República. Os
militares tinham prometido entregar logo o poder aos civis, mas ainda vieram
mais quatro generais e 17 atos institucionais.
O Ato Instituicional nº 05 (AI-5) proibiu a
concessão de habeas corpus para presos políticos, o que foi o sinal verde para
a tortura. Alguém era preso e ficava preso pelo tempo que os carcereiros
militares quisessem e nas condições que eles quisessem.
Enquanto a propaganda oficial falava em Brasil
grande, com obras monumentais, a repressão e a censura se intensificavam. Em
dezenas de instalações militares e policiais espalhadas pelo país, 362 pessoas
morreram ou desapareceram depois de serem presas.
A perseguição aos opositores aumentou após as
ações de grupos armados que pretendiam combater a ditadura e, ao mesmo tempo,
implantar um regime socialista.
Só em 1985, após uma grande mobilização popular,
o Brasil voltou a ter um civil na presidência. Quatro anos depois, os
brasileiros puderam novamente escolher, por eleições diretas, o presidente do
país.
Fonte de pesquisa:
www.g1.globo.com/jornalnacional
Na próxima postagem, vamos relembrar os filmes que trataram desse período tão nebuloso de nossa história.
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