domingo, 13 de abril de 2014

O HOMEM QUE VEIO DE LONGE


Para relembrar Elizabeth Taylor, tentei assistir A árvore da vida, que ela fez com Montgomery Clift em 1958, mas como não consegui encontrar, acabei vendo O homem que veio de longe (1968), baseado numa peça quase desconhecida e das menos prestigiadas de Tennessee Williams. Só foi produzido pelo prestígio que o casal Elizabeth Taylor/ Richard Burton tinha à época.

O título original é muito estranho, Boom! Referindo-se ao barulho que as ondas fazem quando batem nas rochas, o filme então nem se fala. Liz vive uma mulher doente que mora em uma ilha cercada por empregados e ditando sua autobiografia para uma secretária (Joanna Shimkus, que depois abandonaria a carreira para se casar com Sidney Poitier). Não se deixa claro exatamente o que ela tem, falam que ela quebrou a “bacia”, que tem artrite, neurite e tudo o mais que termine em “ite”, só não se dá conta que também tem “mortite”, como diz a secretária, mas nada disso é mortal. Ela grita de dor, recebe transfusão de sangue e toma analgésicos para dormir.


Até que aparece o homem do título (Richard Burton), que tem o costume de visitar senhoras que estão à beira da morte para ajudá-las a fazer a passagem, como se fosse o anjo da morte. No início temos a impressão que ela não passa de um interesseiro ou de alguém que as ajuda a morrerem mais rápido, mas não é bem assim. Sally (Liz) é arrogante e prepotente e o trata com desdém, mesmo dizendo que um homem seria melhor para ela que todos os remédios que toma. Quando ela “baixa a guarda” e tenta se aproximar, já é tarde demais.

Num momento em que sua esperança acaba, ela diz: “O trem da alegria não para mais aqui!” Uma frase belíssima, mais de um pessimismo insuportável e que no final das contas acaba sendo a única que fica gravada em nossa mente, depois que o filme acaba.



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