domingo, 23 de outubro de 2016

ENTREVISTA COM GILBERTO CARLOS - PARTE 2


·        Qual seu cinema preferido?
Não tenho cinema preferido. Tudo é uma questão de oportunidade ou tempo, já que não tem cinema em minha cidade, quando vou a Goiânia ou a São Paulo, vejo tudo que posso. Já fui a muitos cinemas de rua, quando eles ainda eram mais comuns. Adorei as salas do Shopping Bougainville. Tão chique, me sentia quase um estranho no ninho. Na entrada uma televisão sempre exibia o adorável Gata em teto de zinco quente. Mas também vi muitos filmes no Araguaia Shopping e no Flamboyant.

·        Tem ideia de quantos filmes já assistiu?
 Influenciado por Rubens Ewald Filho, também tenho o costume de anotar todos os filmes que assisto. É bom para ter um controle e tirar a dúvida se vi algum filme cujo enredo se perder em minhas lembranças, já que não dá pra lembrar de cada detalhe. Até hoje já assisti 4.491, só contando os longas metragens.

·        Você prefere o cinema clássico ou o atual?
Como disse, comecei com o cinema atual, já que os filmes clássicos sempre eram exibidos durante a madrugada e eu não agüentava esperar para vê-los. Hoje nem isso, os clássicos ou cults como são chamados atualmente ficaram relegados aos canais por assinatura como TCM ou Telecine Cult. Adorava ver esses canais quando era assinante da Sky, ma hoje faço downloads pela internet desses filmes clássicos. Não tenho preferências, intercalo entre os atuais e os mais antigos, os coloridos e os em preto e branco, os legendados e os dublados, os nacionais e os estrangeiros.


·        Qual o seu gênero favorito e de qual menos gosta?
Amo os dramas, os melodramas (quanto mais dramático melhor) e as comédias românticas. Como blogueiro acabo vendo de tudo. Até alguns gêneros que não gosto muito. Estou meio cansado de algumas comédias escatológicas, dos filmes de ação descerebrados e dos terrores explícitos demais, quase todos iguais. Nunca tive muito acesso aos faroestes, nem nunca gostei do Cinema Novo Brasileiro. Mas nunca tive nenhum preconceito. Já vi muitos filmes eróticos e até pornográficos e cheguei a gostar de vários deles.

·        O que você acha do cinema brasileiro? Será que um dia ele terá condições de competir com o cinema americano ou mesmo de se tornar uma indústria?
Como todos aqui já sabem, sou um verdadeiro apaixonado por cinema brasileiro. Vejo todos os filmes nacionais que consigo encontrar. Gosto das pornochanchadas, do cinema marginal, das chanchadas, dos filmes da Embrafilme, da retomada, dos filmes da Globo Filmes e até dos filmes da Boca do lixo de São Paulo, inclusive os pornôs. Infelizmente nosso cinema não tem tantos investimentos quanto o ianque, para investir na produção. Pode ser que um dia possamos competir de igual pra igual, mas não isso não deve acontecer tão brevemente. E essas leis de incentivo ainda deixam os cineastas dependentes do dinheiro público, pois se o filme der prejuízo eles não perdem nada. Nos anos 70 era totalmente diferente, os diretores investiam seu próprio dinheiro e não havia desperdício. Os filmes tinham que fazer sucesso com o público. Eu também sou a favor do cinema popular.

·        Com que freqüência você assiste filmes?
Antes assistia um filme por dia, mas como o tempo foi “encurtando”, acabo vendo mais nos finais de semana, pelo menos uns cinco. Podia até ser mais, mas há tantas outras coisas para fazer: conversar com os amigos, passear, andar de bicicleta, viver... e no intervalo disso tudo: ver um bom filme!


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