Direção: Lina Chamie. Com: Marco
Ricca, Alice Braga, Fernando Alves Pinto, Mariana Lima. 89 min.
Depois de Tonica Dominante (2000),
Lina Chamie retornou com esse filme de amor sensível e delicado, que conta a
história de um casal que está se separando, ele (Marco Ricca) é escritor, ela
(Alice Braga) é atriz de teatro. Os dois se conhecem e se apaixonam durante uma
montagem da peça “As bacantes” de José Celso Martinez Correia, mas depois de um
tempo, a convivência e as diferenças parecem falar mais alto. O fim do romance
acontece por telefone, mas como ele não se conforma, enfrenta um engarrafamento
para ir até a casa dela tentar a reconciliação. Durante essa viagem, que dura o
filme todo, são recitados poemas de Carlos Drummond de Andrade e Mário Chamie,
pai da diretora, ao som de música clássica e a música “Estrela” de Gilberto
Gil.
O maior arrependimento dele foi ter
falado palavras que não devia, como demonstrar ciúmes por um colega dela,
Thiago (Fernando Alves Pinto, que protagonizou Tônica dominante). O filme faz
muitas viagens no tempo enquanto ele está no trânsito, são intercaladas cenas
de quando os dois se conheceram, a briga, as lembranças da mãe (Mariana Lima) e
um acidente de trânsito que só será desvendado ao final.
“A via láctea” é um filme diferente
do que estamos acostumados a ver, mas contado de uma forma tão bonita e
especial, que não há como não se emocionar e se envolver com a história desse
casal que ainda se ama, mas enfrenta empecilhos em sua relação. O elenco é
bastante reduzido, além de Marco Ricca e Alice Braga, Fernando Alves Pinto
aparece como o pivô da briga e Mariana Lima em uma única cena. Apesar do elenco
pequeno e de algumas cenas contemplativas, em nenhum momento o filme é chato ou
cansativo. Com certeza, um dos mais belos filmes de amor que assisti nos
últimos tempos.
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