Taron Egerton |
Nos primórdios do cinema, começando em 1908, a lenda foi
inicialmente adaptada no curta inglês “Robin Hood & His Merry Men” dirigido
por Percy Stow, ainda no período silencioso. Em 1912, uma nova adaptação da
lenda foi feita na America intitulada apenas “Robin Hood” com Robert Frazer no
papel título. Ainda haveriam mais três versões entre 1912 e 1913, além de uma
adaptação de “Ivanhoe” em 1913 até a versão mais famosa do período, de 1922
igualmente chamada “Robin Hood” e estrelada por Douglas Fairbanks.
No final dos anos 30 a Warner e a MGM disputavam realizar a
primeira versão falada, mas foi a Warner quem acabou levando a cabo sua
realização. Convidando Douglas Fairbanks Jr para o papel central, mas este não
estava disposto a repetir os feitos de seu pai. Foi então que o papel ficou com
Errol Flynn, então com 28 anos, vindo do sucesso estrondoso alcançado em fitas
como “Capitão Blood” (1935) e “A Carga da Brigada Ligeira” (1936), ambos
dirigidos por Michael Curtiz e co-estrelado por Olivia DeHavilland. Curtiz foi
chamado pela Warner para concluir as filmagens de “As Aventuras de Robin Hood”,
iniciadas por William Keighley cuja lentidão nas filmagens ameaçava inflar
orçamento e atrasar seu lançamento que veio a acontecer em maio de 1938.
Curtiz e Flynn se odiavam e certa vez Flynn teria se
ferido superficialmente quando um dos dublês, em cena de duelo, teria lutado
sem a proteção na ponta da espada, isso sob ordens de Curtiz. Os duelos foram
exímios e coreografados com perfeição sob a supervisão do especialista Fred
Cavens, que também teria treinado Flynn e Basil Rathbone em “Capitão Blood”.
Apesar de Flynn ter corpo atlético e de notável elasticidade para o manejo da
espada, Rathbone era um espadachim superior em cena. A bilheteria do filme
encheu os cofres da Warner e, além do público, a crítica deu sua benção ao
filme com 4 indicações ao Oscar, levando 3 (melhor edição, trilha sonora e
direção de arte). O elenco de coadjuvantes também brilhou: Claude Rains foi um
odioso Príncipe John; Alan Hale repetiu o papel de João Pequeno que também
fizera na versão de Fairbanks, e que repetiria anos depois em “O Cavaleiro de
Sherwood” (1950) e Olivia De Havilland estava adorável como Marian. O filme foi
um prodigioso roteiro equilibrando momentos cômicos com pura ação. Nos diálogos
do roteiro de Norman Reilly Raine e Selton Miller momentos memoráveis como
Robin (Flynn) dizendo “Normandos ou Saxões não importa, o que odeio é a
injustiça”. A Warner chegou a cogitar fazer uma sequência, mas acabou não
acontecendo.
No entanto várias versões renovaram o ícone
perante o público como Cornel Wilde, que interpretou Robert de Nottingham em “O
Filho de Robin Hood” (The Bandit of Sherwood Forest) de 1946; John Hall em
“Prince of Thieves” de 1948, adaptado do livro homônimo de Alexandre Dumas; e
John Derek em “O Cavaleiro de Sherwood” (Rogues of Sherwood Forest) de 1950 com
Derek também interpretando um descendente direto do lendário herói.
Em 1976, o ex-007 Sean Connery viveu um Robin Hood
maduro ao lado de Audrey Hepburn como Maid Marian em “Robin & Marian”, com
os personagens lidando com a inevitável passagem do tempo. Um ano antes o
comediante Renato Aragão arrancou deliciosas risadas no filme “Robin Hood O
Trapalhão da Floresta”. A Disney também fez sua versão animada personificando o
herói como uma raposa em “Robin Hood”, segundo longa animado realizado após a
morte de Walt Disney, trazendo em sua versão brasileira as vozes de Claudio
Cavalcanti, Orlando Drummond e Juraciara Diacovo. Alguns anos antes o animador
Ralph Bakshi realizou a versão futurista “Super Robin Hood” (Rocket Robin
Hood), extremamente popular na Tv com 52 episódios.
Em tempos mais recentes coube a Kevin Costner trazer a
lenda para novas gerações em “Robin Hood o Príncipe dos Ladrões” (1991) em uma
super produção com trilha pop de Bryam Addams. O efeito da câmera na flecha
reproduzindo a visão do disparo desta causou sensação entre o público e o
destacou de outra produção parecida lançada na mesma época chamada “Robin Hood
o Heroi dos Ladrões” com Patrick Bergin e Uma Thurman nos papeis centrais.
Ainda é digno de nota a parodia de Mel Brooks “A Louca História de Robin Hood”
(1993) com Cary Elwes e “Robin Hood” (2010) com Russell Crowe e Cate Blanchet
dirigido por Ridley Scott.
Atualmente está em cartaz nos cinemas a nova versão
estrelada por Taron Egerton e Jamie Foxx que já passou dos $ 27 milhões de
bilheteria nos Estados Unidos em duas semanas, o que não é muito para um
blockbuster. No Brasil fez pouco mais de 600 mil espectadores, apesar de
continuar em primeiro lugar nas bilheterias.
Oi, Gilberto!
ResponderExcluirPassando pra dar um abraço e desejar um feliz 2019!
Até a próxima!
Feliz ano novo pra você também Léo, meu leitor fiel. Obrigado por estar sempre presente.
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