quarta-feira, 13 de abril de 2011

DA LITERATURA PARA AS NOVELAS - OS ANOS 60









Desde o início da telenovela no Brasil, os livros são usados como fonte de inspiração para os autores dessas obras, sejam em adaptações fiéis ou só com os traços dos personagens vivendo outras histórias ou mesmo em épocas distintas das retratadas na obra escrita. Mas cada veículo tem suas particularidades e mesmo um livro bastante extenso, quando é adaptado e se transforma em uma novela, precisa ter personagens e trama acrescentados para que possa permanecer no ar por no mínimo seis meses.



A primeira novela brasileira baseada em literatura foi “Sonho de amor” de Nelson Rodrigues (sim, o teatrólogo e romancista do obsceno também foi autor de novelas), adaptada do romance “O tronco do Ipê” de José de Alencar que tinha no elenco Fernanda Montenegro e foi ao ar pela TV Record entre abril e maio de 1964 às 17h30.

Em seguida vieram:


Adriana Esteves e Eduardo Moscovis em O cravo e a Rosa


“A indomável” de Ivani Ribeiro, baseada na peça teatral “A megera domada” de Willian Shakespeare com Aracy Cardoso e Edson França, no ar entre março e abril de 1965 pela TV Excelsior. Esse mesmo texto deu origem à novela “O machão” (1974) de Sérgio Jockyman com Antonio Fagundes e Maria Isabel de Lizandra e “O cravo e a rosa” (2000/2001) de Walcyr Carrasco, com Eduardo Moscovis e Adriana Esteves.






A produtora Lúcia Lambertini produziu ao mesmo tempo para a TV Cultura “O moço loiro” da obra de Joaquim Manoel de Macedo e “Amor de perdição” de Camilo Castelo Branco, exibidas às 14h30 e 18h30 respectivamente no segundo semestre de 1965.






O ébrio (Rede Globo, 1965/ 1966) do romance de Gilda de Abreu, que também deu origem ao famoso filme estrelado por Vicente Celestino.

Eu compro essa mulher (Globo, 1966) da famosa cubana Glória Magadan, baseada no romance “O conde de Monte Cristo” de Alexandre Dumas, com Carlos Alberto, Yoná Magalhães e a saudosa Leila Diniz.

Somos todos irmãos (TV Tupi, 1966) de Benedito Ruy Barbosa, a partir de “A vingança do judeu” de J. W. Rochester com Sérgio Cardoso e Rosamaria Murtinho.

A ré misteriosa (Tupi, 1966) de Geraldo Vietri, do romance homônimo de J. Lorenz, com Nathalia Timberg e Lima Duarte.

Os irmãos corsos (Tupi, 1966/ 1967) de Daniel Gonzalez a partir do romance homônimo de Alexandre Dumas, com Hélio Souto, Norma Blum e Ana Rosa.

As minas de prata (Excelsior, 1966/ 1967) do homônimo de José de Alencar, escrita por Ivani Ribeiro, com Fulvio Stefanini, Regina Duarte e Armando Bógus.



Continua...

Um comentário:

  1. Gilberto, preciso dizer que adorei esse post? rs
    A única maneira de eu me interessar por uma novela é quando se trata de literatura. Por isso adoro as minisséries, boa parte delas é baseada em obras literárias. Umas deixam a desejar, e mesmo assim vale a pena ver. Sobre a Megera Domada, não pude deixar de me lembrar do filme do Franco Zeffirelli, com a deusa Elizabeth Taylor e Richard Burton, produzido em 1967.

    Abraços.

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