terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONSCIÊNCIA NEGRA NO CINEMA BRASILEIRO


20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Muitos não sabem, mas o Brasil é atualmente o segundo país do mundo em população negra, superado apenas pela Nigéria e a frente da Etiópia, do Congo e da África do Sul. 

Favela dos meus amores (1935) de Humberto Mauro foi o primeiro filme brasileiro a tratar do assunto, mas mesmo assim a maioria dos atores é branca ou morena clara. O filme foi censurado por mostrar muitos pobres e consequentemente negros. Que absurdo! Como se isso devesse ser escondido.

O ébrio (1945) de Gilda de Abreu também trazia três personagens negros, mas todos estereotipados em papéis de empregados ingênuos e inverossímeis de tão bondosos.

As chanchadas sempre trouxeram vários personagens negros, mas a maioria também de forma estereotipada. Em O caçula do barulho (1949), um comediante  branco se recusa a seduzir uma criada negra e gorda porque a acha parecida com um chimpanzé. Em E o mundo se diverte (1949), um negro atende o telefone e uma mulher pede que ele se descreva e ele diz que é loiro, bonito e de olhos azuis. A dupla do barulho (1953) mostra o problema racial nitidamente. Nele, uma dupla de comediantes (um branco e um negro), o negro sente-se preterido, abandona tudo e torna-se alcoólatra. 

Mas antes disso, Também somos irmãos (1949), já tinha tratado do assunto. São dois irmãos negros, um advogado e outro marginal e esse segundo sente na pele o preconceito racial por não ter a mesma posição do irmão. Rio zona norte (1957) e Bahia de todos os santos (1960), influenciados pelo neorealismo italiano também tratavam de personagens marginais.

Pode-se destacar também Sinhá Moça (1953), Barravento (1960), Ganga zumba (1964), Compasso de espera (1964), Um é pouco, dois é bom (1970), O amuleto de Ogum (1974), Xica da Silva (1976), As aventuras amorosas de um padeiro (1976), Tenda dos milagres (1977), A deusa negra (1979), Na boca do mundo (1979),  A longa noite de prazer (1984), Chico rei (1985), A negação do Brasil, Atabaque Nzinga, As filhas do vento (2005), Vamos fazer um brinde (2011),

O livro O negro no cinema brasileiro de ficção de João Carlos Rodrigues, trata especificamente do assunto.

Atores negros de grande destaque no cinema brasileiro:


Mussum

Milton Gonçalves

Ruth de Souza

Léa Garcia

Zezé Mota

Taís Araújo

Grande Otelo

Lázaro Ramos


Além disso:

2 comentários:

  1. Excelente post e observações de como era tratado o negro brasileiro logo nos primeiros filmes. Bela homenagem aos nossos grandes artistas!

    ResponderExcluir
  2. Os esteriótipos dos filmes mais antigos eram reflexo da época. Apesar de estar longe do ideal, hoje o preconceito contra os negros é menor, inclusive ao serem retratados no cinema.

    Acredito que o maior preconceito nos dias atuais sejam com os pobres. Independente da cor da pele, hoje o que vale mais é o poder financeiro, infelizmente.

    Abraço

    ResponderExcluir