quarta-feira, 31 de março de 2010

SEMIÓTICA: OS SÍMBOLOS E SIGNOS DO CINEMA








Irmãos Lumiére
O cinema surgiu em 1895 pelos irmãos Lumière. No início, os filmes tinham no máximo um minuto de duração e não contavam uma história propriamente dita. Eram acontecimentos, como a saída dos empregados da fábrica dos irmãos Lumière, a chegada de um trem à estação, um bebê comendo, a derrubada de um muro.

A câmera ficava parada. Com o passar dos anos apareceu o cinema de ficção, mas sem muitas inovações á que eram os atores que se movimentavam para ficar no enquadramento enquanto a câmera ficava parada, mas esse detalhe foi sendo resolvido aos poucos.

O cinema só se tornou sonoro em 1929, quando passaram a ser usados 24 quadros por segundo e a fala podia ser sincronizada com a imagem.

Os signos visuais, segundo Pierce dividem-se em:
* Ícones - Tem, uma semelhança física com o referente (o objeto que deu origem à imagem), mesmo que ele não seja visualizado no momento, como exemplo imaginar uma mesa e desenhá-la.
* Índices - O objeto precisou existir. Como exemplo, os passos de um pássaro na areia, o cheiro de feijão queimando, o rosto abatido de uma pessoa.

* Símbolos

Os signos plásticos são: luz, volumes, formas, profundidade, a textura. Ex.: uma faca e a representação que ela pode ter dependendo do interesse do diretor e até ser usada posteriormente para um assassinato.

Os significados plásticos são:
- Quadro, enquadramento;
- Ângulo da tomada - dependendo do ângulo em que a tomada é feita, pode-se enaltecer algum personagem com a câmera filmando de baixo pra cima, ou diminuí-lo filmando de cima para baixo;
- Escolha da objetiva;
- Composição;
- Formas - verticais, dimensões, cores, iluminação, textura;

A luz também é uma linguagem.
O plano e as tomadas de cena são compostas de três parâmetros:
1 - A fotografia;
2 - O quadro;
3 - A duração do plano, desde o momento em que se liga a câmera até desligar.

A mesma cena pode ser composta por vários planos e descreve uma ação que inicia e depois termina.

Existem diferentes tipos de películas coloridas, que produzem diferentes tipos de contraste de cores, como o technicolor com suas cores vivas. Os soviéticos utilizavam suas próprias películas, com baixo contraste e dominantes azul-verde.

A tonalidade das cores pode ser mudada em laboratório, ou mais recentemente por computador. O vermelho pode se tornar mais vivo ou desbotado. Para esse fim também existem os filtros para as câmeras, como a noite americana, utilizada para filmar cenas noturnas durante o dia.

segunda-feira, 29 de março de 2010

OS 50 ANOS DE RENATO RUSSO


Se estivesse vivo, Renato Russo teria completado no sábado passado, 50 anos. Ele é considerado um dos mais importantes compositores do rock brasileiro. Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico (1978), a qual durou quatro anos, e terminou devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos. Renato herdou desta banda uma forte influência punk que influenciou toda a sua carreira. Nessa mesma época, aos 18 anos, assumiu para sua mãe que era bissexual; em 1988, assumiu publicamente.

Em 1982, integrou a banda Legião Urbana. Nesta nova banda desenvolveu um estilo mais próximo ao pop e ao rock do que ao punk. Russo permaneceu na Legião Urbana até sua morte, em 11 de outubro de 1996.

Junto da Legião Urbana lançou vários discos, como:
O politizado LEGIÃO URBANA (1985)
O amoroso DOIS (1986)
O irado QUE PAÍS É ESTE 1978/1987
O religioso AS QUATRO ESTAÇÕES (1989)
O sombrio V (1991)
O reflexivo O DESCOBRIMENTO DO BRASIL (1993)
O depressivo A TEMPESTADE (1996)
O redentor UMA OUTRA ESTAÇÃO (1997)

E as coletâneas:
MAIS DO MESMO (1998)
MUSICA PARA ACAMPAMENTOS
COMO É QUE SE DIZ EU TE AMO
RENATO RUSSO BIS

E o belíssimo CD de músicas italianas EQUILÍBRIO DISTANTE.

Ao longo de sua carreira, escreveu centenas de músicas. Gosto de todas elas, mas guardo carinho especial por algumas, como...

QUASE SEM QUERER

Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances
desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada pra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
Pra você juntar
E queria sempre achar
Explicação pro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir pra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você
estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você

sábado, 27 de março de 2010

ALÔ, ALÔ TEREZINHA (Brasil, 2009) **


O pesquisador e crítico de cinema, Nelson Hoinef estreou como diretor com este pseudo-documentário sobre o “velho guerreiro” Chacrinha.

Na época de seu lançamento, o filme foi muito criticado e com toda razão. O documentário é sobre o Chacrinha, mas aqui ele é um coadjuvante e pouco se investiga sobre sua vida ou carreira, com exceção de uma cena em que sua mulher fala do amor que ele sentia por ela, enquanto outros insinuam sua paixão pela cantora Clara Nunes.

O foco aqui é investigar por andam as chacretes que em depoimentos bem indiscretos, revelam os nomes dos homens famosos com quem elas “ficaram” na época da fama. Então são intercaladas cenas daquela época, cedidas pela Rede Globo, Rede Bandeirantes e TV Tupi com cenas atuais, algumas até meio constrangedoras, como a que uma das ex-chacretes veste um maiô que era figurino do programa e uma outra tenta fazer desengonçadamente as coreografias. A única delas que conseguiu seguir a vida artística foi Rita Cadillac que agora é atriz de filmes pornôs.

O diretor também entrevista vários calouros do programa do Chacrinha. Nenhum deles com talento e cantando desafinadamente em meio a depoimentos de alguns famosos como Roberto Carlos, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Wanderley Cardoso, Fabio Jr. e Biafra em uma cena digna de videocassetada: enquanto ele canta “Sonho de Ícaro” seu maior sucesso, uma balão quase o derruba no chão. O filme é todo assim, improvisado e parece ter sido feito às pressas. De Chacrinha não há quase nada. A mesma Rede Globo que é co-produtora aqui, através da Globo Filmes, realizou um programa da série “Por toda minha vida” mais revelador sobre ele. Prefira o programa.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O CINEMA COMO FORMA DE PERSUASÃO


O cinema existe há 114 anos e exerce várias funções, como entreter, ensinar, fazer o espectador pensar sobre o tema tratado em determinado filme, mas uma de suas principais funções é persuadir o público. Essa intenção já nasce desde a elaboração do argumento e do roteiro, quando roteiristas, produtores e o diretor do filme resolvem a forma como vão tratar determinado assunto e como fazer isso de uma forma convincente a fim de persuadir o espectador de que aquilo que ele está assistindo é real.

Os filmes têm um poder muito grande sobre o público. Podem diminuir preconceitos ou aumentá-los. Isso vai depender das intenções daquele diretor e da forma como o assunto é abordado naquela obra.

O gênero mais persuasivo do cinema certamente é o documentário, que chega até o público como transcrição pura da realidade, o que não chega a ser totalmente verdade, já que há formas de se maquiar a realidade a fim de torná-la mais atrativa a todos. Isso pode ser feito durante as filmagens onde o diretor pode direcionar uma entrevista para que ela atinja suas intenções, extraia mais emoção ou verdade do entrevistado ou mesmo na montagem do filme, onde o montador vai escolher as cenas que ele considera mais verdadeiras para conseguir o seu verdadeiro intento, além de atrair o público pagante o obter lucro: persuadir.

Na realidade, não há tantas diferenças entre ficção e documentário. O filme Nanook, o esquimó (1922) de Robert Flaherty é a prova disso. Esse filme foi considerado uma revelação e um desbloqueio diante dos artifícios do cinema, mas apesar de descrever as ações reais, era encenado depois de uma antropológica pesquisa de Flaherty no Alaska. Era na verdade, o início dos docudramas que misturam atores com personagens reais, uma realidade ficcional ou vice-versa. Até o cinema brasileiro fez vários docudramas. Entre eles, pode-se destacar “Até a última gota” (1980) de Sérgio Rezende, onde o ator José Dumont representa um lavrador que para matar a fome, vende seu sangue com muita freqüência e vai enfraquecendo aos poucos. São contadas também histórias de pessoas que morreram devido à tal prática. Outro exemplo é “Que bom te ver viva” (1989) de Lúcia Murat em que Irene Ravache interpreta uma mulher torturada durante a ditadura militar em meio a depoimentos reais.

Os documentários podem ser feitos de forma objetiva ou subjetiva, sendo a objetiva aquela que mostra as situações e os personagens reais e subjetiva quando mostra a maneira de ver dos próprios personagens, a maneira como vêem seus próprios problemas.

É importante que o espectador conheça os diversos estilos e assuntos abordados pelo cinema, mas que tenha o discernimento para separar o que é bom do que é ruim. Seja enfim, um crítico que assiste a tudo para ter conhecimento.

quarta-feira, 24 de março de 2010

OS 100 ANOS DE AKIRA KUROSAWA


Se estivesse vivo, Akira Kurosawa teria completado ontem, 100 anos. Fez sucesso no mundo inteiro, mas não era muito querido em seu país natal, o Japão, por isso tentou o suicídio em 1970 quando não conseguiu financiamento para um filme e no final da carreira foi ajudado por alguns diretores americanos, que eram seus fãs, como Spielberg, Coppola e Scorsese que o ajudaram a conseguir dinheiro para “Sonhos” e “Kagemusha”.

O sucesso aconteceu em 1950 com seu 12º filme, “Rashomon” que ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza e conta uma intrigante história sobre a “verdade”, ou que tudo depende do ponto de vista, já que vários personagens contam sua versão para uma mesma história, o que foi muito repetido nas décadas seguintes.


No entanto, Kurosawa dirigiu vários outros sucessos, como “Os sete samurais” que foi adaptado nos Estados Unidos com o nome de “Sete homens e um destino”; “Trono manchado de sangue (Baseado em Macbeth de Shakespeare); Dersu Uzala; Kagemusha; Ran (baseado em O rei Lear também de Shakespeare); Sonhos (vários episódios belíssimos que parecem pintura, já que Kurosawa começou sua carreira como pintor e ilustrador de revistas) e Madadayo, seu último e autobiográfico filme.

Faleceu em setembro de 1998, quando acontecia o Festival de Veneza, que o havia revelado para o ocidente.


Agora na comemoração de seu centenário, várias homenagens lhe são rendidas merecidamente, inclusive com a exibição de seus filmes:
1943 – Sugata Sanshiro
1944 – Ichiban Utsukuchiku
1945 – Zoku Sugata Sanshiro
1945 - Os homens que pisaram na cauda do tigre
1946 – Asu o Tsukuru Hitobito
1946 - Waga Seishuni Kuinashi
1947 – Subarashiki
1948 - O anjo embriagado
1949 – Shizukamaru Ketto
1949 - Cão danado
1950 – Shubun
1950 - Rashomon
1951 – Hakuchi, o idiota
1952 – Viver
1954 – Os sete samurais
1954 - Anatomia do medo
1957 – Trono manchado de sangue
1957 - Ralé
1958 – A fortaleza escondida
1960 – Homem mau dorme bem
1961 – Yojimbo
1963 – Céu e inferno
1965 – O barba ruiva
1970 – Dodeskaden
1975 – Dersu Uzala
1980 – Kagemusha
1985 – Ran
1990 – Sonhos
1991 – Rapsódia em agosto
1993 – Madadayo

segunda-feira, 22 de março de 2010

CINEMA DE NOVO



Para quem gosta de cinema brasileiro, indico o livro CINEMA DE NOVO: UM BALANÇO CRÍTICO DA RETOMADA de Luiz Zanin Oricchio, lançado em 2003, pela editora Estação Liberdade, com prefácio de Ismail Xavier.

Luiz Zanin faz um balanço da retomada do cinema brasileiro, que aconteceu em 1995 com o filme Carlota Joaquina – Princesa do Brazil e foi até 2002 com o grande sucesso de Cidade de Deus.

A introdução do livro fala da tão conhecida extinção da Embrafilme pelo então recém empossado presidente Fernando Collor de Mello e os anos negros que se seguiram até 1994.

Os capítulos seguintes são divididos em:
* A representação da história, em que o autor fala da reconstituição da história do Brasil desde os primórdios do cinema brasileiro até o carnavalizado Carlota Joaquina e passando por Guerra de Canudos, Mauá – O imperador e o rei, Hans Staden, Brava gente brasileira e Desmundo.

* Eu e o outro, fala do Brasil segundo seu relacionamento com as potências e alguns personagens estrangeiros, como nos filmes Carmen Miranda – Bananas is my business, For all – O trampolim da vitória, Como nascem os anjos, O que é isso companheiro?, Amélia, Terra estrangeira e Dois perdidos numa noite suja.

* A esfera privada trata dos filme leves sobre o amor que sempre atraem público: Pequeno dicionário amoroso, Amores e Amores possíveis.

* A esfera pública é sobre a conscientização política no cinema brasileiro, desde os filmes do cinema novo até Dois córregos – Verdades submersas no tempo, Ação entre amigos, Doces poderes e Lamarca.

* O sertão e a favela examina essas duas “locações” utilizadas à exaustão pelo cinema brasileiro em filmes como Baile perfumado, Corisco e Dada, O cangaceiro, Orfeu, Babilônia 2000 e Abril despedaçado.

* O abismo das classes no Brasil, é debatido no capítulo seguinte, citando filmes como 16060, Como nascem os anjos, Quem matou Pixote? Cronicamente inviável e Domésticas – O filme.

* A arte da violência fala de como o crime é um filão e tanto para qualquer tipo de narrativa em especial, Terra estrangeira, Bellini e a esfinge, Bufo e Spalanzani, Carandiru e Cidade de Deus.

* Um dos capítulos que mais gostei foi “A crítica e o cinema impuro, que fala da história da crítica cinematográfica no Brasil, inclusive citando o crítico Paulo Emílio Salles Gomes que defendia com unhas e dentes o cinema brasileiro e dizia que era melhor ver um filme nacional medíocre que um glamouroso estrangeiro, pois pior que seja o filme, sempre conta muito de nossa sociedade e história.

Todos os filmes citados são analisados e criticados com honestidade pelo autor, mesmo que algumas críticas sejam negativas.

Faria o meu artigo de conclusão de curso da especialização em Cinema e Educação, sobre a retomada, falando especificamente de Central do Brasil, que é um dos filmes que eu mais gosto, mas depois mudei de ideia e resolvi falar da pornochanchada que eu gosto mais ainda.

Altamente recomendado!

sexta-feira, 19 de março de 2010

TRILHAS SONORAS DE NOVELAS


Além de cinema, sou também aficionado por televisão. Até porque grande parte dos filmes que vi foi na televisão, primeiro ao vivo na Sessão da tarde e no cinema em casa, depois gravando o Intercine, Corujão, Como era gostoso o nosso cinema e tantas outras sessões que exibem filmes bons, mas passam de madrugada. E na televisão também me acostumei a acompanhar as novelas, em especial da Rede Globo. Teve época que cheguei a acompanhar as novelas do Vale a pena ver de novo, das 6, das 7 e das 8 (agora 9) horas da noite. Hoje em dia, por falta de tempo, assisto apenas a Viver a vida.

Algumas coisas marcam as novelas, em especial a trilha sonora. Certas músicas ficam tão estigmatizadas aos personagens ou a alguma novela específica, que é impossível desassociar, como a música Pai de Fábio Jr. À novela Pai Herói ou Brasil com Gal Costa à novela Vale tudo.

Eu tinha o costume de comprar a trilha sonora das novelas, principalmente em fitas K-7, depois em LPs e consequentemente em CDs. Tenho um monte de LPs de novelas dos anos 90, principalmente as minhas preferidas.

A Rede Globo está exibindo atualmente o comercial de uma coletânea de 4 CDs com temas de novelas, O melhor nacional de novelas 2 da Som Livre. Estou ouvindo sem parar. Termina um CD, eu coloco outro. Gosto de quase todas as músicas, mas guardo um carinho todo especial por algumas, como por exemplo Bem que se quis com Marisa Monte que foi tema da novela O dono do mundo de Gilberto Braga (1991). A novela foi um fracasso de audiência, mas pelo menos se salvava por essa música, por Codinome beija-flor” de Cazuza e pela abertura que trazia cenas do filme “O grande ditador” de Charlie Chaplin.

Em relação à Marisa Monte, nem preciso falar muito. Adoro tudo dela. “Amor I love you” é uma das músicas que eu mais gosto, além de “O que me importa” e do CD dos Tribalistas inteiro.

BEM QUE SE QUIS
Pino Danielle e Nelson Mota

Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?

Mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar

Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer

Bem que se quis
depois de tudo ainda ser feliz
mas já não há caminhos pra voltar.
E o que é que a vida fez da nossa vida?
O que é que a gente não faz por amor?

Mas tanto faz,
já me esqueci de te esquecer porque
o teu desejo é o meu melhor prazer
e o meu destino é querer sempre mais,
a minha estrada corre pro seu mar

Agora vem pra perto vem
vem depressa vem sem fim, dentro de mim
que eu quero sentir
o teu corpo pesando sobre o meu,
vem meu amor vem pra mim,
me abraça devagar,
me beija e me faz esquecer...

Bem que se quis....

quarta-feira, 17 de março de 2010

COREY HAIM (1972 - 2010)




Morreu na semana passada por overdose de drogas (acidental ou não) o ex-astro infantil Corey Haim que conseguiu grande sucesso nos anos 80 como ídolo teen.

Corey nasceu em Toronto, Canadá em 1972. Fez seu primeiro filme em 1984, o interessante Quando se perde a ilusão de Michael Apted e em seguida A hora do lobisomem (1985) e O romance de Murphy (1985), mas começou a chamar a atenção da crítica e do público vivendo um garoto de 14 anos, apaixonado por uma menina mais velha (Winona Ryder). O sucesso de verdade ocorreu quando iniciou uma bem-sucedida parceria com seu xará Corey Feldman em Os garotos perdidos (1987) de Joel Schumacher, filme idolatrado por uma geração inteira e reprisado dezenas de vezes na sessão da tarde.

A parceria entre os dois continuou em Sem licença para dirigir e em vários outros filmes, mas a decadência começou nos anos 90 que não foram tão produtivos quanto os 80. Corey já era adulto e sua graça e inocência pareciam ter desaparecido e como não conseguia continuar com o mesmo sucesso, se envolveu com drogas e não era mais querido dos produtores, que tinham medo de contratá-lo e serem deixados na mão. Continuou trabalhando em filmes de baixa qualidade em pequenos papéis ou em pontas. No total, participou de 43 trabalhos no cinema e na televisão (segundo o IMDB), alguns deles ainda em pré-produção, até a semana passada quando foi encontrado morto em seu apartamento, interrompendo uma carreira que parecia promissora, já que ele demonstrava talento, mas isso não parecia ser o bastante.

CARREIRA COMPLETA

1. A Detour in Life (2010) (pré-produção) .... James
2. Decisions (2010) (pós-produçāo) .... Det. Lou Andreas
3. American Sunset (2009) (completo) .... Tom Marlow
4. New Terminal Hotel (2009) (completo) .... Jasper Crash
5. Shark City (2009) .... Chip Davis
6. Adrenalina 2 (2009) .... Randy
7. Lost Boys: The Tribe (2008) (V) .... Sam Emerson
8. Universal Groove (2007) .... Jim
9. The Back Lot Murders (2002) (V) .... Tony
10. Without Malice (2000) (TV) .... Marty
11. Merlin (1998/I) (TV) .... Wilf
12. "PSI Factor: Chronicles of the Paranormal" .... Research project intern (1 episódio, 1998)
- The Egress (1998) episódio de TV .... Research project intern
13. Busted (1997) (V) .... Clifford
14. Nunca É Tarde... para Roubar! (1997) .... Max
... ou "Never Too Late" - Canadá (título original)
15. Demolition University (1997) (V) .... Lenny Slater
16. Demolition High (1996) (V) .... Lenny Slater
17. Tarados do Ski (1996) .... Chris Barry
18. Shooter on the Side (1996)
19. O Assassino do Lago (1996) (V) .... Albert
20. O Rei da Escola (1995) (V) .... Ramsy
21. Dream a Little Dream 2 (1995) (V) .... Dinger Holfield
22. Dupla Implacável (1994) (V) .... Nelson Potter
23. Agentes Pouco Secretos (1994/II) (V) .... Dave
24. Anything for Love (1993) (V) .... Chris Calder
25. Double Switch (1993) (VG) .... Eddie
26. A Primeira Vez de um Adolescente (1992) (V) .... Eric
27. The Double 0 Kid (1992) (V) .... Lance Elliot
28. Envolvidos com o Perigo (1992) .... Rich
29. Dream Machine (1991) .... Barry Davis
30. Um Trapaceiro Genial (1991) (V) .... Nelson
31. Rollerboys - A Nova Geração de Guerreiros (1990) .... Griffin
32. Um Sonho Diferente (1989) .... Dinger
33. O Limite do Terror (1988) .... Travis Cornell
34. Sem Licença para Dirigir (1988) .... Les Anderson
35. Os garotos Perdidos (1987) .... Sam
36. "Roomies" .... Matthew Wiggins (8 episódios, 1987)
- Mid-Term Fever (1987) episódio de TV .... Matthew Wiggins
- Obsession (1987) episódio de TV .... Matthew Wiggins
- Bobby Midnight (1987) episódio de TV .... Matthew Wiggins
- The Ditch (1987) episódio de TV .... Matthew Wiggins
- To Tell the Truth (1987) episódio de TV .... Matthew Wiggins
(3 mais)
37. A Inocência do Primeiro Amor (1986) .... Lucas
38. O Romance de Murphy (1985) .... Jake Moriarty
39. Hora de Viver (1985) (TV) .... Peter Weisman
40. O Segredo da Bala de Prata (1985) .... Marty Coslaw
41. Admiradora Secreta (1985) (como Cory Haim) .... Jeff
42. "The Edison Twins" .... Larry (26 episódios, 1984-1985)
- Rescue at Sea (1985) episódio de TV .... Larry
- Alive or Dead (1985) episódio de TV .... Larry
- Dark Horse (1985) episódio de TV .... Larry
- Go Fly a Kite (1985) episódio de TV .... Larry
- Team Rubberknees (1985) episódio de TV .... Larry
(21 mais)
43. Quando se Perde a Ilusão (1984) .... Brian Livingston

segunda-feira, 15 de março de 2010

A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO (EUA, 1988) ***


Em 1988, o cineasta Martin Scorsese (Taxi Driver) dirigiu o polêmico filme “A última tentação de Cristo” , que causou grande reação por parte da Igreja Católica com perseguições, boicotes, protestos e até ameaças contra sua exibição, quase tudo injustificado já que no início do filme, antes mesmo dos créditos, um letreiro anuncia que a história não é baseada nos Evangelhos e sim no livro homônimo ficcional do escritor grego Nikos Kazantzakis que explica com um trecho do livro a essência do filme:

“A natureza dupla de Cristo, a ânsia tão humana, tão sobre-humana do homem alcançar Deus, sempre foi um profundo mistério para mim. A principal angústia, a fonte de minhas alegrias e tristezas, desde a juventude tem sido a interminável e implacável batalha entre o espírito e a carne e a minha alma é a arena onde estes dois exércitos se encontram e combatem.”

É de uma forma bem humana que Cristo é mostrado na pele de Willem Dafoe, ao contrário dos filmes baseados nos Evangelhos em que ele aparece sempre de forma divina e sem mácula. Aqui ele tem dúvidas, medos e desejos como qualquer outro ser humano. Sente-se relutante em assumir o papel de Messias, nutre uma paixão não consumada por Maria Madalena a quem visita em um bordel.

Em uma só fala, ele assume todas as suas fraquezas:

_ Sou um mentiroso, um hipócrita. Tenho medo de tudo, não digo a verdade. Não tenho coragem. Quando vejo uma mulher, coro e viro a cara. Quero-a mas não a tomo, por Deus e isso me faz sentir orgulhoso. Quero revoltar-me contra tudo, mas tenho medo.
É um Cristo bem diferente daquele que estamos acostumados a ver normalmente nos filmes, a ler na Bíblia ou até mesmo imaginar e acreditar e por isso deve ter chocado tanto, principalmente os mais conservadores. Mas apesar de ficcional é bem verossímil, já que Cristo viveu entre os humanos, como um humano talvez fosse natural que ele sentisse as mesmas coisas que nós.

As cenas mais polêmicas são as de nudez feminina, principalmente de Maria Madalena (Bárbara Hershey); o fato de Cristo ir vê-la com outros homens e a cena dos dois transando, já na parte final, mas tudo é mostrado discretamente por Scorsese que também é católico.

Apesar de não ser baseado nos Evangelhos, várias passagens da Bíblia estão presentes, com maior ou menor alteração, como o batismo no Rio Jordão por João Batista; a tentativa de apedrejamento de Maria Madalena; os 40 dias no deserto, onde é tentado pelo demônio, na forma de uma serpente, de um leão e do fogo; a ressurreição de Lázaro por Cristo, além de outros milagres como o do homem que volta a enxergar; a destruição do templo de orações que foi transformado em mercado...

A virgem Maria quase não é mostrada, a não ser em um momento quando Cristo a rejeita dizendo que não tem mãe e que é só filho de Deus, mas depois se arrepende quando grita por ela no momento da crucificação.

A cena da crucificação é interrompida quando Satã disfarçado de anjo da guarda leva Cristo para casar-se com Maria Madalena (em um quase delírio em que ele vislumbra como poderia ter sido sua vida se ele não tivesse sido crucificado), que logo depois morre, então ele se casa com Maria, irmã de Lázaro, com quem tem dois filhos.

Já que a humanidade não foi salva por ele, o povo sente sua falta, quando Pedro tenta convencê-lo já velho, de que ele não fez a melhor escolha fugindo da crucificação e explica a necessidade que as pessoas têm de acreditar para continuar vivendo.

_ Não sabes o quanto as pessoas precisam de Deus. Não sabe quanto Ele as pode fazer felizes para tudo. Ele pode fazê-las felizes para morrer e elas morrem. Tudo por Cristo, por Jesus Cristo, por Jesus de Nazaré...

Então Cristo aceita que é o Messias, é crucificado e o filme termina nos moldes tradicionais como nos Evangelhos.

O elenco traz Willen Dafoe (Cristo), Harvey Keitel (Judas), Bárbara Hershey (Maria Madalena), Harry Dean Stanton, David Bowie, Verna Bloom e Irvin Kershner.
O roteiro foi escrito por Scorsese e seu eventual colaborador Paul Schrader.

A última tentação de Cristo tem 163 minutos e apesar do tema polêmico, merece ser conferido sem medo por todos, independente de credo ou crença.

sexta-feira, 12 de março de 2010

VERONIKA DECIDE MORRER (EUA, 2009) ****


Direção: Emily Young. Com: Sarah Michelle Gellar, Jonathan Tucker, Erika Christensen, David Thewlis. Drama, 103 min.

Apesar de poucos saberem , essa é a 2ª adaptação do livro homônimo de Paulo Coelho, publicado em 1998, a 1ª foi um obscuro filme japonês que nem foi lançado por aqui. A produção deste é caprichada, o elenco classe A e muito esforçado, apesar das produtoras serem todas desconhecidas.

Paulo Coelho já vendeu milhões de livros no mundo inteiro, mas o cinema ainda não conseguiu absorvê-lo totalmente, pela demora na realização dos projetos baseados em suas obras. Há muitos anos, Lawrence Fishburne tentava adaptar O alquimista que é o livro mais famoso dele, mas o projeto não vingou; em seguida Madonna também tentou em vão. Atualmente ainda há projetos engatilhados para essa adaptação e de outros livros dele. Tomara que vinguem. Adoro seus livros, em especial Veronika decide morrer, As Valquí
rias e O alquimisita. A extinta TV Manchete já produziu uma equivocada versão de Brida, que em virtude das dívidas da emissora, nem chegou a ter um final.

Quando Veronika (Sarah Michelle Gellar) sente que sua depressão é insuportável e que não há mais motivos para continuar vivendo, ela decide morrer tomando uma overdose de comprimidos. Ao acordar está em uma clínica psiquiátrica em Villete e percebe que além de não ter conseguido morrer, a overdose causou danos irreversíveis em seu coração e agora a morte é inevitável.

Na clínica está internado também um paciente (Jonathan Tucker), que não fala desde o acidente que matou sua namorada e que só reage quando conhece Veronika. O amor entre os dois é inevitável. E quando Veronika começa a gostar de viver, não tem muito mais tempo para fazer isso.

O filme é bem fiel ao livro, com algumas pequenas adaptações necessárias. O nome do médico que cuida de Veronika que no livro é Igor, no filme passou a ser apenas Dr. Blake (David Thewlis). E o final dos personagens principais é o mesmo.

Todos passam por problemas e dias mais tristes convivendo com outros mais felizes, mas o importante é não desistir e continuar tentando sempre encontrar a felicidade. No filme é dito que cada dia é um milagre e apesar de parecer demagogia, é a pura verdade.

LIVROS DE PAULO COELHO
A Bruxa de Portobello (2007)
Ser como o rio que flui (2006)
O Zahir (2005)
O Gênio e as Rosas (2004)
Onze Minutos (2003)
Histórias para pais, filhos e netos (2001)
O Demônio e a Srta. Prym (2000)
Palavras essenciais (1999)
Veronika decide morrer (1998)
Manual do Guerreiro da Luz (1997)
Cartas de Amor do Profeta (1997)
O Monte Cinco (1996)
Na margem do rio Piedra eu sentei e chorei (1994)
Maktub (1994)
As Valkírias (1992)
O Dom Supremo (1991)
Brida (1990)
O Alquimista (1988)
O Diário de um Mago (1987)

quinta-feira, 11 de março de 2010

INESQUECÍVEL (Brasil, 2009) ** 1/2


Direção: Paulo Sérgio Almeida. Com: Murilo Benício, Caco Ciocler, Guilhermina Guinle, Marly Bueno, Fernanda Machado e Nildo Parente. 87 min.

Depois de 6 anos afastado do cinema, o diretor e criador do FILMEB, o maior guia de informações sobre distribuição e exibição do cinema brasileiro, retornou com esse filme cheio de coincidências improváveis.

Uma mulher conhece um fotógrafo em Buenos Aires e tem um caso com ele. Por incrível que pareça, ele é o melhor amigo de seu noivo e ela uma menina que os dois tinham conhecido no passado e prometido não se envolver com a mesma mulher. O triângulo amoroso está formado.

No início o que prevalece é o desejo e a conseqüente culpa quando descobrem da ligação entre eles. E enquanto isso acontece, o filme funciona perfeitamente, mas com uma hora de projeção, algo que eu prefiro não comentar, acontece e o filme se perde em um clima de paranoia e de dramalhão quase mexicano com toques sobrenaturais e insanos, se arrastando até o fim.

A fotografia e a direção de arte são belíssimas e os três atores que aparecem em cena quase o tempo todo são charmosos. Vale pelos 60 minutos inicias, mas depois disso já tem cara de fim mesmo, o resto é melhor esquecer, aliás o filme não é inesquecível e foi muito criticado quando foi lançado.

quarta-feira, 10 de março de 2010

BESOURO (Brasil, 2009) ***


Fez inesperado sucesso de bilheteria, com quase 500 mil espectadores, esse filme de baixo orçamento co-produzido pela Globo Filmes. O elenco é quase todo desconhecido, com exceção de Adriana Alves que é ex-BBB e fez algumas novelas, mas apesar da inexperiência, quase todos estão bem e por incrível que pareça, o protagonista, Ailton Carmo, é o mais inexpressivo.

Não vou negar que tinha um pouco de receio em ver o filme, pois não gosto de capoeira, mas era um pré-conceito bobo (como, aliás, todos são). Besouro não é só sobre capoeira, mas também sobre a história de vários negros que mesmo décadas depois da abolição da escravatura, ainda continuam trabalhando como escravos, até que um deles, o Besouro do título resolve se rebelar e lutar pela liberdade verdadeira de seu povo. Claro que com uma ajudinha da capoeira que ele aprendeu com seu avô, da proteção de uma entidade (Exu) que lhe dá poderes de voar e do corpo fechado.

Os efeitos especiais são muito bem feitos, lembrando um pouco de Matrix e o filme é bem movimentado. Agora que foi lançado em DVD, várias outras pessoas podem conhecer.

segunda-feira, 8 de março de 2010

VENCEDORES DO OSCAR 2010





Aconteceu ontem à noite em Los Angeles a premiação do Oscar. No Brasil a festa foi transmitida pelo TNT com apresentação de Rubens Ewald Filho e pela Rede Globo que insiste em só começar a transmitir a festa depois do fim do Bib Brother Brasil, omitindo assim as primeiras premiações.

O grande vencedor da noite foi GUERRA AO TERROR de Kathryn Bigelow (que foi a primeira mulher a receber o Oscar de melhor direção), levando 6 prêmios e deixando para trás o filme de maior bilheteria da história do cinema, AVATAR com apenas 3 prêmios, fotografia, direção de arte e efeitos especiais.

Por interpretação venceram Sandra Bullock (melhor atriz por Um sonho possível), Jeff Bridges (melhor ator por Coração Louco), Christopher Walt (ator coadjuvante por Bastardos Inglórios, o único prêmio do filme de Tarantino) e Mo'nique (atriz coadjuvante por Preciosa.

Veja abaixo a lista completa de vencedores:

Ator coadjuvante: Christoph Waltz ("Bastardos Inglórios")
Longa de animação: "Up - Altas Aventuras"
Canção original: "The Weary Kind" ("Coração Louco")
Roteiro original: Mark Boal ("Guerra ao Terror")
Curta-metragem de animação: "Logorama"
Documentário de curta-metragem: "Music by Prudence"
Curta-metragem: "The New Tenants"
Maquiagem: "Star Trek"
Roteiro adaptado: Geoffrey Fletcher ("Preciosa")
Atriz coadjuvante: Mo'nique ("Preciosa")
Direção de arte: "Avatar"
Figurino: "Young Victoria"
Edição de som: "Guerra ao Terror"
Som: "Guerra ao Terror"
Fotografia: Mauro Fiore ("Avatar")
Trilha sonora: Michael Giacchino ("Up - Altas Aventuras")
Efeitos especiais: "Avatar"
Documentário: "The Cove"
Montagem: "Guerra ao Terror"
Filme estrangeiro: "O Segredo de Seus Olhos" (Argentina)
Ator: Jeff Bridges ("Coração Louco")
Atriz: Sandra Bullock ("Um Sonho Possível")
Direção: Kathryn Bigelow ("Guerra ao Terror")
Filme: "Guerra ao Terror"

sexta-feira, 5 de março de 2010

OLHAR ESTRANGEIRO OU O BRASIL DOS OUTROS



Sobre o tratamento que o Brasil recebe dos filmes estrangeiros, é interessante assistir OLHAR ESTRANGEIRO (2005) de Lúcia Murat que é imperdível e mostra cenas de vários filmes que distorcem o Brasil, pois é daquela forma que eles pensam que é o nosso país, como por exemplo, Feitiço do Rio (Blame it on Rio, 1984), um dos primeiros filmes de Demi Moore, O homem do Rio, No Rio Vale Tudo (França, 1987), Próxima Parada: Wonderland (EUA, 1998), Orquídea Selvagem (EUA, 1990), Anaconda (EUA, 1997), Brenda Starr e dezenas de outros. Há também depoimentos de vários atores e diretores desses filmes, que provam que até eles não conhecem quase nada do Brasil.
Nos créditos iniciais de Olhar estrangeiro, é executada a música COPACABANA (At the Copa) de Barry Manillow que também mostra um olhar bem estrangeiro, apesar de nem ser a Praia de Copacabana no Rio de Janeiro e sim um hotel com o nome de Copacabana em Havana.

COPACABA (AT THE COPA)

Her name was Lola, she was a showgirl
O nome dela era Lola, Ela era uma corista

With yellow feathers in her hair and a dress cut down to there
De plumas amarelas no cabelo dela e um vestido com a barra assim

She would merengue and do the cha-cha
Ela faria o ritmo merengue e detonaria o cha-cha

And while she tried to be a star, Tony always tended bar
E enquanto ela tentava ser uma estrela, Tony sempre tomava conta do bar

Across a crowded floor, they worked from 8 till 4
Através do chão lotado, trabalhavam das 20:00 às 4:00

They were young and they had each other
Eram jovens e tinham um com o outro

Who could ask for more?
Quem seria possível pedir mais um?

At the Copa (CO!), Copacabana (Copacabana)
No Copa Copacabana (Copacabana)

The hottest spot north of Havana (here)
O lugar mais quente ao norte de Havana (aqui)

At the Copa (CO!), Copacabana
No Copa Copacabana

Music and passion were always the fashion
Música e paixão viviam na moda

At the Copa....they fell in love
No Copa Eles se apaixonaram

(Copa Copacabana)
(Copa Copacabana)

His name was Rico, he wore a diamond
O nome dele era Rico, Ele tinha um diamante

He was escorted to his chair, he saw Lola dancin' there
Ele foi acompanhado a sua cadeira, viu Lola dançando lá

And when she finished, he called her over
E quando ela terminou, Ele a chamou

But Rico went a bit too far, Tony sailed across the bar
Mas Rico foi pouco longe demais, Tony saiu correndo pelo bar

And then the punches flew and chairs were smashed in two
E aí foram dados murros, e cadeiras foram partidas em dois pedaços

There was blood and a single gun shot
Havia sangue e um simples tiro

But just who shot who?
Mas quem atirou em quem?

At the Copa (CO!), Copacabana (Copacabana)
No Copa Copacabana (Copacabana)

The hottest spot north of Havana (here)
O lugar mais quente ao norte de Havana (Aqui)

At the Copa (CO!), Copacabana
No Copa Copacabana

Music and passion were always the fashion
Música e paixão viviam na moda

At the Copa....she lost her love
No Copa... ela perdeu o amor dela

(Copa. . Copacabana)
(Copa. . Copacabana)

(Copa Copacabana) (Copacabana, ahh ahh ahh ahh)
(Copa Copacabana) (Copacabana, ahh ahh ahh ahh)

(Ahh ahh ahh ahh Copa Copacabana)
(Ahh ahh ahh ahh Copa Copacabana)

(Talking Havana have a banana)
(Havana falando tem uma banana)

(Music and passion...always the fash--shun)
Música e paixão... sempre o fash--evite


Her name is Lola, she was a showgirl
O nome dela era Lola, ela era uma corista

But that was 30 years ago, when they used to have a show
Mas isso foi há 30 anos quando já tinham show

Now it's a disco, but not for Lola
Hoje é disco, mas não para Lola

Still in the dress she used to wear, faded feathers in her hair
Ainda no mesmo vestido que já vestira, plumas murchas no cabelo dela

She sits there so refined, and drinks herself half-blind
Ela se senta aí com tanto requinte E bebe até ficar alta

She lost her youth and she lost her Tony
Ela perdeu sua juventude e perdeu seu Tony

Now she's lost her mind!
Agora ela perdeu sua cabeça!

At the Copa (CO!), Copacabana (Copacabana)
No Copa Copacabana

The hottest spot north of Havana (here)
O local mais quente ao norte de Havana

At the Copa (CO!), Copacabana
No Copa Copacabana

Music and passion were always the fashion
Música e paixão viviam na moda

At the Copa....don't fall in love
No Copa Não se apaixone

(Copa) don't fall in love
(Copa) Não se apaixone

Copacabana
Copacabana

Copacabana
Copacabana

etc. to end
Etc. até o fim
(Letra e tradução: www.letras.com.br)

quarta-feira, 3 de março de 2010

ORQUÍDEA SELVAGEM (EUA, 1990) **


Direção: Zalman King. Com: Mickey Rourke, Jacqueline Bisset, Carré Otis, Assumpta Serna, Bruce Greenwood, Milton Gonçalves, Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus. Suspense erótico, 112 min.

É até engraçado assistir aos filmes americanos cujo enredo se passa no Brasil. A visão que eles têm de nosso país é totalmente alienada, como se a capital fosse o Rio de Janeiro, com pitadas baianas, candomblé, samba, erotismo à flor da pele e como se nossa língua mãe fosse o “portunhol”. Eles nem se dão ao trabalho de contratar atores brasileiros ou que saibam pelo menos falar português sem sotaque. O único brasileiro com papel de destaque aqui é Milton Gonçalves que quase não abre a boca. Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus são meros figurantes.

Orquídea selvagem é mais um desses filmes em que o Brasil não é o que nós somos e sim o que eles imaginam que somos. Emily (a modelo Carré Otis) é uma jovem advogada que vem ao Brasil concluir um negócio e se envolve com um homem misterioso (Mickey Rourke) que diz não poder ser tocado, então ele mesmo gostando dela, acaba a empurrando para outros homens, pois é voyer e também sente prazer nisso.

A história é bem fraquinha e o filme foi muito criticado apesar de ter feito sucesso por aqui, além de ter rendido duas continuações, a segunda deles até interessante, com David Duchovny em início de carreia.

Mas este é daqueles filmes inevitáveis, que são tão comentados (por bem ou por mal) que não dá para não assistir. Mas tem um defeito: promete mais erotismo do que tem. O que predomina além de duas cenas discretas de sexo é o clima de desejo: da advogada por este país tão caliente, do homem que a ama, mas tem traumas de infância e de uma outra advogada (Jacqueline Bisset trabalhando para pagar suas contas) que também o ama. A cena mais forte de sexo acontece só no final entre os protagonistas, mas aí o filme está acabando e já decepcionou bastante.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A CASA DE ALICE (Brasil, 2007) ****


Direção:Chico Teixeira. Com: Carla Ribas, Berta Zemmel, Zécarlos Machado, Felipe Massuza, Ricardo Villaça, Vinícius Zinn e Luciano Quirino. Drama, 92 min.

Um filme brasileiro neo-realista, contando os dramas de uma mulher e de sua família. Alicie (Carla Ribas em atuação impressionante, premiada várias vezes em festivais nacionais e internacionais) é uma manicure que maqueia a realidade fingindo para suas clientes que é uma mulher feliz com seu marido taxista e infiel (Zécarlos Machado). O retorno de um ex-namorado (Luciano Quirino), agora casado com uma de suias clientes traz um pouco de desejo à sua vida em uma consequente traição.

O filme se passa quase todo na casa de Alice ou no salão de beleza em que ela trabalha. São contados também os dramas de sua mãe que está ficando cega (Berta Zemmel) e que corre o risco de ser manda para um asilo por seu genro; o filho mais velho que é garoto de programa; o do meio que rouba o dinheiro da avó; o mais novo que a trai apesar de ser o preferido e do marido que tem um caso extra-conjugal com uma vizinha mais nova.

São pequenos dramas pessoais e intimistas e tudo tão humano e comovente que é impossível não se envolver. O filme começa lentamente com a câmera mostrando a casa de Alice antes dos seus moradores acordarem e vai fluindo calmamente, mas em nenhum momento é chato ou desinteressante. Há muitos diálogos e inevitáveis silêncios, todos necessários para que o espectador conheça a psicologia de cada um desses personagens e de seus dramas que poderiam acontecer a qualquer um.

Com certeza mereceu todos os prêmios que recebeu. Não perca!