Direção: Tizuka Yamasaki.
Com: Tânia Alves, Cláudio Marzo, Walmor Chagas, José Dumont, Osvaldo Loureiro,
Grande Otelo e Chico Diaz. 83 min.
Um pouco de história do
Brasil não faz mal a ninguém. Este segundo filme de Tizuka Yamasaki (Gaijin -
Os caminhos da liberdade), baseado no livro Anayde Beiriz - Paixão e morte na
revolução de 30 de José Joffily, que depois se tornou diretor (Quem Matou Pixote?),
conta a história real de Anayde (Tânia Alves no auge de sua carreira), uma
mulher liberada e à frente de seu tempo. Ela foi amante de João Dantas (Cláudio
Marzo) aliado do Partido Republicano que combatia a Aliança liberal,
representada por João Pessoa (Walmor Chagas). Quando a situação se torna
insustentável, João Dantas assassina João Pessoa, o que desencadeou a revolução
de 30.
Parahyba Mulher Macho é
um misto de história do Brasil com muita sensualidade nas cenas protagonizadas
por Tânia Alves e Cláudio Marzo. Ela aparece nua várias vezes e é um furacão
prestes a acontecer.
A figura de Anayde é bem
forte. Ela é professora de adultos no início, mas depois isso é esquecido. É
também poetisa e fica declamando seus versos quando está nos braços de João
Dantas; tem idéias revolucionárias sobre política, mas todas elas ficam
abafadas devido ao amor que sente por ele. E como naquela época as mulheres não
podiam nem votar, suas idéias ficam só nas intenções. O título do filme dá
a ideia de uma mulher que faz acontecer suas vontades, mas na
realidade não é bem assim. Talvez esse título seja relacionado à música
"Paraíba" de Luiz Gonzaga (Paraíba masculina, mulher macho sim
senhor) cantada por Tânia Alves que também é cantora. Apesar de forte, ela
acaba ficando à sombra se seu amante. E dizem que na realidade, ela nem foi
precursora do feminismo como se alardeava.
Com certeza é um filme
interessante, mas poderia ter rendido muito mais.