segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A FESTA DA MENINA MORTA (Brasil/ Argentina/ Portugal, 2008) ****

Trailer do filme

Direção: Matheus Nachtergaele. Com: Daniel de Oliveira, Jackson Antunes, Juliano Cazarré, Dira Paes, Cássia Kiss e Paulo José. Drama, 115 min.

Estreia na direção do ator Matheus Nachtergaele (O auto da compadecida, também autor da música, do argumento e do roteiro (junto com Hilton Lacerda). Ele optou por um estilo autoral, onde quase nada é claro, tudo fico meio subentendido. O filme participou da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2008 e levou o prêmio de melhor ator para a brilhante interpretação de Daniel de Oliveira no IV Festicine Goiânia e nos Festivais do Rio e de Gramado.

É a história de Santinho (Daniel de Oliveira) que é venerado por todas os moradores ribeirinhos, que acham que ele faz milagres e se reunem anualmente para a festa da menina morta que teve suas roupas rasgadas levadas até ele por um cachorro, no dia da morte de sua mãezinha, mas seu corpo nunca foi encontradoi. Essa história é contada em partes aos moradores fervorosos. Talvez a menina tenha sido estuprada e em seguida assassinada. Já é o 20º ano da Festa em que Santino benze as pessoas e tudo gira ao seu redor.

Ele é um rapaz mimado, cheio de vontades e efeminado. Uma cena o mostra nu, mas ele parece não ter órgão genital e dorme na mesma cama que o pai (Jackson Antunes) com quem mantém um caso incestuoso. Há uma cena bastante forte de sexo entre os dois durante um banho. Já um amigo, Tadeu (Juliano Cazarré) demonstra também ser apaixonado por ele, mas nada concretizado.

Dira Paes faz uma das moradoras que leva a filha estrábica para benzer, mas tem um papel até pequeno, agora que conquistou o Brasil com a Norminha de "Caminho das Índias". Cássia Kiss é a mãe de Santinho em uma cena que parece delírio ou pode ser real. Além de Paulo José que vive um padre que pede perdão pelos seus pecados durante a festa.

No fundo é um relato sensível sobre a espiritualidade do povo brasileiro que conserva algumas crendices sem antes verificar sua autenticidade. É um filme muito bonito e forte, mas não é fácil em momento algum. Há que se ter paciência para acompanhá-lo até o fim. Algumas (ou quase todas) as cenas são lentas, com a câmera muitas vezes parada ou até longe dos personagens, mas a história é interessante, o elenco está perfeito e se você fizer um pouquinho de esforço, não vai se arrepender.
  


Download em torrent de A festa da menina morta

domingo, 29 de novembro de 2009

JEAN CHARLES (Brasil/ Inglaterra, 2009) ***



Direção: Henrique Goldman. Com: Selton Mello, Vanessa Giácomo, Luis Miranda, Patrícia Armani, Daniel de Oliveira e Sidney Magal. Drama, 91 min.

Baseado na história real do brasileiro Jean Charles de Menezes, que foi morto pela polícia britânica, confundido com um terrorista em 22 de julho de 2005. A história deixou o Brasil e o mundo chocados com a imprudência das autoridades.

É estranho assistir a um filme quando já se sabe de antemão o final, já que a história de Jean Charles foi amplamente divulgada pela mídia e é do conhecimento de todos. Mas é interessante conhecer a vida desse homem e sua luta para vencer no exterior. A produção não poupa os pontos fracos dele. Mostra que às vezes ele dava pequenos golpes nos outros, como prometer o visto de permanência para dois brasileiros por $ 5.000, sem nunca cumprir o prometido, mas no fundo tem bom coração e acaba se arrependendo de tudo e decidindo voltar para o Brasil. Pena que não teve tempo de fazer isso.

Selton Mello compõe um personagem muito carismático e simpático, impossível não gostar dele, como vários outros de outros personagens interpretados por ele, já que é um dos atores mais atuantes do cinema nacional atual e um dos mais queridos também.

Além de Selton Mello, Vanessa Giácomo, Daniel de Oliveira (que faz uma pontinha na parte final como o namorado de Vanessa) e sidney Magal (que faz um show em Londres onde canta "O meu sangue ferve por você"), os outros atores são todos desconhecidos, com a participação do pai, da mãe e da prima verdadeiros de Jean Charles.

Essa co-produção Brasil/Inglaterra foi dirigida por Henrique Goldaman, em seu segundo filme e produzida por Stephen Frears (O amor não tem sexo).

Um filme para ser descoberto.




Download do filme Jean Charles


sábado, 28 de novembro de 2009

À PROCURA DA FELICIDADE (EUA, 2006) ***

Direção: Gabrielle Muccino. Com: Will Smith, Jaden Christopher Syre Smith, Thandie Newton e Dan Castellaneta. Drama. 117 min.

Este filme pova que é muito importante acreditar em seus sonhos e corer atrás deles, até conseguir alcança-los. Chris Gardner (Will Smith) tem um filho pequeno (jaden Christopher Syre Smith, filho de Will e de Jada Pinket Smith). Ele é vendedor de scanner de densidade óssea, mas esse não é um emprego muito lucrativo. As dívidas se acumulam e a mulher (Thandie Newton) os abandona. Com muito esforço, Chris consegue estágio numa empresa de corretores, onde só um entre 20 será o escolhido e ele acredita que vencerá. Enquanto batalha por essa vaga, os problemas aumentam: os dois são despejados e tem que dormir num abrigo ou na rua e o dinheiro é cada vez mais curto. A felicidade parece estar cada vez mais longe, mas mesmo assim ele não desiste.

A história é baseada em fatos reais e se passa em 1981. Will Smith é um dos atores mais confiáveis e lucrativos do cinema americano, pois tem uma grande empatia com o público que adora vê-lo no papel de herói. Por este filme, foi indicado ao Oscar de melhor ator pela segunda vez, mas perdeu.

É muito tocante a trajetória do pai que faz de tudo para conseguir vencer na vida e dar melhores condições ao filho, que durante o dia fica numa pensão, onde eles assistem seriados não muito indicados à crianças e nem sabem escrever felicidade direito.

O garoto Jaden revela grande naturalidade ao interpretar um papel difícil e parece ter fôlego para uma carreira promissora, principalmente com a ajuda dos pais famosos.

O diretor Gabrielle Muccino e Will Smith ficaram amigos e em seguida fizeram o drama SETE VIDAS que foi muito criticado.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

KIRIKU E A FEITICEIRA (França, 1998) ****

Direção: Michel Ocelot. Animação, 74 min.

Gravei esse filme em VHS há alguns anos para uma professora, mas não assisti. Na semana passada foi comemorada a Semana da Consciência Negra e o filme voltou à tona, já que todos os personagens são negros, mas como esse não é o foco da história, isso nem é mencionado, e de novo não assisti. Já na aula de roteiro, o professor citou esse filme como diferencial no tratamento que dá ao destino da vilã, bem diferente do que fazem os autores das novelas. Então fui atrás daquela mesma fita e qual não foi minha surpresa: adorei o filme.

É a história de Kiriku que já fala na barriga da mãe, nasce sozinho e pronto para enfrentar a feiticeira Karabá que “comeu” quase todos os homens da aldeia, acabou com a água da fonte e está sempre pronta para fazer maldades. Kiriku é pequeno, aparentemente indefeso, mas se revela mais inteligente e valente que todos os outros de sua aldeia ao enfrentar a feiticeira.

Kiriku é um personagem muito cativante. Curioso como toda criança, está sempre procurando o porquê de cada coisa e usa essas informações para o bem de todos.

A animação é bem precária se comparada aos desenhos atuais, mas isso não faz a mínima diferença. A história é tão interessante e singela que depois de um tempo esse detalhe é esquecido e a gente embarca por inteiro junto com Kiriku nessa sua batalha de Davi contra Golias.

Em 2005 foi produzida uma continuação: Kiriku 2 - Os animais selvagens, que parece ser refilmagem deste filme.

Melhor que muitos filmes da Disney e da Pixar. Descubra agora. Não fique como eu, esperando por tantos anos.





quinta-feira, 26 de novembro de 2009

2012 (EUA, 2009) ****



Direção: Rolland Emmerich. com: John Cusack, Chiwetel Ejiolfor, Amanda Peet, Thandie Newton, Oliver Platt, Woody Harrelson e Danny Glover. Aventura, 158 min.

Hollywood sempre previu o fim do mundo, desde 1938, quando Orson Wells dramatizou o livro Guerra dos mundos de H. G. Wells, causando pânico na população que achava que aquela invasão de extraterrestres estava mesmo acontecendo. Essa história depois também foi filmada duas vezes, a última com Tom Cruise foi muito criticada. A invasão da Terra por ETs também aconteceu em O dia em que a Terra parou (também com duas versões), Independence Day (também de Emmerich), asteróides ou meteoros que podem cair na Terra: Armageddon, o aquecimento global que provoca o derretimento das calotas polares e consequentes nevascas: O dia depois de amanhã (também de Emmerich,O extinto planeta Terra, baseado em relatos bíblicos, com narração de Orson Wells e assim sucessivamente.

Dessa vez tudo começa com o calendário maia que prevê que o mundo acabará em 21/12/2012. Ainda em 2009, um cientista descobre que os maias poderiam estar certos e consegue avisar as autoridades que só se preocupam com elas mesmas e mandam construir barcas para tentar sobreviver ao desastre e pela qual cobram a bagatela de 1 bilhão de euros por pessoa para entrar nessa barca. Já em 2012, a radiação solar aumenta, as placas tectônicas se distanciam, os terremotos e as rachaduras se tornam constantes e a destruição começa, seguida por inevitáveis tsunamis no clímax do filme.

No meio disso tudo, está John Cusack, um homem separado da mulher, que pega os filhos para o fim de semana e de repente se vê no meio do problema, pois está na Califórnia, onde tudo começa, mas como ele tem todas as características de um típico herói hollywoodiano, não mede esforços para tentar contornar a situação: aluga um avião e vai atrás dos filhos, da ex-mulher e do atual marido dela que é médico, mas como não poderia deixar de ser, teve aulas de vôo e pilota o avião.

As cenas de ação são de tirar o fôlego e não dão trégua para o espectador. A produção não perdoou nenhum dos pontos turísticos mudniais. Em um momento, um jornalista anuncia cenas da Globo News que mostram o Cristo Redentor sendo destruído (cena essa que ilustra o cartaz nacional do filme), depois a Torre Eiffel, o Vaticano e o resto do mundo. São cenas bastante críveis que consumiram 200 milhões de dólares na produção. Tudo resgatado em poucos dias de exibição. No Brasil ele está em sua segunda semana e só na primeira levou quase um milhão de espectadores aos cinemas.

Assisti ao filme na sessão das 21 horas, a fila estava enorme e a sala lotada com pessoas sentadas até no chão, mas apesar da lotação, todos estavam absortos,

prestando atenção em cada detalhe, ou efeito especial se assim o preferirem.

Essa é a 2ª versão dessa história. No ano passado foi produzido 2012: O ano da profecia, que está sendo vendido em camelôs e baixado na internet como sendo a versão atual, mas não se deixe enganar, por enquanto, só nos cinemas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

RESGATE ABAIXO DE ZERO (EUA, 2006) ***

Direção: Frank Marshall. Com: Paul Walker, Bruce Greenwood, Jason Biggs, Moon Bloodgood e Wendy Crewson. Drama. 120 min.

Além das clássicas animações, os Estúdios Disney sempre produziram filmes como este, feitos para toda a família e por isso emocionam tanto adultos quanto crianças.

Como o próprio subtítulo original já anuncia, é baseado em fatos reais ocorridos no Japão em 1958 com dois cães e não com seis como acontece aqui, para tornar tudo mais emocionante. O Japão já produziu uma versão dessa história em 1983, com o título de Nankyoku Monogatari que concorreu no Festival de Berlim e tinha música de Vangelis.

É a história de Jerry (Paul Walker de Velozes e Furiosos) que acompanha um cientista (Bruce Greenwood) na Antártida em busca de um meteorito supostamente vindo do planeta Mercúrio. Eles são levados no trenó pelos fiéis e amestrados cães huskies de Jerry, que são devidamente apresentados no início do filme. Na espedição também estão Charlie (Jason Biggs de American Pie) e Katie (Moon Bloodgood), que é o interesse romântico do filme. Devido a uma tempestade eles são obrigados a sair da Antártida rapidamente e não podem levar os cães.

Os dias passam e os valentes cães fazem de tudo para sobreviver naquele frio desolador com a parca comida e os incidentes que acontecem com alguns deles, mas apesar disso permanecem unidos. Quando um se machuca, os outros trazem comida (geralmente aves) e lhe fazem companhia, como se transmitissem sem uma única palavra, toda a dor que sentem. Muito mais convincentes que muitos atores, claro que com uma ajudinha dos efeitos digitais.

Seis meses depois Jerry ainda não conseguiu esquecer seus cães e ainda sonha encontrá-los vivo, por isso a antiga equipe volta para procura-los.

O filme é dirigido por Frank Marshall (Aracnofobia, Congo e Vivos, este também sobre sobreviventes na neve, dessa vez, pessoas), além de produzir vários filmes, como alguns de Steven Spielberg.

Disseram-me que eu choraria vendo a história. Não cheguei a tanto, mas me emocionei e gostei muito. E olha que tinha uma certa resistência em assisti-lo, pois pensei que seria muito melodramático. Para quem gosta de cachorros é mais fácil se envolver, mas para quem não gosta também não é diferente.

Lembrei-me de uma fala do livro O PEQUENO PRÍNCIPE de Antoine de Saint-Exupery: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, que resume todo o filme
.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

SEXO POR COMPAIXÃO (México/ Espanha, 2000) ****

Direção: Laura Mañá. Com: Elizabeth Margoni, Alex Ângulo, Pilar Barden, Juan Carlos Colombo, Mariola Fuentes, José Sancho. Drama. 108 min.

SEXO POR COMPAIXÃO mostra que o ato sexual pode trazer de volta a felicidade e a vida a uma cidade quase abandonada do México. Dolores (Elizabeth Margoni) é uma mulher muito caridosa e sempre pronta a fazer o bem a todos: visita uma menina muda e uma velha acamada, faz companhia a uma vaca e por causa de toda essa bondade, é abandonada pelo marido, Manolo (José Sancho). Mostra uma incapacidade latente em pecar até que um homem traído pela mulher e um virgem de 40 anos lhe pedem ajuda para resolver seus problemas. A partir desses fatos, todos os homens da vila passam a procurá-la e os ajuda. O que poderia ser um empecilho quando as outras mulheres descobrem o fato, se torna um incentivo, já que seus maridos estão mais amorosos e felizes.

A fotografia alterna cor e preto e branco. Na parte inicial, quando todos estão infelizes é em preto e branco e parece que os personagens enxergam assim também, mas quando eles ficam felizes, tudo se torna colorido e isso também é percebido por todos.

É muito bom assistir a filmes de diversas nacionalidades, pois só assim se pode descobrir pérolas como essa. Uma história muito sensível e tocante sobre o que a a falta de amor e a solidão podem fazer com a vida das pessoas. Mas também sobre a hipocrisia, as qualidades e defeitos de todo ser humano e as coisas que pensamos e queremos, mas não falamos, deixando assim, o problema sem solução.

Trata-se de um filme mexicano, país do qual não tive a oportunidade de assistir a muitas películas. Lembro-me de O CRIME DO PADRE AMARO com Gael Garcia Bernal e a co-produção México/Brasil SÓ DEUS SABE. Apesar de ser mexicano, não tem nada de dramalhão. Fala sobre coisas comuns a todos e apesar de triste na maior parte do tempo, tem um acalanto enorme de esperança.

Uma das cenas que achei mais bonita e chequei a me emocionar, é quando Floren (ajudante de Dolores no bar) se declara a seu amado Pepe, depois de muito tempo de repressão, cantando a música tema do filme, que transmite toda a sua essência:

“Cada silêncio que você me dá
Cada momento sem seu amor
É como um grito nas minhas veias
No vazio em que eu estou
Você é a água deste mar
Você volta, volta sempre
Me intoxicando com sua brisa
Acariciando-me sem o saber
Eu tenho a chuva que você me dá
Eu sinto seus olhos tatuando a minha pele
Tendo sua luz perto de mim.”
(Veja o vídeo)

Altamente recomendado!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ALVIN E OS ESQUILOS (EUA, 2007) ***



Direção: Tim Hill. Com: Jason Lee, David Cross, Cameron Richardson, Justin Long, Jane Lynch. 91 min.

Desconhecia o fato de que os Chipmunks (Esquilos) fizeram sucesso por mais de quarenta anos em vendagem de discos nos Estados Unidos, já que aqui no Brasil, eles eram completamente desconhecidos até o lançamento desse filme simpático que une de forma perfeita os efeitos digitais (os três esquilos) com atores. Tanto que o espectador imagina que eles são reais, talvez até mais reais que os próprios atores, alguns meio apagados.

Um compositor fracassado (Jason Lee da série “My name is Earl”) conhece Alvin (voz de Justin Long de “Ele não está tão a fim de você) e dois outros esquilos que são cantores. O sucesso logo acontece até que um produtor musical invejoso atrapalha tudo.

O filme trata da importância de uma boa infância para o desenvolvimento de um ser humano, o que é complicado para as crianças que são artistas e tem que abrir mão dessa fase de sua vida para alcançar o sucesso. Isso é muito comum hoje em dia, quando todos querem ser famosos, inclusive as crianças. Talvez elas não percebam esses detalhes ou não estejam muito preocupadas com isso ou com as armadilhas da fama e os meandros do mundo da música como acontece aqui. Só querem acompanhar as desventuras desses esquilos e as músicas cantadas por eles, algumas famosas, como “Only you”, o que com certeza é a melhor coisa desse filme mais indicado às crianças, mas eu gostei.


domingo, 22 de novembro de 2009

HERBERT RICHERS (1923 – 2009)


Morreu na madrugada de sexta-feira o grande Herbert Richers, dono dos estúdios de dublagem que levam seu nome e é um dos maiores da América Latina. Atualmente a maioria dos filmes brasileiros são dublados lá. Quem nunca ouviu no início de algum filme: “Versão brasileira: Herbert Richers”? Sua empresa dubla cerca de 70% dos filmes exibidos nos cinemas e uma média de 150 horas de filmes dublados mensalmente.

Teve grande importância para os cinéfilos brasileiros, já que muitos não gostam de filmes legendados e com a popularidade da Tv aberta esse costume só aumentou, já que ela só exibe filmes dublados.

Dublou também várias das tenenovelas mexicanas exibidas pelo SBT, como ROSALINDA, REBELDE, QUINZE ANOS, MARIMAR, MARIA MERCEDES, MARIA DO BAIRRO, OS RICOS TAMBÉM CHORAM. CARROSSEL, CARROSSEL 2 – VIVA AS CRIANÇAS, ESMERALDA, A USURPADORA e A FEIA MAIS BELA, entre outras.

Desenhos animados em série exibidos nos programas infantis: ANIMANIACS, CAPITÃO PLANETA, CAVERNA DO DRAGÃO, DENNIS, O PIMENTINHA, DUCKTALES, OS CAÇAFANTASMAS, HE-MAN, SHERA, SUPERAMIGOS, POPEYE e THUNDERCATS, entre outros.

Séries como ALF, O ETEIMOSO, BARRADOS NO BAILE, A GATA E O RATO, BARRADOS NO BAILE, AS PANTERAS, FAMÍLIA DINOSSAUROS, MAGNUM, FRIENDS e PROFISSÃO PERIGO, etc.

Era pai do ator Herbert Richers Jr. (Alô?) e estava internado desde o dia 08/11 na Clínica São Vicente (RJ), onde morreu de problemas renais aos 86 anos. Seu corpo foi cremado ontem. Até pouco tempo atrás ele ia todos os dias ao trabalho apesar da avançada idade.

Além de chefe de dublagem era também produtor de cinema. Profissão que iniciou com o filme SAI DE BAIXO (1956) com Mazzaropi, passando por ÁGUA NA BOCA (1956) e dezenas de outras chanchadas da Atlântida, mas seus maiores sucessos são O ASSALTO AO TREM PAGADOR (1962) e VIDAS SECAS (1963), sendo o último ANA, A LIBERTINA (1975). Mas no total produziu 59 filmes, fez o roteiro de MARIDO DE MULHER BOA (1960) e UM CANDANGO NA BELACAP (1961) e como operador de câmera de AMEI UM BICHEIRO (1952), vários deles lançados em DVD há pouco tempo, numa coleção com seu nome.

Uma grande perda para o cinema!

sábado, 21 de novembro de 2009

NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (EUA, 1977) ***







Direção: Woody Allen. Com: Woody Allen, Diane Keaton, Paul Simon, Carol Kane, Tony Roberts, Shelley Duvall, Christopher Walken, Beverly D’Angelo, Jeff Goldblum e Sigourney Weaver. 93 min.

Um dos filmes mais famosos de Woody Allen, senão o mais famoso, além de muito premiado. Venceu os Oscars de Filme, Direção, Roteiro (também de Allen) e Atriz (Diane Keaton), mas ele não foi receber o prêmio pois estava tocando numa banda de jazz naquela noite.

É a história do paranóico comediante Alvy Singer (Woody Allen) que é apresentado em uma partida de tênis à cantora Annie Hall (Diane Keaton), e ela se transforma em sua grande paixão, mas os dois vivem uma relação conturbada, cheia de altos e baixos e idas e vindas. É uma história meio autobiográfica sobre a família de Diane Keaton, que já foi casada com Woody Allen.

O engraçado é que os dois não chegam a ficar noivos, então o título nacional é equivocado, apesar de exprimir exatamente as principais características dos dois. O título original é Annie Hall.

O filme, como MANHATTAN é cheio de tiradas existencialistas e parábolas. Logo no início, Alvy conta a história de duas velhinhas num restaurante que reclamam da péssima qualidade da comida. Uma delas diz que além da comida ser ruim, as porções são pequenas. Então ele faz uma comparação com a vida, que além de ser cheia de desgraças e infelicidades, dura tão pouco. Em outra cena ele defende a masturbação como sendo o sexo com a pessoa que ele mais ama. Fala da paranóia que as pessoas têm com o orgasmo, usado para preencher suas vidas vazias; adora livros sobre a morte e Annie diz que é porque ele não sabe aproveitar a vida. Logo no final ele diz que os romances são todos complicados, mas o pior é que precisamos deles.

Como todos os outros filmes de Woody Allen, NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA é muito verborrágico. Os personagens falam o tempo inteiro, às vezes vários deles ao mesmo tempo e Alvy principalmente.

É interessante a forma como o diretor utiliza para mostras as lembranças dos personagens. Elas não são contadas nem mostradas em flashback. Os personagens no presente assistem no mesmo ambiente à cena como ela sucedeu. Fato este muito utilizado em outras comédias posteriores.

Allen se deu ao luxo de lançar nesse filme, em pontas ou papéis de figuração, vários astros do cinema, como Sigourney Weaver (Alien, o oitavo passageiro) na cena final em um plano distante quase impossível de se enxergar; Christopher Walken (O franco-atirador) como um suicida em potencial que tem vontade de sofrer um acidente de carro; Jeff Goldblum (A Mosca) como um rapaz que faz uma ligação telefônica durante uma festa, além de Beverly D’Angelo (Hair) que eu não consegui reconhecer. Para rir e pensar, mais pensar do que rir.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

CINDERELA (EUA, 1950) ***

Este foi o 15º longa metragem dos estúdios Disney, produzido pelo próprio Walt Disney e com certeza um dos seus maiores clássicos. Foi dirigido por Clyde Geromini, Wilfred Jackson e Hamilton Luske, os mesmos responsáveis por ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, PETER PAN, A DAMA E O VAGABUNDO e 101 DÁLMATAS. Adaptado do clássico conto de Charles Perrault, que depois foi adaptado também pelos Irmãos Grimm e era conhecido inicialmente como A GATA BORRALHEIRA.

A história todo mundo já conhece: a menina Cinderela fica órfã e tem que sofrer nas mãos de sua madrasta e de suas filhas feias e invejosas, até que ela vai ao baile de gala e conhece o príncipe encantado que se apaixona por ela, mas a única coisa que tem para encontrá-la é o sapatinho de cristal que ela perdeu quando fugia desabalada, antes que o feitiço fosse desfeito.

O filme tem apenas 75 minutos de duração, mas apenas a história de Cinderela parecia não ser suficiente para preencher esse tempo, então foram criados alguns personagens que servem de escada para ela, como os quatro ratinhos que são o alívio cômico da história, juntamente com um cachorro que também é mau, outro que é bondoso e alguns passarinhos.

Naquela época, os personagens não eram dublados por atores famosos como acontece hoje em dia.

Foi indicado aos Oscars de Trilha musical, som e canção e pode ser apreciado por qualquer um, mas foi o primeiro longa da Disney endereçado especificamente às meninas com sua história de conto-de-fadas e príncipe encantado.

Em 2002 foi produzido para lançamento em vídeo, uma fraca continuação, que conta três histórias, onde os ratinhos são os verdadeiros protagonistas. Em 2007 foi produzida uma terceira parte, mas nenhuma delas como o original.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

LONGAS DE ANIMAÇÃO DA DISNEY


Walt Disney nasceu em 1901 e faleceu em 1966. Fez cursos de desenho e fotografia e trabalhou depois da 2ª Guerra Mundial com desenho e publicidade. Criou em 1928 o seu primeiro personagem, o Mickey Mouse, em seguida o Pluto em 1930, o Pateta em 1932 e o Pato Donald em 1934, além de dezenas de outros personagens que encantam as crianças de todo o mundo até hoje.

Em 1937 lançou o 1º longa-metragem de animação da história do cinema: BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES, que todos pensavam que seria um fracasso, mas acabou se revelando um grande sucesso. Continua a produzir até sua morte em 1966, sendo MOWGLI o último filme lançado enquanto ele ainda estava vivo, mas já tinha planejado também ARISTOGATAS. Ganhou 26 estatuetas do Oscar. Depois de sua morte, o seu império continuou na mão de seus herdeiros, apesar de com menos criatividade principalmente na década de 70 e quase toda a década de 80. Fato que foi superado com o grande sucesso de A PEQUENA SEREIA, que inaugurou uma nova fase no estúdio.

1937 - Branca de neve e os sete anões
1939 - Pinóquio
1940 - Fantasia
1941 - Dumbo
1941 - O dragão dengoso
1942 - Bambi
1943 - Alô, amigos
1944 - Você já foi à Bahia?
1946 - Música, maestro
1946 - Canção do sul
1947 - Como é bom se divertir
1948 - Tempo de melodia
1949 - Dois sujeitos fabulosos
1949 - Tão perto do coração
1950 - Cinderela
1951 - Alice no país das maravilhas
1953 - Peter Pan
1955 - A dama e o vagabundo
1959 - A bela adormecida
1961 - 101 Dálmatas
1963 - A espada era a lei
1967 - Mowgli, o menino lobo
1970 - Aristogatas
1973 - Robin Hood
1977 - Puff - O ursinho guloso
1977 - Bernardo e Bianca
1981 - O cão e a raposa
1985 - O caldeirão mágico
1986 - As peripécias do ratinho detetive
1988 - Oliver e sua turma
1989 - A pequena sereia
1990 - Bernardo e Bianca na Austrália
1991 - A bela e a fera
1992 - Aladdin
1994 - O Rei leão
1995 - Pocahontas
1996 - O corcunda de Notre Dame
1997 - Hércules
1998 - Mulan
1999 - Tarzan
2000 - Fantasia 2000
2000 - A nova onda do imperador
2001 - Atlantis - O reino perdido
2002 - Lilo e Stitch
2002 - O planeta do tesouro
2003 - Irmão urso
2004 - Nem que a vaca tussa
2005 - O galinho Chicken little
2006 - Selvagem
2007 - A família do futuro
2008 - Bolt - O supercão

EM PARCERIA COM A PIXAR:
1995 - Toy story
1998 - Vida de inseto
1999 - Toy story 2
2001 - Monstros S/A
2003 - Procurando Nemo
2004 - Os incríveis
2006 - Carros
2007 - Ratatouille
2008 - Wall.e

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

TRISTÃO E ISOLDA (EUA/ Irlanda, 2006) ***

Direção: Kevin Reynolds. Com: James Franco, Sophia Myles, Rufus Sewell, David O’hara, Dexter Fletcher. 125 min.


Baseado na ópera de Wagner e na lenda, que lhe deu origem, Tristão e Isolda. Após a morte de seus pais, Tristão (James Franco), é criado por seu tio Marcos (Rufus Sewell). Em uma batalha é dado como morto é colocado em um barco, que é encontrado e tratado por Isolda, mas esta não lhe revela o nome, apesar de estarem apaixonados. Ele ganha a mão da princesa em um torneio de lutas para Marcos, sem saber que se trata de Isolda. O casamento traz a paz entre os dois clãs, mas a paixão faz com que os dois se encontrem às escondidas, podendo colocar tudo a perder.

Sempre tive vontade de conhecer a história de Tristão e Isolda, que sabia que era equivalente à tragédia de Romeu e Julieta de Shakespeare. Inclusive a capinha do DVD apregoa que este é um amor proibido que nem Romeu e Julieta viveram. O título original (Tristão + Isolda) também lembra o título do filme de Baz Luhrmann (Romeu + Julieta) com o uso do + em vez da conjunção e. Realmente é uma história muito bonita e comovente, pois fala da impossibilidade de certos amores se concretizarem e do mal que esconder certos detalhes causa, como o fato dela não revelar seu verdadeiro nome. Há um diálogo tocante entre os dois em um de seus encontros furtivos, quando ela diz que é uma pena os dois nunca poderem andar de mãos dadas ou trocar um sorriso em público.

Quem vive o casal central é James Franco (Homem Aranha) e Sophia Myles (Anjos da Noite – Underworld), o diretor é Kevin Reynolds que era amigo de Kevin Costner e dirigiu vários de seus filmes, como ROBIN HOOD – O PRÍNCIPE DOS LADRÕES e WATERWORLD – O SEGREDO DAS ÁGUAS, já a produção ficou a cargo dos irmãos Ridley (Alien – O oitavo passageiro) e Tony Scott (Top Gun – Ases indomáveis).


O filme foi muito criticado quando de seu lançamento, falaram do casal central sem graça e por se fixar mais nas cenas de ação do que no romance. Também notei esse detalhe. O filme cresce quando se esquece um pouco da ação e se fixa nas cenas românticas, mas gostei bastante. Assiste-se com grande interesse e se torce pelos dois, apesar de saber que aquela história não vai terminar bem. A edição é muito pobre e não traz extras, somente trailers de outros filmes, além de ser em standard e não em widescreen, o que corta horrivelmente alguns enquadramentos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ENCERRAMENTO DO 5º FESTCINE GOIÂNIA



Aconteceu ontem a noite a premiação e o encerramento do 5º Festcine Goiânia. A cerimônia começou por volta das 20 horas com sala lotada e gritos e aplausos a cada vencedor que subia ao palco para receber seu prêmio. Teve apresentação do ator Guido Campos Correia e Renata Marra.



PREMIADOS:
LONGA METRAGEM DE FICÇÃO:
Melhor Filme: OS INQUILINOS
Melhor Diretor: Sérgio Bianchi por "Os Inquilinos"
Melhor Ator: Caio Blat por "Histórias de amor duram apenas 90 minutos"
Melhor Atriz: Alice Braga por "Cabeça a prêmio"
Melhor Ator Coadjuvante: Otávio Müller por "Cabeça a prêmio"
Melhor Atriz Coadjuvante: Via Negromonte por "Cabeça a prêmio"
Melhor Roteiro: Beatriz Bracher por "Os inquilinos"
Melhor Fotografia: Kátia Coelho por "Corpos Celestes"
Melhor Direção de Arte: Daniel Marques por "Corpos Celestes"
Melhor Música ou Trilha Sonora Original: Ruriá Duprat por "Corpos Celestes"
Melhor Som: Vyctoria Zalocar por "Histórias de amor duram apenas 90 minutos"
Melhor Montagem: Frederico Ribeincher por "Se nada mais der certo"
Menção honrosa ator revelação: Rodrigo Cornelsen por "Corpos Celestes"

LONGA METRAGEM - DOCUMENTÁRIO
Melhor Longa-metragem Documentário-– Só Dez Por Cento é Mentira.
Melhor Direção- Pedro César por Só Dez Por Cento é Mentira.
Melhor Roteiro- Marta Nehing em Eu, Eu, Eu José Lewgoy.
Melhor Fotografia- Walter Carvalho em O Homem Que Engarrafava Nuvens.
Melhor Som-Fernando Henna em Um Homem de Moral.
Melhor Montagem-Raphael Alvares em Dzi Croquettes.

O engraçado é que os filmes universitários e caseiros ganharam mais aplausos e gritos que os filmes famosos, talvez por serem feitos por pessoas conhecidas da maioria dos que estavam presentes, como o diretor que ganhou o prêmio de direção de arte e melhor vídeo de ficção universitário, Benedito Ferreira pelo filme EU JÁ NÃO CAIBO MAIS AQUI, um rapaz tímido que explicou que seu filme também fala sobre a solidão.

Foram homenageados o escritor FÁBIO LUCAS, a atriz CLÁDIA OHANA que disse que nunca recebeu uma homenagem desse tipo e o diretor JÚLIO BRESSANE que teve seu novo filme exibido depois da premiação e pediu para o público ter paciência e tolerância. Eu posso imaginar, os filmes dele são mesmo difíceis.

Como a cerimônia terminou por volta das 22 horas, não pude esperar a exibição de A ERVA DO RATO de Júlio Bressane, nem o coquetel de encerramento. Mas quase ninguém esperou para ver o filme, depois da premiação quase todo o público desceu para o café para conversar e beber. Foi até bom, pois tive a oportunidade de conhecer e tirar fotos com Darlene Glória, Marco Ricca, Antonio Leão da Silva Neto, Rodrigo Cornelsen e Guido Campos Correia (todos muitos simpáticos, diga-se de passagem).

Hoje começa a reprise dos filmes exibidos durante os oito dias do Festival, com os longas OS INQUILINOS e UM HOMEM DE MORAL, às 18 e às 21h30, respectivamente.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

WALL.E (EUA, 2008) ***

Direção: Andrew Stanton. Vozes de Sigourney Weaver, Ben Burtt, Elissa Knight, Fred Willard e Kathy Najimi. 97 min.

Vencedor do Oscar 2009 de Melhor Animação, este é o novo trabalho do talentoso diretor Andrew Stanton(Procurando Nemo). Conta a história do robô lixeiro Wall.e (pronuncia-se Wally) que continua na Terra no ano 2700, depois de sua quase completa destruição. Uma de suas maiores diversões é assistir em VHS ao filme HELLO DOLLY! (1969), principalmente a cena em que toca a canção "Put on you Sunday clothes, além de "La vie en rose" de Louis Armstrong. Vendo as cenas desse romance, Wall.e sente-se sozinho e percebe que precisa de uma companheira, mas não há mais ninguém na Terra, até que a robô Eva aparece e rouba o seu coração. Eles encontram uma planta que é a prova que nosso planeta ainda é habitável, mas Eva logo é resgatada por uma nave e Wall.e vai à sua procura.

Essa nave é habitada por seres humanos obesos devido à falta de gravidade e à acomodação e por centenas de robôs que fazem todo o serviço e depois acabam se revoltando contra a comandante da nave, numa referência clara ao computador HAL de 2001 - UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, há até a execução da música "Zaratustra" daquele filme. Talvez as crianças não entendam essas referências, nem as dos musicais de Hollywood dos anos 50 e 60, por isso WALL.E é também indicado aos adultos que entenderão melhor esses detalhes e poderão explicá-los aos menores.

A PIXAR (juntamente com a Disney) nunca fez um filme tão diferente, onde quase não há diálogos, em especial na parte inicial e por isso pensei que seria um filme chato, mas ele vai conquistando o espectador aos poucos, pelo seu tema universal: o amor, pelo qual todos esperamos e lutamos. No fundo você também vai se sentir como Wall.e.

domingo, 15 de novembro de 2009

SÓ DEUS SABE (México/ Brasil, 2006) ** ½

Direção: Carlos Bolado. Com: Digo Luna, Alice Braga, Maria Dealves (Alves), Ângela Correia e Chica Xavier. 113 min.

Em um dado momento de “Só Deus sabe” uma personagem diz: “Isso aqui está parecendo uma novela mexicana”. Claro que isso pode ter sido uma brincadeira, já que se trata de uma co-produção México/Brasil, mas é esse o espírito do filme: o de uma novela mexicana, com suas choradeiras e conseqüentes tragédias.

Dolores (Alice Braga) tem um caso com um homem casado e durante uma balada, tem o carro roubado e perde o passaporte que é encontrado por Damián (Diego Luna). Este consegue se envolver com Dolores, mas esconde que está com seu passaporte, pois sabe que quando ela descobrir não vai perdoa-lo.

A história começa no México, depois passa pelos Estados Unidos e termina no Brasil, no que é basicamente um filme de estrada. Pelo menos a língua de cada país é preservada e quando eles chegam no Brasil, os personagens falam português e não espanhol ou inglês como acontece na maioria dos filmes americanos filmado aqui, claro que é uma co-produção, então os dois países tem o direito de intervir.

O roteiro é muito fraco e não foge de nenhum estereótipo. Dolores volta para o Brasil e depois que sua avó morre, ela consequentemente descobre que ela tinha ligações com o candomblé, então começa a investigar mais sobre o assunto com Duda (Maria Alves de “O seqüestro”, que agora depois de tantos anos de carreira, passa a assinar como Maria Dealves) e a mãe de santo vivida por Chica Xavier. Isso não é nenhuma novidade, já que os estrangeiros pensam que todos os brasileiros freqüentam o terreiro ou são adeptos do candomblé. Pensamento introjetado por filmes como “Feitiço do Rio”, “Sabor da paixão” e tantos outros que sempre mostraram esse lado excêntrico do Brasil. E “Só Deus sabe” não tenta nem um pouco mudar esse pensamento.

Além disso, há uma gravidez inesperada, a inevitável dúvida sobre o aborto, uma mãe fútil e um câncer que ameaça estragar a felicidade de todo mundo e traz mais dramas e lágrimas.

O casal central é simpático e protagoniza cenas calientes de sexo.

Alice Braga fala bem o espanhol e Diego Luna (E sua mãe também) arrisca só algumas palavras em português. Ela teve mais sorte que ele na carreira internacional. Depois deste, participou de “Eu sou a lenda” com Will Smith, “12 horas até o amanhecer”, com Brendan Fraser e “Território restrito” com Harrison Ford. É sobrinha de Sonia Braga e filha de Ana Maria Braga, não a apresentadora do Mais Você, mas uma atriz quase desconhecida que participou de “O beijo da mulher aranha” e agora assina como Ana Braga no filme de Marco Ricca, CABEÇA A PRÊMIO.

sábado, 14 de novembro de 2009

MARA MANZAN (1952 - 2009)

Depois de uma luta árdua contra um câncer no pulmão, morreu ontem de manhã, a atriz Mara Manzan que estava internada desde o dia 07. ela estava com 57 anos e apesar de ter feito alguns filmes, ficou mais conhecida como atriz de novelas da Rede Globo, especialmente em papéis cômicos, como a Sexta-feira de SALSA E MERENGUE, a D. Odete de O CLONE que eternizou o bordão: “Cada mergulho é um flash” e a D. Amara de “DUAS CARAS”, época em que ela descobriu que estava com câncer). Seu último papel, como a D. Ashima, mãe do Hyndra em CAMINHO DAS ÍNDIAS, foi mais complicado, pois ela teve que se afastar das gravações devido ao tratamento e voltava ocasionalmente, quando se sentia melhor. Era a queridinha dos autores Aguinaldo Silva de quem fez duas novelas e de Glória Perez de quem fez quatro novelas e uma mini-série.

Mara Manzan nasceu em São Paulo em 28 de maio de 1952 e entrou para a vida artística aos 17 anos, quando se apaixonou por um ator do teatro Oficina e começou a trabalhar nos bastidores de uma peça, mas subiu ao palco para substituir uma atriz que estava doente e depois disso nunca mais parou.

Estreou no cinema em 1982, com BONECAS DA NOITE e em seguida participou de dois filmes de sexo explícito da Boca do Lixo de São Paulo: SEXO EM FESTA (1985) e BORBOLETAS E GARANHÕES (1986)
, porém sem participar das cenas de sexo. Ela era sempre a amiga da mocinha e aparecia conversando em poucas cenas e nem chegou a ficar nua, mais isso é pouco (ou nada) divulgado, pois não seria interessante que o público das novelas soubesse dessa informação, pois quem vê o nome de um ator nos créditos de um filme pornô, já imagina que ele participou das cenas mais ousadas. Isso acontecia muito nos anos 80, quando alguns atores e atrizes participavam dos filmes só para dar mais prestígio a ele, mesmo sem se comprometer, como a atriz Ivete Bonfá que fez vários filmes como a mãe da mocinha ou do mocinha ou a tia chata. Em seguida participou do filme DE CARA LIMPA (2000), que revelou Bárbara Paz e Marcos Mion, SAMBANDO NAS BRASAS, MORÔ? (2007) e no ano passado de SEXO COM AMOR? De Wolf Maya (leia crítica nesse blog).

Não vou negar que gostava muito de Mara Manzan, acompanhei todos os seus trabalhos e torcia para que ela se recuperasse, mas eu sei que ela agora deve estar fazendo rir no céu.

CARREIRA NA TELEVISÃO
A viagem (1994); Salsa e merengue (1996); Hilda Furacão (1998); Pecado Capital (1998); Terra nostra (1999); O clone (2001); Kubanacan (2003); Da cor do pecado (2004) (ponta); Senhora do destino (2004); América (2005); Cobras e lagartos (2006); Duas caras (2007); Caminho das Índias (2009).

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"CORPOS CELESTES" NO 4º DIA DO FESTCINE ****

O 4º dia do Festcine exibiu o curta metragem documentário: ROSA, UMA HISTÓRIA BRASILEIRA de Luiz Eduardo Jorge. É a história de uma mulher guerreira e humana que aos 18 anos se entregou à militância política contra o regime militar nos anos 60. Relembra um dos períodos mais sofridos da história brasileira.

Em seguida foi exibido o longa CORPOS CELESTES. Direção: Marcos Jorge e Fernando Severo. Com: Dalton Vigh, Carolina Holanda, Antar Rohit, Alexandre Nero, Jeff Beech e Rodrigo Cornelsen. 91 min. Drama.

Um menino tímido (Rodrigo Cornelsen) faz amizade com Richard, um astrônomo inglês que todos da região chamam de louco. Com o incentivo do astrônomo, Chiquinho começa a gostar de olhar as estrelas através de um telescópio. Os dois são muito solitários e se tornam amigos, até que uma tragédia mude essa situação.

Depois de vários anos, Francisco (agora Dalton Vigh), é professor de astronomia e se vê às voltas com os mistérios da mulher que ama (Carolina Holanda) que é hostess de uma casa noturna, seu nome é Diana, Estela e tantos outros nomes que ela adota. A situação do casal se complica quando o filho de Richard chega do exterior para saber mais sobre o pai. Francisco fica morto de ciúmes, principalmente quando ela some por quinze dias e ele fica desesperado achando que os dois estão juntos. A chegada do filho de Richard serve para fazer com que ele se lembre do passado e vá visitar aquela cidade depois de tanto tempo.

A infância do personagem é mostrada em um longo e sensível prólogo que se passa no final dos anos 60 e início de 1970, quando aconteceu a copa do mundo em que o Brasil se sagrou tricampeão. Esse prólogo é cativante e com certeza uma das melhores coisas do filme. Os créditos iniciais só passam depois que o personagem se torna adulto, depois de 35 minutos. Mas a segunda parte também é interessante, pois Francisco se sente infeliz e acredita na insignificância do homem frente à imensidão do cosmos, enquanto sua namorada se sente bem à vontade com o seu lugar no universo.

Gostei bastante do filme, de sua sensibilidade e a forma como aborda a perda, a infelicidade e o amor. Mas ele tem um problema que é sério em alguns filmes brasileiros: o final. O filme não termina bem e não resolve as histórias dos personagens, deixando tudo em aberto para o espectador tirar suas próprias conclusões. Só que o público não gosta de finais abertos e sai do cinema meio decepcionado.

CORPOS CELESTES foi filmado no final de 2005 e início de 2006, mas ficou na gaveta para que Marcos Jorge pudesse lançar com grade sucesso de crítica, o filme ESTÔMAGO com João Miguel, que também assisti e gostei bastante, é a história de um cozinheiro que consegue dominar os detentos de uma cadeia, usando seus dotes culinários.

Percebi que CORPOS CELESTES tinha sido filmado há alguns anos, pois o ator Rodrigo Cornelsen, que faz Francisco na primeira fase, estava presente e já está crescido. Além deste, participou do filme MINHA ESTAÇÃO DE MAR, ainda em produção. Aqui está em plena forma e dá um show de emoção.

PROGRAMAÇÃO PARA OS ÚLTIMOS DIAS DO FESTIVAL:
Simone Spoladore em "Insônia"

::HOJE:
¤ Marimbondo Amarelo, de Amarildo Pessoa (fic./20min/GO)
¤ Só Dez Por Cento é Mentira, de Pedro Cezar (doc./80min/RJ)
¤ Clareza, de Carlos Cipriano (fic./2min/GO)
¤ Insolação, de Felipe Hirsch e Daniela Thomas (fic./100min/RJ)

::SÁBADO

João Miguel, Carolina Abras e Cauã Reimond em "Se nada mais der certo"


¤ Ressignificar, de Sara Vitória (doc./ 17min/GO)
¤ Se Nada Mais Der Certo, de José Eduardo Belmont (fic./116min/SP)
¤ Descrição da Ilha da Saudade ou Baudelaire e os Teus Cabelos, de Alyne Fratari (fic./ 20min/GO)
¤ Dzi Croquettes, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez (doc./110/RJ)

::DOMINGO
Caio Blat em "Histórias de amor duram apenas 90 minutos"


¤ Cattum, de Paulo Miranda (ani./10min/GO)
¤ O Homem Que Engarrafava Nuvens, de Lirio Ferreira (doc./107min/RJ)
¤ É Madeira É Mamoré, de Ângelo Lima (doc./15min/GO)
¤ Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos, de Paulo Halm (fic./ 90min/RJ)

Mostra de Vídeos Caseiros
Teatro Goiânia Ouro – às 19h30, domingo, dia 15

Mostra Vencedores do Edital e Prêmio Estímulo Cinema
¤ Teatro Goiânia Ouro – às15h30, domingo, dia 15

::SÁBADO (DIA 14)
LANÇAMENTO DO LIVRO
18h – Roberto Pires – O Inventor de Cinema, de Aléxis Gois

Encerramento
::16 DE NOVEMBRO
19h30 Cine Goiânia Ouro
¤ Premiação e exibição, fora de competição, de A Erva do Rato, de Julio Bressane. Com: Selton Mello e Alessandra Negrini (fic./80min/RJ)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

KALUNGA NO 3º DIA DO FESTCINE **

Como tinha adiantado, ontem foi o lançamento da 2ª edição do DICIONÁRIO DE FILMES BRASILEIROS do Antonio Leão da Silva Neto. Estava marcado para as 18 horas e como eu cheguei atrasado fiquei morrendo de medo de perder o meu exemplar, já que eu sabia que não seriam distribuídos muitos e que o lote do IBAC (Instituto Brasileiro de Arte e Cultura) já está esgotado. Mas felizmente cheguei a tempo. O autor disse que já tem mais de 500 pessoas na fila do IBAC aguardando e que seu livro: ASTROS E ESTRELAS DO CINEMA BRASILEIRO também vai ganhar uma 2ª edição em março do ano que vem com 1000 novos astros e estrelas. Enquanto aguardava na fila pelo autógrafo do autor, o ator e diretor Marco Ricca estava dando entrevista bem próximo, falando de seu primeiro filme, CABEÇA A PRÊMIO que seria exibido na 2ª sessão do dia, depois das 22 horas, mas como eu não podia esperar, infelizmente não assisti. Claro que não vou perder na reexibição depois que terminar o festival.

A primeira sessão foi formada por filmes goianos. Inicialmente o Curta NEVILE E O LOBISOMEM DE GOIÂNIA de Márcio Venício e Juca Fernandes, que fala do início da cidade de Goiânia, quando os fazendeiros da região estavam temerosos sobre o ínicio dessa empreitada e pensavam que não daria certo. Corre a história de um lobisomem que assusta os moradores. Uma mistura de misticismo com interesses em compra das terras dos mais medrosos. A produção de época até que é bem cuidada, com atores locais e um certo amadorismo que deixa o filme com um sabor trash bem interessante.

Em seguida foi exibido o longa em vídeo digital: KALUNGA, Direção: Luiz Elias, Pedro Nabuco e Sylvestre Campe. 77 min. É a história do remanescente quilombo Kalunga que fica no noroeste goiano e de seus moradores que lutam pela demarcação permanente de suas terras. São histórias de pessoas simples que não tem muitos sonhos de grandeza, só querem o que é deles de direito: a terra em que nasceram e cresceram, onde viveram seus ancestrais escravos e por isso lutam. Brígida, uma das pessoas mais engraçadas do filme, conta a história de como vivia infeliz e do sonho que tinha em se casar, pois achava que assim resolveria seus problemas e assume na maior naturalidade que depois que se casou as coisas pioraram. Um amigo comentou comigo a fala de um filósofo, que agora não lembro o nome: "A vida é um sonho e o casamento é o despertador que nos acorda desse sonho". Depois que se separou do marido Brígida mudou para Goiânia e agora depois de muitos anos volta ao seu povoado para rever seus parentes e amigos, numa verdadeira viagem da alma, em que pairam as dúvidas sobre ficar num lugar subdesenvolvido, mas que ela ama, ou viver na capital, mesmo longe dos seus.

O filme é narrado por Maria Paula (do Casseta e Planeta) e por ele transitam vários outros personagens cheios de esperanças nos políticos que prometem resolver o problema da demarcação das terras. É engraçada a fé duvidosa de uma senhora que no mesmo momento em que diz ter muita fé que esse problema será resolvido, já pergunta ao entrevistador se isso vai acontecer.

Os dois filmes falam sobre latifúndio. O primeiro no início do povoamento de Goiânia e o segundo mais especificamente no povoado dos Kalunga e o medo de todos com o poder dos grandes fazendeiros que podem tomar as terras para si. O problema é que só é mostrado o lado das vítimas e de vez em quando o filme começa a se desviar do seu foco e começa a ser chato, o que é imperdoável para um filme tão curto (77 min). Mas sempre é possível aprender alguma coisa e foi muito interessante conhecer a história desse povo tão sofrido e esperançoso.

PROGRAMAÇÃO PARA HOJE À NOITE (19h30):
¤ Rosa, Uma História Brasileira, de Luiz Eduardo Jorge (doc./ 20min/GO)
¤ Corpos Celestes, de Marcos Jorge e Fernando Severo (fic./ 91min/PR)
¤ Soldado da Paz, de Guilherme Gardinni (ani./4min/GO)
¤ Eu, Eu, Eu José Lewgoy , de Cláudio Kahns (doc./ 85min/SP)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"OS INQUILINOS" NO 2º DIA DO FESTCINE ***

Ontem às 20h15 teve início o 2ª noite do V Festcine Goiânia com a exibição do curta metragem de animação: PEDRA COMO PASSAGEM, trabalho do grupo Empreza. Já tinha visto esse filme durante a aula de Semiótica no curso de Cinema e Educação. Não vi nada de especial. Ainda bem que é curto!

Em seguida foi o exibido o novo longa do diretor Sérgio Bianchi (Quanto vale ou é por quilo?), que fez a apresentação e se colocou à disposição para esclarecer dúvidas e conversar com o público.

OS INQUILINOS. Com: Marat Descartes, Ana Carbatti,Umberto Magnani, Caio Blat, Cássia Kiss, Fernando Alves Pinto, Ana Lúcia Torre, Ailton Graça, Sidney Santiago, Pascoal da Conceição, Leona Cavalli, Zezeh Barbosa, Cláudia Mello. 103 min.

O polêmico Sérgio Bianchi retorna depois de 4 anos com esse tratado sobre a violência urbana. Uma família tranqüila e feliz vê sua tranquilidade ameaçada quando uma vizinha aluga sua casa para três rapazes arruaceiros que dormem durante e dia e fazem baderna à noite, atrapalhando o sono dos vizinhos. Aparentemente usam de ações escusas para sobreviver. Como eles moram na periferia, que fica perto de uma favela, o medo é constante, principalmente depois que uma menina de 8 anos foi estuprada e assassinada nos arredores.

Valter (Marat Descartes) trabalha durante o dia numa fábrica de empacotamento de maçãs e estuda durante à noite, enquanto sua mulher, Iara (Ana Carbatti) cuida dos filhos e da casa. Eles são os maiores afetados pelos inquilinos inconvenientes, já que estão mais próximos deles.

Iara fica intrigada e talvez um pouco atraída por aqueles homens rústicos, o que causa ciúmes no marido, mas nada fica muito claro e se há segundas intenções, elas não são reveladas.


O interessante é que os papéis principais são vividos por atores menos conhecidos, enquanto os papéis menores são interpretados por atores famosos, como Cássia Kiss (que vive uma professora de Português) Fernando Alves Pinto (um professor de Matemática), Ana Lúcia Torre (a diretora da escola noturna), Caio Blat (um colega de Valter), Ailton Graça (um amigo de Valter), Leona Cavalli e Zezeh Barbosa (amigas de Iara).

Esse é o sétimo filme de Sérgio Bianchi, que eu acho muito interessante e contestador, pois ele mostra sem rodeios a maldade humana, o que as pessoas são capazes de fazer para conseguir o que querem ou tirar proveito em cima do próximo, como fez em seu penúltimo filme, "Quanto vale ou é por quilo?", onde pessoas diregentes de ONGs e supostamente assistencialistas só estavam interessadas em auto-promoção e tirar proveito próprio. Só que ele voltou um pouco mais brando. Não que a violência não seja um tema polêmico, claro que é. Com certeza é um dos maiores problemas que a humanidade enfrenta e enfrentará, já que é sério e parece não ter fim, como o próprio filme denuncia. Só que isso já foi mostrado várias outras vezes, inclusive e principalmente pelo cinema brasileiro. Mas apesar disso, achei o filme muito interessante por mostrar que estamos todos de mãos atadas para enfrentar esse problema. Como o trecho da música do Legião Urbana: "Os assassinos estão livres, nós não estamos", já que estamos presos em nossas casas com medo de sair e encontrar com eles, ou que eles venham até nós.

Após a exibição do filme, encontrei com o diretor que estava conversando com dois espectadores do filme, sentado nos degraus de uma escada e aberto a peguntas e comentários. Ele é muito simpático. Falei da admiração que tinha pelos seus filmes e também fiz algumas perguntas e comentários. Ele comentou sobre as cenas que não puderam ser filmadas por falta de dinheiro. Comentou que foram construídas três casas com paredes móveis para as filmagens, já que seria impossível abrigar a produção em uma casa tão pequena. E que talvez esse seja seu último filme, já que ele está um pouco cansado. Tomara que não, pois o cinema brasileiro precisa de diretores polêmicos e contestadores como ele.

PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL PARA HOJE:
Hoje às 18 horas tem o lançamento da 2ª edição do Dicionário de Filmes Brasileiros de Antonio Leão da Silva Neto, com distribuição do livro para os presentes e em seguida (19h30) os filmes:

¤ Nevile e o Lobisomem de Goiânia, de Marcio Venicio e Juca Fernandes (fic./20min/GO)
¤ Kalunga, de Luiz Elias, Pedro Nabuco e Sylvestre Campe (doc./ 77min/ GO)
¤ Som de Sucata, de Diego Mendonça (doc./13min/GO)
¤ Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca (fic./105min/SP)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"QUANTO DURA O AMOR?" NO V FESTCINE GOIÂNIA ***

Estive ontem à noite na abertura do V Festcine Goiânia (Festival de Cinema Brasileiro de Goiânia)que acontece de 09 a 16 de novembro no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro
Rua 03, esquina com Rua 09, nº 1016, Galeria Ouro
Centro - Goiânia - Goiás - CEP: 74023-101

A abertura do Festival aconteceu às 20 horas com presença do Reitor da UFG que é uma das patrocinadoras do evento, dos diretores Roberto Moreira e Sérgio Bianchi, das atrizes Darlene Glória e Sílvia Lourenço e dos escritores Antonio Leão da Silva Neto e Miguel Jorge. Darlene e Antonio fazem parte do juri oficial, sendo ele o presidente. Foi apresentado pelos atores Guido Campos Correia (O tronco) e Renata Marra (nunca tinha ouvido falar).

Depois da abertura, foi exibido fora de competição o filme convidado QUANTO DURA O AMOR? do diretor Roberto Moreira (Contra todos), que tem no elenco Sílvia Lourenço (Não por acaso), Danni Carlos, Paulo Vilhena, Maria Clara Spinelli, Gustavo Machado, Leilah Moreno, Maria Manoella e Ailton Graça. Drama, 83 min.

Depois de "Contra todos" (2003), o diretor Roberto Moreira volta um pouco mais brando, mas nem por isso mais otimista em relação à vida, ao amor e ao tempo que dura esse sentimento tão sonhado por todos.

São três histórias de amor:
* da atriz Marina (Sílvia Lourenço) que chega do interior para tentar uma vaga na peça "Tio Vanya" e durante um show, conhece a cantora Justine (vivida pela também cantora Danni Carlos) e logo se apaixonam, mas contam com uma pedra no sapato, o ex-namorado de Justine, Nuno (Paulo Vilhena), além do preconceito e das drogas.
* da advogada Suzana (Maria Clara Spinelli, muito parecida com a atriz americana Rene Russo de Máquina Mortífera)que se apaixona pelo também advogado Gil (Gustavo Machado, esse parecendo um Marcos Palmeira mais jovem), mas como ela guarda um segredo, isso pode colocar tudo a perder.
* do escritor Jay (Fábio Herford) que precisa desesperadamente de um amor e não tem muito discernimento para separar as coisas, primeiro pensa que está apaixonado por uma garota de programa, depois por outras mulheres, sem nunca se encontrar de verdade, e o fato de não ter muitos atrativos físicos não lhe ajuda nem um pouco.

Achei bastante interesssante a história polêmica, o clima de felicidade/infelicidade que paira no ar durante quase todo o filme e a impossibilidade das coisas acontecerem como nós queremos. O elenco está muito bem, mas tive a impressão que Danni Carlos estava dublando as canções (todas americandas, aliás), apesar que a voz parecia ser dela mesma.

Só que o filme tem um problema: acaba de forma abrupta, sem resolver muito bem as histórias. D
e repente acaba. Tinha uma pessoa do meu lado na platéia que perguntou, meio decepcionado: "Acabou?". Não vou negar que também fiquei com essa sensação. Talvez o amor não dure muito tempo, como prega o próprio filme. Só que também não precisava ser tão pessimista.

A sala estava lotada durante a exibição do filme, com pessoas sentadas até nos degraus da escada e parece que gostaram do que viram. Apesar de alguns comentários preconceituosos de alguns que parecem não ler a respeito do filme antes de ir assistir e quando vêem do que se trata começam a rir ou fazer comentários inconvenientes, mas isso diminiu no decorrer da história. O público riu principalmente do atrapalhado escritor Jay, que não tem muito jeito para conquistar mulheres.

Após a exibição de QUANTO DURA O AMOR?, aconteceu um coquetel para todos os presentes. Conversei com o autor Antonio Leão da Silva Neto que me falou do lançamento da 2ª edição do seu livro DICIONÁRIO DE FILMES BRASILEIROS, que acontecerá amanhã às 18 horas e quem for ganhará o livro, que não pode ser vendido já que foi patrocionado pelo Instituto Brasileiro de Arte e Cultura. Claro que não vou perder e garantirei meu exemplar do livro, pois só tenho a 1ª edição do livro. Antonio disse para divulgar o lançamento para todos e que quer ver seu livro na mão de todos os cinéfilos daqui de Goiás.

Vi também bem perto as atrizes Darlene Glória (Toda nudez será castigada) e Sílvia Lourenço (tão baixinha e magrinha, porém mais bonita que no filme) e o diretor Roberto Moreira, mas não conversei com eles, nem tirei foto, para não parecer tão tiete.

PROGRAMAÇÃO DE HOJE A PARTIR DAS 19h30:
¤ Pedra como Passagem, do Grupo Empreza (ani./3min/GO)
¤ Os Inquilinos, de Sergio Bianchi (fic./103min/ SP)
¤ Um Morto na Sala, de Robney Bruno (fic./14min/GO)
¤ Um Homem de Moral, de Ricardo Dias (doc./84min/SP)

Com certeza estarei lá e amanhã comento mais...