Gene Kelly em Cantando na chuva |
O cinema nasceu mudo e existiu dessa forma por mais de três décadas até o lançamento de O cantor de Jazz (1927). Todo mundo gosta de música, de cinema, ou das duas coisas e foi unir o útil ao agradável que o cinema aprendesse a “falar” através da música, já que O Cantor de Jazz era um musical. Começou-se a desenvolver um gênero que era anunciado como “Todo falado! Todo cantado! Todo dançado!”
Al Jolson em O Cantor de Jazz |
No início, os filmes musicais eram operetas filmadas ou adaptações de peças da Broadway, como Rua 42 (1933), mas aos poucos foram adquirindo forma própria pelas mãos de Ernst Lubitsh (Alvorada do amor, 1929) e Rouben Mamoulian (Ama-me esta noite, 1932) que delinearam suas características principais: o enredo é quase sempre uma história de amor, onde os amantes (ou apaixonados) expressam seus sentimentos através do canto e da dança.
Cena de Meias de seda com Fred Astaire |
O gênero foi enriquecido por talentos que são identificados até hoje pelos musicais que fizeram, como Fred Astaire (1899 – 1987) que veio dos palcos da Broadway e estreou em Amor de dançarina (1933). Ele levou para o cinema um estilo de dança elegante e canções inesquecíveis feitas especialmente para ele, como Cheek to Cheek. Depois Astaire saiu da MGM, foi para a RKO e encontrou Ginger Rogers. Estava formada uma das principais duplas da era dos musicais. Gene Kelly, cantor, ator, coreógrafo, dançarino e diretor de sucesso estreou no cinema em Idílio em Dó-ré-mi (1942) e logo se impôs pelo seu estilo atlético e sua concepção de coreografia. Com o amigo Stanley Donen revolucionou o musical ao filmar a maior parte de Um dia em Nova York (1949) em locações reais e não em estúdio. O grande triunfo dos dois viria com Cantando na chuva (1952), quiçá o musical mais famoso de todos.
Um dos produtores mais famosos foi Arthur Freed que tem no currículo O mágico de Oz (1939), Sangue de artista (1939), O pirata (1947), Cantando na chuva (1952), A roda da fortuna (1953), Meias de seda (1957), Gigi (1958) e Essa loura vale um milhão (1960).
Cena de O mágico de Oz |
O diretor Bob Fosse tentou revolucionar o gênero com sucessos bissextos como Charity, meu amor (1968), Cabaret (1972) e All that jazz – O show deve continuar (1979), onde os números de canto e dança funcionavam como um comentário da ação.
Os principais astros dos musicais foram (além dos já citados), Judy Garland (Nasce uma estrela), Bing Crosby (Alta sociedade), Barbra Streisand (Yentl), Frank Sinatra (Can-Can), Elvis Presley (porque não?), Natalie Wood (Amor, sublime amor), Carmen Miranda (Morrendo de medo), Leslie Caron (Gigi), Liza Minelli (Cabaret), Julie Andrews (A noviça rebelde), Audrey Hepburn (Bonequinha de luxo). Devo ter esquecido alguém...
Julie Andrews em A Noviça Rebelde |
Cena de Sete noivas para sete irmãos |
Os meus preferidos são Sete noivas pra sete irmãos (1954), Cantando na chuva (1952), Jesus Cristo Superstar (1973), Grease – Nos tempos da brilhantina (1978) e Hair (1979), mas também são muito queridos Alô, Dolly (1969), Agora seremos felizes (1944), O pirata (1947), Sinfonia em Paris (1951) O barco das ilusões (1951), Gigi (1959), Os guarda-chuvas do amor (1964), Os reis do iê, iê, iê (1964), Mary Poppins (1964), Meias de seda (1957), My fair lady (1964), Música e lágrimas (1954), Nasce uma estrela (1954), A noviça rebelde (1964), Os embalos de sábado à noite (1977), New York, New York (1978), Fama (1980), Flashdance – Em ritmo de embalo (1983), Footloose – Ritmo louco (1984), Dirty Dancing – Ritmo quente (1987) e Rocky Horror Picture Show.
Com o tempo o sucesso foi diminuindo e os musicais foram “morrendo” aos poucos, até ressurgir pelas mãos de Bazz Luhrman em Moulin Rouge – Amor em vermelho (2001) que usava canções de sucesso para atrair o público jovem. Em seguida vieram Chicago (2002), O fantasma da Ópera (2004), a refilmagem de Hairspray (2007), Sweeney Todd (2007), Mamma Mia – O filme (2008) e Nine (2009).
Fonte de consulta: Vídeo Guia 88.