sexta-feira, 13 de maio de 2011

FESTIVAL DE CANNES 2011

Brad Pitt em A árvore da vida

Começou na quarta-feira passada (11/05) a 64ª edição do consagrado Festival de Cannes.

O Festival foi criado por iniciativa de Jean Zay, ministro da Instrução Pública e das Belas Artes, que desejava implantar em França um evento cultural internacional capaz de rivalizar com a Mostra de Veneza.

Primeiramente previsto em 1939 sob a presidência de Louis Lumière, só mais de um ano após o fim da guerra, a 20 de Setembro de 1946, foi aberta a primeira edição do Festival em Cannes. Ocorre todos os anos em Setembro, excepto em 1948 e 1950, antes de se desenrolar no mês de Maio a partir de 1952.


Filmes em competição em 2011:


• Bir Zamanlar Anadolu’da (Uma vez na Anatólia) de Nuri Bilge Ceylan
• Drive de Nicolas Winding Refn

• Habemus Papam de Nanni Moretti

• Henezu no Tsuki (Hanezu) de Naomi Kawase

• Hearat Shulayim (Footnote) de Josph Cedar

• Ichimei (Hara-Kiri: Death of a samurai) de Takashi Miike

• L’apollonide – Souvenirs de la maison close (house of tolerance) de Bertrand Bonello


• La piel que habito (The skin I live in) de Pedro Almodóvar

• La source des femmes (The source) de Radu Mihaileanu
• Le gamin au vélo (The kid with a bike) de Jean-Pierre e Luc Dardenne
• Le havre de Aki Kaurismäki
• Melancholina de Lars Von Trier
• Michal de Markus Schleinzer
• Pater de Alain Cavalier
• Polisse (Poliss) de Maïwenn
• Sleeping beauty de Julia Leigh
• The artist de Michel Hazanavicius
• The tree of life de Terrence Malick
• This must be the place de Paolo Sorrentino
• We need to talk about Kevin de Lynne Ramsay.

Na competição oficial não há nenhum filme brasileiro, só na mostra “Um certo olhar” com o filme Trabalhar cansa de Marco Dutra e Juliana Rojas e na mostra Cinéfondation, o curta-metragem Duelo antes da noite de Alice Furtado.

Vários filmes brasileiros já foram premiados no Festival de Cannes. Confira:
1953 – O cangaceiro de Lima Barreto – Prêmio Especial do Júri – melhor filme de aventura.
1962 – O pagador de promessas de Anselmo Duarte – Palma de Ouro de melhor filme.

1969 – O dragão da maldade contra o santo guerreiro – Melhor direção para Glauber Rocha (dividido com Vojtech Janny, por Todos bons cidadãos.

1977 – Di de Glauber Rocha – Melhor curta-metragem.

1982 – Meow de Marcos Magalhães – Melhor curta-metragem.

1986 – Eu sei que vou te amar – Melhor atriz para Fernanda Torres (dividido com Bárbara Sukowa por Rosa Luxemburgo).


2008 – Linha de passe - Sandra Corveloni – Melhor atriz

terça-feira, 10 de maio de 2011

FRED ASTAIRE


Se estivesse vivo, Fred Astaire completaria hoje 112 anos. Nascido Fred Austerlitz em Omaha (Nebraska, EUA) em 10 de maio de 1899. Aos sete anos começou a dançar profissionalmente com sua irmã, Adele. De 1918 a 1931 atuou em diversos musicais da Broadway. Dois anos depois estreou no cinema num pequeno papel em Amor de dançarino (1933), ao lado de Clark Gable e Joan Crawford. Apesar de ter dançado ao lado de Cyd Charisse, Vera Ellen e Rita Hayworth, mas o sucesso só aconteceu quando ele encontrou sua parceira pefeita, Ginger Rogers, com quem estrelou vários musicais dos anos 30, como o clássico O picolino (1935).


Durante os anos 40 e 50, atuou em diversos musicais da Metro, entre eles, Desfile de Páscoa (1948), Bodas reais (1951) e Meias de seda (1957). Nesses filmes ele dá shows de sapateado, balé, jazz e malabarismos acrobáticos.

Casou uma única vez, em 1933 com Phyllis Baxter Potter, com quem teve três filhos (dois dos quais se suicidaram). O casamento só acabou quando Phyllis morreu em 1954.

Vendo tamanho sucesso, quem imaginaria que um caçador de talentos teria dito que ele não sabia representar, nem cantar e ainda era meio careca. Mas ele não desistiu até se tornar uma lenda dos anos dourados de Hollywood e o maior dançarino do cinema. Era muito perfeccionista e além de criar suas coreografias, também opinava a respeito de como os números de dança deveriam ser filmados, musicados e editados, cuidando de cada detalhe. Faleceu em 27/06/1987, em Los Angeles, vítima de pneumonia.




segunda-feira, 9 de maio de 2011

AS MUSAS DO CINEMA MARGINAL


O Cinema Marginal tinha estilo ágil e barato que visava o filão erótico (na maioria das vezes), mas com reflexão e ironia, onde se enquadrava Carlos Reichenbach e Rogério Sganzerla. Surgia a defesa do lixo, do ruim e do desprezível, com filmes repletos de berros e de muito deboche, onde se popularizou o estilo boçal como o do personagem de Paulo Villaça no precursor do gênero, O bandido da luz vermelha (1968). Apesar de tudo, o gênero não durou muito, tendo seu fim em 1973, mas mesmo assim, algumas atrizes conseguiram ter grande destaque:


HELENA IGNEZ – Nascida em 1941, fez sua estreia no teatro aos 18 anos e ali conheceu Glauber Rocha, seu primeiro marido, com quem faria o curta O pátio e o longa A grande feira (1961), em que ele fazia a direção de produção. Com O bandido da luz vermelha (1968) e A mulher de todos (1969) ambos de Rogério Sganzerla (com quem se casou) e se tornou a primeira musa do underground, ou mais popularmente, do udigrudi. Fundou com Rogério e Júlio Bressane, a produtora Belair que produziu sete filmes, todos protagonizados por ela em 1970: Barão Olavo, o horrível; Cuidado madame; A família do barulho; Carnaval na lama; Copacabana mon amour; Sem essa aranha e A miss e o dinossauro. Fez também Um homem e sua jaula (1968) e Os monstros de Babaloo (1970). Tornou-se diretora em 2007, com o longa Canção de Baal e em seguida Luz nas trevas – A volta do bandido da luz vermelha (2010), ao lado de Ícaro Martins. É mãe da atriz Djin Sganzerla.



MARIA GLADYS – Seu segundo filme foi Os fuzis (1963) de Ruy Guerra, até integrar-se ao Cinema Marginal. Júlio Bressane a alegeu como uma de suas atrizes preferidas. Com ele estrelou O anjo nasceu, A família do barulho e Cuidado madame, em que vociferava contra sua patroa. Em Sem essa, aranha (1970), gritava o tempo inteiro que estava com fome. Com Neville D’Almeida fez Piranhas do asfalto e Mangue bangue. Participou ainda de Sangue quente em tarde fria (1970) e Lucia McCartney – Uma garota de programa (1971). Tem carreira significativa também nas novelas de televisão, como Negócio da China (2008).


 

WILZA CARLA – Estreou no teatro de revista e depois no cinema em Genival é de morte (1955) , participando em seguida de filmes importantes, geralmente em pequenos papéis, como Os herdeiros (1969) e Macunaíma (1969). No cinema marginal protagonizou Os monstros de Babaloo (1970) e participou de O rei da pilantragem (1969) e O impossível acontece, além de diversas pornochanchadas: Mais ou menos virgem (1973), Ainda agarro essa vizinha (1973) e Socorro! Eu não quero morrer virgem (1976). Na televisão participou da novela Saramandaia (1976) em que vivia a Dona Gorda que explodia no final da trama, além de ter sido jurada nos shows de calouros de Silvio Santos e Raul Gil. Por problemas de saúde, afastou-se da vida artística depois da mini-série O portador (1991).







BETTY FARIA – Nascida em 1941, fez sua estreia em O beijo (1963), quando se juntou ao círculo da contra-cultura nos dois filmes do Cinema Marginal que participou: Piranhas do asfalto e Os monstros de Babaloo, ambos de 1970. Em 1974 veio a consagração com o filme A estrela sobe e a novela O Espigão e depois o arrependimento por ter recusado o papel de Dona Flor no filme homônimo de 1976. Interpretava a Viúva Porcina na 1ª versão de Roque Santeiro (1975) que foi proibida pela censura. Teve destaque ainda em O Cortiço (1977), Bye, bye Brasil (1979), Anjos do Arrabalde (1986) e O romance da empregada (1987), além das novelas Duas vidas, Pecado Capital (1ª versão) e Tieta.


sábado, 7 de maio de 2011

DA LITERATURA PARA AS NOVELAS - OS ANOS 70 - PARTE 2






 
A segunda metade os anos 70 foi marcada pela tentativa da Rede Globo de criar um novo horário para as telenovelas, o das 18 horas que passou a ser dedicado às adaptações de clássicos da literatura brasileira, inicialmente com novelas de 20 capítulos, como Helena e O Noviço e depois mais extensas como A Moreninha (79 capítulos) e Vejo a lua no céu (99 capítulos).



A atriz Nívea Maria era considerada a queridinha do horário e participou de várias dessas novelas, como O feijão e o sonho, Dona Xepa, Maria, Maria e Olhai os lírios do campo.


Helena (Globo, 1975) de Gilberto Braga, a partir do homônimo de Machado de Assis com Lúcia Alves e Osmar Prado. Com essa novela, a Rede Globo iniciou o horário das 18 horas, dedicando-o à nossa literatura. Li o livro. Gostei. Machado de Assis é Machado de Assis.

O noviço (Globo, 1975) de Mário Lago, adaptado da peça teatral de Martins Pena, com Pedro Paulo Rangel e Jorge Dória. Li o livro.

 

Vila do Arco (Tupi, 1975) de Mário Lago, a partir de O alienista de Machado de Assis, com Laerte Morrone e Maria Isabel de Lizandra. Li o livro e vi o filme Azyllo muito louco (1970), baseado na obra de Machado de Assis.











 
A moreninha (Globo, 1975/ 1976) de Marcos Rey, a partir do original de Joaquim Manoel de Macedo, com Nívea Maria e Mário Cardoso. Li o livro e vi o filme com Sonia Braga.

Vejo a lua no céu (Globo, 1976) de Sylvan Paezzo, baseada no conto homônimo de Marques Rebelo, com Eduardo Tornaghi e Norma Blum.

O feijão e o sonho (Globo, 1976) de Benedito Ruy Barbosa, a partir do romance de Orígenes Lessa, com Nívea Maria, Cláudio Cavalcanti. Li o livro da coleção Vagalume.

O julgamento (Tupi, 1976/ 1977) de Carlos Queiroz Telles, baseada em “Os irmãos Karamazov” de Dostoievski, com Carlos Zara, Eva Wilma e Tony Ramos.











Escrava Isaura (Globo, 1976/ 1977) de Gilberto Braga, do romance de Bernardo Guimarães, com Lucélia Santos e Rubens de Falco. A novela brasileira mais vendida para o exterior, que transformou Lucélia em um ícone no mundo inteiro, principalmente na China. A Rede Record produziu um remake em 2004, com Biana Rinaldi. Li o livro, mas não vi nenhuma das versões da novela.

À sombra dos laranjais (Globo, 1977) de Benedito Ruy Barbosa e Sylvan Paezzo, adaptada da peça de Viriato Corrêa, com Herval Rossano e Aracy Cardoso. Li o livro.










Dona Xepa (Globo, 1977) de Gilberto Braga, inspirada na peça de Pedro Bloch, com Yara Cortes e Nívea Maria. Li o livro.

Sinhazinha Flô (Globo, 1977/ 1978) de Lafayette Galvão, inspirada em “O sertanejo”, “Til” e “A viuvinha” de José de Alencar com Bete Mendes e Eduardo Tornaghi.

Maria, Maria (Globo, 1978) de Manoel Carlos, baseada em “Maria Dusá” de Lindolfo Rocha, com Nívea Maria e Cláudio Cavalcanti. Li o livro e não gostei.

Gina (Globo, 1978) de Rubens Ewald Filho, inspirada em Maria José Dupré, com Christiane Torloni e Castro Gonzaga.
 

A sucessora (Globo, 1978/ 1979) de Manoel Carlos, do original de Carolina Nabuco com Suzana Vieira e Rubens de Falco.

Memórias de amor (Globo, 1979) de Wilson Aguiar Filho, inspirada em “O ateneu” de Raul Pompéia, com Sandra Bréa e Eduardo Tornaghi. Li o livro.
 

Cabocla (Globo, 1979) de Benedito Ruy Barbosa, inspirada no livro de Ribeiro Couto, com Glória Pires e Fábio Jr. que se conheceram e se casaram durante a trama. Em 2004 a Rede Globo produziu um remake com Vanessa Giácomo.


 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

ANÚNCIO DE JORNAL


Como já comentei aqui, adoro músicas bregas. Dia desses ouvi no rádio Anúncio de Jornal com a cantora Júlia Graciela e tratei logo de baixá-la. Ouço sem parar. É de uma brequice impressionante e talvez por causa disso, irresistível. Fez muito sucesso na época em que foi lançada, ficando várias semanas em primeiro lugar entre as mais tocadas. Muitos a conhecem como a “Melô da Secretária”.






Anúncio de Jornal
Julia Graciela

Precisa-se de moça
Boa aparência, pra secretária
Tem que ser muito bonita
Descontraída e educada

Eu era ainda menina
Quando li aquele anúncio no jornal
Usei meu melhor vestido
E nos sonhos coloridos precisava trabalhar
Tudo parecia um sonho
Eu já era secretária de você
Eu estava tão contente
Tudo era diferente para mim

Refrão

Foi numa segunda-feira
Quando você me pediu para ficar
Dizendo que era importante
Terminar aquela carta depois das seis
Foi nessa noite de outubro
Quando perdi a inocência por você
Me entreguei aos seus carinhos
Eu fiz todos seus caprichos por amor

Refrão

Cada dia que passava
Eu vivia apaixonada por você
Mas você mandou entregar-me
Um envelope fechado
Para pagar os sonhos meus

Refrão



O cinema brasileiro sempre produziu filmes baseadas em músicas, como O menino da porteira (1978 e 2009), Boneca cobiçada (1980) e Fuscão preto (1982). Em 1984, Luiz Gonzaga dos Santos dirigiu a adaptação da música Anúncio de Jornal, protagonizado pela própria Júlia Graciela que vivia a secretária. Ainda não assisti, mas se for tão bom quanto a música...




quinta-feira, 5 de maio de 2011

DA LITERATURA PARA AS NOVELAS - OS ANOS 70


As pupilas do Sr. Reitor (Record, 1970/ 1971) de Lauro César Muniz, da obra de Júlio Dinis, com Dionísio Azevedo, Márcia Maria e Maria Estela. Depois adaptada por Lauro para o SBT em 1995 com Juca de Oliveira, Déborah Bloch e Luciana Braga. Li o livro e assisti à versão de 1995. Gostei dos dois.

 
















O meu pé de laranja lima (Tupi, 1970/ 1971) de Ivani Ribeiro, do livro de José Mauro de Vasconcelos, com Haroldo Botta, Cláudio Correia e Castro e Eva Wilma. Li o livro e vi o filme de 1970. Gostei dos dois (e chorei nos dois).



















O preço de um homem (Tupi, 1971/ 1972) de Ody Fraga, do romance “Senhora” de José de Alencar, com Arlete Montenegro, Adriano Reys e Elaine Cristina. A mesma obra foi adaptada por Gilberto Braga em 1975 com Norma Blum e Cláudio Marzo. Em 2005 a Rede Record produziu a novela Essas mulheres, baseada no mesmo livro e protagonizada por Christine Fernandes, Carla Regina e Mirian Freeland. Li o livro.

O príncipe e o mendigo (Record, 1972) de Marcos Rey a partir do homônimo de Mark Twain, com Kadu Moliterno e Nádia Lippi. Li o livro.

Os fidalgos da casa mourisca (Record, 1972) de Dulce Santucci, a partir de Júlio Diniz, com Rodolfo Mayer e Geraldo Del Rey.


O vendaval (Record, 1973) de Ody Braga, baseado em “O morro dos ventos uivantes” de Emily Bronte, com Hélio Souto, Joana Fomm e Lílian Lemmertz.



















O estrondoso sucesso de “Gabriela” (Globo, 1975) de Walter George Durst, baseada em Jorge Amado, com Sonia Braga e Armando Bógus. Comemorou os 10 anos da Rede Globo e os 05 de liderança. Vi o filme de 1983, também protagonizado por Sonia Braga.

Continua...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MÚSICAS INESQUECÍVEIS DO CINEMA - PARTE 4




31. When you say nothing at all de Ronan Keating embalando o romance de Hugh Grant e Julia Roberts em Um lugar chamado Nothing Hill (1999).



32. O saudoso Heath Ledger cantando num estádio Can’t take my eyes of you no filme 10 coisas que eu odeio em você (1999).



33. Save me de Aimee Mann servindo de interlúdio para o emaranhado de histórias de Magnólia (1999) de Paul Thomas Anderson.



34. Kiss me do Sixpence None the Richer no filme Ela é demais (1999) com Freddie Prinze Jr. e Rachael Leigh Cook.



35. I have a dream do ABBA no filme O casamento de Muriel (1994).



36. Antonio Banderas e Los Lobos e a Canción del Mariacchi que eles cantam em A balada do pistoleiro (1995).



37. Lady marmalade de Christina Aguilera, Lil Kim, Mya, Pink e Missy no filme Moulin Rouge – O amor em vermelho (2001).



38. Love will keep us together do grupo Vitamin C que toca nos créditos iniciais de Volta por Cima (2001), música dos anos setenta, gravada originalmente por Captain and Tenille.




39. Another brick in the wall tema do musical Pink Floyd - The wall.



40. Mamma Mia com Meryl Streep no filme homônimo de 2008.

Com certeza esqueci várias músicas ótimas, mas podem sugerir que eu faço outra postagem só com a "repescagem".