sexta-feira, 4 de junho de 2010

É PROIBIDO FUMAR (Brasil, 2009) ***


A diretora Anna Muylaert deve ser uma apaixonada por música, pois depois de seu 1º filme “Durval Discos” (que era sobre o dono de uma loja de discos de vinil que não se rendia aos CDs), ela retorna com este filme, onde os personagens principais vivem de música, ela dando aulas de violão e ele cantando samba em um restaurante.

Baby (Glória Pires) é uma fumante irredutível que não abandona o vício nem quando arruma um namorado, Max (Paulo Miklos) que é contra o cigarro, daí o título do filme. Bem que ela tenta, freqüentando uma associação, mas não é tão simples.

Mas apesar disso, “É proibido fumar” não é sobre o cigarro ou a luta para se abandonar o vício, mas sim sobre a solidão e o amor. Baby vive sozinha no apartamento que herdou da mãe, mas sente falta de alguém, o que parece caminhar para uma resolução quando um homem se muda para o apartamento vizinho ao seu. Num dia em que ele pede a ajuda dela para arrumar a sua bagunça, o romance finalmente engata.

Em um momento de ciúmes, Baby, por distração comete um ato bárbaro que pode colocar o namoro a perder, mas Max prova que o amor é mais importante e sem dizer uma palavra sobre o ocorrido, demonstra todo o seu afeto.

Glória Pires, depois de tantos anos de carreira não precisa provar nada pra ninguém, mas ainda faz isso aqui com essa personagem desglamourizada e muito engraçada que briga com as irmãs pelo sofá vermelho que foi da tia que morreu. Enquanto o roqueiro Paulo Miklos brilha como ator desde “O invasor” de Beto Brant e parece ter nascido para isso, mostrando tanta meiguice por traz de uma cara carrancuda.

Venceu o prêmio de melhor filme no Festival de Brasília, mas não fez boa bilheteria nos cinemas. Agora que foi lançado em DVD é a hora de conhecer, tanto os fumantes, quanto os não fumantes, os românticos e os amantes da música.

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