segunda-feira, 16 de abril de 2012

A NOITE AMERICANA


Tacilda Aquino, uma amiga da pós-graduação é apaixonada pelo filme A noite americana, tanto que fez o Trabalho de Conclusão de Curso sobre ele, mas mesmo ela falando tanto sobre ele, só consegui assistí-lo agora, baixando...

Sempre soube que “noite americana” é um filtro especial da câmera que faz as cenas filmadas durante o dia, parecerem noturnas, mas nunca entendi porque não esperar a noite para fazer essas cenas e deixar tudo mais natural. Mas aí está a mágica do cinema: contar uma mentira tão bem contada que parece até verdadeira. E é essa também a explicação para o título do filme.

Uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Bem maior que a nossa, que somos apenas espectadores, falando de gente que trabalha com cinema e faz disso sua vida. tudo é meio autobiográfico. François Truffaut que é o diretor, também faz o diretor do filme “A chegada de Pamela” ou “Eu vos apresento Pamela” como preferem alguns tradutores; Jacqueline Bisset interpreta uma personagem inspirada em Julie Christie, que fez Farenheit 451 com Trauffaut e cita a catapora que era a doença que tinha a personagem do filme que a revelou (Um caminho para dois); a morte do ator principal durante as filmagens foi uma lembrança de Françoise Dorléac que fez com ele, “Um só pecado” e tantas outras referências.
 

O diretor tem que lida com os egos exaltados de sua estrela, que teve anteriormente um colapso nervoso (Bisset), seu astro apaixonado por uma assistente (Jean Pierre Aumont), uma atriz que não consegue decorar as falas (Valentina Cortese, que venceu o Oscar de atriz coadjuvante); o galã veterano que assume ser gay... Mas sempre fazendo relação entre o cinema e a vida real. O próprio diretor assume que a vida é muito mais importante que o cinema, ao passo que a aplicada assistente de direção diz que jamais abandonaria um filme por um homem, como fez uma outra assistente. E depois quando o contra-regra diz a um repórter que não houve nenhum problema durante as filmagens e que tomara que o público goste tanto de assistir ao filme quanto eles gostaram de fazê-lo.

O cinema é isso: às vezes filmagens atribuladas ou brigas entre o elenco geram verdadeiras bombas, outras vezes geram filmes primorosos, mas não há como prever isso e é aqui que entramos nós, os espectadores (e também os críticos) que determinam o sucesso ou o fracasso ou se o filme é bom ou ruim.


9 comentários:

  1. Ola,que bom receber tua visitinha.Não assisti a Noite Americana,mas pela matéria que escrevestes deve ser um filme no mínimo muito interessante.Bisset além de lindíssima considero também uma ótima atriz.Valentina então é excelente em todas suas atuações.De Jean Pierre fico meia reticente para opinar pois apesar de ser um astro de mídia,nunca me liguei muito em suas atuações.Truffaut considero sem palavras,portanto com toda esta gama de personagens fizestes uma excelente escolha para teu post de hoje.Grande abraço meu amigo.

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  2. Há muito tempo que ando afastado dos cinemas, mas na minha opinião um filme é bom quando faz rir, ou deixa muitas interrogações na mento de quem o assiste. Meu abraço.

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  3. Curioso: já fazia anos que eu não ouvia falar da Jacqueline Bisset!
    Acho que o último filme que vi com ela foi Joana d´Arc.

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  4. Que maravilha de postagem! E qe blog magnífico! Chapeau, Monsieur!!!!!!!! Parabéns!!!!!!!

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  5. Suzane, obrigado. Eu sempre faço questão de visitar o seu blog. Vale a pena ver A noite americana.

    Jota Effe Esse, gostei dos poemas do seu blog, volte sempre...

    Léo, Jacqueline está mesmo sumida. A última vez que a vi foi na Série Nip/Tuck, como uma ladra de órgãos. Ela estava ótima.

    Tertúlias, obrigado pelo elogio. Também visito seu blog com frequencia e o adoro.

    Abraços a todos.

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  6. Eu sempre comentava que você devia assistir ao filme. Agora você sabe porque gosto tanto dele e porque o considero muito importante na história do cinema.

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  7. Oi, Gilberto. A ideia de que este filme, A Noite America, fora filmado de dia dando-nos a impressão de que fora a noite é, simplesmente, fantástico. Gostei. Valeu a dica...

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  8. Nossa... Interessantísismo! E que elenco!

    François Truffaut não é o que atuou em Contatos Imediatos do Terceiro Grau, do Slpielberg?

    Adorei a indicação!

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  9. Este é meu filme favorito de Truffaut. Tenho carinho especial por filmes metalinguísticos. Valentina Cortese está estupenda, mas perdeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Ingrid Bergman que, muito educada, disse em seu discurso que Valentina merecia o prêmio.
    Abraços!

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