Gilberto Carlos
Sonhei que era um peixe
Só que não sabia nadar
Ficava o tempo inteiro na água
E tinha certeza que ali era o meu lugar
Mas nunca me afastava da margem
Nem ia para os lugares mais profundos
Pois tinha medo de me afogar.
E esse medo era terrível e me consumia
Não adiantava nada me dizerem
[que eu havia nascido pr’aquilo
Eu tentava e não conseguia aprender
Todos pareciam ter tanta facilidade
E faziam acrobacias impressionantes
Enquanto eu sempre passeava pelos mesmos lugares
Sentindo-me incompleto e perdido.
Devido a isso parei de tentar
Mesmo sabendo que as maiores alegrias me aguardavam
Eu não conseguia sentí-las
Morria um pouco por dia sem esperanças
Achava-me o pior de todos os peixes
E culpava os outros pelo que eu poderia ter sido
Sem saber que a culpa maior era minha
De ter medo do desconhecido.
Quando perdi esse medo, aprendi a nadar,
Conheci todos os lugares que eu antes temia
E pude experimentar uma alegria quase insuportável
De saber-me capaz de tudo o que eu quisesse.
(Mas tudo foi só um sonho... Ou será que não?)
Maneiro parceiro
ResponderExcluirPor muitas vezes na vida deixamos de fazer coisas por medo.
ResponderExcluirA meu ver, é normal (e até indispensável) que isso aconteça de vez em quando, em situações específicas. Só saímos perdendo quando isso acontece SEMPRE!
Quer dizer que também é poeta, amigo?
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Parabéns! Gostei muito. Abs!
ResponderExcluirObrigado, Marcelo, "Bússola do terror" e Celo.
ResponderExcluirAntonio, eu faço o possível...
Você que escreveu? Nossa, muito boa, não sou mto fã de poesias só que confesso que essa é profunda e verdadeira, muito bonita. Parabéns.....
ResponderExcluirGrande abraço
Que bela mensagem a do seu poema, Gilberto. Me lembrei de "Procurando Nemo", que fala exatamente disso, sobre o medo de se arriscar. A Dori não tinha medo de arriscar. Bom, você sabe a história, rs.
ResponderExcluirAdorei! Escreva mais poemas!
Um abração.