segunda-feira, 9 de abril de 2012

O TREM DA ALEGRIA NÃO PARA MAIS AQUI


Para relembrar um ano da morte de Elizabeth Taylor, tentei assistir A árvore da vida, que ela fez com Montgomery Clift em 1958, mas como não consegui encontrar, acabei vendo O homem que veio de longe (1968), baseado numa peça teatral quase desconhecida e das menos prestigiadas de Tennessee Williams. Só foi produzido pelo prestígio que o casal Elizabeth Taylor/ Richard Burton tinha à época.

O título original é muito estranho, Boom! Referindo-se ao barulho que as ondas fazem quando batem nas rochas, o filme então nem se fala. Liz vive uma mulher doente que mora em uma ilha cercada por empregados e ditando sua autobiografia para uma secretária (Joanna Shimkus, que depois abandonaria a carreira para se casar com Sidney Poitier). Não se deixa claro exatamente o que ela tem, falam que ela quebrou a “bacia”, que tem artrite, neurite e tudo o mais que termine em “ite”, só não se dá conta que também tem “mortite”, como diz a secretária, mas nada disso é mortal. Ela grita de dor, recebe transfusão de sangue e toma analgésicos para dormir.

Até que aparece o homem do título (Richard Burton), que tem o costume de visitar senhoras que estão à beira da morte para ajudá-las a fazer a passagem, como se fosse o anjo da morte. No início temos a impressão que ela não passa de um interesseiro ou de alguém que as ajuda a morrerem mais rápido, mas não é bem assim. Sally (Liz) é arrogante e prepotente e o trata com desdém, mesmo dizendo que um homem seria melhor para ela que todos os remédios que toma. Quando ela “baixa a guarda” e tenta se aproximar, já é tarde demais.


Num momento em que sua esperança acaba, ela diz: “O trem da alegria não para mais aqui!” Uma frase belíssima, mais de um pessimismo insuportável e que no final das contas acaba sendo a única que fica gravada em nossa mente, depois que o filme acaba.


10 comentários:

  1. Gilberto, bom dia, belíssimo post, ótimo texto.
    Confesso que nunca tinha ouvido falar nesse filme mas pela sua sinopse deve ser até legalzinho para ver por dois principais motivos: Taylor/Burton e Tenesse Williams.
    Pela foto acima, percebe-se que o filme foi lançado no Brasil pela Universal? Vou procura-lo,

    Valeu a dica,

    Grande abraço

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  2. Até um certo ponto, a personagem lembra a própria Elizabeth Taylor, já que ela passou por vários problemas de saúde ao longo da vida, né?
    A amizade dela com o Montgomery Clift, que você mencionou no início do post, também foi uma das mais marcantes de Hollywood. No trágico final de vida dele, a Liz foi uma das poucas pessoas com quem ele ainda mantinha algum contato.

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  3. Não conhecia este filme e fiquei curioso pelo seu texto.

    Abraço

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  4. Já tinha ouvido falar nesse filme, Taylor é sempre uma boa opção. Parabéns pela postagem. Abs!

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  5. É um filme estranho, mas exerce alguma influência sobre o espectador. O elenco é claro, um grande atrativo. Obrigado pelos comentários, Jefferson, Léo, Hugo e Celo.

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  6. Elizabeth Taylor sempre será um chamado pra mim.
    Agradeço a dica!

    Um abraço pra você.

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  7. Oi, Gilberto, interessante a história do filme. O que acho mais legal nos filmes antigos é perceber uma visão diferente da vida (ou da morte) da que temos hoje. Um abraço!

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  8. Bela lembrança e bela homenagem para Taylor!! Uma diva eterna presente em nossa memória!!!

    Um abraço!

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  9. Você, caro Gilberto, não perdeu muita coisa deixando de ver A Arvore da Vida.
    E um filme com um belo visual, mas sem o conteudo esperado.

    Edward Dmytryk, que fizera em 1954 o magnifico A Lança Partida, se perde um pouco em meio a tanta coisa a apresentar. E termina por não apresentar nada, além das belezas de Liz e Saint, todas jovens e com faces no pico de suas juventudes.

    Acho que foi durante as filmagens desta pelicula que Cliff sofreu o acidente que lhe atrofiou parte da face, lhe levou a diversas cirurgias e atrasou as filmagens em longos meses.

    O Homem que Veio de Longe é um titulo que não assisti. Aliás, para ser mais que franco, o casal Taylor/Burton nunca foram muito felizes nos trabalhos que fizeram juntos. Até Quem Tem Medo de Virginia Wolf, uma fita muito badalada pela critica, não é lá estas coisas.

    Quanto a Liz e Cliff, eles fizeram, acredito, tres fitas juntos. Mas nenhuma se compara ao primeiro trabalho do par, que foi Um Lugar ao Sol.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  10. Ligeia, Elizabeth Taylor também é um grande chamativo para mim. Adoro seus filmes.

    Bia, realmente a morte era encarada de forma diferente nos filmes mais antigos. De uma forma mais melodramática, porém mais bela.

    Felipe, Liz é eterna.

    Jurandir, obrigado pela dica. Mas adoro a Liz e o Clift e vou ter que ver, mesmo que o filme não seja muito bom...

    Abraços a todos.

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