A Cinemateca
Brasileira possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. Ele
é formado por mais de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil
títulos. São obras de ficção (longas e curtas metragens), documentários,
cinejornais, filmes publicitários, registros familiares, nacionais e
estrangeiros, produzidos desde 1895, além de Latina. São cerca de 200 mil rolos
de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. Possui também um amplo acervo de
documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e
cartazes.
Surgiu a partir
da criação do Clube de Cinema de São Paulo, em 1940. Seus fundadores eram
jovens estudantes do curso de Filosofia da USP, entre eles, Paulo Emílio Salles
Gomes, Francisco Luiz de Almeida Salles, Décio de Almeida Prado e Antonio
Candido de Mello e Souza.
Os casarões do
século XIX na Vila Mariana, onde a instituição funciona desde 1992,
viraram palco de uma crise digna de roteiro hollywoodiano. Em fevereiro de 2013,
a equipe da instituição era composta por 124 funcionários. De março a setembro,
65 deles foram demitidos. Com menos mão-de-obra, diversas atividades do espaço
acabaram comprometidas.
Segundo carta
dos funcionários enviada a VEJA SÃO PAULO, algumas das consequências mais
graves são a quase inoperância do setor de pesquisa e imagem, a diminuição da
produção de novas cópias digitais do acervo e o fechamento da Biblioteca Paulo
Emilio Salles Gomes aos sábados, dia em que costumava receber o público em geral.
A confusão
começou em janeiro do ano passado, quando a ministra da Cultura, Marta Suplicy,
exonerou o diretor da Cinemateca, Carlos Magalhães, e não aprovou outro nome
para o cargo, deixando a instituição sem liderança. A coordenadora do centro de
documentação, Olga Futemma, assumiu as funções temporariamente.
Apesar de estar
sob os cuidados da Secretaria do Audiovisual (subordinada ao Ministério da
Cultura), a Cinemateca contava com grande apoio da Associação Amigos da
Cinemateca que recebia verba direta da pasta. Em 2011, o dinheiro deixou de ser
transferido.
De acordo com a
Controladoria-Geral da União, havia irregularidades no uso do orçamento, como
contratações sem processo seletivo e pagamentos não autorizados para
remuneração da Associação. As suspeitas ainda estão sendo investigadas e
nenhuma providência foi tomada.
A falta de
repasses causou um rombo nas contas da Cinemateca. Em 2010, mais de 50 milhões
de reais foram destinados aos projetos na Associação. Além dessa quantia, a
instituição recebia outros 4,5 milhões de reais destinados diretamente a ela.
Neste ano, serão apenas 7 milhões de reais.
Segundo o
Ministério da Cultura, o valor é plausível, considerando que uma série de
outras despesas são também arcadas pelo governo por meio de contratos
paralelos.
Vários nomes da
cena cultural da cidade, como a escritora Lygia Fagundes Telles e os cineastas
Bruno Barreto e Hector Babenco, participaram de um abaixo-assinado que exigia
medidas do governo para evitar o sucateamento do local. Várias pessoas se
reuniram em frente ao prédio na Vila Mariana para exigir soluções. Até agora,
nada de efetivo foi feito.
Nas palavras dos
próprios funcionários, a expectativa para os próximos capítulos da novela não é
das melhores: o futuro do acervo de mais de 40 000 filmes armazenados no local
está ameaçado. As propostas emergenciais
esboçadas pelo Ministério da Cultura não se concretizaram, e precarizaram ainda
mais os trabalhos da Cinemateca. Os cortes em custeio e investimentos - feitos
pela Secretaria do Audiovisual e que ocasionaram os desligamentos de equipes -
atingem diretamente o atendimento do público e o cumprimento da missão
institucional da Cinemateca.”
Fonte de
consulta:
http://vejasp.abril.com.br/materia/cinemateca-brasileira-crise-administrativa
Lamentável, infelizmente nossos governantes são uma vergonha.
ResponderExcluirInfelizmente o país está à beira do caos.
Abraço