Minha
terra natal e onde ainda vivo, Damolândia (GO), completa hoje 57 anos. Pela
tradição das pessoas mais velhas, ficou conhecida como a cidade do
carro-de-boi, devido àqueles que todos os anos fazem o percurso de mais de 70 km até a cidade de
Trindade (GO) de carro-de-boi, relembrando os velhos tempos em que todos viviam
do serviço do campo e eram muito pobres.
Damolândia é uma cidade pequena, com pouco mais de
2.700 habitantes e sem muitas opções de lazer. Não há cinema, teatro, shoppings
ou boates. Só alguns barezinhos, muito manjados. Mas tem a vantagem de ser uma
cidade muito pacata. Quase não há roubos ou mesmo casos de violência e todo
mundo se conhece e sabe da vida um do outro, o que em certo ponto até
atrapalha, pois gera a temida fofoca, que só atrapalha a vida de todo mundo,
causada por aqueles que não tem muito o que fazer, ou mesmo tendo, fazem questão
de destilar um pouco de veneno.
Não há muitas opções de emprego, então alguns tem que
se mudar para Goiânia, mas na primeira oportunidade retornam, pois todo mundo
gosta muito daqui.
E temos como monumento um Cristo Redentor (quase tão grande quanto o do Rio de Janeiro). Risos.
O poema que melhor representa Damolândia é Cidadezinha
cheia de graça, que parece que foi feito pra ela:
Cidadezinha
cheia de graça
Mário Quintana
—
Cidadezinha
cheia de graça…
Tão
pequenina que até causa dó!
Com seus
burricos a pastar na praça…
Sua
igrejinha de uma torre só.
—-
Nuvens que
venham, nuvens e asas,
Não param
nunca, nem um segundo…
E fica a
torre sobre as velhas casas,
Fica
cismando como é vasto o mundo!…
—-
Eu que de
longe venho perdido,
Sem pouso
fixo ( que triste sina!)
Ah, quem
me dera ter lá nascido!
—
Lá toda a
vida poder morar!
Cidadezinha…
Tão pequenina
Que toda
cabe num só olhar…
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