sábado, 14 de novembro de 2015

DAMOLÂNDIA: CIDADEZINHA CHEIA DE GRAÇA


Minha terra natal e onde ainda vivo, Damolândia (GO), completa hoje 57 anos. Pela tradição das pessoas mais velhas, ficou conhecida como a cidade do carro-de-boi, devido àqueles que todos os anos fazem o percurso de mais de 70 km até a cidade de Trindade (GO) de carro-de-boi, relembrando os velhos tempos em que todos viviam do serviço do campo e eram muito pobres.


Damolândia é uma cidade pequena, com pouco mais de 2.700 habitantes e sem muitas opções de lazer. Não há cinema, teatro, shoppings ou boates. Só alguns barezinhos, muito manjados. Mas tem a vantagem de ser uma cidade muito pacata. Quase não há roubos ou mesmo casos de violência e todo mundo se conhece e sabe da vida um do outro, o que em certo ponto até atrapalha, pois gera a temida fofoca, que só atrapalha a vida de todo mundo, causada por aqueles que não tem muito o que fazer, ou mesmo tendo, fazem questão de destilar um pouco de veneno.

Não há muitas opções de emprego, então alguns tem que se mudar para Goiânia, mas na primeira oportunidade retornam, pois todo mundo gosta muito daqui.  

E temos como monumento um Cristo Redentor (quase tão grande quanto o do Rio de Janeiro). Risos.

O poema que melhor representa Damolândia é Cidadezinha cheia de graça, que parece que foi feito pra ela:

Cidadezinha cheia de graça

Mário Quintana

Cidadezinha cheia de graça…
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça…
Sua igrejinha de uma torre só.
—-
Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca, nem um segundo…
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!…
—-
Eu que de longe venho perdido,
Sem pouso fixo ( que triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!
Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha… Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar…



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