20 de novembro é o Dia da Consciência Negra. Muitos
não sabem, mas o Brasil é atualmente o segundo país do mundo em população
negra, superado apenas pela Nigéria e a frente da Etiópia, do Congo e da África
do Sul.
Favela dos meus amores (1935) de Humberto Mauro foi o
primeiro filme brasileiro a tratar do assunto, mas mesmo assim a maioria dos
atores é branca ou morena clara. O filme foi censurado por mostrar muitos
pobres e consequentemente negros. Que absurdo! Como se isso devesse ser
escondido.
O ébrio (1945) de Gilda de Abreu também trazia três
personagens negros, mas todos estereotipados em papéis de empregados ingênuos e
inverossímeis de tão bondosos.
As chanchadas sempre trouxeram vários personagens
negros, mas a maioria também de forma estereotipada. Em O caçula do barulho
(1949), um comediante branco se recusa a seduzir uma criada negra e gorda
porque a acha parecida com um chimpanzé. Em E o mundo se diverte (1949), um
negro atende o telefone e uma mulher pede que ele se descreva e ele diz que é
loiro, bonito e de olhos azuis. A dupla do barulho (1953) mostra o problema
racial nitidamente. Nele, uma dupla de comediantes (um branco e um negro), o
negro sente-se preterido, abandona tudo e torna-se alcoólatra.
Mas antes disso, Também somos irmãos (1949), já tinha
tratado do assunto. São dois irmãos negros, um advogado e outro marginal e esse
segundo sente na pele o preconceito racial por não ter a mesma posição do
irmão. Rio zona norte (1957) e Bahia de todos os santos (1960),
influenciados pelo neorealismo italiano também tratavam de personagens
marginais.
Pode-se destacar também Sinhá Moça (1953), Barravento
(1960), Ganga zumba (1964), Compasso de espera (1964), Um é pouco, dois é bom
(1970), O amuleto de Ogum (1974), Xica da Silva (1976), As aventuras amorosas
de um padeiro (1976), Tenda dos milagres (1977), A deusa negra (1979), Na boca
do mundo (1979), A longa noite de prazer (1984), Chico rei (1985), A
negação do Brasil, Atabaque Nzinga, As filhas do vento (2005), Vamos fazer um
brinde (2011),
O livro O negro no cinema brasileiro de ficção de João
Carlos Rodrigues, trata especificamente do assunto.
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