terça-feira, 1 de abril de 2014

50 ANOS DO GOLPE MILITAR


No dia 31 de março de 1964 foi instaurada no país uma das mais sangrentas ditaduras da América Latina, que durou 21 anos. Nesse período, os generais Castello Branco, Costa e Silva, Emílio Médici, Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo estiveram à frente de um governo marcado por exílios forçados, atos institucionais, o fechamento do Congresso Nacional, o cerceamento das liberdades individuais, censura à imprensa e sessões de tortura.

Era um tempo de turbulências na política e na economia: a inflação acumulada em um ano chegou a 80% e as riquezas do país estavam encolhendo. Havia também uma falta de gêneros de primeira necessidade, como o açúcar, bem como a distribuição precária de energia e de água.

Havia o temor de que Jango (João Goulart) desse um golpe de esquerda e esse temor só aumentou depois do comício de 13 de março, no Rio de Janeiro, quando o presidente prometeu fazer as reformas de base, contando com o apoio de movimentos sociais dispostos a impor essas mudanças na lei.


Parte da população foi para a rua contra o governo de João Goulart, com o incentivo de políticos de oposição. A primeira Marcha da Família com Deus pela Liberdade aconteceu no Centro de São Paulo, no dia 19 de março de 1964, e contou com cerca de 400 mil pessoas. Todos temiam mudanças que aproximassem o país de um regime comunista, mas muitos que estavam lá não imaginavam o que aconteceria em seguida: um golpe de Estado, sucedido por uma ditadura militar, que duraria 21 anos.

O general Olímpio Mourão Filho tomou frente do movimento contra Jango e liderou uma tropa partindo de Juiz de Fora.
No dia 31 de março de 1964, o presidente João Goulart acordou no Palácio Laranjeiras e logo soube da movimentação das tropas que vinham de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro. Lá, ele recebeu visitas e informações que foram fundamentais para as decisões tomadas ao longo do dia.


Um documento assinado por vários generais dizia o seguinte: “Se Goulart decretasse a ilegalidade do Comando Geral dos Trabalhadores e prendesse os comunistas, as Forças Armadas iriam apoiá-lo”.

No fim da noite, Goulart ficou sabendo que o comandante das tropas de São Paulo também apoiava o golpe e percebeu que era uma ação conjunta das Forças Armadas com o apoio dos empresários, de amplos setores da classe média, dos meios de comunicação, do poder legislativo e dos governadores de estado.

No dia 1º de abril, Goulart foi a Brasília e, de lá, seguiu para Porto Alegre em busca de apoio. Enquanto Jango voava, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, abriu o caminho para os golpistas. Houve uma operação militar de um golpe, mas também um golpe do poder legislativo.


Em 11 de abril, o general Humberto Castelo Branco foi eleito pelo Congresso Nacional e assumiu a Presidência da República. Os militares tinham prometido entregar logo o poder aos civis, mas ainda vieram mais quatro generais e 17 atos institucionais.

O Ato Instituicional nº 05 (AI-5) proibiu a concessão de habeas corpus para presos políticos, o que foi o sinal verde para a tortura. Alguém era preso e ficava preso pelo tempo que os carcereiros militares quisessem e nas condições que eles quisessem.

Enquanto a propaganda oficial falava em Brasil grande, com obras monumentais, a repressão e a censura se intensificavam. Em dezenas de instalações militares e policiais espalhadas pelo país, 362 pessoas morreram ou desapareceram depois de serem presas.
A perseguição aos opositores aumentou após as ações de grupos armados que pretendiam combater a ditadura e, ao mesmo tempo, implantar um regime socialista.

Só em 1985, após uma grande mobilização popular, o Brasil voltou a ter um civil na presidência. Quatro anos depois, os brasileiros puderam novamente escolher, por eleições diretas, o presidente do país.

Fonte de pesquisa:

www.g1.globo.com/jornalnacional

Na próxima postagem, vamos relembrar os filmes que trataram desse período tão nebuloso de nossa história.



Nenhum comentário:

Postar um comentário