quinta-feira, 9 de julho de 2009

KIKA (Espanha, 1993)

Direção: Pedro Almodóvar. Com: Verônica Forque, Peter Coyote, Victoria Abril, Alex Casanovas, Rossy de Palma, Manuel Bandera. 115 min.

Almodóvar sempre gostou de dirigir histórias que fugissem do convencional, como Labirinto de paixões, A lei do desejo e Mulheres à beira de um ataque de nervos. Mas Kika, certamente é um de seus filmes mais bizarros, a começar pela jornalista Andrea Caracortada (Victoria Abril) que apresenta um programa sensacionalista na televisão, “O pior do dia”, onde mostra cenas filmadas por ela mesma com uma câmera que traz em seu capacete. Andréia é capaz de tudo para conseguir para conseguir pautas para o seu programa, inclusive ameaçar e chantagear. A cena mais engraçada dessa louca comédia, acontece quando ela chega para cobrir um caso de estupro onde o estuprador está tão sedento de sexo que não larga a vítima nem quando a polícia chega. E depois quando é interrompido, vai para a sacada se masturbar.

Mas a protagonista não é Andréia e sim Kika (Verônica Forque), uma maquiadora que conhece o escritor americano Nicholas (Peter Coyote), quando é chamada para maquiar seu enteado Ramón (Alex Casanovas) que ele acredita estar morto já que tem catalepsia. Kika se envolve com Ramón enquanto tem um caso com Nicholas.

Nada é comum nessa história, onde as aparências enganam e as mulheres dominam, como em quase todos os filmes de Almodóvar. Há ainda uma empregada lésbica de Kika, Juana, feita pela estranha Rossy de Palma que é irmã de um ator pornô que estava preso, depois fugiu e estuprou Kika. Ela é muito engraçada e ressente-se por estar sozinha, então recebe a ajuda de Kika, que a maquia para torná-la mais atraente.

No terço final, a comédia é um pouco esquecida quando revelam-se alguns assassinatos e o clima fica mais denso. Essa parte difere-se de todo o resto, que é mais descontraído, mas não atrapalha a apreciação desse filme sempre estranho, mas nunca desinteressante. (7,5)

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