Assisti a quase todos os filmes dirigidos por Domingos Oliveira (com exceção de “É Simonal”, 1970 e “Deliciosas traições do amor”, 1977), mas este “Juventude” é com certeza o seu pior filme.
Ele roda em digital para baratear os custos de produção desde “Carreiras” (2005) que foi lançado simultaneamente nos cinemas e no Canal Brasil. Nada contra isso, pois acho que na falta de grandes orçamentos, algumas saídas devem ser encontradas, mas atrelado a isso deve estar também uma boa história, o que não é o caso aqui.
Paulo José, Aderbal Frei Filho e o próprio Domingos vivem três amigos que se reúnem para relembrar a montagem da peça “A ceia dos cardeais” que participaram quando ainda eram crianças e nos intervalos, falam de seus problemas: Aderbal tem uma filha que usa heroína; Paulo José tem uma paixão mal resolvida no passado e Domingos vive o drama de estar envelhecendo e sua mulher querendo um filho.
O roteiro usa algumas sacadas para empolgar o espectador, como o fato de Aderbal precisar de 100 mil dólares emprestado para custear o tratamento da filha e um suposto enfarto de Domingos, mas nada disso adianta. À essa altura a gente já desistiu do filme e os 74 minutos de duração parecem horas. “Juventude” (não confundir com o filme homônimo de Ingmar Bergman feito nos anos 50) deixa a impressão de ser uma brincadeira sem graça entre amigos, mas alguns gostaram e chegou a ganhar prêmio o que prova que gosto não se discute.
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