quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENTREVISTA COM GILBERTO CARLOS - PARTE 2




·       Qual seu cinema preferido?
Não tenho cinema preferido. Tudo é uma questão de oportunidade ou tempo, já que não tem cinema em minha cidade, quando vou a Goiânia ou a São Paulo, vejo tudo que posso. Já fui a muitos cinemas de rua, quando eles ainda eram mais comuns. Adorei as salas do Shopping Bougainville. Tão chique, me sentia quase um estranho no ninho. Na entrada uma televisão sempre exibia o adorável Gata em teto de zinco quente. Mas também vi muitos filmes no Araguaia Shopping e no Flamboyant.

·        Tem ideia de quantos filmes já assistiu?
 Influenciado por Rubens Ewald Filho, também tenho o costume de anotar todos os filmes que assisto. É bom para ter um controle e tirar a dúvida se vi algum filme cujo enredo se perder em minhas lembranças, já que não dá pra lembrar de cada detalhe. Até hoje já assisti 4.498, só contando os longas metragens.


·        Você prefere o cinema clássico ou o atual?
Como disse, comecei com o cinema atual, já que os filmes clássicos sempre eram exibidos durante a madrugada e eu não agüentava esperar para vê-los. Hoje nem isso, os clássicos ou cults como são chamados atualmente ficaram relegados aos canais por assinatura como TCM ou Telecine Cult. Adorava ver esses canais quando era assinante da Sky, ma hoje faço downloads pela internet desses filmes clássicos. Não tenho preferências, intercalo entre os atuais e os mais antigos, os coloridos e os em preto e branco, os legendados e os dublados, os nacionais e os estrangeiros.


·        Qual o seu gênero favorito e de qual menos gosta?
Amo os dramas, os melodramas (quanto mais dramático melhor) e as comédias românticas. Como blogueiro acabo vendo de tudo. Até alguns gêneros que não gosto muito. Estou meio cansado de algumas comédias escatológicas, dos filmes de ação descerebrados e dos terrores explícitos demais, quase todos iguais. Nunca tive muito acesso aos faroestes, nem nunca gostei do Cinema Novo Brasileiro. Mas nunca tive nenhum preconceito. Já vi muitos filmes eróticos e até pornográficos e cheguei a gostar de vários deles.


·        O que você acha do cinema brasileiro? Será que um dia ele terá condições de competir com o cinema americano ou mesmo de se tornar uma indústria?
Como todos aqui já sabem, sou um verdadeiro apaixonado por cinema brasileiro. Vejo todos os filmes nacionais que consigo encontrar. Gosto das pornochanchadas, do cinema marginal, das chanchadas, dos filmes da Embrafilme, da retomada, dos filmes da Globo Filmes e até dos filmes da Boca do lixo de São Paulo, inclusive os pornôs. Infelizmente nosso cinema não tem tantos investimentos quanto o ianque, para investir na produção. Pode ser que um dia possamos competir de igual pra igual, mas não isso não deve acontecer tão brevemente. E essas leis de incentivo ainda deixam os cineastas dependentes do dinheiro público, pois se o filme der prejuízo eles não perdem nada. Nos anos 70 era totalmente diferente, os diretores investiam seu próprio dinheiro e não havia desperdício. Os filmes tinham que fazer sucesso com o público. Eu também sou a favor do cinema popular.


·        Com que freqüência você assiste filmes?
Antes assistia um filme por dia, mas como o tempo foi “encurtando”, acabo vendo mais nos finais de semana, pelo menos uns cinco. Podia até ser mais, mas há tantas outras coisas para fazer: conversar com os amigos, passear, andar de bicicleta, viver... e no intervalo disso tudo: ver um bom filme!


7 comentários:

  1. Oi, Gilberto, você já assistiu filme pra chuchu, hein? Confesso que não gosto daqueles dramas muito dramáticos nem filmes de terror. Pornográficos nunca assisti (mas nada contra) e acho que a maioria dos brasileiros deixam a desejar. Ainda bem que divide sua paixão por filmes com outros afazeres, já pensou? Viver só de filme torna a vida muito restrita. Na minha cidade o cinema fechou há alguns anos, há uns cinco anos abriu em um hipermercado, que dois anos depois pegou fogo! Já foi reconstruído, mas ainda vou ao cinema muito menos do que gostaria. Um abraço!

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  2. Bom, eu não vejo filmes no mesmo ritmo que você.rs Não chego a ver 5 num fim de semana. Mas também vejo sempre que possível. E como você deve imaginar, já vi algumas centenas de filmes de terror, que são o meu gênero preferido. Mas tenho um certo ´pé atrás` contra alguns. Por exemplo: detesto filme (de terror ou não) que acaba com aquelas cenas que a gente fica sem entender o que aconteceu.
    E o tipo de filme que eu acho pior é o mesmo que você disse: as comédias escatológicas. Nem graça aquilo tem! Não serve nem prar rir.

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  3. Cara, eu li as duas partes e percebi que temos gostos parecidos, até nos pôrnos...hehehe
    Parabéns pela iniciativa, mostra o quanto vc é bem humorado.
    Abs.

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  4. Bom, como eu disse antes,é bom saber sobre a pessoa quem lemos. Foi bom saber como tudo começou com você em relação ao cinema. Só que não entendi o que seriam "comédias escatológicas". Escatologia tem a ver com religião, mas como também tem a ver com excrementos, creio que seriam comédias muito ruins. Me desculpe a ignorância, tá?, rs. Bom, eu nem gosto de comédias, comédia pra mim tem que ter humor inteligente, coisa que a maioria delas não têm.
    Acho que o cinema brasileiro não consegue tanto patrocínio porque não temos cultura de cinema (nem de teatro), nossa cultura é de novelas. O cinema está para os americanos como as novelas estão para os brasileiros. A novela brasileira é a melhor do mundo. Não que o cinema americano seja o melhor do mundo, sabemos que não é assim, é que há muito investimento em novelas justamente pela audiência que dá, em tecnologia, inclusive, mas não tem nada disso no cinema nacional, já o americano investe da mesma da mesma forma em seu produto, pelo mesmo motivo. Além disso, só recentemente é que as produções nacionais estão mais preocupadas com conteúdo cultural, e conseguem algum patrocínio melhor da iniciativa privada, que tem que investir em cultura, obrigatoriamente. Mas, cultura não dá muita bilheteria, infelizmente. Aqui é assim, se não tiver muito sexo no meio não dá bilheteria. Basta ver as maiores bilheterias,que você postou aqui. Bruna Surfistinha, por exemplo. Esses dias vi o filme, a gente tem que ver uma hora, até pra criticar. Comecei de boa vontade, rs, sem preconceito, mas achei um absurdo, uma apologia à prostituição. No fim ela se deu bem, não morreu de overdose ou de AIDS, casou, está aí até hoje,e ganhando dinheiro com seu livro e seu filme... Um exemplo mesmo... Bom, mas não é esse o tema do post, rs.
    Outra coisa que acho um absurdo é uma cidade não ter ao menos um cinema! Acho que todas as cidades deveriam ter. Todos precisam ter acesso ao cinema, e ao teatro, todos. Por que a cidade é pequena, então não precisa de cinema? Como as pessoas vão se interessar se não tem? Tá vendo como o Brasil não se importa com cinema?

    Pra variar, fiz um post, não um comentário. Sorry.

    Muito boa a sua iniciativa e muito bom conhecer sua historia.

    Abraço pra você, Gilberto.

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  5. Bia, com certeza vejo um bocado de filmes, mas sempre arrumo tempo para fazer outras coisas e aproveitar a vida.

    Léo, também não gosto de filmes que terminam sem um final definido, deixando tudo no ar e o pior é que os filmes de terror tem muito disso, deixando a "porta aberta" para uma continuação.

    Antonio, obrigado.

    Celo, com certeza vejo filmes pornôs (ultimamente até que não tantos quanto antes), mas muitos veem e não tem coragem de assumir, como se fosse uma coisa feia, ou pervertida. Eu não vejo assim.

    Ligeia, as comédias escatológicas a que me referi são aquelas que fazem piadas com banheiro, funções gástricas ou necessidades fisiológicas, tipo as de Martin Lawrence ou até de Adam Sandler (mas desse eu até gosto). Uma pena o Brasil não investir em seu cinema como faz com as novelas, por isso deviam produzir mais filmes populares, de bom gosto é claro, pois assim haveriam muitos investimentos.
    Que isso, pode escrever o quanto quiser, seus comentários são muito bem vindos.

    Abraço forte a todos.

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  6. Oi Gilberto, bom dia. Obrigada por me esclarecer sobre as comédias escatológicas. Entendi. rs.

    um abraço pra você.

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