Meryl Streep em A escolha de Sofia
01. Investigação sobre um cidadão acima de qualquer
suspeita (7,5)
O filme que tornou a brasileira Florinda Bolkan famosa no exterior. Seu personagem morre nos primeiros minutos, mas ela continua aparecendo em flashbacks.
02. O crime do Padre Amaro (Portugal, 2005) (7,0)
Não conhecia essa versão portuguesa do clássico de Eça de Queiroz, só a mexicana estrelada por Gael Garcia Bernal. A história é moderninha e diferente do livro. Há gangues rivais e cenas de sexo bastante ousadas. Parece até uma pornochanchada.
03. Grease 2 – Os tempos da brilhantina voltaram (6,5)
Michelle Pfeiffer começou a chamar a
atenção só depois de Scarface (1983), mas eu só comecei a notá-la, a partir de
Ladyhawke – O feitiço de Áquila (1985). Aqui ela já era belíssima e demonstra
talento, até cantando. Pena que as músicas são quase todas fracas, com exceção
de uma que fala de reprodução humana, mas isso é muito pouco. Além de tudo, o
filme se arrasta por intermináveis duas horas.
04. Madame Bovary (1991)
Madame Bovary (Isabelle Huppert que
fez vários filmes de Claude Chabrol) está entediada com seu chato marido médico
e passa o tempo se enamorando com um estudante de direito e com um rico
fazendeiro que lhe nega ajuda quando ela precisa, além de contrair dívidas que
levam a um inevitável fim.
05. A noite americana (7,5)
Uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Bem
maior que a nossa, que somos apenas espectadores, falando de gente que trabalha
com cinema e faz disso sua vida. tudo é meio autobiográfico. François Truffaut
que é o diretor, também faz o diretor do filme “A chegada de Pamela” ou “Eu vos
apresento Pamela” como preferem alguns tradutores; Jacqueline Bisset interpreta
uma personagem inspirada em
Julie Christie, que fez Farenheit 451 com Trauffaut.
06. Bonequinha de luxo (9,5)
Sou um apaixonado por comédias
românticas e confesso que foi um prazer assistir Audrey Hepburn vivendo a
“Bonequinha de luxo”. O título original, Breakfast at Tiffany, refere-se ao
fato de Holly (Hepburn) pegar um taxi quando está estressada, para tomar o café
da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany, que fica na 5ª avenida em
Manhattan, mas confesso que gosto mais do título nacional.
07. O homem que veio de longe (6,0)
O título original é muito estranho,
Boom!, referindo-se ao barulho que as ondas fazem quando batem nas rochas, o
filme então nem se fala. Liz vive uma mulher doente que mora em uma ilha
cercada por empregados e ditando sua autobiografia para uma secretária (Joanna
Shimkus, que depois abandonaria a carreira para se casar com Sidney Poitier). Não
se deixa claro exatamente o que ela tem, falam que ela quebrou a “bacia”, que
tem artrite, neurite e tudo o mais que termine em “ite”, só não se dá conta que
também tem “mortite”, como diz a secretária, mas nada disso é mortal. Ela grita
de dor, recebe transfusão de sangue e toma analgésicos para dormir.
08. O preço do amanhã (8,0)
As pessoas costumam dizer que tempo é
dinheiro, mas ninguém parou para pensar que dinheiro também pode ser tempo e é
isso que O preço do amanhã aborda. No mundo imaginado pelo diretor Andrew
Nicoll, as pessoas vivem até os 25 anos e depois disso não envelhecem mais, mas
para continuarem vivas tem que trabalhar para receber tempo como pagamento ou
pedem, negociam ou até roubam.
09. Cidadão Kane (7,5)
A estreia de Orson Wells como diretor. Este filme é considerado um dos melhores de todos os tempos. Posso até ser crucificado, mas não achei tão bom assim. O personagem de Wells é prepotente e o filme só começa a ficar bom quando tem início a sua derrocada: a mulher descobre sua traição, ele é chantageado e não pode se candidatar. Tudo começa quando ele morre e pronuncia a palabra Rosebud, que ninguém sabe o que significa, então um investigador procura as pessoas que conviveram com ele para descobrir detalhes sobre sua existência.
10. O discurso do rei (8,0)
O filme que deu o Oscar de Melhor Ator a Colin Firth, vivendo um personagem que se tornará rei, mas tem o inconveniente de ser gago e teme pelo discurso de posse. Um ator fracassado que finge ser médico, tenta ajudá-lo. Todos os atores estão muito bem.
11. As mães de Chico Xavier (6,5)
Este filme encerrou as comemorações dos 100 anos de nascimento de Chico Xavier. Nelson Xavier revive o papel do médium. É a história de duas mães que perdem seus filhos e tem que lidar com a dor da perda e de uma terceira que pensa em abortar. Cartas psicografadas as ajudarão.
12. Tiros na Broadway (6,0)
Um autor teatral sem muito talento (John Cusack) aceita a ajuda do segurança de um gangster (Chazz Palminteri) para escrever sua nova peça que consegue ser sucesso apesar do produtor exigir a presença de sua namorada canastrona (Jennifer Tilly). Dianne Wiest venceu o Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel da protagonista da peça.
13. Antes de partir (7,5)
Dois velhinhos (Jack Nicholson e Morgan Freeman) descobrem que tem câncer e vão morrer, então resolvem viajar pelo mundo e aproveitar a vida. Tudo com a ajuda de Nicholson que é milionário e pode bancar a aventura. Se fossem pobres tudo seria diferente e mais dramático. É muito bela a cena em que Freeman se recusa a trair a mulher que foi a única que teve em sua vida.
14. A escolha de Sofia (7,5)
Meryl Streep ganhou seu primeiro Oscar com esse filme, onde ela está realmente esplêndida. Li o livro de Willian Styron há alguns anos e gostei mais dele do que do filme propriamente dito, que se alonga além do necessário e foca mais na relação dela e de seu amante (Kevin Kline) do que na segunda guerra propriamente dita.
15. Ardida como pimenta (7,0)
Doris Day "deita e rola" (como diziam antigamente) neste clássico musical em que interpreta a masculinizada Calamity Jane, que todos debocham por seu jeito bruto. Para mostrar seu valor ela promete trazer à pequena cidade do interior onde moram, uma famosa cantora, mas por engano acaba levando a sua empregada que não sabe cantar.
16. Shame (7,0)
O polêmico filme estrelado por Michael Fassbender (que infelizmente não conseguiu uma indicação ao Oscar). Ele vive um ninfomaníaco que tem relação meio incestuosa com a irmã (Carey Mulligan). Foram muito comentadas as cenas de nudez frontal de Fassbender e a cena em que Mulligan canta para o irmão New York, New York bem lentamente.
17. Anticristo (6,5)
Lars Von Trier escandalizou mais uma vez as plateias com esse estranho filme em que Willen Dafoe e Charlotte Gainsbourgh estão em cena o tempo todo. A morte acidental do filho deles enquanto eles fazem sexo deixa a mulher perturbada mentalmente, mas nada é tão simples quanto parece. Cenas chocantes como uma mutilação genital e nudez frontal foram muito comentadas.
18. Inverno de sangue em Veneza (5,5)
Donald Sutherland e Julie Chistie numa trama de mistério baseada na obra de Daphne DuMaurier, a mesma autora de Os pássaros e Rebecca - A mulher inesquecível. Novamente a morte do filho do casal (como em Anticristo) provoca crise emocional na esposa. Os dois viajam para Veneza, mas uma vidente prevê a morte dele. Loucura ou verdade?
19. Santiago (7,0)
O mordomo da casa do diretor João Moreira Sales, Santiago, é homenageado nesse documentário. Sua memória é prodigiosa e por isso ele catalogou assuntos e pessoas relevantes em mais de 30.000 páginas que se tornaram um documento importantíssimo.
20. A vida secreta das palavras (8,5)
Sensibilidade à flor da pele. Tim Robbins vive um trabalhador de uma estação petrolífera que sofre um acidente e fica com parte do corpo queimado e temporariamente cego. Para cuidar dele, contratam uma enfermeira metódica (Sarah Polley) que não é muito de falar, mas aos poucos o amor acaba acontecendo. Apesar do elenco e de ser falado em inglês, o filme é espanhol.
21. 2 coelhos (7,5)
A prova de que o cinema brasileiro também sabe fazer filmes de ação. Fernando Alves Pinto e Alessandra Negrini vivem um casal envolvido em chantagem, roubo e estorção, mas isso é só o começo. O filme marcou a volta ao cinema da musa da pornochanchada Aldine Müller, infelizmente num pequeno papel. Apesar de bom, o filme não alcançou a bilheteria que merecia.
22. Pacto sinistro (8,0)
Um Hitchcock de primeira. Um homem meio desorientado (Robert Walker) quer ver o pai morto, mas para não levantar suspeita combina de matar a esposa de alguém que encontra num trem (Farley Granger). Walker faz a sua parte, mas como Granger não aceita a proposta, começa a ser perseguido. Há um discreto subtexto homossexual.
23. Os 3 (7,0)
Um menage-à-trois a brasileira. Três amigos resolvem morar juntos, mas sem se envolver emocionalmente. Um reality show criado por eles vem complicar a situação. Um filme bem curto, nem chega a 80 minutos.
24. Assassinato no Expresso Oriente (7,0)
O famoso detetive Hercule Poirot tenta desvendar um crime cometido no famoso Expresso Oriente. O elenco é repleto de nomes famosos (Ingrid Bergman, que levou o Oscar pelo papel; Albert Finney, Lauren Bacall, Jacqueline Bisset, Sean Connery, Anthony Perkins, Vanessa Redgrave...), mas eu gostei mais do livro de Agatha Christie.
25. As aventuras de Agamenon, O repórter (2,0)
Um filme deplorável, por enquanto, o pior nacional do ano. Não tem história, apenas alguns esquetes acompanhando um repórter que acompanhou os maiores acontecimentos da história e entrevistou pessoas relevantes, interpretado na primeira parte por Marcelo Adnet (que acho muito esnobe e não consigo gostar) e depois por Hubert. Quase todas as cenas são vulgares e eu só não consegui entender, como conseguir convencer Fernanda Montenegro a fazer a narração...
26. A invenção de Hugo Cabret (8,5)
Um dos melhores do ano passado, que infelizmente não levou o Oscar de melhor filme. No fundo uma grande homenagem ao cinema, mais até do que O artista. Um menino órfão que conserta "coisas" consegue encontrar o grande cineasta George Meliès (Ben Kingsley) que ficou recluso e parou de dirigir depois de algumas decepções. Um Martin Scorsese melhor do que nunca.
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Uma lista bem consistente. Já assisti quase todos, em geral concordo bastante nas notas. Só O Preço do Amanhã que não gostei muito.
ResponderExcluirGrande Abraço.
Oi, Gilberto, adorei, uma grande seleção de filmes! O discurso do rei ainda quero assistir, me pareceu bem interessante a história, e gosto bastante desse ator. Embora só tenha mencionado gosto muito de O feitiço de Áquila. E concordo que o livro de Agatha Christie é bem melhor que o filme. Um abraço!
ResponderExcluirQue belos filmes você viu, entre eles dois de meus preferidos de seus respectivos diretores: "A Noite Americana" e "Pacto Sinistro" (sim, este é meu favorito de Hitchcock!). Também gostei muito de "Hugo" e concordo que o livro de Agatha Christie é melhor que o filme de Sidney Lumet.
ResponderExcluirAbraços!
Listando o que assisti:
ResponderExcluirCidadão Kane é um filmaço.
O Discurs do Rei é simples e envolvente.
Tiros na Broadway é um divertido Woody Allen.
Antes de Partir é esquemático, mas vale pela dupla de veteranos.
Ardida como Pimenta é um musical divertido e tem uma bela interpretação de Doris Day.
Anticristo foi um dos piores filmes que vi. Lars Von Trier queria apenas criar polêmica.
Pacto Sinistro é um dos grandes filmes de Hitchcock.
Assassinato no Expresso do Oriente tem uma ótima trama, um grande elenco e uma bela interpretação de Albert Finney como Poirot.
Abraço
Desses todos que você mencionou, o que eu tô mais curioso pra ver é O Discurso do Rei.
ResponderExcluirJá vi algumas matérias sobre ele e achei muito interessante.
Uma lista bem interessante de filmes vistos recentemente....
ResponderExcluirGraças a Deus não perdi meu tempo vendo As Aventuras de Agamenon!! 2 Coelhos foi uma grata surpresa do cinema brasileiro do ano!
Shame pra mim foi ridículo, mto chato e apelativo!
O Preço do Amanhã conta com um roteiro bem interessante. História mto bem bolada por seu diretor!
Apareça! Post dedicado ao mais novo remake americano..
Um abraço!
E claro, filmes já consagrados imperdíveis como A Bonequinha de Luxo, Antes de Partir e O Discurso do Rei
Celo, que bom que nossas notas foram parecidas, sinal de que nossos gostos são similares.
ResponderExcluirBia, O discurso do rei é muito e eu também adoro o feitiço de Áquila.
Lê, com certeza, Pacto sinistro, A noite americana e A invenção de Hugo Cabret são muito bons.
Hugo, foi bom você ter citado os filmes que assistiu da minha lista.
Léo, veja logo O discurso do rei. Você não vai se arrepender.
Felipe, As aventuras de Agamenon é mesmo uma perda de tempo. Shame tem umas cenas meio apelativas.