Direção: Zalman King. Com: Mickey
Rourke, Jacqueline Bisset, Carré Otis, Assumpta Serna, Bruce Greenwood, Milton
Gonçalves, Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus. Suspense erótico, 112 min.
É até engraçado assistir aos filmes
americanos cujo enredo se passa no Brasil. A visão que eles têm de nosso país é
totalmente alienada, como se a capital fosse o Rio de Janeiro, com pitadas
baianas, candomblé, samba, erotismo à flor da pele e como se nossa língua mãe
fosse o “portunhol”. Eles nem se dão ao trabalho de contratar atores
brasileiros ou que saibam pelo menos falar português sem sotaque. O único
brasileiro com papel de destaque aqui é Milton Gonçalves que quase não abre a
boca. Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus são meros figurantes.
Orquídea selvagem é mais um desses
filmes em que o Brasil não é o que nós somos e sim o que eles imaginam que
somos. Emily (a modelo Carré Otis) é uma jovem advogada que vem ao Brasil
concluir um negócio e se envolve com um homem misterioso (Mickey Rourke) que
diz não poder ser tocado, então ele mesmo gostando dela, acaba a empurrando
para outros homens, pois é voyer e também sente prazer nisso.
A história é bem fraquinha e o filme
foi muito criticado apesar de ter feito sucesso por aqui, além de ter rendido
duas continuações, a segunda delas é até interessante, com David Duchovny em
início de carreia.
Mas este é daqueles filmes
inevitáveis, que são tão comentados (por bem ou por mal) que não dá para não
assistir. Mas tem um defeito: promete mais erotismo do que tem. O que predomina
além de duas cenas discretas de sexo é o clima de desejo: da advogada por este
país tão caliente, do homem que a ama, mas tem traumas de infância e de uma
outra advogada (Jacqueline Bisset trabalhando para pagar suas contas) que
também o ama. A cena mais forte de sexo acontece só no final entre os
protagonistas, mas aí o filme está acabando e já decepcionou bastante.
Zalman King foi o produtor de "Nove e Meia Semanas de Amor" e o sucesso do filme fez com que ele direcionasse toda a carreira para o gênero chamado de "erótico soft".
ResponderExcluirEste "Orquídea Selvagem" é fraquíssimo, um dos pontos mais baixos nas carreiras de Mickey Rourke e Jacqueline Bisset.
Abraço
Os americanos se tornaram os reis do cinema desde os primórdios, mas sempre pecaram pela ignorância para com as outras culturas. "Orquídea Selvagem" é um desses filmes. Sempre lembro do Mickey Rourke nesse filme e em "Nove e meia semanas..."
ResponderExcluirOi, Gilberto. Nossa, eu lembro que esse filme foi mesmo muito comentado na época, embora eu não tenha assistido. Boa lembrança, um abraço!
ResponderExcluirEles são bem burrinhos mesmo, não sabem o que rola em outros países.
ResponderExcluirBom, não lembro de que ano é esse filme. Mas se você der uma olhada nos desenhos animados norte-americanos que foram feitos até os anos 80, quando alguma cena mostrava a Amazônia, a nossa selva era retratada com leões, elefantes e até pigmeus! Era uma ignorância TOTAL deles em relação a nós. Nos últimos anos, acho que essa visão que eles têm do Brasil até que melhorou um pouquinho.
ResponderExcluirGilberto, mudando de assunto, você sabe se o Antônio Nahud Jr tá com outro blog? Porque o Falcão Maltês saiu do ar, né? Aí eu queria saber se ele continuou em outro blog.
Léo, o Antonio Nahud excluiu o blog ou excluiram não sei. Ele me disse que estava preparando um site, mas ainda não está na rede. Entre em contato com ele: ofalcaomaltes41@gmail.com
ResponderExcluirAbraços.