sábado, 4 de outubro de 2014

FRANCISCO CAVALCANTI MORREU


Morreu na madrugada do dia 1º, o cineasta e ator Francisco Cavalcanti, um dos profícuos da Boca do lixo de São Paulo. Tinha 72 anos e estava internado no Hospital dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo para tratamento de um câncer no intestino.

Francisco trabalhava na montagem do documentário Meu Pai a 24 Quadros, dirigido por seu filho Francisco Cavalcanti. O filme conta a história dos filmes produzidos entre as décadas de 60 e 80, extinto pólo paulistano de produção de filmes de baixo orçamento e de pornochanchadas.


Nasceu em Poá (SP) em 1944 e começou a carreira dirigindo filmes policiais, depois pornochanchadas, como As mulheres do sexo violento (1976) e Aberrações de uma prostituta (1981), mas com a onda dos filmes de sexo explícito, produzia os filmes convencionalmente e depois enxertava as cenas de sexo, como em Sexo, sexo e sexo (1984) e Animais do sexo (1984). Quando não dava mais pra escapar aderiu a essa febre dirigindo Que delícia de buraco (1985)  e O garanhão erótico (1986). Ele protagonizava a maioria de seus filmes, como uma espécie de Charles Bronson tupiniquim, buscando vingança por alguma injustiça sofrida.

No início não suportava seus filmes, mas depois fui me acostumando ao baixo orçamento, às interpretações canhestras e às histórias meio sem sentido e acabei até gostando dos últimos que vi. Tomara que Fabrício consiga lançar o filme que dirigiu sobre o pai para que mais pessoas possam conhecer a trajetória de seu pai.


Filmografia completa como diretor:
(   ) 1988 - Instrumento da Máfia
(   ) 1988 - Um Homem Diabólico
(X) 1987 - Horas Fatais - Cabeças trocadas
(X) 1986 - A Hora do Medo
(   ) 1986 - O Garanhão Erótico
(   ) 1986 - O Papa Tudo
(   ) 1986 - Os Seqüestradores
(X) 1984 - Animais do Sexo
(X) 1984 - Sexo, Sexo, Sexo
(X) 1983 - O Cafetão
(X) 1983 - Os Tarados
(X) 1981 - O filho da prostituta
(   ) 1976 - As mulheres do sexo violento


3 comentários:

  1. Incrível como determinados períodos do cinema brasileiro estão sendo reconhecidos e analisados por novos cinéfilos que desejam se aprofundar no assunto.

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  2. Este período dos anos setenta e oitenta, gosto mais dos dramas e filmes policiais brasileiros. São várias produções interessantes quase esquecidas.

    O resgate que você faz das chanchadas é sensacional.

    Parabéns.

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  3. Não gostava muito de seus filmes, mas a coerência e paixão de sua obra eram inegáveis! (WPC>)

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