sábado, 21 de novembro de 2009

NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA (EUA, 1977) ***







Direção: Woody Allen. Com: Woody Allen, Diane Keaton, Paul Simon, Carol Kane, Tony Roberts, Shelley Duvall, Christopher Walken, Beverly D’Angelo, Jeff Goldblum e Sigourney Weaver. 93 min.

Um dos filmes mais famosos de Woody Allen, senão o mais famoso, além de muito premiado. Venceu os Oscars de Filme, Direção, Roteiro (também de Allen) e Atriz (Diane Keaton), mas ele não foi receber o prêmio pois estava tocando numa banda de jazz naquela noite.

É a história do paranóico comediante Alvy Singer (Woody Allen) que é apresentado em uma partida de tênis à cantora Annie Hall (Diane Keaton), e ela se transforma em sua grande paixão, mas os dois vivem uma relação conturbada, cheia de altos e baixos e idas e vindas. É uma história meio autobiográfica sobre a família de Diane Keaton, que já foi casada com Woody Allen.

O engraçado é que os dois não chegam a ficar noivos, então o título nacional é equivocado, apesar de exprimir exatamente as principais características dos dois. O título original é Annie Hall.

O filme, como MANHATTAN é cheio de tiradas existencialistas e parábolas. Logo no início, Alvy conta a história de duas velhinhas num restaurante que reclamam da péssima qualidade da comida. Uma delas diz que além da comida ser ruim, as porções são pequenas. Então ele faz uma comparação com a vida, que além de ser cheia de desgraças e infelicidades, dura tão pouco. Em outra cena ele defende a masturbação como sendo o sexo com a pessoa que ele mais ama. Fala da paranóia que as pessoas têm com o orgasmo, usado para preencher suas vidas vazias; adora livros sobre a morte e Annie diz que é porque ele não sabe aproveitar a vida. Logo no final ele diz que os romances são todos complicados, mas o pior é que precisamos deles.

Como todos os outros filmes de Woody Allen, NOIVO NEURÓTICO, NOIVA NERVOSA é muito verborrágico. Os personagens falam o tempo inteiro, às vezes vários deles ao mesmo tempo e Alvy principalmente.

É interessante a forma como o diretor utiliza para mostras as lembranças dos personagens. Elas não são contadas nem mostradas em flashback. Os personagens no presente assistem no mesmo ambiente à cena como ela sucedeu. Fato este muito utilizado em outras comédias posteriores.

Allen se deu ao luxo de lançar nesse filme, em pontas ou papéis de figuração, vários astros do cinema, como Sigourney Weaver (Alien, o oitavo passageiro) na cena final em um plano distante quase impossível de se enxergar; Christopher Walken (O franco-atirador) como um suicida em potencial que tem vontade de sofrer um acidente de carro; Jeff Goldblum (A Mosca) como um rapaz que faz uma ligação telefônica durante uma festa, além de Beverly D’Angelo (Hair) que eu não consegui reconhecer. Para rir e pensar, mais pensar do que rir.


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