quarta-feira, 3 de março de 2010

ORQUÍDEA SELVAGEM (EUA, 1990) **


Direção: Zalman King. Com: Mickey Rourke, Jacqueline Bisset, Carré Otis, Assumpta Serna, Bruce Greenwood, Milton Gonçalves, Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus. Suspense erótico, 112 min.

É até engraçado assistir aos filmes americanos cujo enredo se passa no Brasil. A visão que eles têm de nosso país é totalmente alienada, como se a capital fosse o Rio de Janeiro, com pitadas baianas, candomblé, samba, erotismo à flor da pele e como se nossa língua mãe fosse o “portunhol”. Eles nem se dão ao trabalho de contratar atores brasileiros ou que saibam pelo menos falar português sem sotaque. O único brasileiro com papel de destaque aqui é Milton Gonçalves que quase não abre a boca. Eduardo Conde e Carlinhos de Jesus são meros figurantes.

Orquídea selvagem é mais um desses filmes em que o Brasil não é o que nós somos e sim o que eles imaginam que somos. Emily (a modelo Carré Otis) é uma jovem advogada que vem ao Brasil concluir um negócio e se envolve com um homem misterioso (Mickey Rourke) que diz não poder ser tocado, então ele mesmo gostando dela, acaba a empurrando para outros homens, pois é voyer e também sente prazer nisso.

A história é bem fraquinha e o filme foi muito criticado apesar de ter feito sucesso por aqui, além de ter rendido duas continuações, a segunda deles até interessante, com David Duchovny em início de carreia.

Mas este é daqueles filmes inevitáveis, que são tão comentados (por bem ou por mal) que não dá para não assistir. Mas tem um defeito: promete mais erotismo do que tem. O que predomina além de duas cenas discretas de sexo é o clima de desejo: da advogada por este país tão caliente, do homem que a ama, mas tem traumas de infância e de uma outra advogada (Jacqueline Bisset trabalhando para pagar suas contas) que também o ama. A cena mais forte de sexo acontece só no final entre os protagonistas, mas aí o filme está acabando e já decepcionou bastante.

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