segunda-feira, 22 de março de 2010

CINEMA DE NOVO



Para quem gosta de cinema brasileiro, indico o livro CINEMA DE NOVO: UM BALANÇO CRÍTICO DA RETOMADA de Luiz Zanin Oricchio, lançado em 2003, pela editora Estação Liberdade, com prefácio de Ismail Xavier.

Luiz Zanin faz um balanço da retomada do cinema brasileiro, que aconteceu em 1995 com o filme Carlota Joaquina – Princesa do Brazil e foi até 2002 com o grande sucesso de Cidade de Deus.

A introdução do livro fala da tão conhecida extinção da Embrafilme pelo então recém empossado presidente Fernando Collor de Mello e os anos negros que se seguiram até 1994.

Os capítulos seguintes são divididos em:
* A representação da história, em que o autor fala da reconstituição da história do Brasil desde os primórdios do cinema brasileiro até o carnavalizado Carlota Joaquina e passando por Guerra de Canudos, Mauá – O imperador e o rei, Hans Staden, Brava gente brasileira e Desmundo.

* Eu e o outro, fala do Brasil segundo seu relacionamento com as potências e alguns personagens estrangeiros, como nos filmes Carmen Miranda – Bananas is my business, For all – O trampolim da vitória, Como nascem os anjos, O que é isso companheiro?, Amélia, Terra estrangeira e Dois perdidos numa noite suja.

* A esfera privada trata dos filme leves sobre o amor que sempre atraem público: Pequeno dicionário amoroso, Amores e Amores possíveis.

* A esfera pública é sobre a conscientização política no cinema brasileiro, desde os filmes do cinema novo até Dois córregos – Verdades submersas no tempo, Ação entre amigos, Doces poderes e Lamarca.

* O sertão e a favela examina essas duas “locações” utilizadas à exaustão pelo cinema brasileiro em filmes como Baile perfumado, Corisco e Dada, O cangaceiro, Orfeu, Babilônia 2000 e Abril despedaçado.

* O abismo das classes no Brasil, é debatido no capítulo seguinte, citando filmes como 16060, Como nascem os anjos, Quem matou Pixote? Cronicamente inviável e Domésticas – O filme.

* A arte da violência fala de como o crime é um filão e tanto para qualquer tipo de narrativa em especial, Terra estrangeira, Bellini e a esfinge, Bufo e Spalanzani, Carandiru e Cidade de Deus.

* Um dos capítulos que mais gostei foi “A crítica e o cinema impuro, que fala da história da crítica cinematográfica no Brasil, inclusive citando o crítico Paulo Emílio Salles Gomes que defendia com unhas e dentes o cinema brasileiro e dizia que era melhor ver um filme nacional medíocre que um glamouroso estrangeiro, pois pior que seja o filme, sempre conta muito de nossa sociedade e história.

Todos os filmes citados são analisados e criticados com honestidade pelo autor, mesmo que algumas críticas sejam negativas.

Faria o meu artigo de conclusão de curso da especialização em Cinema e Educação, sobre a retomada, falando especificamente de Central do Brasil, que é um dos filmes que eu mais gosto, mas depois mudei de ideia e resolvi falar da pornochanchada que eu gosto mais ainda.

Altamente recomendado!

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