Direção:
Guilherme de Almeida Prado. Com: Maitê Proença, Carolina Dieckmann, Eriberto
Leão, Nuno Leal Maia, Imara Reis, Christiane Torloni, Oscar Magrini, Matilde
Mastrangi, Cacá Rosset, Carmo Dalla Vecchia e Julia Lemmertz. Drama, 135 min.
A fama e o
suceso, bem como a supervalorização das celebridades e sua rápida decadência
são discutidos nesse novo filme de Guilherme de Almeida Prado (A flor do
desejo), baseado no livro homônimo de Caio Fernando Abreu que também dá nome ao
personagem principal. O filme se passa nos anos 80.
Quando sai
para entrevistar a cantora lésbica Márcia (Carolina Dieckmann), o jornalista
Caio (Eriberto Leão) descobre que esta é filha da grande Dulce Veiga (Maitê
Proença) cantora e atriz da década de 60 que desapareceu deixando um filme
inacabado. Caio então resolve responder à pergunta que dá nome ao filme. Vai
atrás do ex-marido dela (Oscar Magrini) que é gay, do seu amante (Carmo Dalla
Vecchia) e das demais pessoas que poderiam ter alguma informação útil. No meio
da jornada, se apaixona por Márcia e passa a questionar sobre si mesmo, como se
as perguntas que ele quisesse fazer a Dulce fosse também as que ele mesmo tem
que responder.
É um drama
psicológico com clima de suspense e pitadas homoeróticas. Há três beijos entre
Eriberto Leão e Carmo Dalla Vecchia; Oscar Magrini é casado com outro homem e
dirige a peça “O beijo no asfalto” de Nelson Rodrigues que também fala do
assunto.
O elenco é
estelar, com alguns atores em pequenas participações, como Julia Lemmertz na
inventiva cena inicial, vivendo a mulher que abando Caio; Christiane Torloni
como uma rival de Dulce; Nuno Leal Maia como o empresário que ajuda na carreia
de Márcia e Matilde Mastrangi que faz dois papéis e participou de todos os
filmes de Guilherme de Almeida Prado (As taras de todos nós – 81; A flor do
desejo – 84; A dama do Cine Shangai – 87; Perfume de Gardênia – 92; Glaura – 97
e A hora mágica – 98);
Muito
inovadora a estratégia do diretor (apesar de nada lucrativa). Como não tinha
previsões para o lançamento do filme em DVD (apesar de a Revista SET ter
divulgado esse lançamento em março/2009), ele entrou numa comunidade de
download de filmes brasileiros do Orkut e colocou seu filme à disposição para
quem quisesse baixar, pois acha que o importante é o público ter a oportunidade
de assistir. Coisa que não aconteceu nos cinemas, pois só foi lançado em 3
salas e teve um público de 3.585 pessoas.
Gostei
bastante e recomendo. Talvez tenha sido o filme de Guilherme que eu mais
gostei.
Eu colecionava a SET naquele tempo, mas não me lembro desse filme. Infelizmente um dos grandes maus do cinema brasileiro é a falta de divulgação, mesmo quando se encontra no elenco atores globais para atrair as massas. Será um tema que novamente irei discutir no meu blog, pois dessa maneira não pode ficar assim. É PRECISO HAVER MAIS DIVULGAÇÃO SOBRE OS NOSSOS FILMES.
ResponderExcluirBom saber, caro Gilberto: Guilherme sempre criou bons filmes mágicos sob a influência da atmosfera dos filmes 'noir' norte-americanos, bom diretor! Abração e apareça nos Morcegos!
ResponderExcluirTb gosto dos filmes de Guilherme. Maitê musa máxima nesse filme. Deu até vontade de rever. Abraço!
ResponderExcluirhttp://espectadorvoraz.blogspot.com.br/
Aliás, uma coisa curiosa: beijo na boca gay em FILMES brasileiros é uma coisa que já existe há décadas, mas beijo na boca gay em NOVELAS brasileiras ainda é uma coisa 100% censurada.
ResponderExcluirE olha que a Globo já mostrou até casais gays dormindo na mesma cama (Fernando Eiras e Thiago Picchi em Páginas da Vida, Thiago Mendonça e Lugui Palhares em Duas Caras...). Mas o beijo ainda é censurado. Pode aparecer na cama, mas não pode aparecer beijando??? Não consigo entender por quê!