Direção: Sérgio Rezende. Com: José
Augusto Pompeu, Camilo Bevilacqua, Chico Expedito, Genésio de Barroso, Denise
Weinberg, Caio Junqueira, Ana Luiza Rabello. Drama, 96 min.
Depois de vários épicos sobre
personagens da história brasileira como Tenório Cavalcanti em “O homem da capa
preta”, Carlos Lamarca em “Lamarca”, Antonio Conselheiro em “Guerra de Canudos”
e o Visconde de Mauá em “Mauá – O imperador e o rei”, o diretor Sérgio Rezende
dirigiu esse drama trágico, que é dividido em três episódios intitulados:
Foice, Veneno e Machado, que inicialmente seria o nome do filme, mas o título
“Quase nada” é bem mais poético e reflete a condição daquelas pessoas humildes.
“Foice” é sobre dois compadres que
trabalham roçando pastos e quando um deles (José Augusto Pompeu) é promovido a
supervisor, provoca a inveja do outro (Camilo Bevilacqua), levando a um embate
mortal utilizando a ferramenta do título.
“Veneno” tem um vaqueiro medroso e
atormentado pelo passado (Genésio de Barroso) e sua mulher inconformada pela
passividade do marido (Denise Weinberg) como protagonistas. O assassinato de um
menino que transporta o leite da fazenda, deflagra a tragédia.
Em “Machado”, um rapaz que cultiva
flores (Caio Junqueira) se apaixona por uma moça das redondezas que tem o sonho
de ser sempre livre (Ana Luiza Rabello), mas não consegue fazê-la feliz, nem
entendê-la. O episódio mais bonito e trágico deles. Caio Junqueira provou com
ele que tem talento dramático e abandonou os papéis de adolescentes rebeldes.
No making off de 18 minutos que
acompanha o DVD, o diretor que faz uma participação especial no 2º episódio,
revela que escreveu o roteiro em quatro dias, baseando-se em histórias
acontecidas quando ele era dono de uma fazenda.
O tema é meio mórbido, pois o que
move os três episódios é o crime e todos terminam em morte, mas ao
mesmo tempo é muito sensível e fala de pessoas anônimas que vivem pelos sertões
e se encontram em situações desesperadoras.
O título poderia render um trocadilho
infame se o filme fosse ruim, mas como não é, pode-se dizer que Sérgio Rezende
consegue quase tudo com histórias tão simples, pouco dinheiro e elenco sem
grandes nomes. Vale a pena.
Boa pedida
ResponderExcluirAssisti esse projeto quando trabalhava na Revista de Cinema. Apreciei. Porém, gosto um pouco mais de outros trabalhos do diretor, como Lamarca.
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar nesse filme, mas não tive oportunidade de assistir ou mesmo não tenha me atraído muito. Em sua maioria, aprecio o trabalho do diretor. Abração.
ResponderExcluirhttp://espectadorvoraz.blogspot.com.br/
Olá, Gilberto. Parece-me bom o filme. Não conhecia. Irei conferir. Um abraço...
ResponderExcluirEu gosto desses filmes que contam histórias independentes. Bem, pelo que entendi são três histórias diferentes, independentes. Realmente parece bem interessante. Desse diretor eu vi O Homem da Capa Preta, com o José Wilker.
ResponderExcluirum abraço, Gilberto.
Mais uma obra que eu não conhecia...estar aqui me abre um leque de possibilidades para os filmes. Eu não gosto de finais tristes, mas é justificado pela história que disse ser interessante. Um abraço!
ResponderExcluirOi, Gilberto!
ResponderExcluirVoltei à ativa essa semana e agora tô botando em dia as visitas aos blogs dos amigos.
Grande abraço!